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BRF anuncia compromisso para cadeia de suprimentos livre de desmatamento até 2025
Companhia vai ampliar seu compromisso de rastreabilidade de grãos para 100% dos biomas onde atua.

Durante a Conferência do Clima (COP 28), a BRF anunciou que está assumindo o compromisso para uma cadeia de suprimentos, direta e indireta, livre de desmatamento até 2025, e ampliando seu compromisso de rastreabilidade de grãos para 100% dos biomas onde atua. “Com o novo compromisso, expandiremos a agenda de rastreabilidade em nossa cadeia de suprimentos, avançando em nossa jornada sustentável e gerando ainda mais transparência e valor ao nosso negócio”, afirma Alessandro Bonorino, vice-presidente de Gente, Sustentabilidade e Digital da BRF.
No evento, a BRF também destacou os avanços de seu Plano de Sustentabilidade, baseado em cinco pilares estratégicos: Mudanças Climáticas, Recurso Naturais, Bem-estar animal, Cadeia de Suprimentos e Responsabilidade Social. Só no ano passado, a empresa investiu R$ 156,7 milhões em ações socioambientais voltadas a transição energética, educação e formação profissionalizante, tecnologias de automação na cadeia produtiva e em bem-estar animal.
A frente energética foi uma das que mais apresentou avanços. Com as parcerias firmadas em 2021 com a AES Brasil e Power China – antiga Pontoon – para a construção dos parques eólico e solar, respectivamente, a Companhia está avançando em direção ao seu compromisso de ter 50% de autogeração de energia de fontes limpas até 2030. Com ambos projetos, a BRF viabilizará cerca de 90% de energia elétrica proveniente de fontes eólica e solar nas operações do Brasil até 2030. Atualmente, a empresa já está captando 36 MW médios de energia limpa do parque eólico, com a expectativa de atingir 80 MW médios ainda esse ano – a companhia prevê suprir 33% de sua demanda de energia em 2024.
Dentre outros importantes avanços, destaque para:
Agenda de Mudanças Climáticas
- Redução, em 2022, de 26% nas emissões absolutas de gases de efeito estufa dos escopos 1 e 2 em relação ao ano-base (2019).
- 100% dos fornecedores diretos mapeados e alinhados à política de compra sustentável de grãos nos biomas da Amazônia e do Cerrado e 75% dos indiretos para ambos os biomas.
- Em 2023, Sadia passou a contar com três itens carbono neutro: couve-flor wings; nuggets de legumes e nuggets de proteína vegetal.
Recursos Naturais
- Cerca de 90% do consumo de energia elétrica em nível global já é proveniente de fontes renováveis. Em 2022, 24% dessa energia vinham de fontes limpas. Até o final do ano a expectativa é que 30% da energia consumida sejam geradas de fontes limpas.
- Cerca de 8% de redução no consumo de água por tonelada produzida no consolidado atual de 2023.
- Mais de 1500 produtores integrados utilizando painéis solares.
Bem-estar animal
De onze compromissos públicos de BEA, seis já foram entregues:
- Em 2023, a BRF obteve certificação em bem-estar animal em todas as suas unidades de abate de aves e suínos no país, conforme protocolos globais do Instituto Norte-Americano da Carne e do Conselho Nacional do Frango (dos EUA).
- Ainda em 2023, alcançamos o marco de 100% das aves do sistema global de integração livres de gaiolas.
- Desde 2020, passamos a empregar no Brasil 100% de ovos cage free em nosso processo industrial de alimentos.
Cadeia de Suprimentos Sustentável
- 100% das embalagens de margarina Qualy compensadas.
- 80% das embalagens da Companhia recicláveis, reutilizáveis ou biodegradáveis.
- Em parceria com a Eureciclo, alcançamos 12.000 toneladas de plástico reciclado.
Responsabilidade Social
- Em 11 anos, mais de 3,5 milhões de pessoas impactadas pelo Instituto BRF.
- Uma das maiores empregadoras de refugiados do mundo, com mais de cinco mil colaboradores.
“Incorporamos critérios de sustentabilidade à gestão estratégica de nossa cadeia de valor, com ações concretas, transparentes e eficientes. Os desafios dessa agenda também estão atrelados às metas e remuneração executiva, reforçando a importância da governança sobre o tema. Continuaremos avançando em nossa jornada, gerando valor econômico, ambiental e social, contribuindo para uma produção de alimentos sustentável”, afirma Raquel Ogando, diretora de Reputação e Sustentabilidade da BRF.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



