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Captação nacional cai 5,05% em 2022, com queda nas margens da atividade durante o ano

Brasil registrou 23,8 bilhões de litros captados no ano passado contra 25,1 bilhões em 2021, configurando desta forma o segundo ano consecutivo de redução na quantidade de leite adquirido, além do menor volume dos últimos seis anos.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A produção leiteira é uma atividade agropecuária de longo prazo, visto que os investimentos para a instalação ou expansão da produção são altos, e os resultados desses aportes tendem a retornar em ritmo mais gradativo. Em contrapartida, o desinvestimento ou a saída da atividade muitas vezes ocorre de forma um pouco mais rápida, seja pela boa liquidez dos rebanhos ou mesmo pela possibilidade de alteração na dieta das vacas em momentos adversos de clima, ou principalmente de custos elevados, como ocorrido nos últimos anos na pecuária leiteira do Brasil.

Dados da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE de 2022 mostram retração de 5,05% na captação do leite no país em relação ao volume total de 2021. O Brasil registra assim o montante de 23,8 bilhões de litros captados em 2022, contra 25,1 bilhões em 2021, configurando o segundo ano consecutivo de redução na quantidade de leite adquirido, além do menor volume dos últimos seis anos. Quando analisado o Estado de Minas Gerais – que, além de ser o principal produtor nacional, possui distintas realidades de produção leiteira –, observa-se queda de 5,9% na captação, resultado acima do nacional.

Foto: JM Alvarenga

Em consequência dessa restrição da oferta no campo, o leite UHT em 2022 apresentou preços recordes. Conforme apontado em pesquisa do Cepea, o produto atingiu R$ 6,50/litro no atacado paulista em julho do ano passado. No ano, no Estado de São Paulo, houve retração de 6,36% na captação. Com a mesma intensidade, o preço pago ao produtor chegou a R$ 3,57/litro (média Brasil), sendo outro recorde histórico da série do Cepea.

Além do clima adverso em algumas regiões, os custos de produção e as margens estreitas da atividade influenciaram a redução na oferta do leite. Os dados do Projeto Campo Futuro (parceria entre a CNA e o Cepea) mostram significativo aumento de 50% no Custo Operacional Efetivo (COE) no acumulado de janeiro de 2020 a fevereiro de 2023 para a “Média Brasil” nos Estados de Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, São Paulo e Bahia.

Em 2022, houve certa estabilidade dos custos mesmo diante do cenário de inflação global, com alta de 2,5%, sendo um panorama mais positivo frente aos anos anteriores 0 o COE subiu 18,7% em 2021 e 23,4% em 2020. Ressalta- -se, entretanto, que os custos e os preços dos insumos continuam historicamente elevados, pressionando, assim, as margens da atividade.

E o principal fator que elevou os custos nos últimos anos foi a valorização da dieta total, seja para adquirir as rações concentradas, ou para produzir o volumoso na propriedade. Em 2021, em um espaço de tempo relativamente curto, os produtores se viram diante de uma nova realidade de preços dos insumos, acompanhada por períodos de significativa perda no seu poder de compra.

Nota-se que a relação de troca do leite com o concentrado com 18% de proteína bruta (40 kg/saca) – para Minas Gerais –, especialmente ao longo dos seis últimos trimestres, esteve em patamares historicamente elevados, sendo necessários praticamente um litro de leite, ou até mais, para adquirir um quilo da ração. Dentro de uma década, essa relação nunca permaneceu por tanto tempo em um patamar tão desfavorável ao produtor como nos últimos anos (Gráfico 1). Além disso, essa relação só foi mais favorável, ou abaixo da média histórica, para os meses quando o preço do leite foi negociado acima dos R$ 3/litro.

Quando analisada a relação de troca dos fertilizantes utilizados na produção da silagem de milho, nota-se também quão desfavorável foi o cenário ao produtor na safra passada, quando foram necessários 2,38 mil litros em média para adquirir uma tonelada de ureia.

