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Câmara Setorial do Milho da SEAPDR debate importância da irrigação para produção de milho no Rio Grande do Sul

Câmara se reuniu para debater importância da irrigação para produção de milho e as dificuldades com licenças ambientais para armazenagem de água

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Fernando Dias/SEAPDR

A Câmara Setorial do Milho da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) reuniu-se virtualmente na terça-feira (13) para debater, entre outras questões, a importância da irrigação para produção de milho e as dificuldades com licenças ambientais para armazenagem de água. O coordenador das Câmaras Setoriais e Temáticas, Paulo Lipp João, deu as boas-vindas aos participantes em nome da secretária Silvana Covatti. O encontro foi conduzido pelo assessor técnico da CS, Valdomiro Haas.

Hass falou sobre as ações de 2020/2021 do Pró-Milho/RS e as projeções para 2021/2022. Segundo ele, nos anos de 2020 e 2021 foram realizados dois seminários regionais (para os municípios da metade sul e metade norte do Estado); 12 webinários, que abordaram etapas da produção e armazenagem por especialistas; 12 vídeos técnicos; e dois seminários de irrigação.

Quanto à qualificação do programa Troca-Troca de Sementes de Milho e Sorgo, Hass disse que foi feita a antecipação da entrega de sementes, além de ter sido elaborado um material técnico de orientação aos produtores. “Foram 48.200 agricultores que receberam 135.565 sacas de milho e sorgo na safra e safrinha. Por meio de 491 entidades, foram beneficiados 391 municípios, sendo que o Estado anistiou o pagamento de 104 municípios atingidos pela estiagem”.

Em relação à irrigação e armazenagem, houve a prestação de assistência técnica pela Emater/RS-Ascar direcionada a produtores de milho em todos os municípios do Rio Grande do Sul; a elaboração de projetos de secagem e armazenagem em propriedades rurais, aumentando a capacidade de armazenagem dos produtores rurais; elaboração de projetos de irrigação para milho; e a realização de sois seminários sobre irrigação.

O Pró-Milho tem como metas para 2021/2022: difusão de informações técnicas, unidades de referência tecnológicas, orientação para reduzir impactos na colheita e na pós-colheita, secagem e armazenagem, assistência técnica e extensão rural em irrigação e incentivar prefeituras a adotarem estratégias de fomento, assistência técnica e extensão rural a produtores de milho, e ampliar ações com parceiros do Programa.

O analista agropecuário e florestal da SEAPDR, Altair Hommerding, apresentou o Programa “Mais Água, Mais Renda”, que existe desde 2011. “No total, foram feitos 1622 projetos para irrigação em milho. Foram 1.098 pivôs centrais, totalizando uma área irrigada de 72.650 hectares. Mesmo assim, o programa vai se extinguir em novembro deste ano”, lamentou.

Valdomiro Haas mostrou uma proposta de irrigação para aumentar a produção de milho no Rio Grande do Sul.”Aumentar em 50 mil hectares a área irrigada na metade norte (Planalto) representa um incremento de 350 mil toneladas do grão. E introduzir 50 mil hectares com irrigação (sulco ou pivô) representa incremento de 600 mil toneladas. No total, o incremento seria de 950 mil toneladas”, argumentou.

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho no RS (Apromilho-RS), Ricardo Augusto Meneghetti, falou sobre a insegurança jurídica com relação à interpretação da legislação no que se refere à armazenagem de água para irrigação. De acordo com ele, muitas vezes os fiscalizadores da legislação têm interpretações diferentes uns dos outros sobre as leis e, por vezes, algum reservatório de água que tenha sido construído pode ser interpretado como barragem, detenção, açude, ou lagoa. “O técnico que fez o projeto tem uma interpretação da lei, e o fiscal tem outra, gerando confusão para o produtor”, explicou.

Na opinião de Meneghetti, muitas vezes as questões ideológicas estão inseridas nesse meio, principalmente as ecológicas. “Já sabemos hoje que a parte de reservação de água para irrigação geralmente é feita sob a orientação do órgão legislador, mas, na hora da fiscalização, a coisa complica. O pessoal tem reclamado bastante é que reservatórios construídos há mais de 10 anos estão sendo hoje ameaçados com processos para que sejam desmanchados. Mas durante esse tempo já existe um ecossistema em volta do reservatório, já preservado. Então, o custo que hoje teríamos para desfazer uma situação dessas, o prejuízo para o Estado seria muito grande, porque, muitas vezes, essa reservação de água é suficiente para irrigar até 250 hectares de milho. E se o agricultor for forçado a desmanchar o reservatório, ele perderá seu investimento em pivôs de irrigação”.

