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Brasil tem primeira instalação de compost barn destinada à pesquisa
Pesquisa vai analisar questões como: qualidade do leite, ambiência e saúde animal
A Embrapa é a primeira instituição de pesquisa brasileira a dispor de um estábulo com a tecnologia compost barn. Um sistema em que os animais circulam livres pelo estábulo e cuja principal característica é o material orgânico distribuído sobre o piso, o que gera mais conforto às vacas. A estrutura está montada no campo experimental da Embrapa Gado de Leite (MG) na cidade de Coronel Pacheco (MG). Trata-se de um modelo de inovação aberta, que tem como objetivo oferecer ao setor produtivo de leite embasamento técnico-científico para o funcionamento adequado do sistema no País, especialmente no que se refere ao manejo e adaptação às condições tropicais.
Segundo o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins, essa era uma reivindicação do setor produtivo desde que os sistemas confinados no País passaram a introduzir esse modelo, no início da década passada. “O compost barn ainda é utilizado no Brasil na base da tentativa e erro, sem um respaldo efetivo da pesquisa agropecuária. Com o sistema adotado na Embrapa, iniciaremos trabalhos para responder questões ligadas ao seu manejo, como qualidade do leite, ambiência e saúde animal”, diz.
A tecnologia já é adotada há algum tempo em países do Hemisfério Norte, de clima temperado. Desde que foi implantado pela primeira vez no Brasil, em 2011, o modelo passou a ser usado de forma crescente entre os produtores profissionais de leite.
O médico-veterinário e empresário, Adriano Seddon, um dos introdutores do compost barn no Brasil, informa que já existem cerca de dois mil galpões desse tipo operando na pecuária de leite nacional. “Devido às condições climáticas do País, o modelo se adaptou muito bem, oferecendo conforto térmico às vacas de alta produção, aumentando a produtividade e melhorando a qualidade do leite”, pontua.
Conheça o compost barn
Em tradução livre, compost barn significa “estábulo de compostagem”. O modelo surgiu como alternativa aos sistemas de produção de leite em confinamento como o free stall (galpões onde as vacas descansam retidas em baias individuais) e o tie stall (vacas presas a correntes também em baias individuais). Embora no compost barn as vacas continuem confinadas, os animais podem circular livremente pelo galpão. Isso faz com que exercitem seus instintos sociais com o grupo. Isso impacta na melhoria dos indicadores reprodutivos e, consequentemente, no aumento da produção de leite.
Sua principal característica é a “cama orgânica”, que cobre o piso do estábulo em contato direto com o solo. Ela pode ser feita de maravalha ou serragem, caroço de amendoim, casca de café, ou outro material orgânico rico em carbono, que seja de baixo custo e fácil disponibilidade para o produtor. O composto é confortável para as vacas, abolindo as baias com camas de areia ou de borracha, além do piso de concreto dos sistemas tradicionais. “O piso mais macio contribui para evitar problemas de cascos nos animais”, afirma o pesquisador da Embrapa Alessandro Guimarães.
As vacas passam boa parte do dia no galpão (só saem para serem ordenhadas) e defecam e urinam nessa cama. Mas, de acordo com o chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Unidade, Pedro Arcuri, não há perigo de contaminação dos animais porque o material original da cama, rico em carbono e pobre em nitrogênio e nutrientes, ao qual são incorporados os dejetos dos animais, passa pelo processo biológico chamado de compostagem. “Ele estimula a decomposição de materiais orgânicos pelos microrganismos que atuam na presença do ar (aeróbios). Ao produzir calor, mata muitos microrganismos patogênicos que poderiam causar contaminação. O resultado é uma cama limpa e seca que não favorece o aparecimento de mastites ambientais”, explica.
Para que isso ocorra de forma efetiva, a cama deve ser bem manejada, sempre seca e com constante aeração. O composto deve ser revolvido com a utilização de trator do tipo enxada rotativa ou avassalador, duas vezes ao dia. A substituição do material é feita a cada período de aproximadamente um ano. Inclusive, um dos resultados esperados das pesquisas nas novas instalações são os indicadores para determinar o tempo exato da substituição. O material retirado do estábulo é um rico adubo orgânico e pode ser vendido ou utilizado na própria fazenda.
