Avicultura
Brasil realiza consulta à OMC sobre protecionismo indonésio
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informa que, foi apresentado, perante a Organização Mundial de Comércio (OMC), o pedido de consultas formais ao governo da Indonésia referente às barreiras mantidas por esse país que afetam as exportações de carne de frango do Brasil.
A referida etapa do processo de solução de controvérsias corresponde a um avanço de significativa importância para a Associação, tendo em vista que há anos o setor brasileiro vem enfrentando dificuldades com relação ao mercado e a legislação da Indonésia, importante e potencial destino de exportação de frango brasileira.
Conforme Francisco Turra, presidente da ABPA, "a Indonésia impõe barreiras injustificadas ao ingresso de carne de frango em seu mercado desde 2009, barreiras que são inconsistentes com seus compromissos perante a OMC".
O rol de restrições que afetam a entrada do produto brasileiro no mercado indonésio engloba barreiras de natureza não-tarifária, dentre as quais se destacam certas exigências sanitárias e diversos procedimentos administrativos que impedem a obtenção de licenças de importação, por parte dos importadores daquele país.
A Barral M Jorge Consultores Associados, contratada pela ABPA para cuidar do caso, trabalhará com o Itamaraty em busca de uma solução positiva para a controvérsia, aqui entendida como a efetiva abertura do mercado daquele país para a carne de frango brasileira.
Segundo Welber Barral, sócio da Barral M Jorge Consultores Associados, o contencioso reforça a forte posição brasileira no âmbito da Organização Mundial de Comércio. O Brasil tem defendido de forma consistente o interesse de seus principais setores exportadores, e este novo caso exemplifica esta tendência"
A Indonésia representa um importante mercado para o Brasil, maior exportador de carne de frango do mundo. O país asiático possui 256 milhões de habitantes e é o quarto país mais populoso do mundo, precedido apenas por China, Índia e Estados Unidos. A indústria doméstica indonésia produz cerca de 900 mil toneladas de carne de frango por ano – número relativamente baixo se relacionado com o número de habitantes. O consumo per capita médio indonésio é de 7,6 quilos de carne de frango por ano por habitante (enquanto o consumo per capita brasileiro é de 45 quilos).
A tentativa brasileira de negociar com a Indonésia a mudança de suas regras, de forma a permitir o ingresso do frango brasileiro, não é recente. Em 2010, o Brasil entregou à Indonésia uma proposta de Certificado Sanitário Internacional para frango in natura, peru e pato. Além das tentativas de entendimento bilaterais, o Brasil apresentou preocupações comerciais específicas no âmbito do Comitê de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (conhecido como Comitê SPS) da OMC entre 2010 e 2011. Com a abertura do contencioso, a ABPA espera que o sistema de solução de controvérsias da OMC decida favoravelmente aos produtores brasileiros, levando a Indonésia a uma solução que seja mutuamente satisfatória.
Fonte: Ass. Impr. da ABPA

Avicultura
Brasil abre mercado em Moçambique para exportação de material genético avícola
Acordo sanitário autoriza envio de ovos férteis e pintos de um dia, fortalece a presença do agronegócio brasileiro na África e amplia para 521 as oportunidades comerciais desde 2023.

O governo brasileiro concluiu negociação sanitária com Moçambique, que resultou na autorização de exportações brasileiras de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia) àquele país.
Além de contribuir para a melhoria de qualidade do plantel moçambicano, esta abertura de mercado promove a diversificação das parcerias do Brasil e a expansão do agronegócio brasileiro na África, ao oferecer oportunidades futuras para os produtores nacionais, em vista do grande potencial do continente africano em termos de crescimento econômico e demográfico.
Com cerca de 33 milhões de habitantes, Moçambique importou mais de US$ 24 milhões em produtos agropecuários do Brasil entre janeiro e novembro de 2025, com destaque para proteína animal.
Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 521 novas oportunidades de comércio, em 81 destinos, desde o início de 2023.
Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
