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Brasil precisa ocupar seu devido lugar no protagonismo global dos alimentos, defende José Ribas

País reúne todos os predicados para ser o protagonista mundial em alimentos, fibras e bioenergia.

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O agronegócio brasileiro dá um salto em crescimento ano após ano, se posicionando como uma potência na produção de alimentos entre os maiores produtores e exportadores mundiais de commodities, proteínas e demais produtos agrícolas.

O Brasil reúne todos os predicados para ser o protagonista mundial em alimentos, fibras e bioenergia. De todos os ângulos, a produção nacional é competitiva, desde as abordagens mais técnicas, passando por atributos de qualidade, de custos, em variedade de produtos, em sanidade, na adoção de boas práticas socioambientais na agricultura, na pecuária e demais atividades rurais para garantir o equilíbrio entre produção e conservação, ciente de que os recursos naturais não são infinitos como outrora se propagava.

Sobre o futuro que desejamos do agro agora, o Jornal O Presente Rural entrevistou com exclusividade o presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne), José Antonio Ribas Júnior, que palestrou sobre este tema na Pork Expo & Congresso Internacional de Suinocultura, realizado de 26 a 27 de outubro, em Foz do Iguaçu, PR. “O Brasil não pode mais ser o país do futuro, afinal o futuro é agora e isso passa pela agenda agro do Brasil. Temos muitas oportunidades e cada um de nós deve ser um embaixador do agro para que façamos deste setor um orgulho nacional. Sabedores dos nossos desafios, corrigindo erros, construindo soluções sustentáveis e produzindo alimentos e riquezas ao mundo”, afirma Ribas.

Presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne), José Antonio Ribas Júnior – Fotos: Divulgação

O gestor é enfático ao afirmar a responsabilidade dos produtores brasileiros com a agenda ESG – governança ambiental, social e corporativa – no campo. No quesito ambiental, o país detém a maior área de preservação ambiental efetiva no mundo, a qual possui espaços que poderiam ser usados para fins econômicos e produtivos, entretanto, estão dentro do ativo de preservação, em que os agricultores são os guardiões. “O produtor rural brasileiro é o maior financiador de preservação ambiental do mundo. Sob sua gestão há pelo menos 20% de área preservada em sua propriedade, contudo isso não é o suficiente, o planeta precisa que todos ampliem a consciência de preservação”, frisa Ribas.

Somado a isso, o país tem uma matriz energética, em grande monta, limpa e renovável, mas, mesmo assim, os investimentos em sistemas fotovoltaico e eólico estão acelerados. “E ainda dominamos a ciência do biometano, temos projetos de preservação ou reservação de água, entre tantos outros exemplos. Somos e seremos a agricultura de baixo carbono que o mundo deseja”, salienta o presidente do Sindicarne.

No âmbito social, o agronegócio gera riquezas ao país, estados e municípios, mas também leva desenvolvimento para longe das capitais, se posicionando como uma alavanca inesgotável de desenvolvimento econômico ao permitir que outras áreas se desenvolvam a partir de seus pilares: insumos, agropecuária, indústria e distribuição (transporte, comércio e serviços). “Geramos atividade econômica que cria empregos diretos e indiretos, gerando crescimento no consumo, fazendo com que a roda da economia gire num ciclo virtuoso de geração e distribuição de riquezas. Famílias, gerações após gerações, são formadas a partir do agro. Temos o rejuvenescimento do campo através do desenvolvimento tecnológico e digital, com jovens liderando e mulheres tomando à frente dos negócios, enfim, um ambiente inclusivo que se retroalimenta”, exalta Ribas.

Na esfera da governança, o Brasil tem políticas bem estabelecidas, com empresas nacionais expandido seus negócios para fora do país, gestores brasileiros assumindo liderança mundo afora, além de deter uma gestão eficiente na agricultura, com recordes de produtividade a cada nova safra. “O agro sabe das suas responsabilidades. Atua com ciência e competência para orgulhar nosso país, da mesma forma que sabemos nossos desafios e oportunidades. O nosso agro agora precisa se desprender de velhos paradigmas para assumir um papel de protagonismo nos debates mundiais”, sustenta Ribas.

