Suínos
Carne suína in natura continua batendo recorde de exportação
Mesmo com março apresentando menor volume embarcado para China desde 2019, exportações brasileiras de carne suína in natura continuam batendo recorde, confira um panorama completo do mês de abril!

O Brasil continua batendo recorde de exportações de carne suína no primeiro trimestre de 2025, com mais de 18% de crescimento dos embarques de in natura em relação ao mesmo período do ano passado (tabela 1), totalizando mais de 290 mil toneladas nestes primeiros três meses.

Tabela 1 – Volumes exportados de carne suína brasileira in natura (em toneladas), mês a mês, em 2021, 2022, 2023, 2024 e de janeiro a março de 2025. Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.
Chama a atenção que a China, que chegou a representar mais de 50% das nossas exportações, e que vem reduzindo os volumes importados (gráfico 1), em março de 2025, comprou apenas pouco mais de 12 mil toneladas de carne suína in natura, quase metade do volume comprado pela, agora líder, Filipinas (tabela 2).
Em receita a China ficou em quinto lugar em março, sendo ultrapassada também por Hong Kong, e Japão; este último em segundo na receita de exportação do mês (tabela 2). Sobre a China este volume de março de 2025 foi o menor embarcado em um único mês, desde fevereiro de 2019, quando foram exportadas 11,9 mil toneladas. Ou seja, os volumes exportados pelo Brasil para a China estão voltando ao patamar de antes da grande demanda decorrente dos impactos diretos do surto de Peste Suína Africana no gigante asiático.

Gráfico 1 – Evolução de volumes mensais exportados de carne suína brasileira para China de jan/24 a mar/25 (em toneladas). Elaborado por Iuri P. Machado com dados da Secex

Tabela 2 – Principais destinos da carne suína brasileira in natura exportada em março de 2025, com valor em dólar (FOB). Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.
Apesar das exportações em alta, o preço do suíno pago ao produtor no mercado doméstico caiu em março, mantendo este ciclo de baixa até o início de abril (gráfico 2 e tabela 3), quando estabilizou e, mais recentemente, dá mostras de reação (gráfico 3 e tabela 3). Não há indicativo de aumento significativo de abate de suínos em relação ao ano passado, o que reforça a tendência de continuidade na recuperação de preços nos próximos meses.

Gráfico 2 – Indicador suíno vivo – Cepea/Esalq (R$/kg) em MG, PR, RS, SC e SP, mensal, nos último 6 meses, novembro/24 até dia 15/04/2025 (cotação indicada no gráfico média de novembro/24, quando atingiu cotação nominal máxima em algumas praças). Fonte: Cepea

Gráfico 3 – Indicador Suíno vivo– Cepea/Esalq(R$/kg) em MG, PR, RS, SC e SP, diário, nos últimos 30 dias úteis, até dia 15/04/2025. Fonte: Cepea

Tabela 3 – Preço semanal da Bolsa de suínos Belo Horizonte (BSEMG) desde o segundo semestre de 2024 (R$/kg vivo), até a reunião de 16/04/2025. Destaque, em azul, para alguns movimentos de alta relevante e, em amarelo, movimentos recentes de queda. Elaborado por Iuri Pinheiro Machado com dados da BSEMG
Milho parou de subir, farelo se mantém estável e relação de troca do suíno com os insumos ainda é favorável
O USDA manteve a previsão de 126 milhões de toneladas na safra de milho do Brasil e apontou para uma mudança significativa na intenção de plantio dos agricultores dos Estados Unidos, reduzindo em 7% a área de soja e aumentando na mesma proporção a área de milho. Este aumento provável da área de milho pode representar uma produção de até 25 milhões de toneladas a mais do cereal, melhorando a oferta mundial no segundo semestre de 2025 e aliviando a pressão de alta na cotação do milho. A propósito, o plantio da safra norte-americana já começou.
O último levantamento de safra da Conab trouxe um acréscimo de 2 milhões de toneladas de milho em relação ao mês anterior, totalizando quase 125 milhões de toneladas na soma das três safras. Lembrando que a segunda safra, ainda em desenvolvimento e que representa quase 80% do montante da safra 2024/25, ainda corre relativo risco em algumas regiões, caso as chuvas nas próximas semanas e no mês de maio não sejam suficientes. As cotações do milho que vinham em alta desde a virada do ano, estabilizaram e, mais recentemente, começaram a recuar (gráficos 4 e 5).

