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Avicultura

Carne de frango registra queda nas exportações

Apesar da leve queda, a produção e os preços do frango permanecem estáveis, mantendo margens favoráveis para o setor.

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Fotos: Shutterstock

De acordo com dados do Itaú BBA Agro, as exportações brasileiras de carne de frango in natura tiveram desaceleração em novembro, passando de 435 mil toneladas em outubro para 395 mil toneladas no mês seguinte, uma queda de 5,2% em relação a novembro de 2024. No acumulado dos onze primeiros meses de 2025, o volume in natura caiu 7,8%. Ao incluir os produtos industrializados, a redução foi bem menor, de apenas 1,5%, mostrando que a indústria conseguiu compensar parte da queda nas vendas externas.

Apesar do recente anúncio de desbloqueio do mercado chinês, os embarques in natura para o país asiático permanecem zerados. Ainda assim, a diversificação dos destinos da carne de frango brasileira mantém a estabilidade do setor, com os Emirados Árabes Unidos como principal comprador, representando cerca de 10% do total.

No campo, os custos dos principais insumos da ração, como milho e farelo de soja, vêm subindo nos últimos meses. No Paraná, por exemplo, os preços desses insumos aumentaram 10% e 11%, respectivamente, entre julho e novembro. Segundo levantamento da Embrapa, porém, esses impactos ainda não foram totalmente absorvidos, e as margens seguem favoráveis, com spread estimado em torno de 41%, acima da média histórica de 35%.

Os preços do frango inteiro congelado em São Paulo permanecem estáveis desde o início de novembro, alinhados aos valores do fim do ano passado, com leve tendência de alta no curto prazo devido ao aumento sazonal da demanda durante o período de festas.

Quanto à produção, os dados do IBGE mostram que o setor manteve trajetória de crescimento ao longo de 2025. No terceiro trimestre, o abate de frangos avançou 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado, e a produção cresceu 3,1%. No acumulado até setembro, os abates subiram 2,2% e a produção 2,9%, confirmando a expansão contínua da avicultura nacional.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA

Avicultura

Exportações de carne de peru do Paraná crescem em 2025

Embarques e receitas avançam no ano e sinalizam retomada gradual do setor após reestruturação da produção no estado.

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Foto: Sistema Faep

As exportações de carne de peru no Paraná voltaram a crescer em 2025. Dados do Agrostat Brasil, plataforma do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), mostram alta nos embarques e nas receitas geradas pelo segmento da proteína. Entre janeiro e outubro deste ano, o Estado exportou 12,2 mil toneladas de carne de peru, com receitas de US$ 38,7 milhões. Na comparação com o mesmo período de 2024, o setor paranaense registrou altas de 12,7% e 53,9%, respectivamente.

O Paraná já foi o maior produtor nacional de perus. Em 2018, com o fechamento da planta de abates da BRF em Francisco Beltrão, na região Sudoeste, o setor diminuiu a produção e diversos avicultores migraram para outras atividades, como a criação de frangos de corte.

Em 2021, a BRF retornou ao município do Sudoeste, após a habilitação de uma planta de abates de peru para exportação ao México, maior parceiro comercial do Brasil nesse tipo de proteína.

Desde então, o Paraná vem retomando gradualmente a produção dessa ave para se aproximar dos patamares da década passada. Hoje, o Paraná ocupa a terceira posição no ranking nacional.

“O Sistema Faep esteve junto do produtor durante a crise no setor e vê com bons olhos essa retomada na produção e exportação de perus. Essa atividade tem um papel importante para a avicultura paranaense e esperamos que siga com esses bons índices para o próximo ano”, avalia o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette.

Mercado interno

Paraná deve terminar 2025 com o maior crescimento na exportação de perus entre os estados da Região Sul

A produção de perus tem algumas particularidades em relação a outras proteínas. Uma delas é a importância do mercado interno no escoamento dos abates.

Em 2024, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, 49,6% dessa carne foram consumidas dentro do país, enquanto o restante seguiu para exportação. Na média, o consumo interno da proteína é de 297 gramas por habitante.

Historicamente, o peru produzido no Brasil passou por uma redução no tempo e peso de abate. Até a década de 1980, a ave era abatida com até 19 quilos, em um período de 112 a 140 dias. Atualmente, essas marcas reduziram para cinco quilos e janela de 60 a 62 dias.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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Avicultura

Brasil moderniza inspeção de abate de frango

Avanços em inspeção baseada em risco, digitalização de processos e novos sistemas de autocontrole buscam aumentar a eficiência sanitária e a competitividade das exportações.