Principais desafios do agronegócio brasileiro

Quando se coloca à mesa os desafios do agronegócio nacional, o presidente do Sindicarne afirma que há duas frentes para serem superadas.

A primeira está relacionada aos desafios macro, externos e globais de recuperação ou de construção de uma imagem positiva do setor, que passa pelo entendimento das questões do ESG, das mudanças na geopolítica global do agronegócio, da mudança nas relações entre as pessoas e os alimentos, além de embutir uma percepção de que o agro, a exemplo do que foi feito em 2021 na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 26), é colocado como tema central nas políticas de soberania nacional das principais nações. “Residem aí grandes oportunidades, afinal se o mundo precisa de alimentos, nós podemos ser parceiros relevantes. Para tanto, precisamos definitivamente de políticas de Estado que impulsionem o agro e nos permitam a segurança dos investimentos para tal protagonismo”, salienta Ribas.

A segunda frente diz respeito aos desafios internos e imediatos. Com mais de 200 milhões de pessoas para alimentar, o Brasil possui potencial no consumo interno que merece atenção, no entanto, o brasileiro pouco conhece do agro. Ribas elenca a necessidade de comunicar, de criar valor, dar visibilidade e transparência nos processos de produção, acessando públicos relevantes como professores, crianças, médicos, nutricionistas, entre outros, para mostrar que no Brasil se faz um agro com ciência, responsabilidade e competência, comprometido com o bem-estar animal e com bem-estar único, harmonizando pessoas, meio ambiente e animais. “Deveríamos ter um sentimento de orgulho nacional do nosso patrimônio que se chama agro, porém há uma distância muito grande entre a percepção e a realidade. Uma falha nossa como líderes do setor. Precisamos de uma comunicação proativa e menos reativa”, analisa Ribas, ampliando seu ponto de vista: “Não significa negacionismo a problemas existentes, mas dar real dimensionamento dos problemas e de agendas verdadeiras de solução, que passa fundamentalmente por participarmos da vida política do nosso país. Precisamos mais agro na comunicação e na vida política visando a construção de um ambiente favorável ao desenvolvimento”.

Dentre os maiores desafios do produtor brasileiro está produzir mais alimentos com menos recursos naturais. Ribas salienta que essa é uma equação complexa, mas que com ciência e dedicação será possível construir esta jornada. “As novas gerações trazem novos hábitos, novos questionamentos, e precisamos estar atentos em como conectar tudo isso. Não há espaço para quem não olhar para o agro com muito profissionalismo, entendendo os anseios e necessidades da sociedade. Comunicar com competência e proatividade, inserir ciência a serviço da eficiência, qualidade e segurança, além de cuidar amplamente da sustentabilidade. Não há outro caminho que não seja buscar incansavelmente o conhecimento para novas soluções”, ressalta.

PPPs

Neste sentido, as parceiras público-privadas são uma fortaleza, com a Embrapa tendo um papel relevante nas pesquisas, além do ambiente de inovação, com os ecossistemas de startups, empresas e laboratórios de pesquisas unidos para estudar, pesquisar, testar e gerar novos conhecimentos. “Cada um destes agentes precisa ter clareza do seu papel neste contexto, não basta criticar ou achar que alguém precisa fazer algo em algum momento. O alguém somos nós e o momento é agora. O futuro é agora”, afirma Ribas.

