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“Carta de Brasília” reafirma compromisso com a segurança alimentar e a sustentabilidade

Intenção de países sul-americanos é trabalhar em conjunto para enfrentar os desafios do setor agropecuário.

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Fotos: Divulgação/FPA

Parlamentares e representantes do setor agropecuário do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile se reuniram na última terça-feira (15), na sede da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em Brasília, para a 1ª Cúpula Sul-Americana AgroGlobal. Durante o evento, foi assinada a “Carta de Brasília”, que reafirma o compromisso dos países sul-americanos com a segurança alimentar mundial, sustentabilidade e transição energética.  Ao final, a Carta foi enviada por ofício  ao presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR).

O documento, que conta com a assinatura de diversas instituições, enfatiza o fortalecimento da produção agropecuária e o apoio ao desenvolvimento sustentável que favorece tanto os mercados globais quanto as comunidades mais vulneráveis. Entre as instituições que assinaram o documento estão a Fundação Barbechando (Argentina), o Instituto Pensar Agropecuária (IPA-Brasil), o Instituto del Pensamiento del Agro (IPA-Chile) e a UGP-Unión de Gremios de la Producción (Paraguai).

Presidente do IPA-Brasil, Nilson Leitão: “O objetivo é unificar uma pauta para discutir a agropecuária da América do Sul com o mundo”

Nilson Leitão, presidente do Instituto Pensar Agropecuária (IPA-Brasil), destacou a importância da união entre os países da América do Sul. “O objetivo é unificar uma pauta para discutir a agropecuária da América do Sul com o mundo”, afirmou, destacando que a Carta será encaminhada aos parlamentos de cada país para fomentar uma governança agropecuária única. Segundo Leitão, essa nova organização não concorrerá com o Parlasul ou o Mercosul, mas terá foco específico no desenvolvimento do setor agropecuário sul-americano.

O documento ressalta que, apesar dos desafios pelas mudanças climáticas e pela volatilidade dos mercados internacionais, a América do Sul possui vastas áreas agrícolas e uma diversidade de cultivos que a colocam em uma posição privilegiada para contribuir com a oferta global de alimentos.

Cristián Muñoz, representante do IPA chileno, destacou a importância da inovação para o setor agropecuário. “Pesquisa e inovação são essenciais para aumentar nossa competitividade no mercado global”, afirmou. Muñoz também enfatizou “a necessidade de cooperação contínua entre os países sul-americanos para enfrentar os desafios de adaptação às mudanças climáticas e a crescente demanda por alimentos”.

Entre outros pontos, a “Carta de Brasília” também faz um apelo por maior acesso às tecnologias produtivas e biológicas, considerados pilares fundamentais para garantir a sustentabilidade da produção agropecuária. A promoção dessas tecnologias na agricultura familiar é vista como uma prioridade, tornando-a mais eficiente diante das discussões globais.

Além disso, o documento destaca a liderança sul-americana nos desafios ambientais, mencionando que a biodiversidade e as áreas preservadas da região desempenham um papel crucial na regulação do clima. “Historicamente, os países da América do Sul mantêm níveis de preservação ambiental muito superiores à média global”, diz a Carta.

Héctor Cristaldo, presidente da UGP-União de Grêmios da Produção (Paraguai), reforçou a importância da eficiência produtiva para o desenvolvimento econômico da América Latina. “A eficiência produtiva, baseada no livre comércio, é vital para o desenvolvimento de nossas economias e para a difusão dos benefícios ao redor do mundo”, afirmou.