Outro assunto debatido na reunião foi o vazio sanitário da soja e os reflexos na produção de milho. O Rio Grande do Sul é o único estado produtor de soja do Brasil a não ter o vazio sanitário (período sem plantas de soja no campo). Representantes da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Soja, atendendo à portaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), resolveram recentemente que a data do vazio sanitário para a safra 2022/2023 no Rio Grande do Sul será de 13 de julho a 10 de outubro. E a data da semeadura será de 11 de outubro a 28 de janeiro para a safra 2021/2022. A proposta será encaminhada ao Mapa até 31 de julho.

“Existem algumas discordâncias em relação ao vazio sanitário, até de haver a dúvida da necessidade de vazio sanitário, devido ao fato de o Rio Grande do Sul ser uma região mais fria, de clima temperado e não de clima tropical”, destacou Meneghetti, da Apromilho. “E a soja tiguera,que remanesce da colheita, acaba morrendo com a geada, com o frio intenso que temos, não se prolifera e não atinge as lavouras do ano seguinte. E se tivermos que fazer esse vazio sanitário dentro das datas que estão sendo propostas nós vamos praticamente acabar com a questão de fazer safrinha de milho no Rio Grande do Sul. E geralmente o agricultor que tem pivô, ele faz uma cultura bem cedo, pra plantar o milho em janeiro. Então, haverá prejuízos para o Estado, porque muitos vão preferir não plantar safrinha de milho”, alertou.

Por último, foi abordado o tema “Custeio antecipado e seguro rural para milho”, por representantes do Banco do Brasil e Sicredi. O agrônomo do Banco do Brasil, Leandro Matos, afirmou que, conforme o Plano Safra 2021/2022, para o custeio de milho, a linha do Pronaf está oferecendo juros de 3% até R$ 20 mil e de 4,5% acima de R$ 20 mil, em um teto de R$ 250 mil. “A linha do Pronamp está com juros de 5,5%, com um teto de R$ 1,7 milhão; enquanto nas demais linhas o juro é e 7,5% em um teto de R$ 4 milhões”, apontou.

Quanto ao seguro agrícola, segundo Matos, há a cobertura de riscos climáticos (multirrisco). “A básica cobre chuvas excessivas, incêndio, queda de raio, tromba d’água, ventos fortes, ventos frios, granizo, seca e geada. Cobrimos 18 culturas, entre elas o milho, a soja e o arroz. O diferencial é que a partir de julho agora, a cobertura é ampliada em 30% além do valor financiado para todos os produtores”.

Por sua vez, a gerente de crédito rural do Sicredi, Marilucia Dalfert, também apresentou o financiamento de milho conforme o Plano Safra 2021/2022. De acordo com ela, na safra de milho 2020/2021, foram liberados pelo Sicredi R$ 721 milhões em mais de 23,2 mil operações. “Mais de 98% das operações foram com Prêmio do Seguro Rural (PSR). E para a safra 2021/2022, há uma projeção de crescimento de 31% em relação à safra anterior. Serão mais de R$ 1 bilhão para custeio e Cédula do Produto Rural (CPR) e mais de 466 municípios participantes”.

Fonte: Assessoria

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Governo define cronograma para destravar mercado de carbono e prevê normas até 2026

Nova secretaria do Ministério da Fazenda inicia estruturação do sistema que deve operar em 2030 e promete elevar competitividade, atrair investimentos e apoiar a transição para economia de baixo carbono.

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Foto: Freepik

Até dezembro de 2026, o governo pretende publicar todas as normas infralegais necessárias para a adoção do mercado regulado de carbono no país, disse na quinta-feira (27) a secretária extraordinária do Mercado de Carbono do Ministério da Fazenda, Cristina Reis.

Criada em outubro, a secretaria será responsável por estruturar o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), previsto para entrar em operação em 2030.

