Avicultura
Carne de frango: Exportações chegam a 4,1 milhões de toneladas em 2014
Levantamentos feitos pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que as exportações brasileiras de carne de frango (considerando frango inteiro, corte, industrializados, carnes salgadas e enchidos de carne) totalizaram, nos doze meses do ano passado, 4,1 milhões de toneladas, resultado 3% superior ao registrado em 2013, com 3,979 milhões de toneladas. O saldo é recorde, conforme os levantamentos da entidade sobre os números das mais de 50 empresas exportadoras de carne de frango do Brasil, de pequeno, médio e grande portes.
Em receita cambial, houve ligeira queda de 0,2% no acumulado de 2014, atingindo US$ 8,08 bilhões contra US$ 8,09 bilhões do ano anterior. Convertido em reais, entretanto, o saldo é bastante positivo: elevação de 9%, com total de R$ 19 bilhões outro recorde histórico do setor.
Dentre os produtos exportados, os cortes mantiveram-se como grande destaque do ano passado, com 2,219 milhões de toneladas, volume 7,3% superior ao registrado em 2013. No segundo lugar, os embarques de frango inteiro atingiram 1,430 milhão de toneladas, desempenho 3,7% inferior ao atingido no ano anterior. De carnes salgadas foram exportadas 188,7 mil toneladas (+5,8%) e de industrializados, 157,7 mil toneladas (-1,9%). Finalmente, de enchidos o volume total embarcado chegou a 104,4 mil toneladas (+18,9%).
De acordo com o presidente-executivo da entidade, Francisco Turra, a criação da ABPA e a unificação dos setores de aves e suínos permitiram acessar os dados relativos aos embarques de enchidos no levantamento estatístico das exportações de frangos.
Esta categoria passou a ser computada em um momento em que o setor mantém um bom desempenho no cenário internacional. O saldo de 2014 consolida a recuperação dos exportadores frente às crises internacionais e prepara terreno para que os exportadores de frango conquistem novos mercados em 2015, destaca Turra.
Na avaliação das exportações por destino excluídos números referentes a enchidos o Oriente Médio segue como maior importador da carne de frango brasileira, responsável por embarques de 1,372 milhão de toneladas, volume 5,2% inferior em relação ao ano anterior. Em seguida veio a Ásia, com 1,181 milhão de toneladas (+5,7%). Em terceiro lugar, a África importou 516,3 mil toneladas no período (-1,7%). Já para a União Europeia (4° maior mercado) foram embarcadas 413,9 mil toneladas (-2,2%). No quinto posto, os países das Américas importaram 344,3 mil toneladas (+22,4%). Os países da Europa extra-União Europeia, com 163,7 mil toneladas (+73,1%) e da Oceania, com 2,2 mil toneladas (+25,1%) completam a lista.
A Rússia foi um dos principais destaques do ano (especialmente no segundo semestre), com aumento de 164,2% em relação ao ano passado chegando a 124,9 mil toneladas. Também houve crescimento expressivo nos embarques para mercados como Venezuela (de 24,6%, com 202,6 mil toneladas), Angola (de 20,8%, com 102,9 mil toneladas) e Emirados Árabes Unidos (de 4,9%, com 257 mil toneladas).
Além destes, de acordo com o vice-presidente de aves da ABPA, Ricardo Santin, o mercado chinês se consolidou como um dos maiores parceiros comerciais dos exportadores de frangos do Brasil. As cinco plantas habilitadas em 2014 foram determinantes para o saldo de 227,5 mil toneladas no ano, com quase 20% de crescimento, salientou.
Para 2015 Pelas projeções da ABPA, existe a expectativa de crescimento de 3% em volume nas exportações brasileiras de carne de frango em 2015. Além da retomada dos níveis dos embarques para a Rússia, temos em vista a habilitação de oito novas plantas para exportações de carne de frango à China. Essas plantas já foram aprovadas e apenas aguardam que a autorização para exportar seja oficializada, pontua o presidente da ABPA, Francisco Turra.
Outros mercados também estão no radar da ABPA para a expansão dos níveis dos embarques no próximo ano. As exportações para o México demonstraram tendência de incremento dos níveis dos embarques. Ainda temos expectativa sobre a abertura de mercado no Camboja e a finalização dos trâmites para realização de embarques rumo ao Paquistão, que é um dos grandes potenciais mercados para o frango halal brasileiro, ressalta Ricardo Santin.
Embora com pequenas possibilidades de influenciar o desempenho das exportações, grandes mercados como Indonésia e Índia estarão na pauta de trabalhos da ABPA deste ano. Quanto à Indonésia, continuaremos a apoiar o governo brasileiro na instalação de painel junto à Organização Mundial do Comércio, em face das barreiras não justificadas impostas à carne de frango produzida no Brasil. Já na Índia, intensificaremos as negociações para reduzir as barreiras tarifárias e o sistema de licenças de importação que dificultam os embarques, completa Santin.
Fonte: Ass. Impr. da ABPA
Avicultura
Brasil abre mercado em Moçambique para exportação de material genético avícola
Acordo sanitário autoriza envio de ovos férteis e pintos de um dia, fortalece a presença do agronegócio brasileiro na África e amplia para 521 as oportunidades comerciais desde 2023.

O governo brasileiro concluiu negociação sanitária com Moçambique, que resultou na autorização de exportações brasileiras de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia) àquele país.
Além de contribuir para a melhoria de qualidade do plantel moçambicano, esta abertura de mercado promove a diversificação das parcerias do Brasil e a expansão do agronegócio brasileiro na África, ao oferecer oportunidades futuras para os produtores nacionais, em vista do grande potencial do continente africano em termos de crescimento econômico e demográfico.
Com cerca de 33 milhões de habitantes, Moçambique importou mais de US$ 24 milhões em produtos agropecuários do Brasil entre janeiro e novembro de 2025, com destaque para proteína animal.
Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 521 novas oportunidades de comércio, em 81 destinos, desde o início de 2023.
Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
