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Brasil se destaca como protagonista em soluções climáticas e bioeconomia
Especialistas reforçam liderança nacional na COP30, destacando biomas, agricultura familiar e políticas de sustentabilidade.

O Brasil é um dos países mais interessados em diminuir os efeitos do aquecimento global e, ao mesmo tempo, é o que possui maior capacidade de prover soluções climáticas para o mundo. A afirmação foi feita por Marcelo Behar, enviado especial para a Bioeconomia da COP30, em palestra integrante da sexta edição dos Diálogos pelo Clima, circuito de debates técnico-científicos promovido pela Embrapa em preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes).
O evento ocorreu na terça-feira (16), no Centro de Eventos do Ceará, dentro da 3ª Conferência Internacional sobre Clima e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (Icid III), uma realização do Governo do Ceará em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Ainda segundo Behar, que atua como coordenador do Fórum de Governança Climática e Desenvolvimento (FGCD), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), três conferências surgem a partir da II Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92): a da mudança climática, a da biodiversidade e sobre a desertificação. “Na COP30, de Belém, essas três conferências se encontram”, afirma.
BIO envolvimento x DES envolvimento

Diretora de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologia (DINT) da Embrapa, Ana Euler: “Soberania alimentar e climática”
Para o segundo palestrante da manhã, o coordenador-executivo do Fórum Brasileiro Mudança do Clima (FBMC), Sérgio Xavier, a solução passa pela criação de um modelo econômico para os biomas. Regenerar biomas e bacias deve ser o propósito de todas as cadeias econômicas dos territórios. “É preciso juntar economia, política pública e participação social”, argumenta.
Também enviado especial à COP30, Xavier apresenta dois paradigmas que se confrontam na atualidade: DES envolvimento versus BIO envolvimento. Enquanto o primeiro modelo não inclui as pessoas, o segundo parte delas como centro de todas as demais esferas, abrindo espaço para regeneração, inclusão e modos de vida saudáveis. “A economia deve se encaixar nos ciclos biogeoquímicos naturais. Modos de vida naturais, saudáveis e justos devem determinar os modelos de negócios”, acrescenta.
Multilateralismo e alianças
De acordo com a diretora de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologia (DINT) da Embrapa, Ana Euler, a chave para o sucesso reside na colaboração e em uma agenda de multilateralismo. A “soberania alimentar e climática”, nas palavras da dirigente, é o tema que deve nortear as discussões.
Como exemplo prático, Ana Euler citou as soluções desenvolvidas pela Embrapa para a Caatinga, evidenciando o compromisso da instituição em traduzir a pesquisa em ações concretas e adaptadas às realidades locais, a partir do trabalho desenvolvido por suas Unidades Descentralizadas. Com uma abordagem colaborativa e focada em resultados, o Brasil busca liderar o caminho em direção a um futuro mais seguro e sustentável para todos. A paz, ressaltou, passa por “um mundo que se alimenta bem”.
A diretora ressalta ainda que o Brasil possui as soluções para os desafios que se apresentam e que cada estado está contribuindo para a construção de um futuro mais resiliente. O fortalecimento de alianças entre governos, empresas e sociedade é visto como um pilar fundamental para a construção de um caminho conjunto. A lógica do consenso, que rege os acordos na ONU, serve de inspiração para a atuação nacional, que busca reverberar o diálogo e identificar os pontos de união antes da COP.
A voz do semiárido
Antônio Rocha Magalhães, presidente da 3ª Conferência Internacional sobre Clima e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (ICID III), fez um histórico das convenções e eventos relacionados ao clima, inserindo o ICID e Diálogos pelo Clima Caatinga nesse contexto. “As ‘terras secas’ possuem menor protagonismo no que diz respeito a chamar atenção às suas problemáticas. Por isso a importância de eventos desse gênero”, disse.
“Nas próprias regiões semiáridas não há muita voz. Por isso vemos com muitos bons olhos essa decisão da Embrapa em discutir as mudanças climáticas. Tais regiões precisam ser levadas em consideração nas suas propostas e encaminhamentos, fazendo parte dos acordos internacionais e dos documentos elaborados durante a COP”, preconiza Rocha Magalhães.
Transferência coletiva de tecnologia e saberes
Sônia da Costa, diretora de Tecnologia Social, Economia Solidária e Tecnologia Assistiva, da Secretaria de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social (Sedes), do MCTI, ecoou a ideia de uma construção coletiva.
Segundo a diretora, o foco do ministério agora são grandes missões. Três grandes editais foram lançados, nesse sentido. Sônia da Costa mencionou ainda a importância da sociedade civil e dos movimentos sociais em todo o processo, por meio da transferência da tecnologia e de sua incorporação pelos povos resilientes. Um exemplo disso é o trabalho desenvolvido com as sementes crioulas, em parceria com a Embrapa. “Pensar em investimentos em tecnologia é pensar nos arranjos produtivos locais”, conclui.
Urgência contra a desertificação
Karina Leal, secretária-executiva de Planejamento e Gestão Interna da Secretaria de Meio Ambiente e Mudança de Clima do Governo do Ceará, disse que tanto o Icid quanto os Diálogos pelo Clima são “espaços singulares de diálogo e troca de conhecimentos”.
A secretária-executiva ressaltou a importância estratégica de o Ceará sediar ambos os eventos, haja vista ser um estado que sempre teve de lidar com as adversidades do clima e do meio ambiente: “É urgente a proteção do nosso bioma Caatinga, que recobre 92% do território do estado. É urgente a implementação de ações contra a desertificação e de todas as medidas possíveis para evitar a deterioração da Caatinga”.
Mudanças climáticas e Caatinga
A programação da manhã incluiu ainda uma mesa-redonda sobre os desafios da mudança do clima para o bioma Caatinga, com participação de representantes do Instituto Federal do Ceará (IFCE), Conselho da Reserva da Biosfera da Caatinga, Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA Brasil) e da Coopercuc, cooperativa de agricultores familiares da Bahia. O debate abordou bioeconomia, agricultura familiar, resiliência, pecuária e uso sustentável das florestas.