Gráfico 4 – Preço médio mensal do milho (R$/SC 60kg) em Campinas-SP, nos últimos 6 meses, até dia 15/04/2025. Fonte: Cepea

Gráfico 5 – Preço médio diário do milho (R$/SC 60kg) em Campinas-SP, nos últimos 30 dias úteis, até dia 15/04/2025. Fonte: Cepea
Embora menor que no segundo semestre de 2024, a relação de troca do suíno com os principais insumos (milho e farelo de soja) se mantém vantajosa, (gráfico 6), o que determina margens positivas na atividade em todas as regiões do Brasil (tabela 4).

Gráfico 6 – Relação de troca suíno : mix milho + farelo de soja (R$/kg) em São Paulo, de abril/23 a abril/25 (até dia 15/04/25). Composição do mix: para cada quilograma de MIX são 740g de milho e 260g de farelo de soja. Relação de troca ideal, acima de 5,00 Elaborado por Iuri P. Machado com dados do Cepea– preços estado de São Paulo

Tabela 4 – Custos totais (ciclo completo), preço de venda e lucro/prejuízo estimados nos três estados do Sul e Goiás (R$/kg suíno vivo vendido) em janeiro, fevereiro e março 2024 e 2025, e a média anual de 2023 e 2024. Elaborado por Iuri P. Machado com dados: Embrapa (custos), Cepea (preço do suíno)
Em meio às incertezas do “tarifaço” de Trump, suinocultura brasileira avalia oportunidades e ameaças
Ainda é cedo para mensurar os impactos do “tarifaço trumpista”, mas é provável o aumento da demanda pelas carnes brasileiras, não somente por parte da China, mas todos os mercados que os Estados Unidos exportam. Isto traz boas perspectivas em termos de precificação para os suinocultores brasileiros, mas, por ouro lado, a pressão sobre uma maior exportação de grãos (principalmente soja) e o aumento do consumo interno dos insumos agrícolas coloca pressão de alta sobre os custos de produção.
A China, até este momento, mantém tarifas de retaliação superiores a 100% contra os Estados Unidos. Os gráficos 7, 8 e 9, a seguir, mostram os principias destinos das exportações das três carnes dos Estados Unidos, com destaque para a China que representa 15,1%, 12,9% e 8,9% das exportações norte americanas de carne bovina, suína e de frango, respectivamente.

Gráfico 7 – Exportações de carne bovina dos EUA, em US$, e por destino de 2015 a 2024. Fonte: USDA

Gráfico 8. Exportações de carne suína dos Estados Unidos, em US$, e por destino de 2015 a 2024. Fonte: USDA

Gráfico 9 – Exportações de carne de frango dos Estados Unidos, em US$, e por destino de 2015 a 2024. Fonte: USDA
No mercado de exportação de grãos dos Estados Unidos, a situação de dependência em relação à China é bem diferente. Enquanto o gigante asiático representa somente 2,35% dos embarques do milho norte-americano (gráfico 10), na soja a participação da China é de 52,2% (gráfico 11).

Gráfico 10 – Exportações de milho dos EUA, em US$, e por destino de 2015 a 2024. Fonte: USDA

Gráfico 11 – Exportações de SOJA dos EUA, em US$, e por destino de 2015 a 2024. Fonte: USDA
Embora o Brasil já tenha uma participação significativa nas importações chinesas de soja, pode haver ganhos adicionais de mercado em caso de manutenção das tarifas retaliatórios chinesas.
O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, explica que mesmo com as exportações de carne suína brasileira a todo vapor, o mercado doméstico tem andado de lado e até recuado. “Mas há uma tendência e expectativa de que os preços pagos aos produtores voltem a subir nas próximas semanas e entrem o segundo semestre firmes e em alta. A atenção agora recai sobre o desenvolvimento da segunda safra de milho no Brasil e as consequências da guerra tarifária declarada pelos Estados Unidos com todo o mundo. Num primeiro momento a tendência é de que se abra mais espaço para o Brasil exportar carnes e grãos. O que pode mudar este quadro é o eventual estabelecimento de acordo entre Estados Unidos e China, algo, neste momento, pouco provável”, analisa.

