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Notícias Receita líquida obteve aumento de 13,7%

BRF reverte lucro e registra prejuízo líquido de R$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre

Dívida líquida da companhia ficou em R$ 12,588 bilhões, R$ 2,73 milhões a menos que o reportado de janeiro a março de 2021.

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Crescimento de receita foi puxado, principalmente, pelo mercado Halal, que teve aumento de 27% no período - Foto: Divulgação/BRF

No primeiro trimestre de 2022, A BRF registrou prejuízo líquido de R$ 1,546 bilhão, revertendo lucro de R$ 22 milhões reportado no primeiro trimestre do ano passado, informou a companhia em comunicado divulgado na quarta-feira (04). A receita líquida no período foi de R$ 12,04 bilhões, aumento de 13,7% em relação aos R$ 10,592 bilhões de igual trimestre de 2021.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da BRF chegou a R$ 121 milhões nos primeiros três meses do ano, queda de 90,2% ante a soma de R$ 1,234 bilhão registrado no mesmo intervalo do ano anterior. A margem do Ebitda ajustado foi de 1%, ante 11,6% na mesma base comparativa. A empresa atribuiu o resultado ao cenário econômico brasileiro e geopolítico mundial que pressionou negativamente o desempenho da companhia no primeiro trimestre.

Em comunicado enviado à imprensa, a BRF informou que a dívida líquida ficou em R$ 12,588 bilhões, R$ 2,73 milhões a menos que o reportado de janeiro a março de 2021. Com isso, a companhia encerrou o trimestre com o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) em 2,83 vezes, contra 2,96 vezes no mesmo período do ano anterior.

“A queda de renda da população brasileira, somada à alta da inflação global, impactou o planejamento operacional da BRF no período, com uma perceptível quebra de volumes. Este cenário afetou o varejo alimentar, levando o setor a adequar seus estoques nos primeiros meses de 2022, o que também impactou as vendas da companhia”, relatou em nota.

Os meses de março e abril já registraram, no entanto, uma retomada de volumes e preços no Brasil e no exterior. A margem bruta de março, por exemplo, foi cinco pontos percentuais maior do que a de janeiro. “Confiamos na nossa capacidade de transpor os desafios que se apresentam para manter a BRF eficiente e rentável. Para simplificar, ganhar agilidade e buscar a geração de resultados e lucros ainda em 2022, estamos adequando de forma ampla a nossa maneira de trabalhar e os nossos processos”, salienta o CEO global da BRF, Lorival Luz.

Já está em curso um conjunto de iniciativas que visam colocar a companhia em um novo patamar de eficiência e atuação. “Estas medidas estão focadas na revisão das nossas prioridades, na otimização da estrutura e no redimensionamento dos processos. Nosso objetivo é reverter as perdas deste primeiro trimestre ao longo dos próximos meses e gerar melhores resultados aos acionistas”, complementa.

Vale destacar que, ainda no primeiro período do ano, a BRF realizou seu follow-on, que captou R$ 5,4 bilhões, o que permitiu reforçar sua estrutura de capital, liquidez e solidez financeira.

De acordo com o executivo, a companhia está também revisando seu planejamento estratégico ‘Visão 2030’ para os próximos trimestres, conforme previsto, com as adequações necessárias ao ambiente de negócios que se apresenta. “A rápida disrupção e a deterioração do cenário utilizado para o planejamento, já percebidas neste primeiro trimestre, nos levam agora a considerar ciclos menores, de até cinco anos. Adequações fazem parte da jornada de uma empresa global como a BRF, que precisa acompanhar as mudanças que afetam o negócio, sem se afastar de sua ambição maior e de seus compromissos fundamentais”, expôs.

Internacional

O crescimento de receita foi puxado, principalmente, pelo mercado internacional, sobretudo o mercado Halal, que teve aumento de 27%. O Ebitda da região dobrou na mesma comparação. A Banvit ganhou participação de mercado na Turquia, com aumento de 1,7 ponto percentual na comparação com o mesmo período do ano passado. Houve também melhor performance de demanda e preço no Golfo. “Reforçamos nossa liderança neste mercado estratégico com aumento de 60% com produtos de valor agregado. É um momento muito positivo para os mercados locais e, com um ótimo trabalho da nossa equipe na região, estamos conseguindo atingir um crescimento constante, com melhor performance em volume, margens e receita”, avaliou o executivo.

De acordo com Luz, a BRF ainda conseguiu recentemente a habilitação de oito de suas unidades produtivas para exportação de produtos Halal derivados de frango ao Iraque.

Nos demais mercados internacionais, houve aumento de volume de exportações para o México e melhor desempenho de preço para frango no Japão e na Coreia. No mesmo período, a companhia obteve duas habilitações novas para suas unidades, para exportação de salsichas à África do Sul e suínos para o Vietnã. Outro destaque positivo foi o Chile, onde a BRF lançou seu primeiro e-commerce B2B na América Latina. O país conta com a maior operação da BRF na América depois do Brasil.

Em outros segmentos, a companhia viu alta no volume de Ingredients, 6,8% maior do que no mesmo período de 2021. A operação de PET segue em seu movimento de estruturação e expansão, após as aquisições anunciadas no último ano, apresentando volume de 52 mil toneladas nos primeiros três meses de 2022, crescimento de mais de 360% ao ano ao consolidar as operações da Mogiana e Hercosul e expansão de 3,6 pontos percentuais na comparação anual da margem Ebitda.

Agenda ESG

Alinhada à agenda ESG, a companhia obteve avanços em diversas iniciativas durante o período. Foi anunciado o closing deal da parceria firmada com a AES para a construção de um parque eólico em Cajuína, no Rio Grande do Norte, em linha com a joint venture anunciada em 2021. Na Turquia, a Companhia, por meio da Banvit, lançou o projeto ‘Smart Kids Table’, com o objetivo de criar hábitos alimentares corretos nas crianças e conscientizar sobre o desperdício de alimentos. Em relação ao Instituto BRF, a frente de Educação evoluiu por meio de uma parceria inédita firmada com o Instituto Ayrton Senna para ajudar a reduzir a defasagem educacional de milhares de estudantes durante a pandemia.

Fonte: Assessoria

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Fotos: Shutterstock

Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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