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Carlos Cogo traça panorama do agro brasileiro e global em palestra com participação maciça de cooperados do Sicredi Aliança PR/SP
Economista destacou os efeitos na economia global decorrentes do conflito no Leste Europeu, tendências, desafios impostos pelas mudanças climáticas e os problemas logísticos que o setor enfrenta.
Na noite de quinta-feira (03), o auditório Ecos da Liberdade, em Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, foi palco de uma rica discussão sobre os desafios e perspectivas do agronegócio no Brasil e no mundo. O evento, organizado pela Sicredi Aliança PR/SP, contou com a participação maciça de seus cooperados.
O economista Carlos Cogo, conhecido por ser um dos mais influentes do Brasil, foi o responsável pela apresentação, aprofundando o entendimento dos presentes sobre a situação atual do agronegócio em diferentes escalas: local, regional, nacional e global.
A apresentação de Cogo abordou um amplo panorama do agronegócio brasileiro, destacando os efeitos na economia global decorrentes do conflito no Leste Europeu. Além disso, ele tratou de tendências, dos desafios impostos pelas mudanças climáticas, com os impactos do La Niña e do El Niño – que tem provocado períodos de chuva ou de estiagem, e dos problemas logísticos que o setor enfrenta. Não deixou de citar, ainda, as oportunidades que surgem no mercado global para o agro brasileiro. “Temos muitos desafios internos, são vários pontos de armazenagem, deficiência com conexão de internet, maquinários agrícolas sucateados, dentre tantos outros, que devem ser trabalhados, porque uma vez que não seja dado a devida importância a eles podem vir a ser um obstáculo para o crescimento do agro brasileiro em um curto espaço de tempo”, enfatizou.
A palestra também enfatizou o papel crucial do Brasil como o maior fornecedor mundial de alimentos, destacando a capacidade de expansão ainda existente, que pode ser explorada de maneira sustentável. O evento se insere na estratégia da Sicredi Aliança PR/SP de fortalecer o conhecimento de seus cooperados sobre o cenário atual e futuro do agronegócio.
Fernando Fenner, presidente da Sicredi Aliança PR/SP, enaltece a trajetória da cooperativa que nasceu do agronegócio e, desde 2007, tornou-se uma cooperativa de livre admissão. Ao longo de seus 21 anos de existência, o Sicredi desenvolveu-se ao setor agropecuário, um segmento robusto que impulsiona a economia brasileira. Em tempos de desafios sanitários, como a crise de 2008 e a pandemia de Covid-19, o agronegócio mostrou-se fundamental para manter o país em movimento.
A essência do cooperativismo é valorizada pela instituição, e reunir os produtores associados mantém a conexão com os ideais dos fundadores do Sicredi. “Trazer o Carlos Cogo para falar em um evento em que atualiza o panorama do agro brasileiro, traz uma abordagem sobre o mercado global e que aborda como desastres como o que ocorreu na C.Vale abala o mercado e quais outros incidentes que muitas vezes nem acontecem no nosso pátio mas que também influenciam no preço de insumos ou a vida do produtor, então o Carlos trouxe esse olhar, como que o mundo está enxergando o agronegócio e como está percebendo o Brasil neste contexto internacional”, declarou Fenner.
Com essa visão, o Sicredi Aliança PR/SP busca orientar seus associados a tomar decisões de investimento certas, considerando o contexto internacional e as movimentações do mercado consumidor. “A compreensão das dinâmicas internacionais auxilia os cooperados a escolherem o momento adequado para investir em suas atividades, garantindo a melhor eficiência e produtividade”, pontua.
A Sicredi Aliança PR/SP, sob a liderança de Fernando Fenner, continua firme em sua missão de apoiar e apoiar o agronegócio brasileiro, confiante para o desenvolvimento econômico do país e o bem-estar dos seus associados e produtores. A parceria entre a cooperativa e seus membros é fundamental para enfrentar os desafios do setor e trilhar um caminho de sucesso e segurança para todos.
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Agro brasileiro conquista quatro novos mercados na China
Ministro da Agricultura destaca potencial de comércio de US$ 450 milhões por ano.
Principal parceiro comercial do Brasil, a China abriu quatro mercados para produtos da agropecuária brasileira em acordos firmados por ocasião do encontro bilateral entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping na última quarta-feira (20), em Brasília. Com isso, o Brasil registra a conquista de 281 mercados agropecuários desde o início de 2023.
São quatro protocolos firmados entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a Administração Geral de Aduana da China (GACC) que estabelecem os requisitos fitossanitários e sanitários para a exportação dos produtos.
