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Brasileira é a nova coordenadora do Grupo de Trabalho de Sustentabilidade do Conselho Mundial da Avicultura
Sulivan Alves, diretora técnica da ABPA, estimulará o fortalecimento dos ODS no trabalho multissetorial do IPC

A diretora técnica da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Sula Alves, foi escolhida para o cargo de coordenadora do Grupo de Trabalho de Sustentabilidade e Meio Ambiente do Conselho Mundial da Avicultura (IPC, sigla em inglês).
Sula assumirá a posição de Anne-Marie Neetson, com a missão de dar continuidade ao trabalho de continuidade ao acordo global firmado pela Declaração de São Paulo, assinada pelos membros da avicultura mundial durante o Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (SIAVS) de 2019.
“Como setor avícola mundial é um dos principais alicerces da segurança alimentar nos cinco continentes, temos um importante desafio no fortalecimento da implantação de iniciativas em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, sobre os quais o IPC assumiu compromissos globais. Este será o alicerce do nosso trabalho”, destaca.
Zootecnista e doutora em Agronomia pela Universidade de São Paulo (USP), Sula desenvolveu pesquisas junto ao NUPEA (Núcleo de Pesquisas em Ambiência) da ESALQ e em bem-estar animal. Além de mais de uma década de atuação institucional e em empresas do setor, a diretora técnica da ABPA acumula experiências na área acadêmica como professora dos cursos de Ciências Agronômicas, Medicina Veterinária e Zootecnia na Universidade do Rio de Janeiro.

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COP-30 fortalece agro brasileiro e reabre debate sobre pontos sensíveis do Plano Clima
Setor conquista espaço, derruba riscos regulatórios e ganha protagonismo na construção da agenda climática até a COP-31.

O setor produtivo brasileiro avalia que conseguiu “virar o jogo” em Belém (PA) ao reforçar sua sustentabilidade e inovação na produção. A avaliação é do vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) e da presidente do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), Tania Zanella, que atribuíram a mudança de cenário à ocupação qualificada dos espaços pela bancada e a atuação técnica das entidades do setor.
Em debate há mais de dois meses, a versão do Plano Clima aguardada para a COP-30 não foi publicado por falta de consenso em relação aos trechos que atribuem ao setor agropecuário todo o desmatamento legal e ilegal de áreas privadas ou publicas, sem considerar as remoções de gases de efeito estufa do setor. O texto também não deixa transparente a metodologia utilizada e propõe utilizar dados não oficiais para a organização da política pública.

Arnaldo Jardim afirma que setor saiu de zona de risco em Belém (PA) após articulação política e ação coordenada das entidades; Plano Clima só deve avançar com novos ajustes – Fotos: Divulgação/FPA
Durante a reunião-almoço na terça-feira (25), foi realizado um balanço técnico da participação do agro na COP-30, além de discutir os próximos passos da negociação do Plano Clima com a Casa Civill. A reunião reuniu parlamentares, lideranças do setor e representantes das principais entidades do agro brasileiro.
O vice-presidente da FPA, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), representou a FPA na COP-30 e afirmou que a delegação do agro entrou na conferência em um cenário adverso e saiu fortalecida após uma articulação considerada decisiva nos bastidores. “Quando a COP-30 foi anunciada para Belém, muitos de nós achamos que entraríamos em uma zona de risco bastante perigosa. Mas buscamos alternativas técnicas e conseguimos construir uma posição forte e articulada”, disse.
Segundo o parlamentar, a manutenção do embaixador André Corrêa do Lago como líder da delegação — após forte disputa interna no governo. Jardim também destacou a escolha do ex-ministro Roberto Rodrigues como Special Envoy para agricultura e a indicação de Dan Yoshikawa, ligado à Fiesp, como coordenador empresarial (Champion) da COP. Para ele, essas decisões consolidaram “uma conjuntura favorável” para o agro nas negociações internacionais.
AgriZone vira vitrine estratégica
O setor avaliou como decisiva a atuação na AgriZone, espaço dedicado à agricultura tropical sustentável dentro da COP. O deputado descreveu a área como “espetacular” e “inédita”, ressaltando o impacto da demonstração de tecnologias brasileiras.

