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Brasil vai depositar sementes de soja, forrageiras e frutíferas nativas no Banco Mundial da Noruega

Terceiro depósito do Brasil no banco genético mundial colocará em segurança cópias de sementes de importantes culturas da terceiro depósito do Brasil no banco genético mundial colocará em segurança cópias de sementes de importantes culturas da agricultura.

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Pesquisadora Rosa Barbieri: "Desta vez, vamos ter um pouco mais de representatividade da nossa diversidade, pois vamos depositar espécies de plantas nativas do Brasil, que ainda não temos lá (Banco Mundial)" - Foto: Jackson Mendes/CBSementes

Pela primeira vez, a Embrapa irá depositar sementes de soja, frutíferas nativas e forrageiras no Banco Mundial de Sementes. As caixas já foram remetidas para a Europa pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) e devem ser depositadas no banco genético localizado no Arquipélago Svalbard, na Noruega, em outubro/2022. O anúncio foi feito pela cientista Dra. Rosa Lia Barbieri, da Embrapa Clima Temperado, durante palestra nesta segunda-feira (12), no primeiro painel do XXI Congresso Brasileiro de Sementes, sobre o Banco de germoplasma – Papel na manutenção da biodiversidade. O evento é promovido pela Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes e prossegue até quinta-feira (15), na Expo Unimed Curitiba (PR).

“Desta vez, vamos ter um pouco mais de representatividade da nossa diversidade, pois vamos depositar espécies de plantas nativas do Brasil, que ainda não temos lá. Nas caixas, estão indo sementes de caju, do banco de germoplasma de Fortaleza, sementes de maracujás, de várias plantas forrageiras, de milho e de soja. Ao todo, são 370 acessos. O que pode parecer pouco, mas é preciso considerar que cada um dos acessos contém 500 sementes”, explica Barbieri. Os acessos são amostras de sementes representativas de diferentes populações de uma mesma espécie.

Este será o terceiro depósito de germoplasma dos bancos brasileiros para o cofre mundial de sementes, que guarda cópias de segurança de sementes de vários países, mantidas em uma temperatura constante de -18°C. O primeiro ocorreu em 2012, quando foram enviados 264 acessos de milho e 541 de arroz. Em 2014, foram enviados mais 514 acessos de feijão. E, em 2020, a Embrapa enviou 3.438 materiais genéticos, sendo 3.037 acessos de arroz, 87 de milho, 119 de cebola, 132 de pimentas Capsicum e de 68 Cucurbitáceas (abóboras, morangas, melão, pepino, maxixe e melancia).

Do lote que será depositado no próximo mês, as frutíferas e forrageiras serão armazenadas como cópias de segurança. Já o germoplasma de soja fará parte do 100 Year Seed Longevity Experiment (Experimento sobre a longevidade de sementes em 100 anos), conduzido pelo Nordic Genetic Resource Center (NordGen), da Suécia. A Embrapa é a única instituição do continente americano participante desse experimento.

Durante um século, serão analisadas amostras de 13 culturas. As sementes são oriundas de instituições de pesquisa dedicadas à agropecuária na Alemanha, Brasil, Índia, Portugal e Tailândia. Do Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Soja foram encaminhadas amostras de 17 variedades de soja. O experimento deve deixar um legado para as futuras gerações de pesquisadores.

CGIAR

O painel 1 contou também com a palestra da cientista Dra. Vania Azevedo, líder do Programa de Biodiversidade para o Futuro e Líder do Banco de Germoplasma do CIP (Centro Internacional de la Papa – International Potato Center) do CGIAR (Consultative Group on International Agricultural Research). Segundo ela, o Brasil está na oitava colocação na lista dos 20 países com maiores bancos de sementes do mundo e o CGIAR mantém salvaguardado cerca de 800 mil acessos, dos quais 88% são conservados na forma de sementes.

“A gente vem cumprindo muito bem a nossa responsabilidade de ajudar no desenvolvimento da agricultura de países de baixa renda. A maior parte do que distribuímos é de variedades tradicionais, mas também distribuímos bastante material de melhoramento para pesquisa. Os países que mais demandam material da CGIAR são Índia, Nigéria, México, Marrocos, Etiópia e Peru”, explica Vania.

Estudo desenvolvido pelo CIP sobre duas variedades desenvolvidas e lançadas em Uganda apontou que uma delas tinha 72% do seu genoma oriundo de um acesso do banco de germoplasma, que gerou alto valor de produção para o país. “O valor obtido com só uma variedade é mais do que o banco do CIP vai precisar para continuar existindo para os próximos 20 anos. Ou seja, um único estudo que fizemos já mostrou o tamanho do impacto que o banco de germoplasma pode causar na agricultura”, avalia a cientista.

Outro estudo feito com amendoim (Arachis cardenasi), coletado na Bolívia há 45 anos, que entrou no programa de melhoramento dos EUA, levou resistência para as linhas de pesquisa. Os materiais foram distribuídos para o mundo inteiro e, após rastreio deste parente silvestre, foi descoberto que, em alguns países, mais de 50 variedades lançadas, alguns da África, carregam o gene deste acesso que foi coletado aqui há quase cinco décadas. “Nestes exemplos, vemos o impacto que esse banco causou num único material que foi distribuído para o mundo inteiro. Por isso defendemos firmemente a importância da manutenção do acesso facilitado aos bancos de germoplasma para pesquisa, alimentação e agricultura. Estamos falando em acabar com a fome das pessoas. E o amendoim é extremamente relevante na África, ele causou um impacto gigantesco em dezenas de países com este único material que conferiu resistência a doenças gravíssimas para a produção de amendoim no continente africano”, finaliza Dra. Vania.

Fonte: Ascom CBSementes

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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