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Busca por ambiente ideal nos galpões não cessa

Com alta tecnologia em genética, nutrição, sanidade e instalações, a suinocultura passou a ostentar índices produtivos antes inimagináveis

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Por: Gustavo Freire Resende Lima, zootecnista e especialista em Crescimento e Validação de Produtos

Poucas atividades produtivas apresentaram uma evolução técnica tão robusta quanto a suinocultura. Movidas pela incessante busca pela máxima competência produtiva, diferentes áreas da produção comercial de suínos registraram um progresso expressivo, alçando o setor a um novo patamar de eficiência e rentabilidade. Com alta tecnologia em genética, nutrição, sanidade e instalações, a suinocultura passou a ostentar índices produtivos antes inimagináveis.

À medida que os sistemas de produção evoluem, fatores ambientais tornam-se mais evidentes e impactantes no resultado. Com isso, existe uma priorização de investimentos em ambiência por parte da indústria suinícola. Hoje, controlar o ambiente das instalações e garantir o conforto térmico aos animais é algo prioritário na suinocultura. Praticamente todos os novos projetos em implementação no Brasil têm adotado conceitos de melhoria de ambiência e bem-estar animal. Afinal, a gestão das condições ambientais dentro do galpão, independente da fase de produção, é fundamental não só para potencializar o desempenho zootécnico, como também para otimizar o uso das instalações e da mão de obra.

Conforto Térmico e Desempenho Produtivo

Os avanços na área de ambiência têm sido significativos, mas a busca pelo ambiente ideal é um exercício que não cessa. As exigências dos animais quanto ao ambiente térmico são muito bem definidas na suinocultura. A zona de temperatura ótima para os suínos, também conhecida como zona de conforto térmico, é de amplo conhecimento dos técnicos e produtores do setor. Proporcionar um ambiente térmico apropriado para os suínos, no entanto, requer a observação de diferentes fatores e variáveis, tanto do ponto de vista dos animais e de seus recursos de termorregulação, quanto das instalações, visando minimizar os efeitos adversos do ambiente sobre os suínos.

Temperaturas fora da zona de conforto térmico afetam o desempenho dos suínos. Suínos em terminação, alojados em ambientes ligeiramente mais frios que a zona de conforto térmico, podem apresentar ganhos em GPD. Porém, se essa temperatura estiver muito abaixo da zona de conforto animal, pode-se piorar a conversão alimentar pelo aumento excessivo do consumo de ração e pela maior produção de calor pelo metabolismo animal.

Assim, promover uma gestão adequada das condições ambientais do galpão é essencial para otimizar o desempenho zootécnico e produtivo dos animais nas diferentes fases de produção. Nessa tarefa, alguns pontos merecem atenção especial. Entre eles o controle da temperatura, umidade e ventilação.

Ajustes nas Instalações

Vários cuidados precisam ser observados para garantir uma boa temperatura nos galpões nas diferentes fases de produção dos suínos. O constante aperfeiçoamento das instalações, visando o controle dos fatores climáticos, através da adoção de técnicas e equipamentos de condicionamento térmico ambiental, é um recurso indispensável para minimizar os efeitos do ambiente sobre a produtividade dos animais.

Em granjas mais antigas e de menor nível tecnológico, aspectos como localização, espaçamento entre os galpões, orientação das instalações em relação à trajetória do sol, dimensões, tipo de cobertura e o sombreamento das salas têm influência direta no conforto térmico dos animais e devem ser constantemente revisados e readequados, caso seja necessário. Um bom manejo de cortinas também pode contribuir para melhorar o conforto térmico nessas granjas.

Já em instalações climatizadas é importante avaliar rotineiramente quesitos como ventiladores e/ou exaustores, fornos de aquecimento, cortinas automáticas, entradas de ar (lanternins), assim como a pressão estática e velocidade do vento no caso de climatização por pressão negativa.

Controle de Umidade e Ventilação

A umidade relativa do ar é representada pela quantidade de água presente em um certo volume de ar em m³ e é expressa em porcentagem. Ela varia de acordo com a temperatura, pois o ar quente tem maior volume que o ar frio, apresentando uma maior capacidade de retenção de água.

Quando os níveis de umidade do galpão superam 65%, recomenda-se o aumento das taxas de ventilação, desde que a temperatura externa esteja abaixo da temperatura interna atual. Dessa forma, a umidade dentro da instalação vai diminuir sem impactar a temperatura. Entretanto, aumentar as taxas de ventilação quando a temperatura externa está maior do que a temperatura interna no galpão não será efetivo para reduzir a umidade da instalação.

A ventilação das instalações é outro ponto relevante para as fases de creche, recria e terminação. A renovação do ar possibilita não apenas a dissipação do calor, como também a retirada de gases nocivos à saúde animal. A programação dos estágios de ventilação é feita com o objetivo de retirar, progressivamente, o calor e a umidade interna, sem prejudicar a temperatura de conforto animal.

O aumento das taxas de troca de ar é função do aumento da temperatura externa e da produção de calor pelos animais em relação à temperatura ótima de conforto animal da fase de criação.

Monitoramento

É de suma importância que o suinocultor adote um histórico de aferição e registro da temperatura, umidade relativa e velocidade do ar. Essa medição pode ser feita através de termômetros de máxima e mínima, datalogers e anemômetros, com registro diário, visando melhor controle das condições de ambiência das salas.

Proporcionar ambiente ideal para os animais alojados requer múltiplos aspectos operando em harmonia. Entre eles está o equilíbrio entre ventilação adequada e a faixa de temperatura desejada para cada fase, área de lanternin (inlet) suficiente para a entrada de ar e velocidade de vento nas salas.

Considerações Finais

O expressivo desenvolvimento tecnológico da suinocultura evidenciou a importância da ambiência para a maximização dos resultados produtivos e econômicos na produção comercial de suínos. Além de garantir bem-estar animal, conhecer os efeitos do ambiente sobre os suínos tornou-se vital para orientar medidas de correção nas instalações, equipamentos e manejo dos animais, visando a obtenção da máxima produtividade.

As exigências dos animais quanto ao ambiente térmico estão hoje muito bem estabelecidas. Assegurar um ambiente ideal, no entanto, exige a observação de diferentes aspectos que, necessariamente, devem operar em harmonia. Os avanços na área de ambiência têm sido significativos, mas a busca pelo ambiente ideal é um exercício constante.

Num país de clima tropical e dimensões continentais como o Brasil, é preciso levar em conta não apenas as amplitudes térmicas de cada região, mas também as características de cada instalação. O tipo de adequação e as ferramentas tecnológicas a serem usadas para melhorar as condições de ambiência devem considerar a idade e fase de criação do animal. É o conjunto delas que vai nortear os investimentos e/ou as mudanças a serem realizadas.

 

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2016 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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