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Empresas Brasil Pork Event 2019

Brasil Pork Event: Suinocultor deve aproveitar o bom momento externo, mas investir pensando no mercado interno

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Diretor-Presidente da Topigs Norsvin do Brasil,  André Costa

“Nossa cadeia de suínos produz com qualidade e competitividade, mas precisa, com urgência, implementar estratégias eficientes para transformar estas vantagens competitivas em ganhos de mercado. Experiências bem sucedidas em outros países comprovam que precisamos nos organizar e investir concretamente, para assegurar um consumo crescente e constante, que não dependa de imprevistos ou episódios sanitários como os vividos atualmente pela China e outros países”.

Este, segundo o Diretor-Presidente da Topigs Norsvin do Brasil,  André Costa, foi o consenso a que chegaram 350 pesquisadores, técnicos, dirigentes de entidades do setor e suinocultores, reunidos em Foz do Iguaçu, durante a terceira edição do Brasil Pork Event.

Segundo ele, “assim como a Rússia desenvolveu sua própria estrutura produtiva, a China, mais cedo ou mais tarde, estará recompondo seus planteis e reduzindo a atual demanda. Precisamos sim, aproveitar as oportunidades externas, mas o grande potencial  de crescimento está no mercado interno”, observa.

Potencial de expansão

Ainda de acordo com André Costa, os 210 milhões de brasileiros consomem em média, apenas 16 quilos de carne suína por ano, volume muito inferior à média da grande maioria dos países. “Com um esforço organizado, podemos facilmente elevar esta média para 20 quilos ao ano. Isto equivaleria a um consumo adicional da ordem de 840 mil toneladas, muito superior às 685 mil toneladas que o Brasil exportou em 2018”.

O exemplo que vem da Espanha

Um dos palestrantes convidados, Gonçalo Pimpão, diretor da Topigs Norsvin na Espanha e Portugal, apresentou detalhes de como funciona a Interporc, uma organização que integra os diferentes elos da cadeia suinícola na Espanha, desde o criador ao frigorífico e distribuidor. A Entidade é mantida com uma contribuição simbólica de cada participante, que, somada, representa a cada ano, algo próximo a 6,7 milhões de euros.

Com estes recursos, a Interporc desenvolve ações de marketing e institucionais, que abrem canais de comercialização interna e externamente, promovendo a imagem saudável, versátil e nutritiva da carne de porco espanhola, como parte integrante da cultura iberica e da dieta mediterrânea. A população espanhola consome, em média, 66 quilos de carne suína per capita, quatro vezes mais que a média brasileira.

Outra iniciativa lembrada pelo Presidente da Topigs Norsvin do Brasil, é coordenada pela National Pork dos Estados Unidos, que conta com recursos da ordem de 60 milhões de dólares anuais, para a promoção das qualidades da carne suína norte-americana. “No Brasil, algumas Entidades de representação, como a ABCS e Associações Estaduais, têm desenvolvido um trabalho excepcional, mas sem recursos e sem a adesão de todos os integrantes da cadeia, fica muito difícil”, pondera.

Segundo o diretor de Negócios e Marketing da Topigs Norsvin, Adauto Canedo, o exemplo da Espanha motivou Entidades e lideranças presentes para a necessidade de avançar em busca de mecanismos semelhantes para o Brasil. “Este deverá ser o tema de novos encontros, em breve” diz Adauto.

Inovação conquista mercados

Maior evento de negócios do setor, o Brasil Pork Event é organizado a cada dois anos, pela empresa de genética suína Topigs Norsvin, e faz parte de  um programa inovador de relacionamento  da Empresa com seus parceiros e diferentes elos da cadeia produtiva, chamado “Connect”.

Trata-se de um programa que prevê diferentes níveis de participação e benefícios, entre eles, treinamentos, assessoria no gerenciamento de reprodutores, layouts de laboratório e controle de qualidade, disponibilização de software de gerenciamento e atualização em genética, assistência técnica e até mesmo a contratação de consultorias especializadas e viagens técnicas.

A Academia Topigs Norsvin é um dos benefícios previstos no Connect. Através dela e mediante senha, são disponibilizados cursos, palestras e treinamentos à distância, além de eventos presenciais e in company. Seu objetivo é levar até os parceiros, informações que na maioria das vezes ficam restritas aos centros de pesquisa, universidades, congressos e conferências nacionais e internacionais. A academia também desenvolveu métricas de avaliação e emite certificações, visando especialmente a formação de mão-de-obra junto às granjas.

