Suínos
C.Vale investe em qualidade e sustentabilidade na piscicultura
A produção de tilápias é de longe a atividade preferida pelos produtores, bem como o mercado predileto para consumo, somando em 2022 o montante de 550 mil toneladas de produto, também conforme levantamento divulgado pela Peixe BR.

Conforme dados apresentados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Brasil está entre os 15 maiores produtores de peixes cultivados em escala mundial. De acordo com a Associação Nacional da Piscicultura (Peixe BR), a piscicultura é a atividade zootécnica que mais está crescendo nos últimos 10 anos no país, sendo que em 2022 atingiu o montante de 860 mil toneladas de produção.
A produção de tilápias é de longe a atividade preferida pelos produtores, bem como o mercado predileto para consumo, somando em 2022 o montante de 550 mil toneladas de produto, também conforme levantamento divulgado pela Peixe BR. Uma cooperativa que investe neste segmento, desde 2017, é a C.Vale, de Palotina, PR. A empresa expandiu, recentemente, a produção de tilápias em 25%, processando diariamente 170 mil peixes por dia.

Presidente da C.Vale, Alfredo Lang: “Nossa produção está em 170 mil tilápias/dia e queremos chegar a 200 mil/dia até o final de 2024” – Foto: Divulgação/C.Vale
De acordo com o presidente da C.Vale, Alfredo Lang, a expansão do abate de tilápias mostra o potencial da região Oeste na diversificação de atividades, pois a maioria são áreas pequenas e exigem que o produtor invista em alternativas de renda. “Desta maneira, quando colocamos o frigorífico em operação, aqueles produtores que eram independentes migraram naturalmente para a C.Vale. Até porque muitos tinham levado calote. A integração é muito segura ao produtor e facilita muito a vida dele. Ele recebe ração, o alevino, assistência técnica, retirada do peixe e tem a certeza do pagamento em dia”, menciona.
Entre os principais diferenciais da C.Vale em relação a outras empresas do setor de produção de tilápias, o presidente reitera que a meta é sempre a qualidade da carne de tilápia. “Nossos produtos são parte de um longo processo que envolve qualidade da água, chegada do peixe vivo ao abatedouro, bem-estar animal e fluxo contínuo na industrialização, o que assegura alta qualidade”, destaca.
Lang salienta que a produção de tilápias da C.Vale segue os melhores padrões que estão disponíveis no mercado mundial. “Quando decidimos entrar para o segmento peixes, fomos atrás do que tinha de mais moderno no mundo. Reunimos as melhores tecnologias de oito países para o processamento de tilápias, já que a gente sempre teve como meta produzir para exportar”, explica.
Esse planejamento e alto padrão conferem um público seleto e fiel dos produtos. “Nós gostamos de clientes exigentes. Eles querem alimentos de alta qualidade e pagam por isso. E é isso que nós oferecemos. Nossas linhas de processamento têm muitos controles de produção, rendimento e qualidade. No início de 2022 colocamos em operação uma linha ainda mais mecanizada e continuamos investindo em equipamentos de alto nível tecnológico. Isso nos permite produzir com mais qualidade e melhora a eficiência e a rentabilidade dessa atividade”, assegura.
Sustentabilidade
A empresa também entende a importância da sustentabilidade ambiental na produção de tilápias, por isso possui programas que visam o desenvolvimento de ações sustentáveis. “Tratamos com muita seriedade a sustentabilidade, desta forma ela é um alvo que buscamos em todos os processos. No campo, temos o controle da alimentação dos peixes para evitar o desperdício de ração e para ajudar a manter a qualidade da água, que é o recurso primordial para a produção. Nossa meta é devolver a água aos rios com melhor condição de quando a captamos”, declara.
Mercado europeu na mira
Em 2022 a C.Vale produziu 34 mil toneladas de carne, em 797 hectares de lâmina d’água, com peso médio de 916 gramas. A cooperativa comercializou 80% da produção no mercado interno e 20% foram exportados para Estados Unidos, Taiwan, Canadá, China e México. Esses números são expressivos e devem melhorar ano após ano, como afirma o presidente. “Estamos sempre em busca de novos mercados. Nosso objetivo é entrar no mercado europeu, que é aquele que remunera melhor. Para isso, precisamos da participação do governo federal porque envolve negociação e acordos comerciais. Seria um grande avanço entrar no mercado europeu pelo potencial de negócios que abriria. Beneficiaria a indústria, o funcionário e o produtor”, opina.
Expectativas
O presidente evidencia que a cooperativa tem muitas expectativas promissoras para expandir a produção de tilápias, mas também depende de incentivos por parte do governo. “Nossa produção está em 170 mil tilápias/dia e queremos chegar a 200 mil/dia até o final de 2024. O que está freando a expansão são os juros dos financiamentos agrícolas. Nesse patamar, com taxa Selic a 13,75% o produtor fica muito receoso em investir porque encarece demais os custos. Por isso precisamos que o governo federal e o Banco Central tragam essa taxa para mais próximo dos índices de inflação”, reforça.
Alfredo reitera que a produção de tilápias traz muitos benefícios para a economia. “Temos 260 integrados e mais de 1,1 mil funcionários, além de prestadores de serviços terceirizados. A produção de peixes gera muita renda, ajuda a manter o produtor e os filhos no campo. Além do mais, tem o rendimento dos funcionários. Tudo isso vira movimento no comércio, é gasto nas cidades, é uma correia transmissora de benefícios”, argumenta.
Muito trabalho
O aumento na produtividade de abate de 11,1 mil toneladas de peixes em 2018 para 34 mil toneladas em 2022 é mérito de um trabalho planejado e executado a muitas mãos. “Esse aumento, em primeiro lugar, é a vocação dos produtores da região. São pequenos proprietários de terras, em sua maioria, que optaram por investir na piscicultura para reduzir a dependência dos grãos, principalmente em anos de clima ruim. Em caso de quebra de safra, o produtor fica muito exposto. Segundo, tivemos o investimento em alta tecnologia para a produção e processamento da carne. Terceiro, a produção de matérias-primas, soja e milho, para produzir rações. Quando você tem esse conjunto de fatores, a viabilidade do negócio é alta e o negócio é financeiramente atrativo ao produtor”, destaca.
Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor aquícola acesse gratuitamente a edição digital de Aquicultura. Boa leitura!

Suínos
Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre
Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.
No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.
Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.
Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.
Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.
Suínos
Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro
Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.
Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.
Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton
De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.
A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.
Impacto social e ambiental
Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.
A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.
O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.
Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.
O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.
Futuro sustentável
Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”
Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”
O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.
Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.
Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.