Oportunidades para o agronegócio

São inúmeras as oportunidades que o agro brasileiro pode acessar, entre elas Ribas lista novos produtos, a partir da ampliação da matriz de produção, abertura de novos mercados dentro e fora do país, construção da jornada de produção de alimentos de baixo carbono e a cobertura de banda larga de qualidade no campo. “Vejo que podemos num futuro próximo ter o crédito de carbono como produto de exportação. Neste âmbito muitas portas se abrem, mas temos que resolver questões imediatas de rastreabilidade para dar segurança e atuar de maneira implacável na proteção de nossos biomas, pois quem os agride não nos representa e são uma inexpressiva minoria, mas que geram repercussões de alta visibilidade”, avalia.

E para que os avanços do agro sigam trazendo ganhos de eficiência, é primordial que o sinal de internet chegue com qualidade ao campo, para que o setor possa empregar cada vez mais tecnologias nos processos de produção.

Gargalos estruturantes

Apesar do Brasil ser um grande produtor e exportador mundial, ainda enfrenta alguns gargalos no agronegócio, dentre eles de logística, conectividade e dependência externa de fertilizantes.

Em busca de soluções para esses problemas, Ribas defende que seja criado pelo Estado um plano estratégico de longo prazo do agro brasileiro, envolvendo na elaboração profissionais da academia, da pesquisa, do governo e da iniciativa privada. “Que seja um plano de Estado, não de um governo, porque independente de quem esteja no governo deverá ter o compromisso de seguir com o plano estratégico do agro. Tenho certeza que isso norteará ações e investimentos no setor”, frisa o presidente do Sindicarne.

Através deste plano, Ribas diz que seria possível mapear fraquezas e ameaças – geradoras ou não de gargalos – para atuar mitigando efeitos, além de maximizar as áreas consideradas de grandes oportunidades. “O recurso financeiro é escasso, o que exige gastar com inteligência e estratégia, para isso um caminho é firmar parcerias público-privadas que destravem o desenvolvimento”, pontua.

Segurança alimentar

O Brasil é considerado como um país chave para garantir a segurança alimentar mundial, tendo a responsabilidade de aumentar sua produção agrícola em 41% até 2050.

Para que isso seja possível é preciso que a ciência continue entrando em campo para o país alçar novos patamares de produtividade e eficiência. “Já alcançamos recordes de produção sem aumento proporcional de área e acredito que as transformações que vamos ver nos próximos cinco anos serão maiores que as dos últimos 30 anos, com ganhos de eficiência trazidos pela incorporação de tecnologias de ponta no campo. O agro é o novo Vale do Silício do mundo, somado ao clima, à ciência e um efetivo rejuvenescimento dos empreendedores rurais, vamos ser o supermercado de alimentos do mundo”, sustenta Ribas.

Em relação aos volumes, Ribas frisa que dificilmente um outro país conseguirá competir com o Brasil, desde que os produtores façam seu dever de casa. “Não é arrogância, pelo contrário, é se cobrar para assumir um papel de protagonista, que já deveríamos ter e não temos ainda”, sublinha Ribas.

Avanços do agronegócio brasileiro

Ribas cita uma série de fatores garantiram o avanço do agronegócio brasileiro nos últimos anos, com a incorporação de novas tecnologias nas mais diversas áreas, desde o plantio direto, rotação de culturas, integração lavoura-pecuária, integração lavoura-pecuária-floresta, controle biológico de pragas e doenças, práticas conservacionistas, investimentos em genética, nutrição, biosseguridade e manejo na produção animal. “Somos o único país relevante na produção de aves e suínos livre de doenças de notificação obrigatória, que em alguns países produtores tornaram-se endêmicas. É preciso reconhecer o papel chave do nosso sistema de integração, que acelerou a incorporação de tecnologias, permitiu a rastreabilidade e controle de produção. Neste tema o produtor rural é o elo fundamental desta corrente, a ele devemos agradecer o prato de comida de cada dia, seja qual for sua escolha de alimentação”, ressalta Ribas.

