Avicultura
Cálcio e fósforo devem ser bem utilizados na nutrição de aves
Elementos são fundamentais para uma boa nutrição na ração de aves, mas é preciso que haja a correta utilização dos ingredientes, afirma especialista
A nutrição é um dos fatores mais importantes no processo de produção. A correta escolha dos elementos que serão utilizados na ração dos animais fará toda a diferença nos resultados finais que tanto o produtor quanto a indústria buscam em um frango de corte. O professor do Departamento de Ciências Animais da Universidade de Pardue, nos Estados Unidos, PhD Layi Adeola, falou sobre o “fósforo e cálcio digestível em aves” durante o 8º Congresso Latino-Americano de Nutrição Animal (Clana), que aconteceu em outubro, em Campinas, SP.
Para o profissional, a aditividade da ração é um dos fatores bastante importantes no momento da formulação. “O fósforo é um elemento mineral essencial nas dietas. O animal usa o fósforo para o esqueleto. Aproximadamente 75% do fósforo corporal é armazenado no esqueleto”, conta. Ele explica que alguns importantes papeis são desempenhados pelo fósforo no metabolismo da ave, já que tem alto composto de energia E, além de servir como regulador enzimático, especialmente de proteína fosfolipídios”, conta.
Adeola explica que o fósforo corporal fornecido na ração para as aves pode ser fonte orgânica e inorgânica. “A fonte inorgânica pode ser fosfato de potássio, por exemplo. Utilizamos muito isso para pesquisas, especialmente para ser adicionado como fontes alternativas”, diz. Já os exemplos de forma orgânica citados pelo professor são fitato, que é forma orgânica do fósforo. “Usualmente estão misturados com cálcio, magnésio e cobre. Isso constitui até 3% de fósforo total das rações para aves e suínos”, complementa.
O profissional comenta que o sistema de avaliação do fósforo, baseado em fósforo não-fítico, não reflete o que o animal realmente digere. “Mais ou menos 32% do fósforo ligado ao fitato não é utilizado. Muitas vezes não mostra realmente o que a ave utiliza”, afirma. O profissional acrescenta que o fósforo digestível é menor que o não-fítico. “É importante ressaltar que nem todo fósforo não-fítico é digestível. O que estou dizendo é que o sistema de avaliação do fósforo, baseado no não-fítico, não reflete a digestibilidade nos ingredientes da ração”, explica. De acordo com ele, a proposta para os nutricionistas é que se tenha uma abordagem de utilização de fósforo digestível. “Quando utilizamos esse ensaio, vamos avaliar a concentração de fósforo no osso, que são critérios usuais para a avaliação”, diz.
Adeola conta ainda que usualmente utilizar aditivo em uma dieta ou ração misturada é algo trabalhoso e não fornece a correta quantidade de fósforo excretado pelo animal. Ele afirma que a utilização deve ser feita sempre com base digestível. “Utilizar o fósforo disponível relativo é uma abordagem melhor do que usar fósforo digestível. Isso pode ser em uma base digestível total ou ileal. Aqui temos a relação entre o que colocamos na dieta e o que é excretado nas fases”, conta. Ele complementa que a digestibilidade do fósforo acompanha a fórmula da ração. “E pode ser a digestibilidade total ou ileal”, afirma.
Cálcio
O professor explica que no caso do cálcio é extraído de cinco fontes de calcário. De acordo com ele, a variabilidade vai de 55 a 67%. “Então tínhamos o fosfato monossódico e o fosfato bicálcico”, informa. Adeola esclarece que o mesmo método utilizada para o cálcio é também usado para o fósforo. “Alguns problemas que estamos falando é de padrão. Para a farinha de carne e osso foi feito um trabalho na Holanda para ração de milho e farelos de soja. A diferença de digestibilidade de cálcio é a mesma coisa. Isso me leva a digestibilidade. Essa é uma suposição que fazemos quando elaboramos as dietas”, conta.
Ele diz que o fornecimento de nutrientes em uma dieta mista é a soma dos nutrientes fornecidos pelos ingredientes individuais. “Isso é fundamental para a prática da formulação de uma dieta”, afirma. Ele exemplifica: o fósforo, milho e farelo de soja é de 0,71%. Agora, se misturados os dois o que existe é 50% de um e 40% de outro. “Quando acrescenta, somados, temos aditividade”, diz. O professor afirma que quando se fala em fósforo digestível a digestibilidade é de 26% para milho e de 39% para farelos de soja.
Adeola explica que quando se faz um estudo de digestibilidade ileal de cálcio não há um número certo. “A resposta depende do mais próximo de digestibilidade aparente ou verdade. Há hipóteses de que não há diferença entre o cálcio digestível verdadeiro e o que está predito”, conta. Ele informa que não existe diferença entre determinado do que foi predito e a presunção da atividade. “Isso significa que a suposição da atividade é boa”, completa.