Suínos
Suinocultura fecha 2025 com avanços e ganha força no mercado brasileiro
Atuação da ABCS com apoio do FNDS impulsionou resultados políticos técnicos e de marketing fortalecendo a cadeia produtiva e ampliando a presença da carne suína junto ao consumidor.

O ano de 2025 marcou um ciclo de avanços consistentes para a suinocultura brasileira, impulsionado pela atuação estratégica da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), com aporte do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS). Ao longo do período, o investimento coletivo do setor se traduziu em resultados concretos nas áreas política, técnica e de marketing, fortalecendo a cadeia produtiva e ampliando a presença e a valorização da carne suína no Brasil.
No campo político, a ABCS manteve presença ativa no Congresso Nacional, acompanhando projetos de lei e garantindo representação qualificada junto à Frente Parlamentar da Agropecuária, ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e a entidades como CNA e IPA. A articulação política assegurou segurança jurídica, alinhamento regulatório e defesa de temas essenciais como bem-estar animal, rotulagem e sanidade, além de fortalecer o diálogo entre produtores e indústria.

Presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes: “Cada ação realizada ao longo de 2025 é resultado da confiança dos produtores e parceiros que acreditam no FNDS” – Foto: Divulgação/ABCS
Na área técnica, 2025 foi marcado pelo lançamento de publicações inéditas que elevam o padrão produtivo da suinocultura nacional. Os manuais de Bem-Estar Animal e Sustentabilidade e de Uso Responsável e Eficaz de Antimicrobianos levaram ciência aplicada às granjas, reforçando práticas alinhadas ao conceito de Saúde Única. Esses conteúdos foram disseminados em eventos técnicos, seminários e treinamentos realizados em diferentes regiões do país, promovendo qualificação profissional, eficiência produtiva e sustentabilidade.
No marketing, o FNDS ampliou de forma expressiva a visibilidade e a competitividade da carne suína, com destaque para a Semana Nacional da Carne Suína (SNCS) 2025 que se consolidou como a maior vitrine da proteína no varejo brasileiro, reunindo redes de todo o país, impactando milhões de consumidores e registrando crescimento expressivo nas vendas. A campanha reforçou a integração entre produtores, indústria e varejo, ampliando a presença da carne suína nas gôndolas e na preferência do consumidor.
Além disso, ações com influenciadores, produção contínua de conteúdo digital, lançamento de materiais nutricionais e artigos científicos voltados a profissionais de saúde contribuíram para desmistificar a carne suína, posicionando-a como alimento seguro, saudável, versátil e alinhado às novas tendências de consumo. Iniciativas como o FNDS Collab e a Escola de Gestores ABCS reforçaram a formação de lideranças e o papel da comunicação estratégica no fortalecimento institucional do setor.
Para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, os resultados refletem a força da atuação integrada do setor. “Cada ação realizada ao longo de 2025 é resultado da confiança dos produtores e parceiros que acreditam no FNDS. Essa união nos permite transformar desafios em conquistas concretas, inovar, comunicar melhor e defender com excelência os interesses da suinocultura brasileira. Seguiremos atentos às tendências, às demandas do mercado e às oportunidades que constroem o amanhã. Juntos, mostramos que a suinocultura brasileira é um exemplo de força, integração e evolução constante”, conclui.
Suínos
Suinocultura brasileira encerra 2025 com crescimento acima do esperado e exportações em alta
Dados parciais de abate e comércio exterior indicam avanço superior a 5% na produção e forte expansão dos embarques impulsionada pela diversificação de mercados e pela recuperação das margens do produtor.

Com números parciais de abate e exportação já é possível afirmar que a suinocultura brasileira encerrará 2025 com retomada do crescimento da produção acima do esperado e com aumento expressivo dos embarques de carne suína para o exterior. Se esperava, para 2025, um do crescimento da produção em níveis abaixo de 3%, pois o produtor além de estar se recuperando de uma longa crise, quitando dívidas de custeio e outras para se manter na atividade, o juro relativamente alto se tornou um gargalo relevante para investir na ampliação da capacidade de produção. Porém, os dados apurados até o momento, demonstram que o crescimento extrapola ganhos de produtividade e aumento do peso médio de abate e indicam que houve também uma pequena ampliação do plantel de matrizes.
A tabela 1, a seguir, com dados de abate por unidade federativa, entre janeiro e setembro, demonstra que houve aumento de mais de 5% em toneladas de carcaças e quase 4% em cabeças abatidas, quando comparado com o mesmo período do ano passado, destacando-se o crescimento expressivo, acima da média nacional, do abate de suínos em Minas Gerais (+11,7%), no Rio Grande do Sul (+6,52%) e no Mato Grosso do Sul (+5,08%); em nível nacional chama a atenção o maior peso médio das carcaças, passando de 92,23kg em 2024 para 93,52kg em 2025.