Em uma pauta diversificada, que beneficia produtores de diferentes regiões do Brasil, uvas frescas, gergelim, sorgo e farinha de peixe, óleo de peixe e outras proteínas e gorduras derivadas de pescado para alimentação animal poderão ser comercializados na China.
O anúncio foi feito pelo presidente Lula em declaração à imprensa após a reunião ampliada com o presidente chinês, no Palácio do Alvorada.
“O agronegócio continua a garantir a segurança alimentar chinesa. O Brasil é, desde 2017, o maior fornecedor de alimentos da China”, ressaltou o presidente Lula.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou das cerimônias por ocasião da visita oficial e destacou a importância da retomada da boa relação diplomática entre Brasil e China, que completou 50 anos neste ano de 2024.
“O Brasil já se mostrou um país confiável na posição de maior fornecedor de alimentos e energia renovável e podemos continuar ampliando cada vez mais as parcerias, pois temos gente vocacionada, tecnologia e condições de intensificar nossa produção com sustentabilidade”, destacou o ministro Carlos Fávaro.
Considerando a demanda chinesa dos produtos frutos dos protocolos assinados ao longo de 2023 e a participação brasileira nesses mercados, o potencial comercial é de cerca de US$ 450 milhões por ano, conforme estimativa da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa.
“Mas se levarmos em conta outras variantes de mercado e o potencial brasileiro, podemos comercializar muito mais, ultrapassando a cifra de US$ 500 milhões por ano. Nestes 4 produtos a China importa quase US$ 7 bilhões e o Brasil vem se consolidando cada vez mais como um parceiro estratégico, confiável e seguro para a China”, explicou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luis Rua.
Maior importadora de gergelim do mundo, com participação de 36,2% nas importações globais do produto, a China desembolsou US$ 1,53 bilhão em 2023 na compra deste produto. Já o Brasil, que ocupou a sétima colocação nas exportações, representando 5,31% do comércio mundial, vem aumentando sua área de plantio do pulse.
Da mesma forma, o país asiático é o principal importador da farinha de pescado (US$ 2,9 bilhões em importações em 2023). O Brasil registrou participação de 0,79% das exportações mundiais no ano passado.
No sorgo, a participação brasileira é de 0,29% no mercado mundial. A China importou US$ 1,83 bilhão deste produto no ano passado, sendo a maior parte dos Estados Unidos.
Após crescimento exponencial e recorde de exportações de uvas frescas, o produto brasileiro chega aos consumidores chineses com registro de 2% no comércio mundial desta fruta. A China é um grande consumidor de uvas premium e importou mais de US$ 480 milhões deste produto no ano passado.
No caso das uvas frescas de mesa, deverão ser exportadas frutas majoritariamente dos estados de Pernambuco e da Bahia. Pomares, casas de embalagem e instalações de tratamento a frio devem cumprir boas práticas agrícolas e ser registrados no Mapa.
Já as empresas exportadoras de farinha de peixe, óleo de peixe e outras proteínas e gorduras derivadas de pescado para alimentação animal devem implementar o sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) ou sistema de gerenciamento com base nos princípios da APPCC; estabelecer e executar um sistema para garantir o recall e a rastreabilidade dos produtos; ser aprovadas pelo lado brasileiro e registradas pelo lado chinês. O registro será válido por 5 anos.
As matérias-primas devem ser provenientes de pescado (exceto mamíferos marinhos) capturados na zona marítima doméstica ou em mar aberto e da criação de pescado em cativeiro, ou de subprodutos de pescado provenientes de estabelecimentos que manuseiam pescado para consumo humano.
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GTFoods prevê crescimento de 10% nas exportações de frango e Conab tem projeções otimistas para 2025
Passando de 25% do total de exportações em 2024 para 35% para o próximo ano, a empresa investe em mercados estratégicos e segue fortalecendo a presença internacional.
A GTFoods, uma das principais indústrias brasileiras no setor avícola, projeta um crescimento expressivo nas exportações de carne de frango para 2025, embasada em previsões otimistas divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A estatal prevê que a produção nacional de carne de frango aumente 1,7% em 2024, atingindo 15,2 milhões de toneladas, e cresça mais 2,1% em 2025, alcançando 15,5 milhões de toneladas. Além disso, as exportações brasileiras de carne de frango devem avançar 1,9% em ambos os anos, totalizando 5,1 milhões de toneladas em 2024 e 5,2 milhões de toneladas em 2025.