O professor conta que quando não há diferença entre o que é determinado e o que é predito de cálcio das dietas, significa que ela é boa. “A fonte de cálcio em termos de digestibilidade verdadeira resultou com 63,7% de calcário e 67,1% de fosfato, enquanto a dieta mista obteve uma digestibilidade ileal verdadeira de 63%”, comenta.
É importante lembrar que o fósforo deve ser nutricionalmente adequado para as aves, explica Adeola. “Na formulação da dieta fazemos a suposição, e por conta da pressão do ambiente e da necessidade de sustentabilidade ambiental, devemos minimizar a excreção de fósforo no meio ambiente”, diz. O professor afirma que o fósforo não-fítico serviu bem. “Produzimos frango há muito tempo e estamos indo bem nesse sentido”, afirma.
Ele explica que o fósforo e o cálcio digestível devem ser recomendados como uma fonte muito apropriada para as dietas animais. “Nós temos disponibilidade e isso deve estar adequado nutricionalmente”, reitera. Ele aconselha que o fósforo deve ser expresso em termos de digestibilidade ileal, assim como o cálcio. “Mas ainda precisamos de mais dados. A comunidade de pesquisadores deve se esforçar para contribuir com o fósforo e o cálcio digestível ileal. Precisamos avançar e ter mais informações sobre este aspecto na nutrição de aves e suínos”, sustenta o profissional.
Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2018 ou online. (NO “ONLINE” LINKAR COM http://www.flip3d.com.br/web/pub/opresenterural/?numero=163&edicao=4504)
Avicultura Em Porto Alegre
Asgav promove evento sobre prevenção de incêndios nas indústrias
Encontro contou com especialistas do Corpo de Bombeiros.
Na última terça-feira (19), a Asgav realizou um importante evento via web, onde participaram integrantes das indústrias de aves e suínos de diversos estados do Brasil, com mais de 150 participantes inscritos.
O evento abordou o tema “Prevenção de Incêndios: Regras e Práticas de Prevenção na Indústria” e contou com uma palestra especial do Tenente Coronel Éderson Fioravante Lunardi do Corpo de Bombeiros e Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul.
A inciativa da Asgav também contou com apoio da ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal, propiciando a participação de indústrias e cooperativas de aves e suínos de diversos estados do Brasil.
“Nos últimos anos, temos registrado diversos incêndios em indústrias do setor e buscar informações atualizadas com especialistas, discutir leis e procedimentos e a troca de informações entre diversas indústrias do setor também é uma forma de intensificar a prevenção”, comentou José Eduardo dos Santos – Presidente Executivo da O.A.RS (Asgav/Sipargs).
Na apresentação do representante do corpo e bombeiros foram abordados alguns registros de incêndios em outros países e no Brasil, as causas, falhas e fatores que propiciaram os sinistros.
As regras e leis dos programas de prevenção contra incêndios também foram amplamente abordadas e dialogadas com os participantes.
Segundo o representante da Asgav, o tema também será objeto de encontros presenciais e troca de informações entre estados, principalmente na área de Segurança e Saúde do Trabalho, contado com a participação dos especialistas do corpo de bombeiros.
Avicultura
Conbrasfran 2024 começa nesta segunda-feira (25), com governador em exercício do Rio Grande do Sul Gabriel Souza e outras autoridades
Na palestra de abertura, Souza vai discutir os desafios deste ano, medidas de enfrentamento e a superação.
A cidade de Gramado, na serra gaúcha, vai sediar a Conbrasfran 2024, a Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango, evento promovido pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav). O encontro, que acontece a partir de segunda-feira, dia 25, vai reunir líderes políticos, empresariais e investidores de destaque de todo o país para debater oportunidades e desafios da cadeia produtiva e suas perspectivas para 2025 e além.
A Asgav propõe que durante três dias Gramado seja a sede da avicultura brasileira, afirma o presidente Executivo da Asgav e organizador do evento, José Eduardo dos Santos. “Porque todas as atenções estarão voltadas para a Conbrasfran 2024, evento de expressão que vai acontecer no Hotel Master. Lá vamos reunir empresas do setor, agroindústrias, órgãos oficiais e líderes de diversos segmentos da cadeia produtiva”, disse Santos.
Entre os nomes confirmados, estão o governador em exercício do Estado do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, que vai abrir a programação, a partir das 18h30, com um debate sobre os desafios enfrentados pelo estado neste ano e a superação durante a palestra O desafio que a natureza nos trouxe: Como estamos superando, como evoluímos e os caminhos para o fortalecimento. Após a palestra de abertura, haverá um coquetel de boas-vindas aos participantes.
A programação da Conbrasfran segue nos dias 26 e 27 com programações técnicas no período da manhã, tratando temas como a reforma tributária e seus impactos na avicultura, estratégias para uma produção mais sustentável, nutrição e saúde animal, os desafios de logística e seus impactos na atividade e estratégias comerciais para a carne de frango, entre outros temas. No período da tarde, debates conjunturais tomarão conta da programação com análises exclusivas e discussões sobre o ambiente de negócios no Brasil e no exterior.