Animais e pessoas felizes
Conforto animal é a vantagem mais visível desse sistema. Quando não estão confortavelmente deitadas, as vacas interagem umas com as outras. Essa característica levou a Embrapa a batizar seu compost barn de “Vacas e pessoas felizes”. “As vacas estão felizes porque estão em um ambiente confortável, limpo e seco, a uma temperatura adequada para o seu nível de produção; já as pessoas também ficam felizes, pois as condições de trabalho são melhores e o manejo do rebanho é menos árduo. Além disso, com o ambiente monitorado pelas tecnologias digitais, tem-se maior confiabilidade na tomada de decisões”, explica Martins.
Aliado ao conforto das vacas, há um sensível aumento na produção de leite. Produtor em Minas Gerais, Jacques Gontijo, que adotou o modelo em 2017, contabiliza um crescimento de cinco litros diários de leite por vaca. Ele também conta que a mastite entre os animais confinados caiu de 7% para 1,6% e houve diminuição da contagem de células somáticas. O investimento de Gontijo no galpão foi de cerca de R$ 4 mil por vaca (ele possui 130 vacas no compost barn). Segundo ele, os custos são pagos com o aumento na produção de 2,6 litros de leite diários por vaca.
Produção de leite aumenta 25% em quatro anos
Avaliações da Embrapa em fazendas que passaram a utilizar o modelo no período de 2015 a 2019 indicaram um aumento acima de 25% na produção de leite. “Queremos investigar o que leva a esse incremento de produção, gerar indicadores técnicos e transferi-los para o setor produtivo”, explica o pesquisador Alessandro Guimarães. O cientista lembra que o modelo foi desenvolvido nos Estados Unidos, na década de 1980, e popularizou-se naquele país, principalmente no estado de Kentucky. “Por ser uma tecnologia importada de regiões de clima temperado é necessário que verifiquemos sua adaptabilidade às condições tropicais”, pondera Pedro Arcuri. Segundo ele, o compost é uma oportunidade para várias linhas de pesquisa.
O compost barn da Embrapa substitui um antigo free stall (galpões onde as vacas descansam retidas em baias individuais), aproveitando o sistema de ordenha já existente. O confinamento é explorado em parceria com a Associação de Criadores de Gado Gir Leiteiro (ABCGIL), que arcou com parte dos custos da obra. Entre outros parceiros, estão empresas de alta tecnologia como Microsoft e TIM, além da ABCGIL e da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa.
As instalações de pesquisa
O Compost barn implantado na Embrapa é do tipo “túnel de vento”. As laterais são fechadas com uma lona especial, que reflete a luz do sol. Em uma das extremidades ficam 12 conjuntos de exautores, que puxam o ar de dentro para fora do estábulo, formando uma corrente de vento que pode aumentar ou diminuir de acordo com a necessidade. No outro extremo, está uma parede composta por placas evaporativas em forma de colmeia, onde circula água que auxilia na climatização do ambiente. A temperatura interna pode ficar até 8°C mais baixa do que a externa, auxiliando na redução do estresse térmico que afeta as vacas de alta produção nas condições tropicais.
Uma novidade do modelo feito pela Embrapa são as lonas defletoras: colocadas em um ângulo de 45° a partir do teto, elas forçam o vento de cima para baixo, fazendo com que a temperatura na altura dos animais esteja sempre fresca. O pé-direito do estábulo (cinco metros) e a profundidade (60 cm de cama orgânica) também foram cuidadosamente projetados para garantir conforto ao rebanho.
A cama de maravalha de eucalipto possui 1.200 metros quadrados, podendo receber até 100 vacas de alta produção das raças Holandesa e Girolando (12 metros quadrados para cada vaca, como parâmetro inicial) e pista para a distribuição de alimentos e circulação do trator equipado com “avassalador”, que faz o revolvimento do composto duas vezes ao dia.