O gestor do Sindicarne exalta que as novas tecnologias passam a ser cada dia mais aliadas de todos os elos do agronegócio, porque a partir delas estão sendo possíveis acelerar a pesquisa e o desenvolvimento de soluções mais eficientes, reduzindo o uso de recursos naturais na produção, possibilitando a tomada de decisões mais rápidas e assertivas, orientando planos de governo e planos de produção, além de antecipar eventos que podem causar perdas na produção. “O emprego de tecnologia nos processos de produção dará cada vez mais rapidez e agilidade na difusão do conhecimento, com plataformas de ensino e desenvolvimento

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Fonte: O Presente Rural

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Importância do diagnóstico para controle de diarreia em leitões de maternidade

Ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais.

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Fotos: Divulgação/Agroceres Multimix

Artigo escrito por Lucas Avelino Rezende, consultor de Serviços Técnicos de suínos na Agroceres Multimix

Uma das causas mais frequentes de morte de leitões na maternidade, sem dúvidas, é a diarreia neonatal, que pode ser causada por diversos fatores, incluindo infecções bacterianas, virais ou parasitárias, bem como problemas nutricionais ou ambientais.

Por ser multifatorial, a simples presença de patógenos entéricos nem sempre é suficiente para produzir doença clínica. Diante disso, é importante saber que é necessário haver uma interação hospedeiro-ambiente-patógeno. Diferenças em práticas específicas de manejo e ambiente, bem como características do animal e do rebanho, podem influenciar muito o risco de ocorrência da doença.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Alguns fatores podem contribuir para o aumento na ocorrência da diarreia pré-desmame, como: leitões de baixo peso ao nascer, baixa temperatura ambiental levando ao estresse pelo frio, higiene ruim da gaiola de parição, ingestão de leite e colostro insuficientes e o número insuficiente de tetos para a prole.

As principais causas infecciosas de diarreia em leitões na maternidade no Brasil são as Clostridioses, Colibacilose, Rotaviroses e Coccidiose. Em alguns casos, a coinfecção de dois ou mais agentes podem estar presentes e agravar o caso de diarreia.

A sobrevivência de leitões é influenciada por vários fatores, incluindo ordem de nascimento, peso ao nascer, ingestão de colostro e níveis séricos de imunoglobulina G (IgG). Esses fatores interagem de maneiras complexas para determinar a suscetibilidade do leitão a doenças e a saúde geral.

Um importante ponto para entender a dinâmica do surgimento de diarreias na maternidade é a avaliação da ingestão de colostro pelos leitões, uma vez que é essencial para a imunidade passiva dos leitões recém-nascidos, já que não há transferência de imunoglobulinas e outros componentes da imunidade materna para os leitões via transplacentária.

De modo geral, granjas com baixo peso ao nascimento ou uma grande variabilidade do tamanho dos leitões nascidos são aquelas mais desafiadas com diarreias na maternidade, porque leitões com menor peso ao nascer podem ter dificuldade em consumir colostro suficiente, resultando em níveis mais baixos de IgG e maior suscetibilidade a infecções.

O diagnóstico clínico da causa da diarreia em leitões pode ser subjetivo e propenso a erros. Fatores como estresse, condições ambientais e outros problemas de saúde subjacentes podem ser muito semelhantes aos sintomas da diarreia. Para isso, devemos desenvolver critérios de diagnóstico mais objetivos para diarreia em leitões, como: monitorar os leitões desde o nascimento, permitindo a detecção precoce da doença, incorporar testes laboratoriais (por exemplo, consistência fecal, pH e níveis de eletrólitos), realizar necropsias e exames complementares a detecção viral ou bacteriana, como histopatologia e imuno-histoquímica.

Diagnóstico

Um diagnóstico preciso ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais. Um dos pilares para isso é a coleta adequada de amostras. Ela permite a identificação dos agentes etiológicos, avaliação da resposta imune e a monitorização da eficácia das terapias.