Na safra de 2021, essa média havia sido de 1,13 mil litros, ou seja, aumento de 110% na relação de troca em 2022. Para o KCL – fertilizante cujas as cotações globais foram impactadas pela conjuntura do conflito entre Rússia e Ucrânia –, eram necessários 1,23 mil litros de leite para a aquisição de uma tonelada do fertilizante na safra de 2021, subindo para 2,6 mil litros em 2022, aumento de expressivos 115%.

Em relação às margens brutas da atividade, os dados da “Média Brasil” do Projeto Campo Futuro mostram redução, na ordem de 8,8% em 2022 na comparação com 2021. Quando analisadas as margens brutas médias estaduais por litro de leite para os principais estados produtores, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, foi vista redução próxima de 30% em 2022 em comparação com o ano anterior. Para o primeiro bimestre de 2023, as margens da atividade continuam próximas das observadas nos últimos meses de 2022, com o COE do leite sendo equivalente a mais de 80% da receita obtida, nos dados médios para Minas Gerais (Gráfico 2). Portanto, destaca-se que as margens ao produtor continuam estreitas.

Se as projeções para segunda safra se confirmarem positivas, a tendência é de que os preços das rações estejam um pouco menos pressionados no mercado interno, embora a demanda internacional possa modificar pontualmente as cotações.

Os custos de produção e, consequentemente, as margens da atividade são particulares de cada propriedade, assim como as necessidades de caixa de cada produtor.

Os painéis de custo de produção do Campo Futuro realizados nos últimos dois anos mostram que os produtores de importantes bacias leiteiras – como os do Oeste do Paraná, do Oeste de Santa Catarina, do Sul de Minas Gerais e do Alto Paranaíba (MG) – realizaram grandes investimentos nas estruturas de galpões. Sendo assim, parte de suas margens, já reduzidas nos últimos anos, continuaram comprometidas com o pagamento de parcelas do financiamento desses investimentos em infraestrutura.

Além da questão financeira, o processo de adequações ao novo sistema de produção torna o aumento de produtividade gradativo. Com isso, nos primeiros anos de confinamento, as vacas ainda em adaptação não conseguem expressar todo o seu potencial. Sendo assim, este é um período em que naturalmente as margens são reduzidas, devido ao aumento dos custos do sistema mais intensivo, e o retorno produtivo fica ainda abaixo do esperado. Como agravante, algumas localidades da região Sul do Brasil foram afetadas pelo clima na safra atual 22/23 e devem enfrentar um ano de custos maiores, tendo em vista as reduções da quantidade e da qualidade da silagem ofertada aos animais.

Diante da oferta já limitada, 2023 teve um início atípico, com alta nos preços. Portanto, a competição entre laticínios por fornecedores deve se manter firme nestes primeiros trimestres. Os agentes de mercado acreditam que 2023 será um ano de preços menos voláteis no campo, fundamentados nas menores oscilações nos mercados de insumos.

No entanto, tudo irá depender da capacidade da produção em manter os seus investimentos no campo, do comportamento do mercado consumidor e também das importações. O mercado apresenta preocupações, uma vez que a demanda na ponta final da cadeia segue fragilizada, e o cenário macroeconômico ainda está pouco definido.

Fonte: Assessoria Cepea

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Santa Catarina bate recorde no Valor da Produção Agropecuária em 2023, com destaque para a produção animal

Pecuária de leite, suínos, frango e bovinos de corte representaram 52,6% da composição do VPA catarinense.

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Suínos para abate respondem por 20,2% da composição do VPA em 2023 - Fotos: Divulgação/Cidasc

O Valor da Produção Agropecuária (VPA) de Santa Catarina em 2023 alcançou o recorde de R$64,3 bilhões, representando um crescimento nominal de 6,6% sobre o VPA de 2022, que era o recorde anterior. A produção animal – leite, suínos, frango e bovinos de corte – representaram 52,6% da composição do VPA. Esses e outros dados integram a 44ª edição da Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina, lançada pela Epagri nesta semana.

A publicação é coordenada pelo analista de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri/Cepa, Tabajara Marcondes. Ele explica que o cálculo do VPA de 2023 considerou os 62 produtos de maior valor de produção no Estado. São os da produção animal (pecuária e aquicultura), os da produção das lavouras (grãos, outras lavouras temporárias, hortaliças e lavouras permanentes) e os da produção da silvicultura e extração vegetal.