O galpão possui ainda uma série de sofisticações tecnológicas, como luz de led regulável, câmeras e colares com chips para monitoramento do rebanho em tempo real, além de armazenamento de água da chuva e reúso. Nos próximos meses, serão instaladas células fotovoltaicas para captação de energia solar. “Essas são condições necessárias para que a pesquisa possa responder às questões importantes associadas ao sistema como conforto animal, aumento da produção e melhoria da qualidade do leite, com sustentabilidade social e econômica”, conclui Martins.
Inovação aberta
A Embrapa seguirá nas novas instalações um modelo de inovação aberta, respondendo questões ligadas a:
- qualidade do leite;
- bem-estar animal;
- sustentabilidade energética, hídrica e ambiental;
- sanidade animal;
- reprodução animal;
- biofertilizantes;
- automação;
- custos de produção, produtividade e rentabilidade.
As pesquisas irão gerar indicadores técnicos para o aumento da produtividade, conforto e higiene do rebanho; redução de problemas de pernas e cascos; melhoria da qualidade do leite; eficiência na detecção de cios; e diminuição do odor e da incidência de moscas no estábulo.
Segundo Arcuri, esses indicadores darão maior confiabilidade na tomada de decisões sobre o manejo das instalações, equipamentos e rebanhos para as condições tropicais. Também é esperado o desenvolvimento, em conjunto com os parceiros, de tecnologias inovadoras, incorporando soluções digitais ao sistema.
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Sindirações apresenta dois novos associados
Sul Óxidos e Purefert do Brasil passam a integrar o quadro de associados da entidade, reforçando a cadeia produtiva na promoção de parceiras estratégicas.
O Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal – Sindirações anuncia a chegada de duas novas empresas no seu quadro de associados: Sul Óxidos e Purefert do Brasil. No total, a entidade representa cerca de 90% da indústria de alimentação animal. Para Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações, essa movimentação vai de encontro com um dos principais objetivos da entidade, que é dar voz para as empresas e defender os principais interesses do setor.
Com mais de 20 anos de experiência, a Sul Óxidos é referência na produção de óxido de zinco e sulfato de zinco, além da comercialização de ânodos, zinco metálico e outros metais não ferrosos. Comprometida com a excelência, a empresa foca na melhoria contínua de seus processos e na garantia da qualidade de seus produtos, atuando com responsabilidade ambiental e priorizando a redução de resíduos sólidos e efluentes, a fim de minimizar os impactos ambientais.
De acordo com Jorge Luiz Cordioli Nandi Junior, Engenheiro Agrônomo da Sul Óxidos, “a filiação ao Sindirações é vital para reforçar sua presença no setor de alimentação animal e fomentar parcerias estratégicas. A associação garante acesso a informações essenciais sobre tendências do mercado, regulamentações e práticas de excelência. Além disso, a Sul Óxidos se posiciona para defender os interesses da indústria, moldando políticas que beneficiam o segmento. A colaboração com outros líderes do setor facilita a troca de inovações e conhecimentos, fortalecendo a competitividade e a sustentabilidade da empresa nesse nicho crucial”, comenta.
Já o grupo Purefert atua como fornecedor de fertilizantes premium para clientes em todo o mundo. Com contratos estratégicos de fornecimento de longo prazo com fornecedores líderes, a Purefert está na vanguarda das mais recentes inovações em qualidade de produto e agregação de valor à cadeia de fornecimento para seus clientes. A empresa é líder de mercado em produtos à base de Fosfato.
“A associação da Purefert ao Sindirações é estratégica por proporcionar acesso a informações técnicas e regulatórias, participação em grupos de trabalho que definem tendências do mercado, suporte em questões jurídicas e tributárias, além de oportunidades de networking para parcerias e inovações. Essa conexão fortalece a competitividade e a conformidade da empresa no mercado”, afirma Thiago Janeri, trader da Purefert.
