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Cadeia do leite passou por mudanças ao longo da história, mas vem mais por aí

Pesquisador expõe que a diferença entre a produção colonial de subsistência e a produção atual de leite, em termos de técnicas de manejo, alimentação e cuidados com o rebanho, está na importância econômica do produto, sendo que a primeira era voltada para a produção caseira de queijo, manteiga e consumo direto da família produtora.

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Os imigrantes que chegaram ao Sul do Brasil para colonizar a região, vindos de países europeus, enfrentaram tempos difíceis, marcados por guerras, doenças e escassez de alimentos. Nos seus países de origem, eles não eram proprietários de terras, mas trabalhavam no campo e enfrentavam restrições, inclusive, para o consumo de carne e pão de qualidade. Quando surgiu a oportunidade de virem para o Sul do Brasil, com poucas opções em mãos, trouxeram consigo a vontade de trabalhar e produzir, acreditando no potencial de seu esforço.

No entanto, ao chegarem em terras tupiniquins se deparam com uma extensa cobertura de Mata Atlântica, o que exigiu a derrubada da vegetação para abrir espaço para pastagens e cultivos. Foi um período de trabalho árduo, com a necessidade de limpar as áreas e desenvolver propriedades rurais a partir do zero.

A colonização do Sul do país teve início em meados de 1824 com os alemães, seguidos por outras etnias como italianos, portugueses, espanhóis, poloneses, russos, ucranianos, holandeses e tiroleses. Todas essas etnias estiveram envolvidas na produção de leite nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Inicialmente, a produção leiteira tinha um caráter de subsistência, voltada para o consumo das famílias. No entanto, alguns produtores logo perceberam que havia oportunidades para comercializar o leite e seus derivados. Logo depois surgiram as primeiras cooperativas, em 1902, entre as quais de laticínios no Rio Grande do Sul.

O pesquisador, consultor e sócio-diretor da Transpondo Pesquisa, Treinamento e Consultoria Agropecuária, Wagner Beskow, conta que no início o leite ocupava uma posição menos relevante em termos de importância econômica entre as principais atividades do campo. “Mas ao longo do tempo sua importância aumentou, passando a figurar entre a segunda ou terceira fonte de renda nas propriedades. Somente nas últimas décadas é que o leite se tornou a principal ou única fonte de renda em muitas propriedades brasileiras”, expõe Beskow.

Em suma, o pesquisador expõe que a diferença entre a produção colonial de subsistência e a produção atual de leite, em termos de técnicas de manejo, alimentação e cuidados com o rebanho, está na importância econômica do produto, sendo que a primeira era voltada para a produção caseira de queijo, manteiga e consumo direto da família produtora. “As técnicas de manejo eram mais simples e voltadas para atender às necessidades básicas da família. No entanto, com o surgimento de mercados consumidores houve uma mudança significativa na produção de leite. A partir da demanda por leite cru e, posteriormente, do leite pasteurizado na década de 70, a produção se tornou mais profissionalizada e comercial”, menciona o pesquisador.

Atualmente a produção de leite adquiriu uma importância econômica significativa dentro das propriedades. Existem produtores especializados que direcionam toda a sua atividade para a produção de leite, obtendo sua renda principal a partir da venda do produto e de animais do rebanho leiteiro. O manejo, as técnicas de alimentação e os cuidados com a saúde dos animais passaram por grandes transformações, visando maximizar a produtividade e a qualidade do leite. “A transição da produção colonial de subsistência para a produção comercial de leite envolveu conhecimento técnico, foco na comercialização e busca por eficiência produtiva, resultando em um setor leiteiro mais especializado e economicamente relevante”, ressalta o profissional.

Beskow conta que na produção colonial para subsistência as vacas tinham produtividade baixa e mínima exigência em termos de nutrição animal. À medida que a genética foi evoluindo e o Brasil começou a importar sêmen de touros melhoradores, houve um progresso gradual na qualidade genética do rebanho, o que demandou um cuidado maior com a alimentação, passando a cadeia a fazer uso de suplementação, concentrados e rações. “O principal avanço no setor foi a melhoria genética, que continua sendo superior ao que o homem consegue aportar de nutrição para o gado leiteiro, mas, embora tenha acompanhado com algum atraso as exigências da genética, a nutrição evoluiu consideravelmente em termos de práticas e alternativas disponíveis para atender a essas demandas. Contudo, segue sendo um dos principais desafios do setor, porque uma vez que as vacas são mal alimentadas não apenas produzem pouco, mas também têm dificuldades na reprodução”, analisa.

Além disso, surgiram diversas tecnologias e alternativas na produção de alimentos, tanto em pastagens perenes quanto anuais, bem como na produção de volumoso conservado, com destaque especial para a silagem de milho. “O uso de concentrados na alimentação se tornou obrigatório, mesmo que inicialmente fosse opcional para vacas que produziam até oito litros de leite. Atualmente, é impossível trabalhar com uma vaca que produza mais de 12 litros sem o uso de concentrados”, salienta o consultor.