A escolha do tipo de amostra dependerá do agente etiológico suspeito e dos objetivos do exame. As amostras mais comuns incluem:

  • Fezes: A coleta de fezes é o método mais simples e acessível. É importante coletar amostras frescas e representativas de diferentes animais do lote. Para suspeitas virais é importante coletar sempre de animais na fase aguda da doença, quando a eliminação viral é maior. Para casos de suspeita parasitária é importante associar o diagnostico com histopatologia, uma vez que a eliminação do Cystoisospora é intermitente.
  • Sangue: A análise do sangue permite avaliar a resposta imune, a presença de anticorpos e detectar alterações bioquímicas.
  • Conteúdo intestinal: A coleta do conteúdo intestinal é indicada para a identificação de patógenos que colonizam o intestino delgado ou grosso.
  • Tecidos: A coleta de tecidos para histopatologia é parte fundamental e complementar as análises de cultivo bacteriano e detecção viral nas fazes ou conteúdo intestinal.

A coleta de amostras deve ser realizada de forma cuidadosa para evitar a contaminação e garantir a qualidade do material. Os recipientes utilizados para a coleta das amostras devem estar limpos e esterilizados para evitar a contaminação por outros microrganismos. De modo geral, é importante que as amostras sejam bem refrigeradas e nunca congeladas, uma vez que o processo de congelamento pode inviabilizar o cultivo bacteriano.

Após a coleta das amostras, diversos métodos podem ser utilizados para o diagnóstico, dentre eles cultura que possibilita a identificação e o isolamento de bactérias, PCR que detecta a presença de DNA ou RNA de vírus, bactérias com alta especificidade, sorologia para pesquisa de anticorpos contra os agentes infecciosos, indicando uma infecção prévia ou atual e a histopatologia que permite a avaliação de lesões histológicas e a identificação de agentes infecciosos em tecidos.

A histopatologia desempenha um papel crucial no diagnóstico preciso de doenças intestinais em leitões. Através da análise microscópica de tecidos, é possível identificar lesões características de diversas doenças, auxiliando na diferenciação entre condições infecciosas, inflamatórias, neoplásicas e degenerativas.

A escolha do método de coleta de amostra e do exame laboratorial dependerá do agente etiológico suspeito, da fase da doença e dos recursos disponíveis. A correta coleta e o transporte das amostras são essenciais para garantir a qualidade dos resultados.

A interpretação correta dos resultados dos exames laboratoriais é crucial para o diagnóstico preciso e o tratamento adequado da diarreia em leitões. Ela envolve a análise dos dados obtidos, a correlação com os sinais clínicos e a consideração de outros fatores, como a idade dos animais, as condições de manejo e a história epidemiológica do plantel.

Em resumo, o diagnóstico é uma ferramenta essencial no combate à diarreia em leitões de maternidade, uma vez que permite ações direcionadas e eficazes para controlar e prevenir a doença, garantindo a saúde e o bem-estar dos animais.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: marketing.nutricao@agroceres.com.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural com Lucas Avelino Rezende
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Especialista evidencia importância de os profissionais da cadeia suinícola entenderem o que é sustentabilidade

Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção.

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Na suinocultura, a sustentabilidade se tornou um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais do setor. O médico-veterinário José Francisco Miranda, especialista em Qualidade de Alimentos, destaca que a compreensão desse conceito é fundamental para que zootecnistas e veterinários contribuam efetivamente para a produção sustentável de suínos. “É preciso entender que a sustentabilidade não é custo, mas investimento”, afirma.

Ele ressalta que, ao longo dos últimos 15 anos, a discussão sobre práticas sustentáveis ​​esteve frequentemente atrelada a um aumento nos custos, envolvendo ações como o plantio de árvores e a adequação da dieta dos animais. “Essas práticas eram vistas como um custo, o profissional precisa desmistificar essa visão. Na verdade, boas práticas de produção estão intimamente ligadas a resultados positivos”, explica.

