Bovinos / Grãos / Máquinas
Brasil mira título de superpotência alimentar do planeta
País tem potencial, atributos e muitas oportunidades para aumentar a produção de proteína animal.
A importância do Brasil como uma das principais nações no abastecimento de alimentos mundial e seu protagonismo como um dos líderes na vocação exportadora foram ressaltados durante o painel “Supermercado do Mundo”, na 40ª edição da Conferência Facta WPSA-Brasil 2023, promovida de forma on-line. O painel, realizado no dia 09 de maio, reuniu o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, o diretor executivo de Agro e Sustentabilidade na Seara, José Antônio Ribas Junior, o diretor de Assuntos Regulatórios e Científicos da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), Alexandre Novachi, e o CEO da plataforma STP, Felipe Azarias.
A mensagem latente deixada pelos palestrantes é a de que em função do setor de produção de proteína animal ser cada vez mais robusto, o Brasil está se consolidando como um forte concorrente para se tornar o supermercado do mundo. Os números impressionantes do mercado e a qualidade dos produtos brasileiros são motivos de destaque e otimismo para os especialistas do setor. Os conferencistas exploraram as perspectivas e os atributos que possibilitam essa visão, bem como as oportunidades que o país tem para se destacar ainda mais no cenário internacional.
O presidente da ABPA, Ricardo Santin, abriu o painel destacando a importância do setor de produção de proteína animal ressaltando a marca conquistada em 2022, de US$ 189 bilhões em receita cambial, reforçando que o país tem condições de crescer ainda mais em função das condições de produção, bem como as perspectivas que mostram que a população mundial deve crescer e o poder aquisitivo deve melhorar. “É importante frisar que exportamos um grande volume, mas que não descuidamos do nosso mercado interno”, declara.
Felipe Azarias, da plataforma STP, trouxe dados sobre o avanço da urbanização global apresentando a estimativa de que mais de 1 bilhão de consumidores devem alimentar-se fora de casa, o que traz novas oportunidades para o mercado da pecuária. Ele ainda destacou números do cenário mundial de carne bovina e que colocam o Brasil.
Redução na produção dos Estados Unidos
O palestrante evidenciou que essas perspectivas de aumento da população vão impactar positivamente os rebanhos, abates, a produção, o consumo e o comércio de carne bovina, chamando atenção de que o mundo vai necessitar de uma maior produção de carne e que é preciso observar a diminuição dos rebanhos em países como Estados Unidos, que vem diminuindo por conta da limitação de mão de obra para tarefas qualificadas de chão de fábrica. “O estoque de vaca dos Estados Unidos está em seu menor nivel desde 1962. A USDA estima uma diminuição de 2,8 milhões de cabeças no ano de 2023, saindo de um rebanho de 92 mihões para 89,2 milhões de cabeças em solo americano. Outro apontamento que pode fazer é a de que nem sempre o país que mais vai produzir carne é, necessariamente, aquele que possui maior rebanho”, pontuou.
Produção e sustentabilidade
Entre os atributos brasileiros que ajudam no fortalecimento desta importante posição mundial foi enaltecido por José Antônio Ribas Junior, da JBS, que explorou a dedicação do Brasil com a preservação ambiental, que está fomentando ativos ambientais e uma economia de baixo carbono, sem deixar de tratar com responsabilidade a sanidade animal, bem como a eficiência produtiva e o compromisso com pesquisa e tecnologia. “O Brasil não pode ser maior produtor de carro ou celular, mas temos tudo o que é necessário para nos consolidarmos como o maior produtor de alimentos”, destacou.
Oportunidades e desafios
Um ponto crítico levantado pelos participantes é a questão de o Brasil necessitar enfrentar e resolver os desafios logísticos, além de investir em ciência e inovação. Outras oportunidades apresentadas dizem respeito a revisão do protocolo de exportação com a China, possibilitando a revisão da idade mínima dos animais exportados para a China, além de trabalhar na aprovação sanitária em mercados como o Japão e outras negociações diplomáticas para viabilizar a abertura de novos mercados. “Precisamos entender como estamos posicionados no mercado para conseguir atender novos países”, defendeu o CEO Felipe Azarias.
José Ribas também destacou a necessidade de continuar a trabalhar a transparência, bem como a liderança e a coordenação eficaz, que são atributos que podem consolidar a confiança do mercado interno e externo. “Somos um país que produz muito e com qualidade. Possuímos o importante status de livre de doenças e gosto de frisar que isso não é sorte, mas sim, muito trabalho. Desta maneira, as oportunidade são incríveis, podemos, cada vez mais, aprimorar a eficiência produtiva, utilizando-se da tecnologia, pesquisas genéticas e políticas públicas que consolidem o setor de forma segura e contínua”, destacou.
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran