Suínos Paraná
Brasil unido pela proteína animal: o que dizem as lideranças sobre o Alimenta 2025
Representantes de todos os elos da cadeia de proteína animal estarão reunidos no Paraná em um único espaço, com programação técnica multiproteína, feira de negócios e painéis voltados à inovação, sanidade e acesso a mercados.

Pela primeira vez, representantes de todos os elos da cadeia de proteína animal estarão reunidos no Paraná em um único espaço, com programação técnica multiproteína, feira de negócios e painéis voltados à inovação, sanidade e acesso a mercados. O palco será o Alimenta – Congresso e Feira Internacional de Proteína Animal, que acontece de 16 a 18 de junho no Campus da Indústria da FIEP, em Curitiba. A proposta é integrar setores como suinocultura, avicultura, leite, bovinos, ovos e pescados em torno de temas comuns à produção e à industrialização de alimentos de origem animal.
Para entender as expectativas do setor, O Presente Rural ouviu lideranças de entidades nacionais, indústrias e empresas fornecedoras que participarão do evento. Eles destacam que o Alimenta se apresenta como uma plataforma para intercâmbio de ideias, articulação institucional e fortalecimento da imagem das empresas e do Brasil como protagonista global na produção de proteínas.

Presidente da ABPA, Ricardo Santin: “Iniciativas como o Alimenta são fundamentais para uma cadeia produtiva global, como a das proteínas animais do Brasil” – Foto: Divulgação/ABPA
Para Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Alimenta representa uma oportunidade de alinhar a cadeia produtiva brasileira às exigências de um mercado globalizado. “Iniciativas como o Alimenta são fundamentais para uma cadeia produtiva global, como a das proteínas animais do Brasil. São oportunidades únicas de interação entre os entes de uma das maiores cadeias de proteínas do planeta, tratando de tendências e indicando o futuro de um setor que olha além de suas fronteiras”, afirma.
Segundo Santin, os temas abordados no congresso – como genética, automação, rastreabilidade, ESG e industrialização – refletem a própria agenda do setor. “São temas que dialogam com a agenda da entidade justamente por serem um reflexo da agenda setorial. São pontos que falam de futuro, de competitividade, de desenvolvimento da cadeia agroindustrial que detém protagonismo global e que norteia e influencia diretamente tantas outras nações ao redor do mundo”.
Ele ainda destaca que o Alimenta é mais do que uma vitrine: “Além de indicar tendências, o Alimenta é um exemplo de evento que fomenta o desenvolvimento setorial e a concretização de novos negócios para os diversos elos presentes. São iniciativas consolidadas como palco da inovação setorial, para a difusão de novas tecnologias e serviços voltados para as tendências demandas pelo mercado. O Alimenta, em sua primeira edição, tende a ser como espelho do que é o próprio estado do Paraná: um evento grande, inovador, fomentador e com os olhos voltados para o futuro. Diante disso, as perspectivas são as mais promissoras”, aponta.
Sanidade como pilar da competitividade
A sanidade também foi apontada como eixo estruturante do futuro do agro brasileiro. Para Elias Zydek, presidente executivo da Frimesa, debater biosseguridade é estratégico. “A sanidade é o maior patrimônio do agronegócio e constitui o maior valor de uma cadeia produtiva. Para as proteínas animais, é o fator essencial dessas atividades tanto para o mercado interno quanto externo. A biosseguridade é a primeira proteção de um sistema de produção, prevenindo intercorrências de sanidade”.

