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Câmbio alto e menor oferta interna de trigo podem sustentar preços em 2020

Dentre os fatores que influenciam compras externas estão a disponibilidade de produto de qualidade superior no mercado brasileiro e também o preço do cereal

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Luiz Henrique Magnante

Historicamente, o Brasil importa mais da metade do volume de trigo consumido internamente (nos últimos seis anos, essa relação teve média de 55,6%). E dentre os fatores que influenciam essas compras externas estão a disponibilidade de produto de qualidade superior no mercado brasileiro e também o preço do cereal, segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.

Neste caso, o câmbio é o principal fator de impacto sobre as cotações. Tomando-se como base dados da B3 e estimativas do Boletim Focus do Banco Central, o dólar norte-americano pode operar acima de R$ 4,00 nos próximos três anos, o que seria um novo patamar, considerando-se a série nominal do câmbio. Ressalta-se, porém, que, enquanto o dólar elevado aumenta o custo da importação, favorece a receita com as exportações. Segundo pesquisadores do Cepea, a oferta de países vizinhos, especialmente da Argentina, também acaba por influenciar nos preços e na necessidade de compras de países mais distantes.

O ponto importante é que nem sempre uma maior oferta interna limita o volume importado, já que compradores domésticos se atentam aos preços das importações e à qualidade do trigo nacional. Diante da baixa liquidez nas transações internas, o Brasil exportou o equivalente a 13,6% de sua produção interna na média dos últimos seis anos.

Na primeira metade de 2020, a disponibilidade do cereal de PH 78 ou maior no mercado interno é baixa, o que pode elevar o interesse pela importação. Entretanto, o novo governo argentino elevou as tarifas de exportação e também sinaliza novas alterações, o que deve limitar a efetivação de contratos a termo. Além disso, há dúvidas se a nova política irá alterar o interesse de produtores pelo cultivo do cereal.

O Brasil, por sua vez, abriu cota de 750 mil toneladas de importação de trigo por ano com alíquota zero de países de fora do Mercosul, medida que também preocupa produtores da Argentina. Esse acordo, vale lembrar, foi assumido no início de novembro de 2019 por prazo indeterminado. Este volume com alíquota zero representa cerca de 12% das importações médias dos últimos seis anos e 6,6% do consumo interno do Brasil no período. A Conab estima que, entre agosto/19 e julho/2020, as importações totalizem 6,8 milhões de toneladas. Entre agosto e novembro de 2019, as importações somaram 2,68 milhões de toneladas.

No Brasil, a sinalização de preços maiores e o possível atraso na janela ideal para semeio de milho segunda safra nos estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul podem atrair os produtores para o cultivo de trigo em 2020. No Rio Grande do Sul, onde há percentual expressivo das áreas que acabam recebendo apenas culturas de coberturas de solo, também poderá haver maior cultivo de trigo. Se isso acontecer, a oferta doméstica do cereal pode ser maior no último quadrimestre do ano, o que tende a impactar sobre as cotações em todo o segundo semestre deste ano.

Para a região de Cascavel (PR), dados da equipe de custos do Cepea apontam que o custo operacional efetivo (COE) por hectare de milho segunda safra em novembro foi de R$ 2.841,64, enquanto para o trigo foi de R$ 2.018,98/ha. Dada as condições de custos e preço de venda de ambos em novembro, para pagar para o COE, o produtor necessitaria atingir, no mínimo, produtividade de 85 sc/ha no caso do milho e de 60,3 sc/ha no caso do trigo. Porém, as médias de produtividade das últimas cinco safras na região paranaense foi de 92,3 sc/ha para o milho segunda safra e de 42,2 sc/ha para o trigo. Assim, as condições médias ainda parecem mais favoráveis para o milho de segunda safra do que para o trigo.

Internacional

Em termos mundiais, a produção de trigo estimada para a safra 2019/20 pelo USDA é de 765,4 milhões de toneladas, aumento de 4,7% frente ao volume da temporada anterior. As maiores produções na China e na Rússia devem compensar as reduções na Austrália, Argentina e Canadá. Já o consumo mundial de trigo está previsto em 753,8 milhões de toneladas, 2,3% maior em relação a 2018/19. Os estoques mundiais do cereal deverão se elevar em 4,2%, aumentando a relação estoque final/consumo para 38,4%, contra 37,7% na temporada anterior, uma vez que o consumo aumentou em menor proporção em relação à produção. As transações mundiais de trigo deverão ter aumento de 3,2% em comparação com a safra anterior.

Especificamente na Argentina, a produção de 2019/20 deverá ser menor em relação à safra anterior, totalizando 19 milhões de toneladas. O consumo interno daquele país é estimado em seis milhões de toneladas, com possibilidade de exportações de 13 milhões de toneladas entre dezembro/19 e novembro/20, volume 5,7% superior ao da temporada passada.

