Suínos
“Cada funcionário precisa entender o seu papel”, diz médico-veterinário
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até 2027 o Brasil será o pais no mundo que mais deve ampliar a produção, com previsão de aumento de 41% no período.

A importância da mão de obra realmente comprometida na suinocultura foi uma das palestras que chamaram a atenção na 2ª edição do Dia do Suinocultor O Presente Rural Frimesa, promovido de forma híbrida no dia 20 de julho, em Marechal Cândido Rondon, PR. O médico-veterinário, Tiago Feldens Paranhos destacou que pessoas comprometidas são a chave para alavancar resultados e melhorar o desempenho dos planteis.
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até 2027 o Brasil será o pais no mundo que mais deve ampliar a produção, com previsão de aumento de 41% no período. “Este número mostra que o setor irá demandar de um bom incremento em mão de obra”, observou.
Ele destaca que além do consumo de carne suína ter aumentando, o Brasil melhorou muito a produtividade desta proteína e que “a mão de obra foi fator chave para melhorar o desempenho da suinocultura”. “Não vou dar respostas aqui, porque cada granja deve fazer seu projeto de forma única, mas é preciso que vocês pensem e planejam a gestão da granja. Será que precisamos de um funcionário para 50 matrizes? Um para 200? Um a cada 300 matrizes? Isso cada proprietário precisa estudar e definir as suas metas”, sugeriu Paranhos.
O palestrante informou que no Brasil a mão de obra é bem mais acessível do que em outros países ao redor do mundo. “Uma coisa é certa, para termos competitividade é preciso de produtividade. E isso só é alcançado com pessoas capacitadas, não basta ter genética e tecnologia, é necessário contar com pessoas que executem a genética e a tecnologia, pois só então dará certo”, observou.
O médico-veterinário enalteceu que manejar adequadamente os animais é uma tarefa primordial e que precisa ser executada por todos da granja. “Graças ao bom manejo dos funcionários e proprietários das granjas é que o Brasil é livre de inúmeras doenças. Produzimos um suíno de ótima qualidade e com sanidade comprovada”, pontuou.
Tecnologias
O palestrante apresentou a tecnologia como sendo uma aliada para superar os desafios diários da mão de obra. “A utilização das tecnologias na suinocultura brasileira teve início com a inseminação artificial. Foi um momento em que registrou-se uma diminuição na necessidade de mão de obra, bem como com os materiais genéticos, já que o processo tornou a fecundação mais precisa”, expôs.
Ele também lembrou que a alimentação foi bastante beneficiada pelas tecnologias, porque o trato manual de ração foi migrando para o semiautomático e para os sistemas de alimentação automáticos. “Recentemente temos ouvido experiências sobre as estações de alimentação, bem como a utilização de chips nos animais, o que favorece a diminuição da mão de obra, mas, por outro lado, demanda um profissional mais capacitado”, opinou.
O palestrante também falou sobre a importância do conhecimento prévio sobre os animais e sobre o sistema para desempenhar um bom papel junto à granja. “Entender o que se passa na granja e com o animal facilita e aprimora o trabalho. Quanto maior foi a granja, maior é o desafio de fazer uma boa gestão dela, para isso, cada funcionário precisa entender o seu papel”, apontou Paranhos.
TOP 10
De acordo com ele, as melhores granjas do Brasil, que sempre são premiadas, contam com funcionários há muitos anos. De acordo com ele, no Brasil, 60% das granjas que estão entre as top 10 possuem menos de 800 matrizes no plantel, mais de 50% das granjas ainda possuem donos ou alguém da família nas atividades diárias. “Nem todas são toda automatizadas, mas contam com pessoas comprometidas e capacitadas, quanto mais ela é terceirizada, menos rendimento ela oferece”, disse.
Desafios
Tiago pontuou que a suinocultura moderna tem muito mais a ver com a administração de pessoas do que com os manejo dos animais. “Os funcionários precisam ser organizados para que o desperdício de tempo seja minimizado. Tudo isso é um grande desafio para o gestor do negócio, que também precisa ficar atento às demandas do mercado e à forma correta de remunerar e agregar valor ao trabalho destes profissionais”.
Com base em suas pesquisas sobre o assunto, o palestrante recomendou três habilidade fundamentais para uma boa gestão na granja: liderança, comunicação e reconhecimento. “De uma forma geral, os fatores que interferem no desempenho da equipe e nos resultados da granja podem ser pontuados como liderança, comunicação e reconhecimento. É preciso exercer bem estas habilidades. Quando nós cobramos os nossos funcionarios precisamos estar convictos de que estamos contribuindo com a nossa parte”, advertiu.
Para finalizar, o médico-veterinário falou sobre a importância de alinhar as expectativas entre as partes. “A empresa deseja o lucro, qualidade, pouco desperdício, entre outros. Já o funcionário almeja um bom salário, reconhecimento, boas condições de trabalho, entre outros. É uma via de mão dupla. Todos precisam estar satisfeitos”, destacou, reforçando: “precisamos sempre lembrar que só quem é comprometido agrega valor”.
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Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.