Presidente Executivo da Frimesa, Elias José Zydek: “O Paraná já é o maior produtor de frango do país e o segundo em carne suína e leite. É um estado com autossuficiência em grãos e bem localizado geograficamente em relação ao mercado” – Foto: Divulgação/Frimesa
Zydek também considera que Curitiba, como sede, traduz a força do agro paranaense: “O Paraná já é o maior produtor de frango do país e o segundo em carne suína e leite. É um estado com autossuficiência em grãos e bem localizado geograficamente em relação ao mercado. Temos grandes empresas, formação técnica, insumos, tecnologia e infraestrutura para o desenvolvimento sustentável. São condições excelentes para atração do público específico e para oferecer muitas oportunidades”.
O presidente da Frimesa também destaca o papel das cooperativas: “As cooperativas, através de suas indústrias, vêm conquistando espaço no fornecimento de alimentos para o Brasil e o mundo. A gestão de toda cadeia produtiva, desde o produtor até o consumidor, tem trazido estabilidade, previsibilidade de oferta de alimentos com segurança. Elas vêm aumentando continuamente a participação em volume com grande influência nas políticas de segurança alimentar para o Brasil e vários países importantes”.
O presidente da Frimesa espera que o evento seja também uma vitrine do agronegócio brasileiro demonstrar sua excelência. “É mostrar e evidenciar o que produzimos e o nosso potencial. É essencial para o agronegócio brasileiro expor e anunciar o quanto sustentável é a produção de alimentos no Brasil. Nossa imagem não pode ser distorcida por interesse competitivos desleais. O Alimenta é um canal de comunicação e exposição das boas práticas exercidas na produção de proteína animal.
Foco no produtor e no mercado

Presidente da ABCS, Marcelo Lopes: “Para se manter eficiente e sustentável na sua atividade, não basta ao suinocultor ter produtividade. É preciso estar atento aos movimentos de toda cadeia” – Foto: Divulgação/Arquivo OPR
Na visão de Marcelo Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), a relevância do evento está diretamente ligada ao que ele pode entregar para o produtor. “Para se manter eficiente e sustentável na sua atividade, não basta ao suinocultor ter produtividade. É preciso estar atento aos movimentos de toda cadeia. A biossegurança é um dos pilares mais importantes para a saúde dos rebanhos e para a manutenção e busca de novos mercados. E a industrialização como um elo importante da cadeia, determina alguns padrões de carcaça e qualidade de carne, os quais devem ser considerados pelo suinocultor na escolha da genética e do perfil nutricional. Com o mercado de exportação cada vez mais importante para escoar a produção brasileira, o produtor deve estar atento às exigências do consumidor mundial e as preocupações quanto ao uso responsável de antimicrobianos e bem-estar animal, dentre outros”, afirma.
Lopes também destaca que a união do Congresso de Avicultores e Suinocultores e do Workshop Sindiavipar em um único espaço é outro ponto positivo. “Acreditamos que a fusão seja positiva, pois essa integração vai fortalecer a representatividade da indústria de proteína animal do Paraná e do Brasil, reunindo diversos segmentos em um único evento de grande porte. Proporcionar, em um único ambiente, a reunião de todos os elos da cadeia produtiva de proteína animal, promover discussões, conexões e inovações que impulsionam o setor”.
Sobre a programação, o presidente da ABCS reforça que temas como economia e mercados devem gerar grande interesse: “Impacta todas as fases de produção. Estamos animados para ouvir os especialistas e sua contribuição para melhorar a realidade da suinocultura nacional”.
Contribuição das empresas para um setor integrado
Felipe Ceolin, gerente de Negócios Suínos da Vaccinar, acredita que o Alimenta é uma evolução natural de eventos anteriores. “O Alimenta é um evento novo e inovador, mas que traz o DNA e a experiência do Congresso de Avicultores e Suinocultores, e tem o objetivo de unir os diferentes elos da cadeia de proteína animal. Vemos como um evento importante e que deve se destacar no cenário nacional.
Ele acrescenta: “Entendemos que os novos movimentos na cadeia de fornecimento e consumo têm tornado o cenário global desafiador. O Brasil, por sua vocação para a produção vegetal e animal, tem papel importante nesse tabuleiro, e somente com uma cadeia produtiva forte e unida vamos assumir a nossa posição de destaque”. Para Ceolin, é uma oportunidade de reunir os tomadores de decisão. “Esperamos um bom evento, com a presença de um público qualificado e que represente boa parte da cadeia produtiva brasileira, onde possamos fazer networking, receber nossos clientes e apresentar nossas soluções”, menciona.