Tabela 1. Abate brasileiro de suínos de JANEIRO a SETEMBRO/25, por Unidade Federativa, em cabeças e toneladas de carcaças (total e peso médio em kg), percentual de cada estado sobre o total e diferença para o mesmo período de 2024. Elaborado por Iuri P. Machado, com dados do IBGE.
Sem dúvida, o setor de exportação foi o grande destaque da suinocultura em 2025. No acumulado do ano de 2025, de janeiro a novembro, as exportações brasileiras de carne suína, incluindo in natura e processados, totalizaram 1,372 milhão de toneladas, incremento de 10,4% (+129 mil toneladas) em relação ao mesmo período de 2024. Em receita, a alta acumulada chega a 18,7%, com US$ 3,294 bilhões registrados entre janeiro e novembro/25 contra US$ 2,774 bilhões no mesmo período de 2024.
A tabela 2, a seguir, apresenta a relação dos principais destinos das exportações de carne suína in natura, de janeiro a novembro de 2025, comparado com o mesmo período de 2024. Destaque para o crescimento das vendas para as Filipinas, Chile, Japão, México, Vietnã e Argentina que, somados, representaram um crescimento dos embarques em mais de 220 mil toneladas no período, enquanto a China recuou 72 mil toneladas em relação ao mesmo período do ano anterior.

Tabela 2. Exportação brasileira de carne suína in natura por destino de janeiro a novembro de 2025 (em toneladas e em US$) comparado com o mesmo período de 2024. Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.
Esta “pulverização” das exportações traz maior segurança ao mercado de exportação, pois cabe lembrar que a China, há poucos anos, já representou mais de 50% dos nossos embarques.
Estima-se que o ano de 2025 fechará, em relação a 2024, com crescimento da produção acima de 5% em toneladas de carcaças, exportações com incremento de pouco mais de 12% e disponibilidade interna aumentando ao redor de 3%, ultrapassando a marca de 20 kg per capita ano. Em função desta maior oferta e, pelo fato de as cotações já estarem em patamar relativamente alto, não se observou, como em 2024, um pico de preço significativo das carcaças suínas no mês de novembro (gráfico 1); no mesmo gráfico é possível observar que o pico de preço em 2025 foi atingido em setembro, justamente quando a exportação foi recorde para um mês, com mais de 134 mil toneladas de carne in natura embarcadas.

Gráfico 1. Indicador CARCAÇA SUÍNA ESPECIAL – CEPEA/ESALQ (R$/kg) em São Paulo/SP, mensal, nos últimos 24 meses. Valores de nov/24 e nov/25 em destaque. Fonte: CEPEA
No que se refere a rentabilidade da suinocultura, 2025 pode ser considerado como o ano da retomada efetiva das margens financeiras positivas. Houve um equilíbrio favorável entre o preço pago ao produtor e o custo dos principais insumos (milho e farelo de soja). As demandas externa e interna aquecidas conseguiram absorver o crescimento da produção, mantendo preços firmes ao longo do ano.
Com clima favorável e expansão da área plantada, a safra 2024/25 apresentou recorde de produção tanto na soja, quanto no milho. A boa oferta de grãos e a demanda elevada por óleo, que fez com o que o preço do farelo de soja caísse significativamente, manteve ao longo de todo ano uma boa relação de troca entre o preço do suíno e estes principais insumos (gráfico 2), permitindo lucratividade em todos os meses, conforme apontam os levantamentos da EMBRAPA suínos e aves na região Sul (tabela 3).

