Notícias
Caravana Embrapa FertBrasil estará no Tocantins em junho
O tema central será o uso de fertilizantes, um dos insumos que mais pesam nos custos de produção de grãos.

Depois de passar por dezenas de municípios brasileiros, a Caravana Embrapa FertBrasil chega ao Tocantins. A capital Palmas e o município de Pedro Afonso, um dos mais importantes para a agropecuária tocantinense, foram os locais escolhidos para receber as discussões nos dias 13 e 14 de junho. A ideia é levar, sobretudo a produtores rurais e a técnicos, informações técnicas atualizadas sobre fertilizantes e sobre como utilizá-los de maneira mais econômica e eficiente.
Sergio Abud trabalha com transferência de tecnologia na Embrapa Cerrados (Planaltina-DF) e é um dos coordenadores da caravana. Segundo ele, “um dos objetivos é percorrer as diversas áreas produtoras no Brasil, considerando as características de cada região (com os solos do Matopiba, do Sul do Brasil e também da região Central do país) e buscando levar informações para os produtores para que eles possam ser mais eficientes no uso dos fertilizantes”.
Como consequência, continua, “amenizar o impacto que esses fertilizantes têm no custo de produção. Tudo isso porque as diversas áreas produtoras do Brasil têm características distintas, não só de solo, como de sistemas de cultivo e de sistemas de produção com culturas diferentes”. A diversidade de conteúdos que os profissionais da Embrapa estão compartilhando durante a caravana leva em conta as especificidades de cada local por onde passam.
Inscrições
A participação na caravana é gratuita. Os públicos prioritários são produtores rurais e técnicos que atuam no Tocantins. Para inscrição no evento de Palmas, marcado para o auditório da Embrapa, acesse embrapa.br/caravana-fertbrasil/palmas. Já para inscrição no evento de Pedro Afonso, que será no auditório da Cooperativa Agroindustrial do Tocantins (Coapa), o link é o embrapa.br/caravana-fertbrasil/pedro-afonso.
A caravana já percorreu municípios de quatro das cinco regiões do país: começou pelo Centro-Oeste em maio de 2022, passou pelo Sudeste e pelo Sul e, neste ano, chegou ao Norte e ainda marcará presença no Nordeste brasileiro. De acordo com Sergio Abud, os participantes “têm demonstrado grande interesse pelas informações, até mesmo porque os pesquisadores e os especialistas selecionaram conteúdos de forma bem aplicada, que o produtor pode usar no seu dia a dia, tirando as principais dúvidas em relação às especificações de cada um dos cinco módulos”.
O conteúdo técnico da caravana é dividido em cinco módulos: 1) ferramentas para o planejamento agrícola: onde e quando plantar?; 2) boas práticas para o uso eficiente de fertilizantes; 3) novas tecnologias para suprimento eficiente de nutrientes às plantas; 4) uso de tecnologias digitais e sistemas de informação para manejo sustentável da agropecuária; e 5) tecnologias e práticas de manejo de plantas para sustentabilidade agroambiental. Os palestrantes são pesquisadores de diferentes Unidades da Embrapa e a moderação das discussões caberá a Sergio Abud.
Contexto
O Brasil atualmente consome cerca de 8,5% dos fertilizantes de todo o mundo, ocupando a quarta posição. China, Índia e Estados Unidos aparecem no topo da lista de consumo. Esses países são grandes produtores mundiais de fertilizantes, à exceção do Brasil, que importou em 2021 cerca de 89% das 43 milhões de toneladas consumidas na produção agrícola.
No país, as culturas de soja, milho e cana-de-açúcar respondem por mais de 73% do consumo de fertilizantes. A Rússia é responsável por fornecer 25% dos fertilizantes para o Brasil. Junto com a Bielorrússia, chega a fornecer mais de 50% do potássio consumido pelo agricultor brasileiro anualmente.
A caravana pode ser vista como uma etapa de conscientização e de sensibilização sobre a necessidade de eficiência no uso de fertilizantes e também sobre o manejo e a conservação de solo e água na atividade rural. Todos esses itens colaboram para uma agropecuária com maior sustentabilidade nos três tradicionais pilares: ambiental; econômico; e social.
Como resultados do trabalho que está sendo desenvolvido por meio da Caravana Embrapa FertBrasil, Sergio Abud espera “que o Brasil consiga ter uma grande economia na importação devido ao uso mais eficiente desses fertilizantes, que pode proporcionar até 20% de economia no gasto com esse insumo nas lavouras”. E acrescenta “uma melhoria também na produtividade, evitando as perdas por estresse e por outras causas ligadas ao manejo do solo”.
A Caravana Embrapa FertBrasil é uma ação realizada pelo Governo Federal, por meio da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, do Ministério da Agricultura e Pecuária, da Embrapa e da Rede FertBrasil. Conta com o patrocínio da Rede ILPF, Bayer Climate Field View, Bioma, Fertisystem, Arko, Polli Fertilizantes e apoio do Banco do Brasil, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Sistema OCB e Sinprifert, além dos correalizadores regionais NOOA e Coapa.

Notícias
Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
Notícias
Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
Notícias
Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