Gerente comercial da Mebrafe, Tiago Machado: “Reunir todos os elos da cadeia produtiva em um único evento é fundamental porque favorece uma visão sistêmica e integrada do setor” – Foto: Divulgação
Tiago Machado, gerente comercial da Mebrafe, também enfatiza a importância da integração entre os agentes da cadeia. “Reunir todos os elos da cadeia produtiva em um único evento é fundamental porque favorece uma visão sistêmica e integrada do setor. A produção de proteína animal é altamente complexa e interdependente — do fornecimento de insumos à tecnologia de produção, passando por logística, processamento e consumo final. Ao promover esse encontro de saberes, experiências e necessidades, o evento cria um ambiente propício à colaboração estratégica, inovação conjunta e ao alinhamento de soluções práticas”.
Para ele, o evento representa um espaço de conexão e posicionamento estratégico. “A Mebrafe chega ao Alimenta com expectativas bem estruturadas: buscamos fortalecer parcerias, ampliar nossa presença no setor, apresentar soluções e captar insights para o desenvolvimento de tecnologias mais sustentáveis e eficazes. Acreditamos que a troca de conhecimento e experiências promovida pelo evento tem um impacto direto no avanço da produção de proteína animal. Essa interação entre ciência, mercado e indústria permite acelerar processos de inovação e fomentar um ecossistema que valoriza a qualidade, a sustentabilidade e a eficiência”, destaca.
Para Paulo Ricardo Lima de Oliveira, diretor Regional de Vendas América do Sul e gerente geral da Biochem do Brasil, a decisão de participar do Alimenta está relacionada à integração do setor. “Apostamos no Alimenta porque entendemos que o evento promove o diálogo, a inovação e o fortalecimento de toda a cadeia de proteína animal. Em um setor em constante evolução como o agro brasileiro e mundial, é essencial participar de espaços que fomentem o intercâmbio de conhecimento, apresentem soluções tecnológicas e abram oportunidades de negócios”, afirma.
Ele destaca que reunir todos os elos da cadeia produtiva em um único espaço cria um ambiente favorável para o alinhamento de objetivos comuns. “Da nutrição animal à indústria, passando pelos produtores, fornecedores de insumos, tecnologia e distribuição, todos têm papéis interdependentes. O Alimenta favorece o alinhamento de objetivos, a identificação de gargalos e a criação de soluções entre os setores de proteína.” Segundo ele, a Biochem espera um ambiente de troca de experiências, geração de oportunidades e construção de soluções sustentáveis para os desafios da pecuária moderna.
Expectativas industriais e tecnológicas
Vicente Ranalle, gerente comercial da Zheng Chang Brasil, avalia que o Alimenta poderá se tornar um ponto de referência para a difusão de tecnologias. “Consideramos esse evento como de grande importância para o setor de proteína animal, pois nele todos terão a oportunidade de se atualizar com o que há de melhor em todas as etapas que formam esse setor”.
A empresa, com atuação em fábricas de ração, espera manter contato com novos parceiros e projetos. É um encontro de vários profissionais, desde diretores de empresas, gerentes, supervisores e técnicos e todos com o mesmo objetivo de adquirir novos conhecimentos e também se atualizar com novas tecnologias desenvolvidas para cada elo dessa cadeia produtiva. “Nossa expectativa é compartilhar experiências que possam contribuir para uma melhoria contínua de forma que a pecuária brasileira continue mantendo sua posição de destaque a nível mundial”, diz.
Com presença confirmada de entidades, cooperativas, agroindústrias e empresas fornecedoras de insumos, o Alimenta será um ponto de convergência. Um evento que, antes mesmo de começar, já mobiliza o setor em torno do desenvolvimento comum.
Para Paulo Ricardo Lima de Oliveira, diretor Regional de Vendas América do Sul e gerente geral da Biochem do Brasil, a decisão de participar do Alimenta está relacionada à integração do setor. “Apostamos no Alimenta porque entendemos que o evento promove o diálogo, a inovação e o fortalecimento de toda a cadeia de proteína animal. Em um setor em constante evolução como o agro brasileiro e mundial, é essencial participar de espaços que fomentem o intercâmbio de conhecimento, apresentem soluções tecnológicas e abram oportunidades de negócios”, afirma.
Ele destaca que reunir todos os elos da cadeia produtiva em um único espaço cria um ambiente favorável para o alinhamento de objetivos comuns. “Da nutrição animal à indústria, passando pelos produtores, fornecedores de insumos, tecnologia e distribuição, todos têm papéis interdependentes. O Alimenta favorece o alinhamento de objetivos, a identificação de gargalos e a criação de soluções entre os setores de proteína.” Segundo ele, a Biochem espera um ambiente de troca de experiências, geração de oportunidades e construção de soluções sustentáveis para os desafios da pecuária moderna.
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Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.