Nos Estados Unidos, tomando-se como base os valores de dezembro/19, o contrato Dez/20 do trigo duro vermelho negociado em Kansas supera em 15,5% o de Dez/19. Na mesma comparação, na Bolsa de Chicago, o trigo mole vermelho de inverno registra valorização de 4,46%.

Derivados

Boa parte de moinhos se mostra abastecida para o primeiro trimestre de 2020. Agentes consultados pelo Cepea apontam que deverá haver elevação nos preços da farinha e do farelo no início do ano, uma vez que os valores do trigo em grão subiram. No caso do farelo, as valorizações do milho também tendem a sustentar as cotações do derivado.

Fonte: Cepea

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Comércio exterior e logística no setor agropecuário: desafios e oportunidades para o transporte e escoamento

Exportações de soja em outubro, caíram 22,9% em relação ao mês anterior, um reflexo de flutuações no mercado, mas o acumulado de 2024 manteve-se robusto, com 94,2 milhões de toneladas exportadas de janeiro a outubro.

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Fotos: Claudio Neves

O mercado de fretes e a logística de escoamento se destacam como elementos essenciais no atual cenário da agricultura brasileira, especialmente diante do crescimento expressivo da produção de grãos previsto para a safra 2024/25. A estimativa de 322,53 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 8,2% em relação à safra anterior, traz desafios adicionais para a infraestrutura de transporte e os processos logísticos do país. A análise consta na nova edição do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta sexta-feira (22).

A melhoria nas condições climáticas tem favorecido o avanço das semeaduras, com destaque para as culturas de soja e milho, mas, para que a produção chegue ao mercado internacional, é crucial um sistema de escoamento eficiente. Nesse sentido, os portos brasileiros desempenham papel fundamental, especialmente os do Arco Norte, que têm se consolidado como uma via vital para exportação. Em outubro de 2024, os portos do Arco Norte responderam por 35,1% das exportações de grãos, superando a participação de 33,9% registrada no mesmo período de 2023.

Com o aumento da produção de soja e milho, as expectativas de escoamento nos próximos meses apontam para um cenário desafiador, com necessidade de otimizar os fretes para atender ao crescimento das exportações. Em outubro, as exportações de soja caíram 22,9% em relação ao mês anterior, um reflexo de flutuações no mercado, mas o acumulado de 2024 manteve-se robusto, com 94,2 milhões de toneladas exportadas de janeiro a outubro. Já as exportações de milho, que enfrentam uma redução de 34,1% nas estimativas para a safra 2023/24, exigem adaptação no transporte, uma vez que a oferta menor pode reduzir a demanda por fretes no curto prazo, mas com aumento da competição por capacidade logística.

A movimentação de fertilizantes, por sua vez, também demanda atenção na logística. Em outubro de 2024, os portos brasileiros importaram 4,9 milhões de toneladas de fertilizantes, o que representa um incremento de 5,9% em relação ao mês anterior. Este crescimento contínuo na importação exige um cuidado especial no transporte desses insumos, visto que o Brasil é um dos maiores compradores internacionais e uma base importante de consumo de fertilizantes.

Por outro lado, o transporte de cargas no Brasil segue enfrentando desafios estruturais. De acordo com o Boletim da Conab, a ampliação das capacidades de escoamento nos portos, especialmente no Arco Norte, é uma estratégia chave para lidar com o aumento do volume de exportações e garantir que os fretes se mantenham competitivos.

Em suma, a logística no setor agropecuário brasileiro se apresenta como um elo crucial para garantir o sucesso das exportações de grãos. A integração entre os diferentes modais de transporte, o aprimoramento da infraestrutura portuária e a adaptação às demandas de escoamento serão decisivos para que o Brasil continue sendo um dos maiores exportadores de commodities agrícolas do mundo.

Fretes

Em outubro de 2024, os preços do frete apresentaram variações significativas entre os estados brasileiros. Os preços subiram em estados como Bahia, Goiás e Minas Gerais e Distrito Federal, principalmente devido ao aumento na demanda, impulsionado pela exportação de grãos e a importação de fertilizantes. Em Goiás, a melhora nos preços do milho também gerou aumento na demanda por fretes. Já em estados como Paraná, Piauí e São Paulo, os preços ficaram mais baratos, com o Paraná registrando uma redução de 16,67% na região de Cascavel, refletindo a baixa demanda por grãos. No Piauí, a diminuição nas exportações de soja resultou em uma queda de 4,10% no mercado de fretes. Por outro lado, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul apresentaram estabilidade nos preços, com pouca variação nas cotações, devido a um equilíbrio entre a demanda e a oferta de fretes.