Melhoramento genético

A genética expressa o potencial do que é possível aquele animal produzir combinado com o ambiente, que são as condições oferecidas para o animal se desenvolver. Nos últimos anos, o pesquisador diz que houve um aumento significativo desse potencial genético devido ao trabalho realizado com touros selecionados e à compra de sêmen pela cadeia produtiva.

Ele destaca que um marco importante nesse processo foi o surgimento das centrais de inseminação artificial, que possibilitaram a produção comercial de sêmen a preços acessíveis aos produtores. Conforme Beskow, o surgimento das centrais de inseminação, a disponibilidade de touros melhorados geneticamente, a venda de sêmen e o uso da inseminação artificial foram as grandes transformações que ocorreram no setor desde o início da colonização até os dias atuais.

Manejo e bem-estar animal

Pesquisador, consultor e sócio-diretor da Transpondo Pesquisa, Treinamento e Consultoria Agropecuária, Wagner Beskow – Foto: Divulgação

Beskow destaca a importância do manejo e do bem-estar animal, ressaltando que o gado leiteiro se tornou mais exigente ao longo do tempo. Anteriormente, as vacas eram mais rústicas, capazes de suportar condições desafiadoras, mas à medida que o rebanho leiteiro foi melhorado geneticamente, os produtores precisaram se preocupar mais com a alimentação e com as condições oferecidas aos animais.

No Brasil, a maioria dos produtores trabalha com sistemas baseados em pastagens, nos quais os animais ficam livres no pasto durante todo o ano. Neste modelo de produção, são distribuídos bebedouros pela propriedade e oferecido áreas de sombra para que as vacas reduzam sua temperatura corporal e desfrutem de conforto.

Por outro lado, existem também os sistemas de confinamento, que surgiram a partir dos anos 90 com o free stall e, nos últimos 15 anos, com o compost barn. “Essas técnicas de confinamento visam proporcionar conforto aos animais e requerem até mesmo o uso de ventiladores e aspersores de água para aumentar a umidade e reduzir a temperatura. Além disso, é importante oferecer camas limpas e confortáveis”, reitera Beskow.

Tecnologias adotadas no setor

As mudanças tecnológicas que ocorreram foram fundamentais para impulsionar o desenvolvimento da produção de leite brasileira, melhorar a eficiência, a qualidade e o bem-estar animal. Entre as principais, Beskow destaca a ordenha mecânica, que substituiu a ordenha manual, a qual ele considera um processo penoso, demorado e ineficiente.

Por sua vez, a introdução das ordenhadeiras do tipo balde ao pé acelerou significativamente o trabalho do pecuarista leiteiro, reduzindo o esforço das pessoas envolvidas no processo de coleta do leite, o que permitiu aos produtores ter um rebanho maior. Em seguida, surgiu o resfriador, que possibilitou o armazenamento refrigerado do leite. Anteriormente, os tarros de leite eram colocados à beira da estrada sem refrigeração adequada. “Depois com o resfriador de imersão foi uma revolução porque os tarros eram colocados em um tanque de água gelada, mantendo o leite refrigerado. Com isso, os caminhões passaram a entrar nas propriedades para coletar esses tarros, uma vez que o volume aumentou consideravelmente. E posteriormente, foi introduzido o resfriador a granel, no qual o leite é armazenado em um grande resfriador, eliminando a necessidade de tarros individuais”, enumera.

Mais recentemente surgiram os extratores automáticos, que permitem que a ordenha seja realizada por uma única pessoa. Esse equipamento detecta o fim do fluxo de leite e interrompe o vácuo, removendo as teteiras das vacas. “Esse equipamento se tornou fundamental nos dias atuais para os produtores aumentarem a produção de leite com menos mão de obra”, afirma o pesquisador, citando ainda que entre as tecnologias mais recentes estão os colares e chips digitais colocados nas vacas para monitorar seu comportamento, podendo detectar problemas de saúde e cios, por exemplo.

Em termos de redução de custos e praticidade, Beskow fala que as cercas elétricas são uma alternativa importante para segurar os animais na área delimitada, apresentando entre seus benefícios a construção fácil e rápida, facilidade no manejo e a versatilidade, sendo ideal para sistemas de integração.

E atualmente tem também os robôs que realizam a ordenha de forma autônoma. “No sistema de ordenha voluntária, as vacas escolhem quando se dirigir ao robô para serem ordenhadas. No entanto, esse sistema ainda é caro no Brasil devido à importação do equipamento, o que aumenta significativamente seu preço. A expectativa é que com a popularização esses sistemas se tornem mais acessíveis, pois o aumento das vendas possibilita a redução do valor unitário, tornando-os viáveis para outros produtores adotarem”, diz, esperançoso.