Tabajara revela que, em termos de composição do VPA, os destaque são: suínos para abate, 20,2%; frangos para abate, 16,4%; leite, 12,3%; e soja, 10,9%. “Dos demais produtos, apenas o tabaco (5,6%)  e o milho-grão (5,2%)  tiveram participação superior a 5% no VPA estadual de 2023”, diz o analista.

A publicação traz também dados das exportações do agronegócio catarinense, análises sobre o crédito rural e sobre o desempenho das principais atividades agrícolas e pecuárias desenvolvidas no Estado.

Agro responde por 64,7%  das exportações
No caso do mercado internacional, a análise mostra que em 2023 o agronegócio alcançou o segundo melhor desempenho da história. O valor exportado, de US$7,49 bilhões, é superado apenas pelos US$7,74 bilhões de 2022. Com isso, o agro respondeu por 64,7% dos US$11,58 bilhões gerados pelas exportações totais de Santa Catarina. O setor também foi responsável por 4,5% dos US$165,45 bilhões exportados pelo agro brasileiro.

Os maiores valores exportados foram de carnes de frango e derivados; carnes de suínos e derivados; madeira e obras de madeira; produtos do complexo soja e de papel e celulose, que representaram 83,4% dos US$7,49 bilhões exportados pelo agro catarinense.

Aplicação do Pronaf na pecuária
Para a safra 2023/24 (julho/23 a junho/24), houve aumento do crédito disponibilizado aos agricultores catarinenses: R$364,22 bilhões para os enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e demais produtores, e R$71,60 bilhões para a agricultura familiar. “Esses valores significam aumentos nominais de 27% e 34% sobre os disponibilizados na safra 2022/23”, salienta Tabajara.

Em 2023 Santa Catarina respondeu por 5,1% do valor do crédito aplicado no Brasil e foi o estado que mais aplicou recursos do Pronaf em pecuária. O número de contratos de crédito em 2023 foi 6,6% maior do que em 2022. Em valores aplicados, a indexação pelo IGP-DI mostra que os R$20,369 bilhões de 2023 são 17,2% maiores do que os R$17,387 bilhões de 2022.

Dados auxiliam nas políticas públicas
O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto, participou do evento e destaca a importância da publicação. “O olhar analítico sobre o desempenho da agricultura é  fundamental para balizar as políticas públicas que chegam ao campo. Os dados mostram a diversidade da nossa produção, nos auxiliando no planejamento dos programas e projetos para atender as reais necessidades dos agricultores”, diz ele.

O presidente da Epagri, Dirceu Leite, comenta que a Síntese começou a ser publicada em 1976 e se caracteriza como  uma das publicações mais longevas em sua categoria. “Esta publicação anual sintetiza o esforço da pesquisa socioeconômica da Epagri em organizar, analisar e disponibilizar dados estruturados para o agronegócio catarinense. São informações confiáveis que auxiliam o segmento do agro na tomada de decisões”, frisa Dirceu.

A gerente da Epagri Cepa, Edilente Steinwandter,  destaca a inovação nesta 44ª edição Síntese.  “O documento traz novos recursos interativos no arquivo digital, permitindo uma leitura rápida, dinâmica e interativa. Com a inclusão de links e botões de acesso em cada uma das seções, os leitores podem facilmente navegar entre as diferentes seções da publiicação”, informa. Ela também agradece a todos que possibilitaram a geração de dados, como as entidades representativas do agro, os parceiros informantes e a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária, por meio de suas empresas vinculadas – Cidasc, Epagri e Ceasa.

Fonte: Assessoria Epagri
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Notícias Impacto das inundações

Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul está com atendimento remoto; sites do governo estão fora do ar

Sistema foi desligado para preservar a infraestrutura instalada e retomar as atividades no menor intervalo de tempo possível. A retirada da maioria dos serviços é temporária.

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Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

Devido a situação das vias de acesso da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) do Rio Grande do Sul, bem como o desligamento da energia elétrica na região, as atividades presenciais estão suspensas na sede da pasta, situada à Avenida Getúlio Vargas, nº 1384, no Bairro Menino Deus, em Porto Alegre (RS). Os servidores estão trabalhando em home office e o atendimento é realizado de forma remota.