A secretária disse que o mercado de carbono tem potencial para gerar oportunidades econômicas, renda e redução de desigualdades, mas lembrou que não se trata de uma “bala de prata” para enfrentar a crise climática.“Essa jornada é de quase três anos no governo atual, mas é também de muitos anos de espera pela aprovação da lei do mercado regulado”, afirmou.

Foto: Juliana Sussai/Embrapa

Segundo ela, o trabalho envolve todo um ecossistema, incluindo setor público, empresas, setor financeiro, comunidades tradicionais e povos indígenas.

Cristina Reis disse que a nova estrutura tem caráter extraordinário, com começo, meio e fim, até que o governo institua um órgão gestor permanente. De acordo com projeções citadas por ela, o mercado de carbono pode elevar o crescimento adicional da economia em quase 6% até 2040 e 8,5% até 2050.

Segundo estimativas do Banco Mundial, as emissões de gás carbônico dos setores regulados poderiam cair 21% até 2040 e 27% até 2050. O preço da tonelada de carbono pode chegar a US$ 30 por tonelada, avançando para US$ 60 numa segunda fase.

Estudos

A subsecretária de Regulação e Metodologias da nova secretaria, Ana Paula Machado, informou que o governo conduz estudos e uma análise de impacto regulatório com foco em ampliar o escopo do mercado e aumentar sua eficiência. Segundo ela, o Ministério da Fazenda pretende preparar a economia brasileira para um cenário internacional em que a precificação de carbono seja considerada irreversível. “Um país como o Brasil precisa estar equipado para monitorar emissões, precificar o carbono no processo produtivo e se inserir de forma competitiva no cenário internacional”, disse.

Para ela, o Estado deve estar preparado para apoiar os agentes econômicos na transição para uma economia de baixo carbono.

Janela de oportunidade

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que a criação da Secretaria Extraordinária do Mercado de Carbono aproveita uma “janela de oportunidade” aberta com a reforma tributária. Ele explicou que o órgão integrará a estratégia do governo para fortalecer o Plano de Transformação Ecológica e modernizar instrumentos de financiamento, como o Fundo Clima.

Durigan destacou que o governo segue uma programação contínua desde 2023 para avançar na agenda de descarbonização. “A nova secretaria é um passo concreto e fundamental para que a gente estruture o mercado de carbono regulado no Brasil. Este é o primeiro passo de anos de trabalho”, afirmou.

A Fazenda avalia que a regulamentação do mercado de carbono deve estimular investimentos em atividades de baixo carbono, contribuir para a competitividade da indústria e apoiar a transição ecológica do país.

Fonte: Agência Brasil
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Paraná é reconhecido nacionalmente por projeto que leva internet ao campo

Conectividade Rural conquista o Prêmio Espírito Público ao transformar a realidade de comunidades rurais com expansão de torres, inclusão digital e inovação produtiva.

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Foto: SEIA-PR

O projeto Conectividade Rural, do Governo do Paraná, foi um dos vencedores da  7ª edição do Prêmio Espírito Público, do Instituto República.org, que reconhece projetos e servidores da administração pública brasileira. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (27), durante a cerimônia da premiação, em Brasília.

Ao todo, a iniciativa contou contou 858 inscritos de todo o País, concorrendo em sete categorias. O Conectividade Rural ficou entre os 14 finalistas gerais e foi campeã na categoria Gestão e Transformação Digital, em que concorreu na final contra a iniciativa App Servidor, do Rio Grande do Sul.

Coordenada pela Secretaria da Inovação e Inteligência Artificial (SEIA), o projeto visa melhorar a qualidade de vida de moradores de zonas rurais, impactar na produção e produtividade na atividade agropecuária e promover a democratização do acesso à internet através da ampliação da cobertura de conexão móvel em diversas regiões do Paraná.

O projeto é executado pela SEIA, em conjunto com a Secretaria de Agricultura e do Abastecimento, Secretaria da Fazenda e 17 órgãos estaduais e instituições do Paraná. Também envolve 15 players do setor privado, como operadoras e empresas de tecnologia, e mais seis entidades representantes da sociedade civil.