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Dilvo Grolli recebe Menção Honrosa da ABCA por sua contribuição à agronomia brasileira
Reconhecimento destaca seu papel no avanço científico, na inovação cooperativista e na consolidação do Show Rural como vitrine tecnológica do agro.

A Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA) prestou, dias atrás, homenagem especial ao presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Ele recebeu o título de Menção Honrosa pela relevante contribuição ao fortalecimento da Engenharia Agronômica no Paraná e no Brasil. O reconhecimento é concedido a personalidades que, além de estimular avanços científicos e tecnológicos no agro, destacam-se como empreendedores que impulsionam o crescimento de suas regiões e do País.

Fotos: Divulgação/Coopavel
Dilvo Grolli tem trajetória reconhecida no cooperativismo paranaense e nacional. Sua visão de futuro e capacidade de liderança contribuíram para transformar a Coopavel em uma das cooperativas mais respeitadas do País, referência em gestão, inovação e apoio ao produtor rural. Ele também é um dos idealizadores do Show Rural Coopavel, criado ao lado do agrônomo Rogério Rizzardi, evento que se tornou um dos maiores centros difusores de tecnologia agrícola do mundo e que impacta diretamente a evolução do agronegócio paranaense e de estados vizinhos.
Exemplo
O presidente da ABCA, professor-doutor Evaldo Vilela, destacou a grandeza dessa contribuição ao afirmar que Dilvo Grolli é um exemplo de liderança que transforma. “Sua dedicação ao cooperativismo, ao conhecimento agronômico e à inovação, traduzida na criação do Show Rural, tem impacto direto no desenvolvimento sustentável do agro brasileiro”.
Ao agradecer a honraria, Dilvo ressaltou o papel indispensável da Engenharia Agronômica para o Brasil. “A agronomia é uma das bases que sustentam o agronegócio moderno. Sem esse conhecimento técnico e científico, o campo não teria alcançado o nível de produtividade e competitividade que hoje coloca o Brasil entre os maiores produtores de alimentos do mundo”, afirmou. Também destacou a importância dos agrônomos ao sucesso das cooperativas: “Profissionais da agronomia têm participação decisiva no crescimento de instituições como a Coopavel, que chega aos seus 55 anos dedicada ao desenvolvimento da agropecuária brasileira”.
A solenidade também enalteceu outros líderes locais, entre eles o empresário Assis Gurgacz, igualmente homenageado por sua atuação e pelo apoio contínuo ao desenvolvimento do setor produtivo, e a agronomia por meio da FAG. O professor Evaldo destacou que figuras como Dilvo Grolli e Assis Gurgacz ajudam a consolidar um ambiente favorável à inovação, à sustentabilidade e ao aprimoramento técnico da agropecuária brasileira, bem como da agronomia.
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Copacol reconhece desempenho dos produtores no Experts do Agro
Com participação de 120 produtores, evento premiou melhores resultados regionais e apresentou o próximo desafio: alcançar 500 sacas por alqueire somando soja e milho.