Outras informações sobre a Conbrasfran 2024 podem ser encontradas no site do evento, acesse clicando aqui.
Avicultura
Relatório traz avanços e retrocessos de empresas latino-americanas sobre políticas de galinhas livres de gaiolas
Iniciativa da ONG Mercy For Animals, a 4ª edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais identifica compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes companhias, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de aves na cadeia de ovos.
O bem-estar de galinhas poedeiras é gravemente comprometido pelo confinamento em gaiolas. Geralmente criadas em espaços minúsculos, entre 430 e 450 cm², essas aves são privadas de comportamentos naturais essenciais, como construir ninhos, procurar alimento e tomar banhos de areia, o que resulta em um intenso sofrimento.
Estudos, como o Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA) da ONG internacional Mercy For Animals (MFA), comprovam que esse tipo de confinamento provoca dores físicas e psicológicas às galinhas, causando problemas de saúde como distúrbios metabólicos, ósseos e articulares, e o enfraquecimento do sistema imunológico das aves, entre outros problemas.
Para a MFA, a adoção de sistemas de produção sem gaiolas, além de promover o bem-estar animal, contribui para a segurança alimentar, reduzindo os riscos de contaminação e a propagação de doenças, principalmente em regiões como a América Latina, o que inclui o Brasil.
Focada nesse processo, a Mercy For Animals acaba de lançar a quarta edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA 2024), um instrumento essencial para analisar e avaliar o progresso das empresas latino-americanas em relação ao comprometimento com políticas de bem-estar animal em suas cadeias produtivas.
O relatório considera o compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes empresas, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de fornecimento de ovos.
Destaques
A pesquisa se concentrou na análise de relatórios públicos de companhias de diversos setores com operações em territórios latino-americanos, da indústria alimentícia e varejo aos serviços de alimentação e hospitalidade. Elas foram selecionadas conforme o tamanho e influência em suas respectivas regiões de atuação, bem como a capacidade de se adaptarem à crescente demanda dos consumidores por práticas mais sustentáveis, que reduzam o sofrimento animal em grande escala.
O MICA 2024 aponta que as empresas Barilla, BRF, Costco e JBS, com atuação no Brasil, se mantiveram na dianteira por reportarem, publicamente, o alcance de uma cadeia de fornecimento latino-americana 100% livre de gaiolas. Outras – como Accor, Arcos Dourados e GPA – registraram um progresso moderado (36% a 65% dos ovos em suas operações vêm de aves não confinadas) ou algum progresso, a exemplo da Kraft-Heinz, Sodexo e Unilever, em que 11% a 35% dos ovos provêm de aves livres.
De acordo com a MFA, apesar de assumirem um compromisso público, algumas empresas não relataram, oficialmente, nenhum progresso – como a Best Western e BFFC. Entre as empresas que ainda não assumiram um compromisso público estão a Assaí e a Latam Airlines.
“As empresas que ocupam os primeiros lugares do ranking demonstram um forte compromisso e um progresso significativo na eliminação do confinamento em gaiolas. À medida que as regulamentações se tornam mais rigorosas, essas empresas estarão mais bem preparadas para cumprir as leis e evitar penalidades”, analisa Vanessa Garbini, vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da Mercy For Animals.
Por outro lado, continua a executiva, “as empresas que não demonstraram compromisso com o bem-estar animal e não assumiram um posicionamento público sobre a eliminação dos sistemas de gaiolas, colocam em risco sua reputação e enfraquecem a confiança dos consumidores”.
“É fundamental que essas empresas compreendam a urgência de aderir ao movimento global sem gaiolas para reduzir o sofrimento animal”, alerta Vanessa Garbini.
Metodologia
A metodologia do MICA inclui o contato proativo com as empresas para oferecer apoio e transparência no processo de avaliação, a partir de uma análise baseada em informações públicas disponíveis, incluindo relatórios anuais e de sustentabilidade.
Os critérios de avaliação foram ajustados à medida que o mundo se aproxima do prazo de “2025 sem gaiolas”, estabelecido por muitas empresas na América Latina e em todo o planeta. “A transição para sistemas livres de gaiolas não é apenas uma questão ética, mas um movimento estratégico para os negócios. Com a crescente preocupação com o bem-estar animal, empresas que adotam práticas sem gaiolas ganham vantagem competitiva e a confiança do consumidor. A América Latina tem a oportunidade de liderar essa transformação e construir um futuro mais justo e sustentável”, avalia Vanessa Garbini.
Para conferir o relatório completo do MICA, acesse aqui.
Para saber mais sobre a importância de promover a eliminação dos sistemas de gaiolas, assista ao vídeo no Instagram, que detalha como funciona essa prática.
Assine também a petição e ajude a acabar com as gaiolas, clicando aqui.