O secretário da Inovação e Inteligência Artificial, Alex Canziani comemorou o prêmio e destacou a importância do programa para melhorar a vida dos cidadãos de áreas rurais, e impulsionar o desenvolvimento no campo. “Conquistar uma premiação nacional como essa é motivo de orgulho, e também mostra que estamos no caminho certo para ampliar o acesso à conectividade em todas as regiões do Paraná. Esse projeto serve não só para melhorar a vida dos produtores, mas criar condições para que o agro paranaense continue crescendo com inovação”, afirmou.

Para o coordenador do projeto, Julio César Oliveira, o Conectividade Rural é uma ação que está mudando a realidade do campo. “Não é só no aspecto social, como no econômico também. Aumenta a geração de empregos, aumenta a arrecadação, e assim o PIB cresce e o Paraná prospera. Receber esse prêmio mostra que dá para fazer política pública de verdade, que transforme a vida das pessoas.”

Recentemente o projeto de ampliação móvel do Governo do Estado recebeu um aumento nos investimentos por meio do Programa de Melhorias do Sistema de Telecomunicação e Conectividade Rural do Paraná – ParanáConectado, sancionado pela lei nº 22.788/2025.

Com a nova lei, o projeto de Conectividade Rural passa a fazer parte das ações do ParanáConectado, que além de trabalhar para ampliação internet banda larga e telefonia móvel, vai possibilitar que agricultores usem de ferramentas digitais para consultar dados meteorológicos, acompanhar cotações de produtos, adquirir insumos e vender mercadorias pela internet, além de ampliar o acesso à educação e à segurança rural.

Mais conexão

O projeto de Conectividade Rural já realizou o mapeamento técnico de 980 localidades desconectadas, o que permitiu a contratação de 541 torres de internet e telefonia desde 2023, quando os trabalhos foram iniciados. Dessas, 350 torres já foram instaladas.

Com as instalações, 88 municípios de diversas regiões do Estado, receberam cobertura, desde o Litoral, com Guaraqueçaba, até o Oeste e Sudoeste, em municípios como Cascavel, Toledo, Palotina e Francisco Beltrão. Também foram contempladas cidades dos Campos Gerais (Ponta Grossa e Castro), Norte e Noroeste (Londrina, Maringá e Paranavaí), Centro-Oeste (Campo Mourão) e Centro-Sul (Guarapuava).

As estruturas beneficiaram uma série de comunidades como populações ribeirinhas, escolas rurais, comunidades indígenas, além de produtores agrícolas, áreas de cooperativas e até a região da fronteira com o Paraguai.

Para isso, o programa contou com a governança dos órgãos envolvidos e fomento via compensação de ICMS (sem uso direto de recursos públicos).

Fonte: AEN-PR
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Produção On Farm avança com marco legal e puxa nova onda de inovação no agro

Biofábricas nas propriedades, gestão digital e conectividade aceleram o uso de biológicos, reduzindo gastos e fortalecendo a agricultura regenerativa.

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Foto: Divulgação

O agronegócio brasileiro vive um momento de forte crescimento, conforme apontam dados do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o setor registrou alta de 6,49% no primeiro trimestre de 2025. O investimento no segmento também segue em expansão, alcançando R$ 608 bilhões, segundo o Boletim de Finanças do Agro, divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Nesse cenário positivo, o modelo On Farm vem ganhando protagonismo por sua capacidade de gerar impacto econômico, ambiental e tecnológico. Com a aprovação do Projeto de Lei PL 658/2021 na Câmara dos Deputados, o chamado Marco Civil do Setor de Bioinsumos, a produção On Farm, passa a contar com regras claras e estruturadas. Essa regulamentação define parâmetros para a multiplicação de microrganismos diretamente nas propriedades rurais, garantindo aos agricultores o acesso a produtos de qualidade, fiscalizados e seguros para o consumidor.

Vantagens do modelo On Farm

Artigo escrito por Laerte Nogueira, Squad Leader da Everymind; e Bruno Arroyo, gerente de Marketing Estratégico da Agrobiológica.

Além da segurança jurídica, que protege o produtor e exige um cadastro simples dos biológicos multiplicados On Farm (quando para uso próprio), o modelo traz impactos diretos na agilidade do manejo. Com as biofábricas instaladas nas propriedades, o próprio produtor, com apoio de um time técnico, ganha autonomia para produzir seus biodefensivos e bioestimulantes, reduzindo custos logísticos, por exemplo.

