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Capal desenvolve projeto ‘Beef on Dairy’ com produção de carne premium

Implantação de genética da raças de corte na pecuária leiteira tem resultados em animais de alta qualidade voltados para produção de carne.

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Foto: Divulgação/Capal

O uso de animais provenientes da pecuária leiteira tem ganhado espaço na produção de carne de alta qualidade, com a inserção de animais de genética melhoradora de cortes cárneos, por meio do cruzamento industrial. Os criadores de gado leiteiro que se encontram próximos à estabilidade de crescimento de rebanho avaliam diversificar a renda com a produção de carne de alta qualidade e construir valor na cadeia, adequando-se ao ESG (ambiental, social e governança).

Foto: Gadolando

Um dos programas mundialmente conhecidos que incentiva os produtores a aproveitarem os bezerros para a produção de gado de corte de elite é o “Beef on Dairy”, um modelo de produção de carne amplamente utilizado em países como Estados Unidos e México, que visa o cruzamento de animais produtores de leite, como as raças Holandesa e Jersey, com animais de elite da raça Angus. Há alguns anos, a Capal Cooperativa Agroindustrial, em parceria com a cooperativa paranaense de carnes CooperAliança, fomenta a proposta e já começa a colher bons resultados.

Os experimentos na Capal começaram com a inseminação de vacas leiteiras das raças Holandesa e Jersey com sêmen de Angus desde então. Após o nascimento, esses animais são criados em sistemas intensivos de produção. Em 2024, os abates evoluíram na CooperAliança, e o resultado superou as expectativas, com carnes apresentando padrões excelentes de deposição de marmoreio e gordura subcutânea.

“Na última Expointer, os resultados obtidos com o projeto foram destaque, principalmente por parte das indústrias e associações de criadores de bovinos de corte, que viram e provaram a qualidade, e passaram a certificar a carne oriunda desses cruzamentos”, explica Dinarte de Almeida Garrett Neto, nutricionista animal de pecuária na Capal. Alguns cooperados Capal que criam bovinos de leite das raças Holandesa e/ou Jersey, entraram no programa com a inserção do Angus e também mais recente com a raça Wagyu, visando melhorar a qualidade genética dos animais na produção de carnes, com a possibilidade de diversificar a renda com a pecuária de corte, além de adequar-se a questões de ESG, e intensificar ganhos genéticos do rebanho leiteiro.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Nico Biesterker, da Fazenda Lagoa Dourada, localizada no município de Arapoti (PR), foi um dos que apostaram no programa “Beef on Dairy”. Há cinco anos, ele adotou a estratégia ao atingir a capacidade máxima do número de animais que desejava em seu plantel. “Não queria mais aumentar a produção de leite, e sim focar no melhoramento genético e na eficiência operacional da fazenda”, relata o cooperado. Com o programa, Nico começou a dar um destino melhor para os animais que não produzem leite na atividade, ampliando a renda da propriedade. Além disso, ele conseguiu controlar melhor o tamanho do rebanho por meio das ferramentas de genoma e sexagem.

O criador entrou no programa, com 100% das vacas em lactação inseminadas com sêmen Angus e Wagyu. “Com isso, evitamos o nascimento de animais leiteiros em excesso e fazemos a reposição apenas com novilhas por meio da sexagem, ou seja, só nascem fêmeas. Para a produção de carne, os animais selecionados frutos da inseminação são direcionados para a pecuária de corte”, observa.

Com dieta e manejo adequados, ele tem colhido resultados promissores em relação à qualidade da carne. O próximo passo, afirma, é reduzir o tempo de abate dos animais. Hoje, ele conta com 380 animais da raça Jersey em lactação. “Ao invés de abater com 18 a 20 meses, o nosso objetivo é reduzir para 15 ou 16 meses. O resultado com o ‘Beef on Dairy’ é impressionante, o animal responde muito bem ao ganho de peso e a qualidade da carne é diferenciada”, comemora.

Dinarte de Almeida Garrett Neto acrescenta que a entrada da Capal no programa “Beef on Dairy” tem como objetivo fomentar uma cadeia produtiva dinâmica, agregando valor aos cooperados. Ele destaca que a responsabilidade no destino de animais da atividade leiteira, agora também voltada para a produção de carne, pode agregar valor ao consumidor de leite. Além disso, outros produtores podem monitorar desafios, como a questão do espaço nas fazendas leiteiras, e iniciar a implementação do programa.

Fonte: Assessoria Capal

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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