Ángeles María Naveyra, presidente da Fundação Barbechando (Argentina), ressaltou a necessidade de uma governança própria para as questões agropecuárias na América do Sul. “Precisamos desenvolver um modelo de cooperação que envolva a sociedade civil, o parlamento e o setor privado, garantindo que as vozes do setor agropecuário sejam ouvidas e respeitadas no cenário global”, afirmou

Diretor-técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi “O modelo sustentável de produção que podemos oferecer ao mundo”

Por fim, Bruno Lucchi, diretor-técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), destacou a importância da organização conjunta para enfrentar desafios globais, como práticas protecionistas e questões ambientais, incluindo a lei antidesmatamento da União Europeia e as negociações do acordo Mercosul-UE. “Essa Carta é um marco estratégico para fortalecer a atuação do setor agropecuário sul-americano, destacando o modelo sustentável de produção que podemos oferecer ao mundo”, concluiu.

“A ‘Carta de Brasília’ representa um marco na cooperação sul-americana para enfrentar os desafios globais relacionados à segurança alimentar e à sustentabilidade, promovendo uma agenda integrada e coordenada entre os países sul-americanos,” destacou Lucchi.

Cooperação Sul-Americana

Representante do IICA, Fernando Camargo: “O objetivo do Instituto, que está presente em 37 países, é fazer cooperação e construir pontes”

Durante as exposições do painel “Cooperação Regional”, Fernando Camargo, representante do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), explicou o que é e como funciona a instituição. “O Instituto foi criado em 1942, é anterior à FAO e à própria ONU, foi criado por um ministro de agricultura dos EUA com objetivo de tratar temas sanitários e de segurança alimentar. O objetivo do Instituto, que está presente em 37 países, é fazer cooperação e construir pontes”, disse.

Representante do IICA, Gabriel Delgado: “O papel do IICA como suporte técnico e coordenador em grupos de trabalho e mecanismos regionais”

 

Já Gabriel Delgado, também representante do IICA, abordou a importância da cooperação regional entre os países do Mercosul, Chile e Bolívia no contexto do CAS (Conselho Agropecuário do Sul). “Ressalto o papel do IICA como suporte técnico e coordenador em grupos de trabalho e mecanismos regionais, e também a necessidade de fortalecer iniciativas de integração, como o desenvolvimento de jovens líderes no setor agropecuário.”

Superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella: “O agro brasileiro não só produz, mas também preserva”

 

A superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, destacou a relevância do cooperativismo para o fortalecimento do setor agropecuário, mencionando que “o cooperativismo tem sido um dos pilares para o desenvolvimento sustentável e a preservação ambiental”. Além disso, Zanella enfatizou a importância da preservação ambiental promovida pelo setor agropecuário, que é responsável pela conservação de 50% de toda a área preservada no Brasil. “O agro brasileiro não só produz, mas também preserva. O cooperativismo, em especial, tem sido essencial para conciliar produtividade com responsabilidade ambiental”, completou.

Presidente da ACSOJA, Rodolfo Rossi: “Desenvolvimento de novas tecnologias de melhoramento genético e o combate a pragas e fatores abióticos, são exemplos claros do sucesso dessa colaboração”

Rodolfo Rossi, presidente da Associação da Cadeia de Soja Argentina (ACSOJA), ressaltou a importância do Programa Cooperativo para o Desenvolvimento Tecnológico Agropecuário do Cone Sul (Procisur). “A cooperação regional é extremamente importante, especialmente por meio de entidades como o Procisur, que integra ciência e tecnologia para fundamentar decisões estratégicas na região. Projetos importantes, como o desenvolvimento de novas tecnologias de melhoramento genético e o combate a pragas e fatores abióticos, são exemplos claros do sucesso dessa colaboração.”

Christian Muñoz, representante do Instituto Pensar Agro do Chile, explicou sobre a criação do IPA chileno e como pode ser feita uma cooperação a nível internacional. “Hoje temos 57 deputados, de um total de 155. Estamos indo falar um por um com os parlamentares para que se unam, tanto da esquerda quanto da direita e de centro, para que tenhamos uma transversalidade na bancada rural. Acreditamos que o exemplo do Brasil é virtuoso e que devemos reproduzi-lo, de modo que tenhamos um organismo em cada país que seja apolítico.”

Fonte: Assessoria FPA

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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