Presidente do IPA, Tania Zanella: “Vimos delegações estrangeiras caminhando no sol para observar a soja de baixo carbono, sistemas integrados e áreas de recuperação. Começamos o jogo perdendo de 3 x 0, mas viramos”
“Vimos delegações estrangeiras caminhando no sol para observar a soja de baixo carbono, sistemas integrados e áreas de recuperação. Começamos o jogo perdendo de 3 x 0, mas viramos. Saímos com autoridade técnica e com respeito internacional”, disse Jardim.
A presença coordenada de entidades como CNA, Sistema OCB e Embrapa, além da elaboração de um documento técnico liderado por Marcelo Morandi, representante da Embrapa, foi considerada determinante para desmontar narrativas negativas sobre desmatamento, biocombustíveis e mercado de carbono.
Plano Clima
Para a FPA, a divulgação prematura poderia comprometer avanços obtidos na conferência. Setores do governo, relatou Jardim, defendiam que o anúncio fosse feito em paralelo aos decretos de demarcação de terras indígenas — movimento visto como “imprudente” pelas entidades do agro.
A presidente do IPA, Tania Zanella, reforçou que a primeira minuta do gerou forte preocupação. “O agro entrou na COP com o pé atrás, mas saiu vitorioso. No caso do Plano Clima, considerando o tamanho do risco, nós avançamos bastante. Mas havia pontos extremamente sensíveis e sem maturidade técnica para serem anunciados”, afirmou.
Após reuniões diárias conduzidas com participação ativa de Roberto Rodrigues, o governo sinalizou que retomará o debate com a criação de um grupo de trabalho, com prazo estimado de 30 a 60 dias para ajustes antes da versão final do Plano. “O fato de o Plano não ter sido anunciado — algo tratado como certo — foi uma conquista coletiva”, disse a presidente do IPA.

Deputado Henderson Pinto: “A COP-30 foi uma oportunidade extraordinária para mostrar ao mundo que o Brasil faz diferente”
O deputado Henderson Pinto (MDB-PA) também destacou o fortalecimento institucional do setor produtivo durante o evento. “A COP-30 foi uma oportunidade extraordinária para mostrar ao mundo que o Brasil faz diferente. Quem esteve em Belém viu um agro moderno, sustentável e unido, apresentando tecnologia, pesquisa e práticas produtivas que muita gente lá fora desconhecia. O setor produtivo saiu fortalecido, com respeito internacional e com uma mensagem clara: desenvolvimento sustentável e proteção da floresta caminham juntos no Brasil.”
Na mesma linha, o senador Zequinha Marinho (PODEMOS-PA) afirmou que a postura firme das entidades foi determinante para evitar danos ao setor. “O governo precisa compreender que política climática séria se faz com diálogo, previsibilidade e respeito à lei. O recuo no anúncio do Plano Clima foi resultado direto da firmeza das entidades e da bancada ruralista. Não aceitaremos medidas improvisadas que prejudiquem quem produz e gera emprego no Brasil.”
Mercado de carbono e financiamento climático

Senador Zequinha Marinho: “O governo precisa compreender que política climática séria se faz com diálogo, previsibilidade e respeito à lei”
Para Jardim, a decisão do Brasil de não ingressar imediatamente no mercado de carbono foi estratégica. “Queremos entrar com parâmetros sólidos, com segurança jurídica e capacidade competitiva. Não é falta de entendimento do instrumento; é preparo”, afirmou.
O deputado também criticou a falta de avanços na agenda de financiamento climático, especialmente na oferta de recursos dos países desenvolvidos para apoiar a preservação florestal.
Protagonismo brasileiro até a COP-31
A FPA destacou que o Brasil agora exerce a Presidência da COP, um mandato que começou no primeiro dia da COP-30 e se estende até a abertura da COP-31. Para Jardim, isso exige articular o setor público e privado em torno de uma agenda contínua de trabalho. A bancada deve convidar o embaixador Corrêa do Lago para uma reunião de balanço e definição dos próximos passos.
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Agro avança com produtos de alto valor e novas oportunidades externas
Setor amplia alcance global e reforça a importância de gestão eficiente e padrões internacionais de qualidade.

O agronegócio brasileiro vive um momento de expansão e transformação. O acesso a novos mercados em países estratégicos como Japão, Coreia do Sul, Cingapura, Índia e Egito reforça o protagonismo do Brasil no comércio global e amplia as possibilidades para produtos de alto valor agregado, como carne de aves, ovos processados e castanha-do-brasil. No entanto, junto com as oportunidades, surgem também desafios de custos e investimentos, que exigem das empresas e produtores maturidade de gestão e eficiência operacional.
De acordo com estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o agronegócio deve representar cerca de 29,4% do PIB brasileiro em 2025, o maior patamar em mais de duas décadas. Esse peso econômico ressalta a necessidade de equilíbrio entre crescimento e sustentabilidade financeira, especialmente em um contexto em que ampliar mercados demanda adaptação a exigências técnicas, certificações e custos logísticos elevados.