Gráfico 2. Relação de troca SUÍNO: MIX milho + farelo de soja (R$/kg) em São Paulo, de novembro/23 a novembro/25. Relação de troca considerada ideal, acima de 5,00 Composição do MIX: para cada quilograma de MIX, 740g de milho e 260g de farelo de soja. Elaborado por Iuri P. Machado com dados do CEPEA – preços estado de São Paulo

Tabela 3. Custos totais (ciclo completo), preço de venda e lucro/prejuízo estimados, mensais, nos três estados do Sul (R$/kg suíno vivo vendido) de janeiro a novembro de 2025 e a média anual de 2024. Elaborado por Iuri P. Machado com dados: Embrapa (custos), Cepea (preço do suíno)
O acesso ao crédito é questão relevante para a safra atual (2025/26), que deve contar com parcela maior de capital próprio no total utilizado, resultando em provável redução de tecnologia; isso somado a um clima previsto menos favorável que ano passado, é possível projetar menor produtividade final na safra atual de milho.
Considerações finais e o que esperar para 2026
A retomada do crescimento da produção de suínos é consistente e o período já prolongado de margens positivas além da abertura de novos mercados de exportação, apesar dos juros elevados, estimulam a expansão da atividade para atender a forte demanda interna e externa.
O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, explica que é esperado que o crescimento da produção de suínos continue em 2026, provavelmente limitado a não mais que 4%, em relação a 2025. “Espera-se um crescimento das exportações ao redor de 3% em relação a 2025. No balanço final, a disponibilidade interna deve crescer pouco mais de 4%, o que isoladamente, poderia determinar queda nos preços pagos ao produtor, porém, é preciso analisar a oferta x demanda não somente da carne suína, mas também da carne bovina. Se a tendência da carne suína é aumentar a oferta, espera-se da pecuária de corte o contrário, com uma virada de ciclo, determinada pela redução significativa no abate de bovinos, ainda com demandas interna e externa elevadas, ou seja, é muito provável que haja um aumento das cotações do boi gordo, o que deve ajudar a sustentar os preços do suíno”, conclui.
A única preocupação se deve à investigação de antidumping contra a carne bovina brasileira que está sendo realizada pelo governo chinês, cujo resultado deve ser divulgado em 26 de janeiro/26. Uma eventual restrição mais severa às exportações para a China pode reduzir as expectativas de preços para 2026. Com provável redução da safra de milho e aumento da demanda por este cereal, puxado principalmente pela cadeia do etanol, o custo pode ficar mais alto em 2026.
Todas estas projeções se baseiam na expectativa de relativa normalidade, sem a ocorrência de eventos sanitários, a exemplo do foco de Influenza aviária no RS em maio deste ano, ou questões geopolíticas que possam interferir nas exportações. Em resumo, ainda que num cenário mais desafiador que 2025, o ano de 2026 tende a ser um período favorável à produção de suínos, com boa competitividade de preço, principalmente perante a carne bovina.
Suínos
Preços do suíno vivo permanecem estáveis nas principais regiões produtoras
Mesmo sem oscilações no dia o levantamento do Cepea/Esalq aponta quedas acumuladas ao longo de dezembro em alguns estados.

O mercado do suíno vivo apresentou comportamento majoritariamente estável na última sexta-feira (12), de acordo com dados do Indicador do Suíno Vivo Cepea/Esalq. Na comparação diária, a maior parte das praças acompanhadas manteve os valores inalterados, enquanto as variações mensais ainda refletem pressão negativa em alguns estados.
Em Minas Gerais, o indicador registrou leve alta de 0,12% no dia, com o quilo do suíno vivo cotado a R$ 8,44 no posto. Apesar do avanço pontual, o estado acumula recuo de 0,24% no mês.
No Paraná, o preço permaneceu estável no dia, negociado a R$ 8,22/kg (a retirar). No entanto, o estado apresenta a maior queda mensal entre as praças acompanhadas, com retração de 2,26%.
Situação semelhante foi observada no Rio Grande do Sul, onde o valor ficou em R$ 8,28/kg (a retirar), sem variação diária, mas com baixa acumulada de 1,19% no mês.
Santa Catarina destoou levemente do cenário negativo mensal. Mesmo com estabilidade no dia e preço de R$ 8,31/kg (a retirar), o estado registra alta de 0,48% no acumulado de dezembro.
Em São Paulo, o movimento foi de ajuste para baixo. O indicador recuou 0,57% no dia, com o quilo do suíno vivo cotado a R$ 8,79 no posto. No acumulado do mês, a queda também é de 0,57%.
O desempenho indica um mercado ainda cauteloso, com preços pressionados em algumas regiões, apesar da estabilidade observada no curto prazo.