Na linha EAD, por exemplo, estão disponíveis palestras exclusivas com especialistas abordando temas como nutrição de suínos em crescimento e engorda, nutrição de fêmeas reprodutoras, antibióticos, imunologia e vacinologia, patologia dos suínos, entre outros.

Acesso à elite da genética suína mundial

Além de inovar no relacionamento com o mercado, a Topigs Norsvin também foi pioneira com o programa InGene, um sistema de produção em núcleo fechado, no qual após o povoamento com as bisavós, avós e matrizes F1, a granja passa a produzir sua autorreposição, recebendo apenas sêmen de machos bisavôs e avôs de alto valor genético. Neste sistema, o plantel de matrizes é integrado à base de dados Pigbase na Holanda, por meio de softwares de gerenciamento de granjas. Assim, o programa de melhoramento é conduzido dentro da própria granja sob a orientação, o acompanhamento e a supervisão dos técnicos da Topigs Norsvin.

O uso deste sistema reduz o custo genético e o risco sanitário, aumenta a biossegurança e o progresso genético pela maior proximidade com o topo da pirâmide genética, maximiza a adaptação das marrãs de reposição produzidas localmente e possibilita a customização de alguns critérios de seleção genética e fenotípica.

Esta nova postura em relação ao mercado, aliada a avanços genéticos como a TN70, considerada pelo mercado como a melhor matriz do mundo, resultou em gradativo avanço da Topigs Norsvin no cenário da genética de elite. Em 2015, a empresa detinha 17% de market share na linha fêmea. Hoje, 33% das fêmeas de elite do plantel brasileiro já levam a assinatura genética Topigs Norsvin.

Cenários e troca de experiências

Este Brasil Pork Event 2019 passou a limpo a realidade, os desafios e as oportunidades  que se abrem para o setor, além de discutir experiências bem sucedidas de promoção da carne suína desenvolvidas em outros países.

A programação incluiu as palestras técnicas “Perspectivas Econômicas do Setor”, com professor Sérgio De Zen, pesquisador do Cepea, “O Agronegócio Brasileiro”, com o agrônomo e ex-Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, “Novos rumos da suinocultura”, com Gonçalo Pimpão, Diretor da Topigs Norsvin para Espanha e Portugal, “Data makes pig talk”, com o holandes Gerard Weijers, “O sucesso e a saúde mental” com Elaine Souza e aula-show de cortes, técnicas e dicas de preparo de carne suína, com o especialista Carlos Tossi.

Um dos pontos altos do evento, foi a mesa redonda  “Suinocultura brasileira: realidades e oportunidades”, com transmissão ao vivo, pela internet. Esta mesa redonda, coordenada pelo jornalista Tobias Ferraz (Canal Rural), contou com a participação de  Marcelo Lopes (ABCS), Valdecir Folador (ACSURS), Valdomiro Ferreira (APCS), Losivânio Luiz De Lorenzi (ACCS), Thiago Bernardino (CEPEA), professor Márcio Duarte (UFV), Wienfried Leh (Grupo Leh’s), Matheus Morais ( Suinobras), Roberto Coelho (Grupo Cabo Verde) e Tiago Andrade (Granja Xerez) e Tarcisio Sachetti (Granjas Sachetti).

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Empresas Discussões sanitárias

American Nutrients reforça a cadeia exportadora da carne suína ao aderir ao programa livre de ractopamina

A empresa oficializou sua adesão total ao programa como parte de uma estratégia de competitividade

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Arquivo OP Rural

A ractopamina, um agonista β-adrenérgico amplamente utilizado para melhorar ganho de peso e eficiência alimentar em suínos, permanece no centro das discussões sanitárias internacionais. Embora seu uso seja regulamentado no Brasil, diversos mercados estratégicos — como União Europeia, China e Rússia — possuem tolerância zero para resíduos desta substância em produtos de origem suína.

O ponto crítico está na cadeia de alimentação: a inclusão de ractopamina na ração de suínos pode resultar na sua detecção na carne, mesmo quando utilizada dentro das doses permitidas. Essa presença residual é suficiente para inviabilizar exportações e comprometer toda a cadeia produtiva voltada a mercados que adotam exigências mais restritivas.

Com o objetivo de assegurar conformidade sanitária, rastreabilidade e segurança na exportação, o Ministério da Agricultura e Pecuária instituiu o Programa de Produção Livre de Ractopamina. A certificação reconhece empresas que mantêm protocolos rigorosos de controle para garantir ausência parcial ou total da molécula em qualquer etapa da produção de rações para suínos.