Especialista em Gestão de Finanças, Andre Paranhos: “A expansão internacional é um passo essencial, mas o sucesso depende também da capacidade de planejar, executar e controlar gastos com precisão”
O Brasil possui ampla experiência em exportações no agronegócio, com atuação consolidada em regiões estratégicas. De acordo com o relatório Panorama do Agro (2024), também da CNA, a China respondeu por cerca de 30% do valor das exportações do setor, enquanto a União Europeia representou 14%, e os Estados Unidos, 7%, entre outras localidades. Essa base reforça que a eficiência na gestão continua essencial para ampliar a presença em novos destinos.
Com isso, o desafio agora é garantir que essa expansão ocorra de forma equilibrada. A ampliação da produção voltada à exportação traz consigo custos adicionais, por exemplo, com logística, certificações sanitárias e ajustes operacionais, aspectos que exigem rigor no planejamento financeiro e na alocação dos recursos.
Para o especialista em Gestão de Finanças, Andre Paranhos, o diferencial competitivo do setor está em como o produtor e as empresas administram seus recursos. “A expansão internacional é um passo essencial, mas o sucesso depende também da capacidade de planejar, executar e controlar gastos com precisão. É preciso avaliar custos de transporte, adequações sanitárias, estrutura de armazenamento e certificações sem comprometer margens. Crescer de forma sustentável exige inteligência administrativa e disciplina operacional”, ressalta.
A entrada em novos mercados exige padrões internacionais de qualidade, rastreabilidade e governança, o que naturalmente eleva os custos de conformidade e operação.
Para Paranhos, a chave está no controle e na análise estratégica dos investimentos. O desafio não é apenas reduzir despesas, mas alocar recursos com inteligência, priorizando o que gera valor e sustenta a competitividade no longo prazo. Produzir mais com menos, afirma, continuará sendo o diferencial dos líderes no futuro. “Resultados como esse mostram que a competitividade do agro brasileiro depende tanto da eficiência produtiva quanto da gestão financeira e operacional”, salienta, enfatizando: “Com a abertura de novas fronteiras comerciais, o desafio é garantir que o ganho em volume e alcance não venha acompanhado de desequilíbrio de custos. O futuro do setor será definido por quem conseguir transformar oportunidades em resultados consistentes, com foco em dados, inovação e governança inteligente”.
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Escalada de invasões leva Comissão de Agricultura a chamar Lewandowski para explicações
Requerimentos citam omissão diante de ataques em Caarapó (MS) e criticam demarcações feitas sem concluir conciliação no STF.

A Comissão de Agricultura (CAPADR) na Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (26), os requerimentos nº 236/2025, de autoria do presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (REP-PR), e nº 225/2025, apresentado pelo deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), que convocam o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para prestar esclarecimentos sobre a omissão da Força Nacional diante das invasões indígenas em propriedades rurais.
Os parlamentares afirmam que a ausência de atuação da Força Nacional contribuiu para episódios graves registrados nos últimos dias, especialmente a invasão ocorrida no município de Caarapó (MS), onde maquinários, insumos e estruturas agrícolas foram incendiados por um grupo armado, interrompendo a produção e gerando prejuízos milionários.

Foto: Repodução/FPA
No requerimento, Pedro Lupion afirma que o Ministério da Justiça tem responsabilidade direta no acionamento da Força Nacional, conforme previsto no Decreto 5.289/2004. Para ele, a omissão é “inaceitável”. “Estamos diante de invasões violentas, expulsões de trabalhadores e queima de áreas produtivas. A Força Nacional não pode se omitir diante de atos que atentam contra a ordem pública e o direito de propriedade. O ministro Lewandowski precisa explicar por que não agiu”, afirmou Lupion.
Rodolfo Nogueira, autor do segundo requerimento (n° 225/2025), reforçou que a situação em Mato Grosso do Sul evoluiu para um quadro de insegurança generalizada. “O produtor rural está indefeso. Em Caarapó, vimos bens destruídos, famílias ameaçadas e nenhuma resposta imediata do governo federal. É dever desta Comissão cobrar esclarecimentos urgentes”, disse.
COP30
A aprovação dos requerimentos ocorreu um dia após a FPA apresentar uma notícia-crime à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Ricardo Lewandowski e outros agentes públicos. A representação questiona a edição de quatro decretos de homologação e dez portarias declaratórias de terras indígenas publicadas durante o encerramento da COP30, em 18 de novembro.
Segundo a FPA, os atos foram editados “em desacordo com a Lei 14.701/2023”, que instituiu o Marco Temporal, aprovada por ampla maioria no Congresso. Para a bancada, as demarcações avançaram sem que fosse concluída a conciliação conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC 87). “Após deliberação da nossa diretoria, apresentamos notícia-crime por prevaricação e abuso de autoridade. Esses atos afrontam a legislação vigente e rompem o equilíbrio institucional entre os Poderes”, declarou Lupion.