A Seapi também comunica que as atividades no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa Animal Desidério Finamor (IPVDF), em Eldorado do Sul, estão suspensas por tempo indeterminado devido o prédio ter sido atingido pela água.

Exames como peste suína clássica, aujeszky, raiva, brucelose, sarna e biocarrapaticidograma não estão sendo realizados no momento.

O Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio, também está com as atividades suspensas, no mínimo até a próxima sexta-feira (10), por conta do alagamento no local.

Canais de contato

Área vegetal

O Departamento de Defesa Vegetal (DDV)  estará atendendo pelo e-mail ddv@agricultura.rs.gov.br ou pelo WhatsApp (51) 98412-9961

Área animal

O Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA) pode ser contatada pelo e-mail ddagr@agricultura.rs.gov.br ou pelo Canal Notifica de WhatsApp (51) 98445-2033 (aceitam apenas mensagens)

Área pesquisa

O Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) atende pelo e-mail gabinete-ddpa@agricultura.rs.gov.br

Área administrativa

O Departamento Administrativo (DA) pode ser contatado pelo e-mail da@agricultura.rs.gov.br.

Área financeira

O Departamento de Finanças e Execução Orçamentária (Defin) atende pelo e-mail gabinete-defin@agricultura.rs.gov.br ou pelo WhatsApp (51) 3288-6312

Sites do governo gaúcho foram desligados para evitar colapso da rede

Sites e serviços online oferecidos pelo governo do Rio Grande do Sul estão fora do ar ou funcionando precariamente, sem atualizações, após a sede do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação (Procergs) ter sido inundada, em Porto Alegre.

No portal do governo estadual, a última notícia foi publicada na segunda-feira (06) às 20h43, antes de o sistema de processamento de dados estaduais ter sido desligado para evitar um colapso da rede. Já no site da Defesa Civil estadual, a última postagem foi um alerta, publicado no dia 05 de maio às 20h32.

No início da tarde desta terça-feira (07), a Secretaria de Educação chegou a publicar uma notícia, pouco após o meio-dia, informando sobre a ativação de canais para o recebimento de doações via Pix, afim de auxiliar as vítimas das enchentes. A publicação anterior foi no dia 04 de maio, às 11h40.

O portal de serviços do estado e os sites de secretarias, como as de Fazenda; de Logística e Transportes; e de Saúde, estão fora do ar.

O desligamento do sistema já havia sido anunciado pelo próprio centro de tecnologia. “Informamos a todos que, apesar de todos os esforços empreendidos ao longo dos últimos dias, e de todas as diversas ações tomadas no sentido de preservar o Data Center da Procergs e do Estado, nas últimas horas a enchente em Porto Alegre tomou proporções inéditas e a água entrou no prédio da companhia em um volume que a empresa não consegue contornar”, diz a nota.

Segundo o Procergs, o desligamento foi a alternativa encontrada para preservar a infraestrutura instalada e retomar as atividades no “menor intervalo de tempo possível”. A retirada da maioria dos serviços é temporária e ainda não há previsão de retomada dos serviços, informou.

Fonte: Assessoria Seapi
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Baixa oferta de qualidade volta a elevar preços do trigo

Com isso muitos vendedores, capitalizados, se mostram resistentes nas negociações envolvendo grandes volumes.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Levantamento do Cepea aponta que a baixa oferta de trigo de qualidade superior tem acirrado a disputa entre compradores por novos lotes, além de elevar os preços internos do cereal.

Com isso, segundo pesquisadores do Cepea, muitos vendedores, capitalizados, se mostram resistentes nas negociações envolvendo grandes volumes.

Neste período de entressafra, esses agentes estão atentos, também, às incertezas em relação à área, ao clima e aos custos externos, ainda conforme pesquisas do Cepea.

No campo, o Deral/Seab indica que alguns produtores do Paraná começaram a semeadura da nova safra, com destaque para os da região norte do estado.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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CBNA – Cong. Tec.

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