A American Nutrients oficializou sua adesão total ao programa como parte de uma estratégia de competitividade e alinhamento às demandas globais. Ao assegurar que suas soluções nutricionais estão completamente isentas de ractopamina, a empresa fortalece a confiança de frigoríficos, integradoras e produtores que dependem de dietas certificadas para acessar mercados premium.

Esta iniciativa reforça o compromisso da American Nutrients com a qualidade, a transparência e a sustentabilidade da cadeia suinícola. Em um cenário de crescente rigor sanitário internacional, a nutrição animal livre de ractopamina é um elemento-chave para manter e expandir a participação brasileira nos mercados mais exigentes do mundo.

Fonte: Daiane Carvalho - Dra. Médica Veterinária - Coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento e Responsável Técnica da American Nutrients do Brasil Indústria e Comércio Ltda
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Empresas

Inteligência Artificial conta 140 mil ovos por dia com 99,9% de precisão e transforma avicultura

Entre outros indicadores, tecnologia da ALLTIS monitora temperatura, água e volume de grãos nos silos, reduz perdas e aumenta produtividade da Granja São Marcos, de Mogi-Guaçu (SP)

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Fotos: Alisson Siqueira

A Granja São Marcos, de Mogi-Guaçu (SP), alcança um novo patamar de produtividade após a implementação do sistema de inteligência artificial da empresa de tecnologia ALLTIS. Com produção diária de 140 mil ovos, o equivalente a 4,7 milhões por mês, a granja – dona da marca Naturegg – estima ganhos operacionais de até 90% após a integração de um pacote de sensores controlado por IA, que permite controle sanitário, monitoramento ambiental e gestão de recursos com mais segurança, precisão e eficiência. A ALLTIS resolve problemas crônicos da avicultura, transformando as granjas em propriedades 4.0 e contribuindo para o aumento da produtividade e a redução de custos. Recentemente, a ALLTIS firmou sociedade com a MCassab Nutrição e Saúde Animal, empresa do Grupo MCassab, especialista em nutrição e saúde animal há mais de meio século.

Fundada em 1983 pela família Teixeira, a São Marcos deixou de ser fornecedora de frangos vivos para ser uma produtora de ovos orgânicos e caipiras livres de antibióticos, comercializados sob a marca Naturegg. Hoje, tem 170 mil aves em postura e distribuição para seis estados brasileiros – São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.

A necessidade de incluir a tecnologia e digitalizar os processos em uma atividade historicamente tradicional, decorre do volume de informações exigidas tanto para gestão do negócio quanto pelos órgãos certificadores. Diariamente, a equipe da São Marcos passou a registrar pela IA, entre outros, dados de temperatura, umidade, consumo de água e ração, taxas de mortalidade e indicadores de bem-estar animal.

“Nosso maior desafio sempre foi transformar informação em decisão. Com a operação que temos hoje, isso já não era possível de forma tradicional. A tecnologia traz agilidade, segurança e capacidade de gerir de maneira eficiente e de antecipar problemas. Agora, conseguimos agir antes que o impacto aconteça”, afirma Matheus Teixeira, diretor comercial da Naturegg.

A parceria com a ALLTIS foi importante para os planos da São Marcos. A granja utiliza quatro frentes tecnológicas da startup: monitoramento ambiental (Sense), controle do consumo de água (Aqua), gestão automática dos silos (Domo) e contagem de ovos por inteligência artificial (EggTag) com precisão de 99,9%. “Cito um exemplo: antes de ter o monitoramento das informações por IA, nossos funcionários precisavam subir em 21 silos para verificar o estoque de ração, enfrentando risco de acidentes e imprecisão nos cálculos. Agora, todo o controle é feito pelo celular, com previsões de consumo e alertas programados”, explica Tailisom Silva, gerente da granja.

“Ter dados confiáveis em tempo real é essencial para obter resultados melhores e maior precisão na gestão. O mercado exige rastreabilidade e sustentabilidade, e a tomada de decisão precisa ser rápida e embasada. Nosso papel é transformar dados em informações úteis para o dia a dia e entregar tecnologias que se adaptam às necessidades e realidade do produtor”, afirma André Aquino, sócio e COO da ALLTIS.

“O exemplo da São Marcos mostra o quanto a tecnologia é importante para potencializar a produtividade das granjas de postura. Mas não apenas isso. É essencial monitorar todas as áreas do negócio e, assim, reduzir os gargalos, que são vários. A tecnologia da ALLTIS está disponível para contribuir para vencer esse desafio”, ressalta Mauricio Graziani, diretor executivo da MCassab Nutrição e Saúde Animal, acionista da ALLTIS.