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O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está passando por uma ampla transformação para modernizar e tornar mais eficiente o sistema de inspeção de abate de aves e outros produtos de origem animal.

De acordo com a diretora do Dipoa/Mapa, a médica-veterinária Juliana Satie o objetivo é construir um modelo de inspeção preparado para os próximos 10 anos, que seja ágil, transparente e com base em risco, conectando a tradição da inspeção e fiscalização sanitária com a inovação e a governança de dados. “Buscamos constantemente aprimorar os nossos processos para dar respostas mais rápidas e eficientes aos mercado, tanto interno quanto externo”, enfatizou Juliana, durante sua participação no 11º Encontro Avícola Empresarial Unifrango, realizado em meados de julho em Maringá (PR).

Nos últimos 10 anos, o Dipoa passou por grandes mudanças estruturais, focadas na regionalização, padronização de procedimentos e implementação de princípios de inspeção baseada em risco, como a transição de um modelo centrado por espécie para um modelo orientado por processos, além da verticalização do departamento. A diretora ressalta que essas mudanças permitiram maior eficiência e confiança junto a autoridades sanitárias internacionais.

Médica-veterinária e diretora do Dipoa/Mapa, Juliana Satie: “Nosso objetivo é ter processos cada vez mais integrados e automatizados, pensando 10 anos à frente” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

A transformação digital é outro pilar do departamento. Sistemas robustos estão sendo desenvolvidos para coletar e tratar dados de autocontrole das empresas, agilizar a emissão de certificações e habilitações, e até reduzir custos com papel, especialmente em exportações para mercados como a China. “Estamos criando uma base de dados moderna, rápida e integrada, que poderá ser um hub para futuros módulos de autocontrole e estatísticas, garantindo mais previsibilidade para o setor”, explicou Juliana.

Entre as iniciativas está a implementação do Programa de Incentivo à Conformidade (PIC), regulamentado pelo Decreto 12.126, que fortalece modelos de inspeção baseados em risco e estabelece programas voluntários de autocontrole para estabelecimentos com padrões diferenciados. “A proposta busca agilizar processos, garantir prioridade em certificações e criar regras claras para a adesão de entes privados”, antecipou.

Outro exemplo prático é a modernização do sistema de inspeção de aves. De acordo com Juliana, a implementação do sistema de lavagem de carcaças pré-inspeção já foi adotada por 55% das 135 plantas de abate de aves habilitadas em menos de um ano. “Esse sistema permite reduzir riscos de contaminação gastrointestinal, garantindo mais segurança alimentar e credibilidade para os exportadores”, expôs Juliana.

O Dipoa/Mapa também avançou na centralização de habilitações, criação de sistemas informatizados de certificação e credenciamento de médicos-veterinários para otimizar a força de trabalho e a fiscalização. A expectativa é que essas mudanças reduzam prazos de resposta e aumentem a previsibilidade para empresas e autoridades. “Todos esses resultados refletem o compromisso da nossa equipe, que trabalha com agilidade, técnica e foco em melhoria contínua. Nosso objetivo é ter processos cada vez mais integrados e automatizados, pensando 10 anos à frente”, ressaltou a médica-veterinária.

Com essas ações, o Brasil busca consolidar um sistema de inspeção moderno, confiável e capaz de atender às demandas de um país produtor e exportador de alimentos, alinhando tradição, ciência e inovação.

versão digital está disponível gratuitamente no site oficial de O Presente Rural. A edição impressa já circula com distribuição dirigida a leitores e parceiros em 13 estados brasileiros.

Fonte: O Presente Rural
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Avicultura

Redução de alojamentos, retomada das exportações e equilíbrio na oferta sustentam valorização da carne de frango

Impulsionado pela sazonalidade do consumo e pela competitividade frente às carnes bovinas, o setor entra no último trimestre com expectativa de manutenção das cotações e maior previsibilidade para o planejamento dos produtores.

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Depois de meses de instabilidade e margens apertadas, a carne de frango voltou a ganhar fôlego no mercado brasileiro. A combinação de ajuste na oferta, recuperação das exportações e demanda firme no mercado interno provocou uma virada de cenário em setembro, com preços em alta e melhora na rentabilidade dos produtores. A avaliação é da Consultoria Agro do Itaú BBA, que aponta um ambiente mais equilibrado e favorável à avicultura no segundo semestre.

Em São Paulo, principal referência nacional, o frango inteiro congelado registrou alta de 16% entre o início de setembro e 10 de outubro, alcançando R$ 8,20 por quilo. Antes do episódio de Influenza aviária no Rio Grande do Sul, o produto era negociado a R$ 8,80/kg. Segundo o Itaú BBA, a recuperação reflete a redução no ritmo de alojamentos de pintos em agosto, a melhora no fluxo das exportações e a diminuição dos excedentes de produto não exportado, que haviam pressionado os preços nos meses anteriores.

O movimento de ajuste na oferta foi decisivo para sustentar as cotações. Os alojamentos de agosto registraram a primeira queda em 14 meses na comparação anual, reduzindo a disponibilidade interna e ajudando a equilibrar o mercado. Ao mesmo tempo, as exportações voltaram a crescer, com embarques que atingiram o melhor desempenho do ano.

Em setembro, as vendas externas de carne de frango in natura somaram 414,9 mil toneladas, volume praticamente igual ao de setembro de 2024. “Os embarques reagiram bem, superando as dificuldades logísticas e sanitárias enfrentadas em meados do ano, especialmente após o bloqueio temporário de alguns mercados”, observa a consultoria.

O contraste é evidente em relação a junho, quando os embarques haviam caído para 291 mil toneladas em meio aos bloqueios sanitários provocados por focos de gripe aviária. Em setembro, México, Arábia Saudita, Filipinas, Coreia do Sul, Chile e Singapura lideraram as compras brasileiras.

Apesar da reação, o acumulado de 2025 ainda mostra retração de 9,3% frente ao mesmo período do ano anterior. Isso se deve, sobretudo, à manutenção dos embargos da China e da União Europeia, que representam mercados de alto valor agregado. A UE, no entanto, reabriu suas compras em 18 de setembro para todo o país, com exceção do Rio Grande do Sul, cuja retomada deve ocorrer nas próximas semanas. “Já a China realizou missão técnica para inspecionar o sistema de defesa sanitária brasileiro, passo considerado decisivo para o desbloqueio, mas ainda sem data definida”, destaca a consultoria.

A expectativa do Itaú BBA é de que as exportações se mantenham firmes no último trimestre, com possibilidade de melhora adicional a partir da reabertura europeia. “O fluxo de exportação está praticamente restabelecido e tende a se fortalecer, reduzindo excedentes internos e sustentando preços”, avalia.

Mercado interno

No mercado interno, o cenário também é favorável. O consumo de carne de frango costuma aumentar no fim do ano, impulsionado pelas festas e pelo 13º salário. Mesmo com a recente valorização, a carne de frango segue competitiva frente a carne bovina, o que ajuda a manter o produto como uma das principais opções nas gôndolas e nos cardápios das famílias brasileiras.

Custos de produção

Do lado dos custos, o ambiente também é de alívio. A Consultoria Agro do Itaú BBA estima que os custos de produção da avicultura tenham subido apenas 1% em setembro, enquanto o preço médio do frango abatido avançou 5% no mesmo período. Com isso, o spread (diferença entre preço de venda e custo) subiu para 38%, um dos níveis mais confortáveis do ano.

A estabilidade nas matérias-primas reforça o quadro de margens positivas. Milho e soja, principais componentes da ração, não indicam pressões relevantes neste momento. “A demanda segue firme, mas os estoques de passagem de milho devem superar as expectativas, refletindo a baixa competitividade das exportações e ajudando a conter custos”, explica o Itaú BBA.

Com o clima favorecendo o desenvolvimento da safra de verão e a oferta de carne bovina em ritmo estável, sem excesso de carcaças no mercado, o setor de frango entra no último trimestre com bases sólidas para sustentar o desempenho positivo. “O ambiente de negócios da avicultura é hoje um dos mais equilibrados do complexo de proteínas”, ressalta a Consultoria Agro do Itaú BBA. “A combinação entre menor oferta, boa competitividade no mercado doméstico e retomada gradual das exportações deve garantir preços firmes e margens favoráveis até o final do ano.”

A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.

Fonte: O Presente Rural
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