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Cadeia produtiva da carne otimista

Exportações aceleram em 2020

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Foto: Divulgação

Otimismo com o desempenho da agricultura e do agronegócio catarinense e brasileiro é o que manifesta o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (FAESC) José Zeferino Pedrozo que, entretanto, alerta para a necessidade de assegurar o abastecimento de milho.

“Não há dúvidas de que o ano será excelente para exportação das carnes brasileiras. Porém, vamos precisar de muito milho e esse grão estará mais caro em 2020 em razão do comportamento do clima e de outros fatores”, expõe Pedrozo. Lembra que Santa Catarina é a maior importadora do grão entre todas as unidades da Federação.

Em face das volumosas exportações (mais de 40 milhões de toneladas foram enviadas ao exterior no ano passado), da seca no sul e do atraso no plantio, o  presidente da FAESC prevê que deve faltar milho ainda neste primeiro semestre. “O cenário é preocupante porque, da demanda total, 96% destinam-se à nutrição animal, principalmente dos plantéis de aves e suínos”, expõe o dirigente.

O mercado interno ficará dependente da segunda safra (a “safrinha”), a ser colhida em julho, que responde por 70% da produção total de milho. A safra dependerá totalmente do clima e, se as chuvas não forem suficientes, o quadro de oferta e demanda ficará extremamente desequilibrado. A agroindústria espera que a segunda safra de milho garanta o abastecimento no segundo semestre, regularizando o cenário de oferta.

O otimismo da FAESC para este novo decorre de vários fatores. Um deles é o fato de o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter revisado para cima a previsão de crescimento do Brasil para 2020, de 2,0% para 2,2%, ao atualizar o documento Perspectivas Econômicas Mundiais. De acordo com o FMI, a elevação da estimativa do PIB do Brasil para este ano ocorreu, sobretudo devido melhoria das expectativas após a aprovação da reforma da Previdência Social e a disposição do Governo em enviar ao Congresso os projetos de reformas tributária e administrativa.

Projeções

Por outro lado, a cadeia produtiva do segmento de carnes faz projeções otimistas para 2020, embaladas pelo consumo crescente na Ásia. Há consenso de que é possível crescer em ritmo semelhante ao de 2019, mesmo que a China (maior importadora de carne brasileira) tenha planos de retomar sua produção de suínos após o surto de Peste Suína Africana (PSA).

Pedrozo observa que “reorganizar e recompor a produção leva muito tempo e a Ásia inteira precisa de muita carne”. Por outro lado, é crescente o número de habitantes com capacidade de consumo, o que só aumenta a demanda chinesa por proteínas. Em 2020 novos frigoríficos devem ser habilitados a exportar aos chineses. Novos mercados do continente asiático comprarão a carne brasileira, como o Vietnã, que aumentou 82,6% as suas importações de carne suína em 2019.

A cadeia produtiva da carne registrou crescimento em todos os indicadores do ano passado: receita, volume e preços, favorecidos pelo câmbio elevado. A carne suína embarcada ao exterior chegou a 750,3 mil toneladas ao longo de 2019 (alta de 16,2%), com faturamento de 1,5 bilhão de dólares (alta de 31,9%), números que representaram um recorde na exportação do produto. Quanto à carne de frango, o país exportou 4,2 milhões de toneladas (alta de 2,8%) e obteve uma receita de 6,9 bilhões de dólares (alta de 6,4%).

No ramo da carne bovina, o otimismo é semelhante, com crescimento de 10% a 15% nos embarques, tanto em receita quando em volume. Entre os novos mercados previstos estão Canadá, Coréia do Sul, México e Turquia. A liberação da carne com osso para o gigante asiático também está em discussão. Em 2019, as exportações alcançaram 1,8 milhão de toneladas e a receita chegou a 7,5 bilhões de dólares, números 12,4% e 15,5% mais altos que os de 2018, respectivamente. Os chineses compraram 494 mil toneladas, 26,7% do total.

As importações de carne suína pela China, que já foram recorde em 2019, devem ser ainda maiores neste ano, de acordo com projeção do Rabobank. O recorde de importação do ano passado deve ser facilmente superado em 2020. A produção de carne suína na China deve cair cerca de 15% em 2020. Em 2019, o recuo foi de 25%. Parte do recuo este ano seria porque o país está retendo mais matrizes para reprodução. O Rabobank projeta que parte do consumo chinês de carne suína deve migrar permanentemente para outras proteínas, em especial a de frango. Até a chegada com força da PSA entre 70% 80% da carne consumida pela China era suína, porcentual que deve ficar na casa dos 60%. Em outros países do sudoeste da Ásia também pode haver mudança permanente. A necessidade por proteína animal nesses países deve beneficiar os principais produtores, em especial Europa, Estados Unidos e Brasil.

Fonte: Assessoria

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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