O Boletim Logístico da Conab é um periódico mensal que coleta dados em dez estados produtores, com análises dos aspectos logísticos do setor agropecuário, posição das exportações dos produtos agrícolas de expressão no Brasil, análise do fluxo de movimentação de cargas e levantamento das principais rotas utilizadas para escoamento da safra. Confira a edição completa do Boletim Logístico – Novembro/2024, disponível no site da Companhia.

Fonte: Assessoria Conab
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Clima favorável impulsiona cultivos da primeira safra, aponta boletim de monitoramento

Precipitações regulares e bem distribuídas criaram um ambiente propício para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

As condições climáticas favoráveis nas primeiras semanas de novembro impactaram positivamente o cenário agrícola brasileiro. Na região Central do país, precipitações regulares e bem distribuídas criaram um ambiente propício para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.

O Norte-Nordeste experimentou uma expansão das áreas beneficiadas por chuvas, incluindo regiões do Matopiba que anteriormente enfrentavam déficit hídrico. Esse cenário impulsionou o processo de semeadura na maior parte dessa região.

Foto: Gilson Abreu

Em contraste, o Sul do país registrou uma redução nas precipitações, o que facilitou o avanço da colheita do trigo e a semeadura dos cultivos de primeira safra. De modo geral, as condições agroclimáticas se mostraram favoráveis, proporcionando umidade adequada para o desenvolvimento das lavouras.

No Rio Grande do Sul, a semeadura do arroz progrediu significativamente, com a maior parte concluída dentro do período considerado ideal. A maioria das lavouras encontra-se em fase de desenvolvimento vegetativo, beneficiando-se das condições climáticas que favoreceram a germinação e o estabelecimento das plantas. Em Santa Catarina, temperaturas médias e incidência solar adequadas contribuíram para o bom desenvolvimento das culturas.

Estas informações estão presentes no Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), publicado mensalmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Grupo de Monitoramento Global da Agricultura (Glam).

A versão completa do Boletim está disponível para consulta no site oficial da Conab, acesse clicando aqui.

Fonte: Assessoria Conab
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Show Rural investe em obras para melhorar experiência de visitantes

Com o objetivo de garantir mais conforto e eficiência à experiência de visitantes e expositores, várias obras físicas acontecem no parque e serão entregues já para a 37ª edição.

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Fotos: Divulgação/Coopavel

Avançam os preparativos para a 37ª edição do Show Rural Coopavel, evento que reafirma o Oeste do Paraná como um dos principais polos do agronegócio mundial. De 10 a 14 de fevereiro de 2025, visitantes do Brasil e do exterior terão acesso a um espaço renovado, com melhorias que reforçam o compromisso da Coopavel com a inovação, a sustentabilidade e a excelência em infraestrutura. “Melhorar continuamente é uma das regras que fazem o sucesso do Show Rural, referência em inovações e tendências para o agronegócio”, destaca o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.

Com o objetivo de garantir mais conforto e eficiência à experiência de visitantes e expositores, várias obras físicas acontecem no parque e serão entregues já para a 37ª edição. O restaurante do parque está em ampliação em 500 metros quadrados, permitindo o atendimento de mais mil pessoas por refeição. A área de entrega de bebidas é reformulada para otimizar o fluxo, enquanto novos buffets, mesas e utensílios foram adquiridos para manter o alto padrão de qualidade em uma estrutura com capacidade para servir mais de 40 mil refeições diariamente.

A mobilidade no parque também recebe melhorias. São mais de seis mil metros quadrados de ruas asfaltadas. Uma das novidades mais aguardadas é a cobertura da Rua 10, que conecta o Portal 4 ao Pavilhão da Agricultura Familiar. Com 400 metros lineares, essa obra, viabilizada em parceria com a Barigui/Volkswagen, eleva para mais de 6,2 mil metros quadrados a área coberta do parque, garantindo conforto aos visitantes em qualquer condição climática, observa o coordenador geral Rogério Rizzardi.

Para ônibus

Para receber caravanas de todo o Brasil e de outros países será criado um estacionamento exclusivo para ônibus com capacidade para 400 veículos. Estrategicamente localizada, a nova estrutura promete praticidade e organização para os grupos que participam da maior mostra de tecnologia para o campo da América Latina.

Outro destaque é o barracão de 1,2 mil metros quadrados dedicado à gestão de resíduos. Essa estrutura permitirá separação e correta destinação de materiais antes, durante e depois do evento, reforçando o compromisso da cooperativa e do evento técnico com práticas ambientalmente responsáveis.

Evolução

Com essas inovações e investimentos, o Show Rural Coopavel segue como referência global, combinando hospitalidade, tecnologia e respeito ao meio ambiente, reforça o presidente Dilvo Grolli. O tema da 37ª edição será Nossa natureza fala mais alto.

Fonte: Assessoria Coopavel
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