A dedicação, o conhecimento e a capacidade de inovação dos cooperados foram reconhecidos pela Copacol na cerimônia de premiação do Projeto Experts do Agro. O evento reuniu em Cafelândia agricultores, familiares, técnicos e parceiros que, ao longo nos últimos dois anos, trabalharam com foco em eficiência, sustentabilidade e melhores resultados no campo.
Divido em três regiões (Baixa, Alta e Sudoeste) o Experts do Agro teve a participação de 120 cooperados e cooperadas, que participaram de encontros e treinamentos intensos, com análises de estudos exclusivos do Centro de Pesquisa Agrícola (CPA). O conhecimento obtido por cada um dos agricultores foi aplicado em áreas de cultivo e os melhores resultados tiveram o reconhecimento da Cooperativa.

Fotos: Divulgação/Copacol
Foram premiados os três melhores de cada região. Cada um foi presenteado com uma viagem à Foz do Iguaçu, com hospedagem em resort e direito à um acompanhante. Na região baixa, regional de Nova Aurora, os premiados foram: com 4.304,5 pontos, Sidney Polato de Goioerê André Gustavo, com 4.343,15 pontos e com 4.388,5 pontos Simone Chaves Oenning, de Nova Aurora, que se destacou com o maior resultado da região, com produtividade de 208 sacas por alqueire.
Na região alta, regional de Cafelândia, os vencedores foram: com 4.177,8 pontos, Elton José Müller, de Bom Princípio, Toledo Elci Dalgalo, de Cafelândia, com 4.208,5 pontos e com 4.260 pontos, também de Cafelândia, Marcio Rogério Scartezini, que se destacou com produtividade de 221,6 sacas por alqueire.
Já no Sudoeste, os destaques foram os produtores: com 4.205,4 pontos, Willian Rafael Dallabrida, de Flor da Serra Ricardo Galon, de Salto do Lontra, com 4.630 pontos e com 4.724 pontos, Douglas dos Santos Cavalheiro, de Pérola do Oeste, que colheu 241,9 sacas por alqueire.
Proporcionar ao produtor tecnologia e conhecimento técnico para garantir uma safra com maior produtividade e rentabilidade foi a proposta do Projeto Experts do Agro. No decorrer dos anos, vários desafios foram lançados aos cooperados e superados pelos participantes: Projeto 160, Produtividade com Qualidade Soja + Milho 440 e Excelência 460.
A partir de 2026, os cooperados serão desafiados a participar do Projeto Safra 500: total de sacas de milho soja por alqueire. “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo. Agora, temos pela frente um novo desafio, que também será alcançado com o desenvolvimento de estudos que auxiliam os produtores”, afirma o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol.
Destaque

Diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol: “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo”
Com a maior produtividade entre todos os participantes do Projeto Experts do Agro, Douglas Cavalheiro aplicou na propriedade todo o conhecimento obtido nos treinamentos. O resultado superou as expectativas do cooperado do Sudoeste paranaense, onde a Copacol está expandindo a atuação nos últimos anos.
“A Copacol tem feito a diferença em nossas vidas. No Sudoeste não tínhamos oportunidades de nos capacitar, de buscar crescimento. Com a chegada da Cooperativa, estamos evoluindo a cada ano em produtividade, em conhecimento técnico e inovação, e por meio do CPA temos à disposição o que há de mais avançado para produzir. Estou feliz não só pelo prêmio, mas pela presença da Cooperativa em nossa região”, comemora o campeão de produtividade.
Atrações
Além da premiação dos cooperados, o encerramento do Experts do Agro contou um panorama amplo do mercado atual de grãos, com Ismael Menezes, especialista em economia e mercado agrícola, com mais de 20 anos de experiência no setor do agro. Duante a cerimônia, o gerente técnico, João Maurício Roy, e o supervisor do CPA, Vanei Tonini, apresentaram um resumo da safra, o desempenho elevado da Cooperativa na comparação com as demais áreas agrícolas e os avanços alcançados pelos participantes do Experts do Agro ao longo dos últimos dois anos.
“Conseguimos traduzir os resultados de pesquisas do CPA em informações que chegam lá no campo. Foram dois anos de troca de experiências com êxito. Encerramos em grande estilo reconhecendo os produtores que mais se destacaram nos manejos e na aplicação das tecnologias. Com produtividade 30% maior que a média geral da Cooperativa, finalizamos com sucesso o Experts do Agro”, exalta João.
Critérios de avaliação
Além da boa produtividade no Experts do Agro, os produtores premiados se destacaram também na boa condução dos manejos, como: Incremento de produtividade em relação à média da unidade em sacas por alqueire qualidade estrutural do solo cobertura do solo com consórcio milho + braquiária, cobertura pré-trigo cobertura após o milho segunda safra manejo de buva e participação nos encontros dos Experts do Agro.
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Nova edição de Nutrição & Saúde Animal destaca avanços que moldam o futuro das proteínas animais
Conteúdos exclusivos abordam soluções nutricionais que ampliam índices produtivos e fortalecem a sanidade de aves, suínos, peixes e ruminantes.

A nova edição do Jornal Nutrição e Saúde Animal, produzida por O Presente Rural, já está disponível na versão digital e reúne uma ampla cobertura técnica sobre os principais desafios e avanços da produção animal no Brasil. A publicação traz análises, pesquisas, tendências e orientações práticas voltadas aos setores de aves, suínos, peixes e ruminantes.
Entre os destaques, o jornal aborda a importância da gestão de micotoxinas na nutrição animal, tema discutido no contexto da melhoria da eficiência dos rebanhos . A edição também traz conteúdos sobre o uso de enzimas e leveduras e o papel dessas tecnologias na otimização de dietas e no desempenho zootécnico .
Outro ponto central são os avanços na qualificação de técnicos e multiplicadores, essenciais para promover o bem-estar animal e disseminar práticas modernas dentro das granjas . O jornal destaca ainda o impacto estratégico dos aminoácidos na nutrição, além de trazer uma análise sobre conversão alimentar, tema fundamental para a competitividade da agroindústria .
Os leitores encontram também reportagens sobre o uso de pré-bióticos, ferramentas de prevenção contra Salmonella, estudos sobre distúrbios de termorregulação em sistemas produtivos e avaliações sobre os efeitos da crescente pressão regulatória e tributária sobre o setor de proteína animal .
A edição traz ainda artigos sobre manejo, probióticos, qualidade de ovos, doenças respiratórias em animais de produção e desafios sanitários relacionados a patógenos avícolas, temas abordados por especialistas e instituições de referência no país .
Com linguagem acessível e foco técnico, o jornal reforça seu papel como fonte de atualização para produtores, gestores, consultores, médicos-veterinários e demais profissionais da cadeia produtiva.
A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.



