Avicultura
Brasil reforça regras de proteção à influenza aviária
Instrução Normativa dá prazo de um ano para produtores se adequarem às novas obrigações. Quem descumprir será impedido de comercializar
No fim de fevereiro o ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) assinou uma nova Instrução Normativa (IN) que intensifica os cuidados de prevenção à influenza aviária no Brasil. Com a publicação no Diário Oficial, proprietários de granjas têm prazo de um ano para se adequar às novas regras, sob pena de restrição de alojamentos. Entre os principais critérios para o gerenciamento de granjas inadequadas estão o cercamento, instalação de arcos de desinfecção e o tratamento da água que é utilizada em todos os processos. O objetivo é reforçar e atualizar o programa de gestão de risco nos estabelecimentos avícolas de todo o Brasil. Dentro dos prazos estabelecidos, os produtores deverão protocolar um pedido de registro nas secretarias da Agricultura ou nas agências de defesa estaduais.
O avicultor Darci da Silva, de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, já estava preparado para as novas regras que estão sendo exigidas. Com quatro aviários com 23 mil aves cada, Silva já tem na propriedade todo o cercamento e os arcos de desinfecção. “Já instalamos tudo há quatro anos”, conta. Segundo o produtor, a instalação foi feita porque notaram a necessidade de proteger a produção. “Com os novos equipamentos, notamos uma diminuição significativa no número de pessoas que têm acesso aos aviários. Além dos carros e caminhões que agora quando entram nos limites dos aviários estão mais limpos”, afirma. Silva comenta que era comum que antes qualquer pessoa que chegasse à propriedade fosse até os aviários, mesmo sem autorização. “Agora, com todas as medidas protetivas, somente quando realmente é necessário alguém entra nos aviários. A sanidade melhorou bastante”, diz. Com isso, o risco de transmissão de alguma doença diminuiu consideravelmente, pontua Silva. “Seja para salmonella, influenza aviária ou qualquer outra doença”, fala.
O que pode passar pela cabeça de muitos produtores, agora que a instalação de tais equipamentos passou a ser obrigatória, é o custo que eles podem gerar. “O custo para a instalação de tudo não foi muito alto, considerando que a propriedade é grande e que são os quatro aviários estão protegidos”, informa Silva. Entretanto, diz que o investimento é sustentável.
Por conta da ocorrência da influenza aviária em países vizinhos, a Instrução Normativa brasileira é mais um reforço aos criadores de aves e às indústrias a terminar de implantar a proteção que já é existente há anos. A médica veterinária Camila Parada reforça que intensificar a prevenção contra a influenza aviária, melhorando as medidas de biossegurança nas granjas, deve ser uma ação permanente. Para que isso seja feito, ela orienta os produtores da importância de terem, além dos telas de proteção, arcos de desinfecção, o controle de visitas, limpeza e desinfecção sanitário dos utensílios em geral utilizados nas granjas, controle de galinhas caipiras e roedores, além da qualidade da água e ração, higienização das mãos, entre outras medidas. “Dessa forma, podemos evitar que essa doença entre nos planteis de aves”, diz.
Segundo o ministro Blairo Maggi, está sendo dado prazo aos produtores para todos se adequarem às novas exigências. “Mais importante do que ter uma norma, mais do que o dinheiro que as empresas do setor vão investir e o Mapa se adequar a esse planejamento, é o convencimento de 100% das pessoas envolvidas na avicultura de que o objetivo é proteger o setor, o seu patrimônio e o mercado que foi conquistado lá fora”, relatou. O ministro enfatizou tratar-se de medidas preventivas e falou também de penalidades previstas no caso de descumprimento. “Aquilo que é controlável, vamos fazer, vamos nos antecipar”. A determinação, segundo ele, é “de que quem descumprir prazo não poderá comercializar”.
O presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, lembra que 700 mil toneladas estão sendo retiradas de 45 países que notificaram a ocorrência da gripe aviária. “Todas as mudanças foram amplamente discutidas ao longo dos últimos dois anos com profissionais do setor e pelo nosso Grupo Estratégico de Prevenção de Influenza Aviária (Gepia). O Brasil é o líder mundial na exportação de frango, e reforçar o controle e a segurança fará com que a gente expanda ainda mais”, completa Turra.
Mais informações você encontra na edição de Aves de abril/maio de 2017 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
Avicultura
Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026
Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.
Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.
Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.
Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.
Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.