Para Miranda, a eficiência na conversão alimentar é um exemplo claro de como sustentabilidade e produtividade caminham juntas. “Não existe produção com alta conversão alimentar que não seja sustentável. Os números de emissões são baixos quando a eficiência é alta”, ressalta.

Um ponto destacado pelo especialista é o papel dos zootecnistas e nutricionistas na cadeia produtiva. “Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção. E cada vez mais eles terão um papel significativo na implantação da sustentabilidade dentro das empresas”, afirma.

O entendimento das análises de sustentabilidade e das tecnologias disponíveis é essencial. Miranda menciona, como exemplo, o uso de aditivos nutricionais, como a protease, que permite reduzir a quantidade de soja na ração. “Com isso, é possível diminuir a pegada de carbono em até 12%. No entanto, menos de 40% dos produtores no mundo utilizam essa tecnologia, o que revela uma falta de informação e confiança na eficácia desses produtos”, expõe.

Comunicação e conscientização

Para que as informações sobre sustentabilidade sejam disseminadas na suinocultura é fundamental que os profissionais comuniquem os benefícios dessas práticas não apenas entre si, mas também para a alta direção das empresas. “Os profissionais precisam trazer essa informação para a gestão, conscientes de que a sustentabilidade deve ser uma estratégia de crescimento, não apenas uma preocupação financeira”, destaca Miranda.

O especialista também ressalta a importância de uma colaboração entre academia, indústria e governo para facilitar a adoção de novas tecnologias. “Cada parte da cadeia produtiva deve contribuir para acelerar esse processo. É um esforço coletivo que envolve desde a produção até a comercialização”, enfatiza.

Compromisso do setor

Miranda acredita que o setor está comprometido com a adoção de práticas sustentáveis, embora reconheça a necessidade de discussão sobre o que é realmente necessário para essa transição. “As empresas entendem que a sustentabilidade traz benefícios não apenas para o planeta, mas também para sua própria lucratividade, mas é preciso acelerar a implementação destas práticas sustentáveis”, frisa,

Para se destacar neste cenário, Miranda enfatiza que os profissionais devem se aprofundar nas análises de sustentabilidade e na análise do ciclo de vida dos produtos. “Um bom profissional deve entender desde a produção do grão até o produto final que chega ao consumidor. Se ele se restringir a uma única área, pode perder de vista os benefícios que sua atuação pode trazer para toda a cadeia”, salienta.

A visão do especialista reforça que a sustentabilidade na suinocultura não é uma tendência passageira, mas uma necessidade imediata. “A adoção de práticas sustentáveis, aliada ao conhecimento técnico e científico, é fundamental para garantir um futuro mais responsável e eficiente para a indústria suinícola”, afirma.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Suinocultura teve ano de recuperação, mas cenário é de cautela

Conjuntura foi apresentada ao longo de reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da Faep. Encontro também abordou segurança do trabalho em granjas de suínos.

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Foto: Divulgação/Sistema Faep

Depois de dois anos difíceis, a suinocultura paranaense iniciou um período de recuperação em 2024. As perspectivas para o fim deste ano são positivas, mas os primeiros meses de 2025 vão exigir cautela dos produtores rurais, que devem ficar de olho em alguns pontos críticos. O cenário foi apresentado em reunião da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura do Sistema Faep, realizada na última terça-feira (19). Os apontamentos foram feitos em palestra proferida por Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A mesma conjuntura consta do levantamento de custos de produção do Sistema Faep, que será publicado nos próximos dias.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O setor começou a se recuperar já em janeiro deste ano, com a retomada dos preços. Até novembro, o preço do suíno vivo no Paraná acumulou aumento de 54,4%, com a valorização se acentuando a partir de março. No atacado, o preço da carcaça especial também seguiu esse movimento. A recomposição ajudou o produtor a se refazer de um período em que a atividade trabalhou no vermelho.