Outro ponto importante é o avanço na qualidade dos prestadores de serviço e das empresas do segmento. A nova legislação permite que os bioinsumos sejam tratados conforme suas características, sem passar pelos mesmos trâmites burocráticos dos produtos químicos. Isso oferece ganhos significativos em registro e disponibilização de novas ferramentas biológicas no mercado.

Com a segurança jurídica estabelecida, o setor tende a atrair ainda mais investidores, impulsionando a inovação em biotecnologia e acelerando o desenvolvimento do modelo. Além disso, com a agricultura de precisão cada vez mais presente e a busca constante por produtividade, o On Farm se consolida como um grande aliado do produtor rural.

Tecnologia apoia avanço do On Farm

Nos últimos anos, a evolução tecnológica das empresas que atuam com o modelo On Farm aproximou essa produção, antes artesanal, de um padrão industrial. Produtos e processos avançam significativamente. Um exemplo são os meios de cultura para fungos, que hoje apresentam alto grau de eficiência e estabilidade.

A tecnologia está presente em todas as fases do processo, desde a biotecnologia aplicada aos meios de cultura e aos biorreatores, até a gestão completa da produção. Essa integração permite ao produtor ser mais preciso e ágil na proteção de suas lavouras contra pragas, doenças ou impactos climáticos, realizando a produção em larga escala dentro da própria fazenda.

Foto: Shutterstock

O avanço da conectividade rural também tem papel essencial nesse cenário, uma vez que a expansão das redes 4G e 5G e o uso de conexões via satélite possibilitam a coleta de dados em tempo real das biofábricas, favorecendo análises rápidas, maior controle de produção e agilidade nos processos de cadastro e fiscalização.

Além dos biorreatores cada vez mais tecnológicos, os softwares de gestão têm contribuído para otimizar a operação, tendo em vista que essas ferramentas permitem que fornecedores de meios de cultura, que são a matéria-prima para o On Farm, administrem contratos de comodato dos biorreatores, antecipem pedidos e renovem contratos com mais eficiência, integrando o campo à gestão digital.

Redução de custos

A redução de custos é um dos principais atrativos do modelo On Farm, pois o produtor precisa adquirir apenas uma pequena quantidade de inóculo para multiplicar os biológicos na própria fazenda, alcançando rendimentos até sete vezes maiores em volume. Isso reduz gastos em toda a cadeia, desde embalagens e fretes até revendas intermediárias.

Aumento da eficiência

A eficiência operacional também é ampliada, a multiplicação dos biológicos próxima à lavoura permite aplicações mais rápidas e eficazes no combate a pragas, doenças e na correção de deficiências do solo. Em algumas situações, a economia pode variar entre 45% e 60%, com respostas agronômicas altamente positivas. O uso de microrganismos benéficos tem se mostrado eficiente no manejo do solo, reduzindo a pressão de patógenos e pragas.

Impacto ambiental e desafios

O uso de insumos biológicos já é, por si só, uma prática sustentável, pois promove uma proteção natural e regenerativa das lavouras, além de contribuir para a saúde do solo. Com o Marco Legal dos Bioinsumos (Lei nº 15.070), o modelo On Farm facilita a expansão dessa prática, permitindo a produção em escala e o uso mais amplo dos biológicos.

Ao substituir manejos químicos, o produtor reduz custos e amplia o uso dos bioinsumos em frentes como o manejo do solo e controle de nematoides, além de melhorar o aproveitamento de nutrientes. Essas ações contribuem diretamente para o avanço da agricultura regenerativa no país.

No entanto, o principal desafio enfrentado pelo modelo é a formação e qualificação de equipes técnicas para operar as biofábricas com segurança e eficiência. Outro ponto crítico é a fiscalização sobre o uso e a eventual comercialização indevida dos biológicos multiplicados para uso próprio.

Por outro lado, com regulamentação sólida, suporte tecnológico e investimentos crescentes, o setor tem diante de si uma oportunidade única de unir produtividade, sustentabilidade e inovação, elementos essenciais para o futuro da agricultura nacional.

Fonte: Artigo escrito por Laerte Nogueira, Squad Leader da Everymind; e Bruno Arroyo, gerente de Marketing Estratégico da Agrobiológica.
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