Outros avanços devem vir nos próximos meses, como a automatização da contagem de ovos com identificação por tamanho e coloração. A expectativa é reduzir ainda mais o índice de erros humanos e dispor de dados detalhados para ajustar o manejo à tecnologia e otimizar o rendimento da produção de ovos.

Para Matheus, a digitalização dos processos é um caminho indiscutível. “O maior erro é achar que a tecnologia é algo distante ou complicado. É o contrário. Ela simplifica, reduz perdas e dá clareza para agir. Quem não se permitir evoluir vai ficar para trás”, ressalta o diretor comercial da Naturegg.

Fonte: Assessoria MCassab Nutrição e Saúde Animal
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Empresas Ameaça silenciosa

Como a Doença de Gumboro Afeta a Sanidade, Performance e Rentabilidade das Aves

Altamente contagiosa, a enfermidade viral desafia o sistema imunológico das aves e pode gerar prejuízos expressivos à avicultura industrial

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Divulgação / Fotos: Zoetis

A avicultura industrial brasileira, reconhecida mundialmente por sua eficiência produtiva, enfrenta desafios cada vez mais complexos no manejo sanitário dos plantéis. Entre esses desafios, a Doença de Gumboro, também chamada de Doença Infecciosa da Bursa (DIB) é altamente contagiosa. A enfermidade viral acomete principalmente aves jovens entre 3 e 10 semanas de idade, comprometendo o sistema imunológico e impactando diretamente o desempenho zootécnico das granjas.

A doença é causada por um vírus do gênero Avibirnavirus, notável por sua resistência ambiental — capaz de permanecer ativo por longos períodos mesmo após procedimentos de limpeza e desinfecção. Ao atingir a bolsa de Fabricius, órgão essencial à formação das células de defesa das aves, o vírus provoca imunossupressão severa, tornando os animais mais vulneráveis a outras infecções e interferindo na eficácia de vacinas de rotina.

Além do impacto financeiro direto, os efeitos produtivos da doença são amplos e muitas vezes silenciosos na forma subclínica. Em um cenário de alta densidade de alojamento, o controle da imunossupressão é um fator decisivo para sustentar a competitividade da produção de frangos no país.

“A Doença de Gumboro é uma ameaça muitas vezes silenciosa, mas de alto impacto econômico. Mesmo infecções subclínicas, podem reduzir o ganho de peso, comprometer a conversão alimentar e afetar a qualidade dos ovos. O monitoramento eficaz é o primeiro passo para conter o avanço da enfermidade e proteger o potencial produtivo das granjas”, destaca Eduardo Muniz, Gerente Técnico de Aves da Zoetis Brasil.

Na prática, o produtor pode perceber a presença da doença por sinais clínicos como depressão, diarreia aquosa, desidratação e penas arrepiadas. Contudo, é a observação de indícios produtivos como a queda na taxa de ganho de peso diário ou a redução na qualidade dos ovos que costuma revelar a circulação do vírus em sua forma subclínica. Em lotes de alto desempenho, qualquer variação nesses parâmetros representa perda direta de margem e eficiência.

“Em granjas industriais, onde milhares de aves convivem em densidades elevadas, a probabilidade de disseminação viral é alta. O controle eficaz depende de um conjunto de medidas: vigilância sanitária constante, diagnóstico laboratorial preciso e imunização bem planejada. Mais do que uma rotina de biosseguridade, trata-se de uma estratégia de rentabilidade”, reforça Muniz.

A prevenção da Doença de Gumboro deve ser encarada como um investimento zootécnico estratégico. Além da escolha de vacinas adequadas à realidade imunológica dos lotes, é essencial realizar o acompanhamento técnico dos resultados, observando tanto o desempenho produtivo quanto a resposta imunológica. O uso de vacinas como a Poulvac® Procerta® HVT-IBD vacina de vírus vivo congelado contra as doenças de Marek e Gumboro, torna-se uma ferramenta fundamental dentro de estratégias preventivas consistentes e de longo prazo. A vacinação pode ser feita via subcutânea, ou in ovo em ovos embrionados de galinha saudáveis com 18 a 19 dias de idade.

Para a Zoetis, líder mundial em saúde animal, o enfrentamento da Doença de Gumboro faz parte do ciclo contínuo de cuidado. A empresa reafirma que, em um cenário global cada vez mais desafiador, sanidade é sinônimo de desempenho, e o cuidado com a imunidade é o alicerce da produção avícola moderna.

Fonte: Assessoria
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