Por outro lado, a valorização da carne suína também serve de alerta. Com o aumento de preços, os produtos da suinocultura perdem competitividade, principalmente em relação à carne de frango, que teve alta bem menor ao longo ano: o preço subiu 7,7%, entre janeiro e novembro. Com isso, a tendência é que o frango possa ganhar a preferência do consumidor, em razão dos preços mais vantajosos.

“Temos que nos atentar com a competitividade da carne suína em relação a outras proteínas. Com seus preços subindo bem menos, o frango se tornou mais competitividade. Isso é um ponto de atenção para a suinocultura, neste cenário”, assinalou Lima Filho.

Exportações

Foto: Claudio Neves

Com 381,6 mil matrizes, o Paraná mantém 18% do rebanho brasileiro de suínos. A produção nacional está em estabilidade nos últimos três anos, mas houve uma mudança no portifólio de exportações paranaenses. Com a recomposição de seus rebanhos, a China reduziu as importações de suínos. O país asiático – que chegou a ser o destino de 40% das vendas externas paranaenses em 2019 – vai fechar 2024 com a aquisição de 17% das exportações de suínos do Paraná.

Em contrapartida, os embarques para as Filipinas aumentaram e já respondem por 18% das vendas externas de carne suína do Estado. Entre os destinos crescentes, também aparece o Chile, como destino de 9% das exportações de produtos da suinocultura paranaense. Nesse cenário, o Paraná deve fechar o ano com um aumento de 9% no volume exportado em relação a 2023, atingindo 978 mil toneladas. Os preços, em compensação, estão 2,3% menores. “Apesar disso, as margens de preço começaram a melhorar no segundo semestre”, observou Lima Filho.

Perspectivas

Diante deste cenário, as perspectivas são positivas para este final de ano. O assessor técnico da CNA destaca fatores positivos, como o recebimento do 13º salário pelos trabalhadores, o período de férias e as festas de final de ano. Segundo Lima Filho, tudo isso provoca o aquecimento da economia e tende a aumentar o consumo de carne suína. “A demanda interna aquecida e as exportações em bons volumes devem manter os preços do suíno vivo e da carne sustentados no final deste ano, mantendo um momento positivo para o produtor”, observou o palestrante.

Para 2025, se espera um tímido crescimento de 1,2% no rebanho de suínos, com produção aumentando em 1,6%. As exportações devem crescer 3%, segundo as projeções. Apesar disso, por questões sazonais, os produtores podem esperar uma redução de consumo nos dois primeiros meses de 2025. “É um período em que as pessoas tendem a ter mais contas para pagar, como alguns impostos. Além disso, a maior concorrência da carne de frango pode impactar a demanda doméstica”, disse Lima Filho.

Além disso, o aumento nos preços registrados neste ano pode estimular o alojamento de suínos em 2025. Com isso, pode haver uma futura pressão nos preços nas granjas e nas indústrias. Ou seja, o produtor deve ficar de olho no possível aumento dos custos de produção, puxado principalmente pelo preço do milho, da mão de obra e da energia elétrica. “O cenário continua positivo para a exportação, mas o cenário para o ano que vem é de cautela. O produtor deve se planejar e traçar suas estratégias para essa conjuntura”, apontou o assessor da CNA.

Segurança do trabalho

Além disso, a reunião da CT de Suinocultura da FAEP também contou com uma palestra sobre segurança do trabalho em granjas de suínos. O engenheiro e segurança do trabalho e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sandro Andrioli Bittencourt, abordou as Normas Regulamentadoras (NRs) que visam prevenir acidentes de trabalho e garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.

Entre as normativas detalhadas na apresentação estão a NR-31 (que estabelece as regras de segurança do trabalho no setor agropecuário), a NR-33 (que diz respeito aos espaços confinados, como silos, túneis e moegas) e a NR-35 (que versa sobre trabalho em altura). Em seu catálogo de cursos, o Sistema Faep dispõe de capacitações para cada uma dessas regulamentações.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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