Qualidade do leite

A avaliação da qualidade do leite na pecuária moderna é realizada com base em critérios específicos, que evoluíram ao longo do tempo. Entre os principais utilizados para avaliar estão a contagem bacteriana (CBT), a contagem de células somáticas (CCS) e o teor de sólidos, como gordura e proteínas. “A contagem bacteriana é um indicador importante da higiene durante o processo de ordenha, armazenamento, transporte e industrialização do leite. Quanto menor a contagem bacteriana, melhor a qualidade do leite. A contagem de células somáticas é outro parâmetro relevante, pois reflete a saúde da glândula mamária da vaca. Uma CCS baixa indica uma glândula mamária saudável. Além disso, o teor de sólidos, em particular a porcentagem de gordura e proteínas no leite, também é um aspecto crucial da qualidade. Esses componentes afetam o rendimento do leite e suas propriedades sensoriais e nutricionais”, explica Bescow.

O pesquisador reforça que é fundamental que o leite seja ordenhado com higiene e não sofra nenhuma adulteração. “Os produtores são capacitados para garantir a excelência nesse processo, evitando a presença de resíduos ou aditivos indesejados. Caso ocorra algum desvio ou problema, o sistema de controle consegue detectá-lo e informar ao produtor para que o problema seja corrigido”, salienta e complementa: “No Brasil, o sistema de controle de qualidade do leite tem funcionado bem e vem sendo aprimorado a cada ano, garantindo produtos lácteos seguros e de alta qualidade para os consumidores”.

Tendências e demandas dos consumidores

Quando se trata das tendências e demandas dos consumidores, Beskow destaca que é preciso entender duas questões: a primeira é o que o consumidor realmente quer, conhece e procura; e a segunda o que dizem que ele quer, conhece e procura. “Todos os consumidores buscam qualidade e preço, porém o conhecimento sobre o que é um produto lácteo de qualidade ainda é superficial. É nesse momento que o produtor precisa de auxílio para mostrar como é o processo de produção do leite até chegar ao consumidor”, enfatiza.

De outro lado, o baixo poder aquisitivo de grande parcela da população é outro desafio que a cadeia precisa superar. Beskow também lembra que a partir da demanda de pessoas com intolerância à lactose ou que possuem alergia à proteína do leite a indústria passou a oferecer produtos como o leite tipo A2A2, obtido a partir de animais selecionados e capazes de produzir apenas a beta-caseína A2. “Por se acreditar que a gordura do leite pudesse ter efeitos negativos no organismo, a indústria passou a produzir o produto desnatado, processo pelo qual são removidas todas as gorduras encontradas nele. No entanto, hoje sabemos que a gordura do leite é saudável, tanto do ponto de vista nutricional quanto em relação ao ganho de peso, o que difere da percepção anterior”, sintetiza.

Em termos de perspectivas futuras, o pesquisador ressalta que os produtores enfrentam um grande desafio em relação à mão-de-obra, que está cada vez mais escassa e difícil de encontrar, especialmente com qualificação e disposição para permanecer na propriedade. Por esse motivo, busca-se automatizar o máximo possível, desde que o produtor tenha condições para investir nessa automação.

A questão do retorno financeiro da atividade está levando muitos produtores a sair da pecuária leiteira em razão da dificuldade de obter uma renda líquida que permita investimentos adequados para crescer na atividade. “Está ocorrendo uma saída acelerada de produtores de leite em todo o Brasil, especialmente na região Sul, local em que os produtores estão deixando a atividade de fornecimento de leite para a indústria devido à dificuldade de acompanhar o crescimento do setor em termos de volume mínimo viável para a coleta industrial e qualidade aceitável, além da viabilidade econômica”, diz demonstrando preocupação.

Por sua vez, Beskow vislumbra que a mesma situação deve começar a acontecer na indústria que, em razão do baixo volume de leite produzido, terá dificuldades em equilibrar as contas. “O mesmo que acontece com os produtores de leite eu prevejo que vai acontecer com as indústrias daqui para frente”, opina o consultor.

O Brasil não consegue exportar leite de forma significativa, pois o nosso o produto nacional é caro, o que o torna não competitivo no mercado internacional. Portanto, Beskow frisa que é essencial que o consumo interno seja estimulado, o que esbarra na renda dos consumidores, que segue deprimida no país. “Se houver uma recuperação na renda, com aumento no poder de compra do salário mínimo, aumento do emprego e ganhos reais de renda, o setor terá um crescimento promissor, do contrário vamos enfrentar um desafio significativo e até mesmo uma estagnação”, avalia.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital de Bovinos, Grãos e Máquinas. Boa leitura!

Fonte: O Presente R ural

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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