Com uma meta de crescimento de exportação de 10%, passando de 25% do total de exportações em 2024 para 35% para o próximo ano, a GTFoods se prepara para reforçar sua presença em mercados estratégicos, como China, Europa, México, Oriente Médio e África do Sul. “Essas projeções refletem o potencial de crescimento e a vantagem competitiva do Brasil no mercado global. Com estoques bem ajustados e um câmbio favorável, estamos prontos para expandir nossas operações e aproveitar essas oportunidades”, afirma Rafael Tortola, CEO da GTFoods.
Para sustentar seu crescimento e fortalecer a competitividade, a GTFoods investe continuamente em certificações e melhorias na qualidade dos processos, com um portfólio de cerca de 30 produtos voltados para exportação.
“Nosso compromisso com a inovação e a segurança alimentar garante o atendimento aos mais altos padrões de qualidade, o que nos torna um parceiro confiável para o mercado global”, destaca Kendi Okumura, gerente de exportação.
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BRF adquire planta de processados na China para expandir atuação na Ásia
Investimento de cerca de R$ 460 milhões marca o início de operações industriais da empresa no mercado chinês, onde já está presente comercialmente.
A BRF, uma das maiores empresas de alimentos do mundo e detentora das marcas Sadia, Perdigão e Qualy, anuncia a aquisição de uma moderna fábrica de processados na província de Henan, China. A transação marca um passo significativo para a Companhia que passa a contar com uma operação industrial no mercado chinês, onde já comercializa proteína animal. Construída em 2013, a planta possui duas linhas de processamento de alimentos, com capacidade atual de cerca de 30 mil toneladas por ano e potencial para expansão. Serão investidos cerca de R$ 460 milhões ou 580 RMB, sendo R$ 250 milhões ou 310 RMB na aquisição e o restante em capex para adequações e para expansão de duas linhas de hamburguer. Os investimentos devem gerar cerca de 850 novos empregos e capacidade adicional de cerca de 30 mil toneladas por ano, dobrando a capacidade da fábrica para cerca de 60 mil toneladas por ano. A previsão é que a nova unidade produtiva esteja operando sob a gestão da BRF ainda no primeiro trimestre de 2025.
A aquisição do ativo está alinhada à estratégia de ampliar a presença global da companhia por meio da diversificação do seu footprint e fortalece a competitividade da BRF, com o avanço na oferta de produtos de valor agregado. A unidade produtiva possui uma linha de alimentos processados que permitirá à empresa responder de maneira mais eficaz às demandas regionais. Além disso, o acesso direto ao mercado chinês, um dos maiores mercados consumidores de proteínas do mundo.
O investimento representa uma oportunidade significativa para expandir a base de clientes e impulsionar as vendas da Companhia. A decisão também potencializa o uso da matéria-prima brasileira, valorizando recursos locais e fortalecendo cadeias de valor sustentáveis e de alta qualidade.
A criação de um hub de exportação na nova localização abre oportunidades para atender mercados internacionais de forma mais eficiente, otimizando a logística e facilitando a distribuição para outros países. A plataforma comercial da BRF, incluindo clientes e escritórios comerciais estrategicamente localizados, será um diferencial importante nesse processo. As marcas da BRF, com destaque para a marca global Sadia, e os produtos da empresa estarão presentes em diversos canais, incluindo varejo e food service, incluindo grandes redes de contas globais. A possibilidade de explorar ainda mais o segmento de food service é uma oportunidade significativa, especialmente em um mercado em crescimento como o chinês, que é um dos mais relevantes, junto com o Oriente Médio e o Norte da África.
A fábrica está localizada em Henan, província no Vale do Rio Amarelo, na região central da China, conhecida como o lugar de origem da civilização chinesa. Trata-se da terceira área mais populosas da China, com cerca de 100 milhões de habitantes. A região é um ponto estratégico de acesso a um mercado de grande potencial. A matéria-prima utilizada na fábrica poderá ter origem tanto na própria China, quanto nas operações da BRF e Marfrig, valorizando recursos locais e fortalecendo cadeias de valor sustentáveis. As fábricas da BRF e Marfrig no Brasil, Argentina e Uruguai estão habilitadas para o envio de matéria-prima, garantindo um fornecimento contínuo e de alta qualidade.
Potencial
Henan, uma das províncias mais populosas e a quinta maior economia da China, destaca-se como um eixo estratégico de logística. Com 99,4 milhões de habitantes, a província é essencial para o transporte de mercadorias, conectando as regiões norte e sul do país por meio de uma infraestrutura robusta e bem distribuída. Localizada no centro da China, Henan abriga 266 mil km de rodovias, dos quais 7 mil km são rodovias expressas, além de 6.500 km de ferrovias e 1.400 km de ferrovias de alta velocidade. Seus dois aeroportos internacionais reforçam o papel da província como um importante centro logístico.