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Epagri divulga Boletim Agropecuário de Santa Catarina referente a outubro
Para a 1ª safra de milho 2024/25, a redução na área plantada deverá chegar a 10,4%. “A produtividade média esperada, entretanto, deverá crescer em torno de 24%, chegando a 8.463kg/ha.
A Epagri divulgou a última edição do Boletim Agropecuário, publicado mensalmente pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa).
Milho
Em outubro, o preço médio mensal pago ao produtor de milho em Santa Catarina apresentou uma alta de 5,3% em relação ao mês anterior. Segundo o documento, os preços refletem a maior demanda interna pelo cereal, a entressafra no Brasil e a concorrência com as exportações.
De acordo com o analista de socioeconomia e desenvolvimento rural da Epagri/Cepa, Haroldo Tavares Elias, para a 1ª safra de milho 2024/25, a redução na área plantada deverá chegar a 10,4%. “A produtividade média esperada, entretanto, deverá crescer em torno de 24%, chegando a 8.463kg/ha. Assim, espera-se um aumento de 11% na produção, com um volume colhido de aproximadamente 2,24 milhões de toneladas de milho”, diz ele.
O Boletim Agropecuário traz os dados atualizados do acompanhamento das safras e do mercado dos principais produtos agropecuários catarinenses. Confira mais detalhes de outras cadeias produtivas:
Trigo
Em outubro, os preços médios recebidos pelos produtores catarinenses de trigo ficaram praticamente estabilizados, mas com uma pequena variação negativa de 0,34%. Na variação anual, em termos reais, registrou-se uma alta expressiva de 22,07%. Em todo o estado, até a última semana de outubro, cerca de 39% da área destinada ao plantio de trigo nesta safra já havia sido colhida. Para as lavouras que ainda estão a campo, 20% da área estava em fase de floração e 80% em fase de maturação.
Com relação à condição de lavoura, em 94% das áreas avaliadas a condição é boa; 5% a condição é média e, 1% a condição é ruim. A área plantada estimada é de pouco mais de 121 mil hectares, redução de 11,8% em relação à safra passada. A produtividade média estadual está estimada em 3.582kg/ha, um aumento de 60,1%. Até o momento, a expectativa é que a produção estadual deverá crescer 41,3%, chegando a aproximadamente 435 mil toneladas.
Soja
No mês de outubro, as cotações da soja no mercado catarinense apresentaram reação de 2,7% em relação ao mês anterior. No início de novembro, nos 10 primeiros dias do mês, na comparação com o preço médio de setembro, é possível perceber movimento altista de 2,6%. A menor oferta interna do produto no mercado interno tem favorecido as cotações, no entanto, fatores de baixa estão se projetando no mercado futuro.
Para essa safra, deveremos ter um aumento de 2,09% da área plantada, alcançando 768,6 mil hectares na primeira safra. A produtividade média esperada deverá crescer significativamente: a expectativa é um incremento de 8,56%, chegando a 3.743kg/ha. Com isso, espera-se um aumento de 10,8% na produção, com um volume colhido de aproximadamente 2,87 milhões de toneladas de soja 1ª safra.
Bovinos
Nas primeiras semanas de novembro registrou-se de alta nos preços do boi gordo em relação ao mês anterior em praticamente todos os estados brasileiros. Em Santa Catarina, o preço médio estadual do boi gordo atingiu R$295,34 em meados deste mês, o que representa uma alta de 8,8% em relação ao mês anterior e de 20,3% na comparação com maio de 2023. A expectativa é de que se verifique a continuidade desse movimento de alta nas próximas semanas.
A reduzida oferta de animais prontos para abate e a elevada demanda, tanto no mercado interno quanto externo, são responsáveis por esse acentuado movimento de alta observado na maioria dos estados. A forte seca que atingiu grande parte do país, em especial a região Centro-Oeste, tem sido um fator crucial na redução da oferta.
Frangos
Santa Catarina exportou 105,5 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada) em outubro – queda de 0,03% em relação aos embarques do mês anterior, mas alta de 27,1% na comparação com os de outubro de 2023. As receitas foram de US 212,8 milhões – queda de 4,8% em relação às do mês anterior, mas crescimento de 32,9% na comparação com as de outubro de 2023.
De janeiro a outubro, Santa Catarina exportou 961,8 mil toneladas, com receitas de US$ 1,88 bilhão – alta de 6,7% em quantidade, mas queda de 1,6% em receitas, na comparação com os valores acumulados no mesmo período do ano passado.
A maioria dos principais destinos apresentou variação positiva, na comparação entre o acumulado deste ano e o mesmo período de 2023, com destaque, mais uma vez, para o Japão (crescimento de 35,6% em quantidade e 13,4% em valor).
Suínos
Santa Catarina exportou 68,0 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos) em outubro, altas de 10,6% em relação ao montante do mês anterior e de 44,8% na comparação com os embarques de outubro de 2023. As receitas foram de US$169,4 milhões, crescimentos de 12,7% na comparação com as do mês anterior e de 61,5% em relação às de outubro de 2023. Esse é o segundo melhor resultado mensal de toda a série histórica, tanto em quantidade quanto em receitas, atrás apenas de julho passado.
De janeiro a outubro, o estado exportou 595,3 mil toneladas de carne suína, com receitas de US$1,39 bilhão – altas de 10,5% e de 6,3%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2023. Santa Catarina respondeu por 56,7% das receitas e por 55,0% do volume de carne suína exportada pelo Brasil este ano.
Leite
Até setembro/24, as indústrias inspecionadas brasileiras adquiriram 18,331 bilhões de litros de leite cru, 1,2% acima dos 18,116 bilhões adquiridos no período de 2023. Essa quantidade, somada à quantidade importada, mostra que, até setembro, a oferta total de leite foi 1,6% maior do que a do mesmo período de 2023.
De janeiro a outubro/24 foi importado o equivalente a 1,888 bilhão de litros de leite cru, 7% acima dos 1,765 bilhão de litros do mesmo período de 2023.
Em novembro, houve diferentes movimentos nos preços aos produtores catarinenses: estabilidade, alta e baixa. Com isso, pelos levantamentos da Epagri/Cepa, o preço médio de novembro fechou em R$2,75/litro, quase idêntico ao preço médio de outubro, que ficou em R$2,76/litro.
Leia a íntegra do Boletim Agropecuário de novembro, clicando aqui.
Notícias
IPPA registra alta de 5,5% em outubro de 2024, porém acumula queda de 2,5% no ano
Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%).
O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) subiu 5,5% em outubro, influenciado pelos avanços em todos os grupos de produtos: de 1,9% para o IPPA-Grãos; de fortes 10,7% para o IPPA-Pecuária; de expressivos 10,4% para o IPPA-Hortifrutícolas; e de 0,5% para o IPPA-Cana-Café.
No mesmo período, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresentou alta de 1,5%, demonstrando que, de setembro para outubro, os preços agropecuários mantiveram-se em elevação frente aos industriais da economia brasileira.
No cenário internacional, o índice de preços calculado pelo FMI subiu 1,4% quando convertido para Reais, acompanhando a valorização da taxa de câmbio oficial divulgada pelo Bacen. Isso indica um comportamento relativamente estável dos preços internacionais dos alimentos.
No acumulado de 2024, o IPPA/CEPEA registra queda de 2,5%. Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%), enquanto o IPPA-Hortifrutícolas avançou 34,6% e o IPPA-Cana-Café cresceu 7%.
Em comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresenta estabilidade no ano, enquanto os preços internacionais dos alimentos, convertidos para Reais, acumulam alta de 6,1%.
A despeito desses movimentos divergentes com relação ao IPPA/CEPEA, ressalta-se que, sob uma perspectiva de longo prazo, o que se observa é a convergência ao mesmo nível, após elevação acelerada dos preços domésticos nos últimos anos.