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Brasil marca momento histórico com o registro do primeiro produto contra a Escherichia coli Patogênica para Aves (APEC) baseado em bacteriofagos
Desenvolvido pela PhageLab, o Fórmida-A é um produto baseado em bacteriógafos que combate especificamente essas infecções em frangos de corte

Com o objetivo de conter os efeitos da Escherichia coli Patogênica para Aves (APEC), o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) aprovou em abril o registro da tecnologia correspondente ao Fórmida-a, produto que combate especificamente infecções de APEC em na indústria avícola, desenvolvido pela PhageLab, empresa de biotecnologia que desenvolve tratamentos de precisão com bacteriófagos para reduzir o uso excessivo de antibióticos no controle de bactérias em processos de criação nas indústrias de proteína animal.
A solução reside nos bacteriófagos, vírus que eliminam seletivamente bactérias patogênicas e a PhageLab alcançou este resultado por meio de uma combinação inovadora que inclui um algoritmo patenteado de inteligência artificial para o design de coquetéis de bacteriófagos.
Pesquisas feitas entre os anos de 2013 e 2017 identificaram variadas taxas de condenação total entre frigoríficos em diversos estados brasileiros, com destaque principal para Bahia (20,42%), Mato Grosso do Sul (16,63%), Santa Catarina (12,86%), Tocantins (12,36%) e São Paulo (8,74%). Souza et al.
Após a recente aprovação regulatória da tecnologia para conter os efeitos dessa infecção na saúde pública do Brasil – que anualmente, conta com uma produção de carne de frango de 14,8 milhões de toneladas – , concedida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), a empresa segue desenvolvendo novos recursos ampliar o combate de doenças que danificam a produção.
Historicamente, o uso de terapêuticos para conter a APEC, especialmente com antibióticos, tem sido amplamente questionado, já que a maioria deles não é exclusivamente selecionada para essa doença, o que pode causar um desequilíbrio para os microorganismos naturais das aves, além de piorar os sinais clínicos e, mais grave ainda, selecionar cepas resistentes. Isso é conhecido como a crise das bactérias multirresistentes.
“Primeiro é importante contextualizar que o Brasil é o maior exportador mundial de produtos avícolas. Nossa carne de frango é vendida para países em praticamente todos os continentes, inclusive aqueles mais exigentes em termos da adoção de medidas de biosseguridade, prevenção e controle de doenças de importância em saúde animal e saúde pública. Para acessar esses mercados é fundamental não somente atender às exigências dos próprios países, como seguir as estratégias, recomendações e padrões internacionais de boas práticas de produção animal. Dentre estes, a recomendação é a diminuição do uso de antimicrobianos, que também colabora com a busca de diminuição da resistência antimicrobiana. Acredito que o uso de bacteriófagos na produção avícola é muito promissor para melhorar os resultados de prevenção e controle de doenças na indústria avícola e para a saúde pública. Esperamos ver a implementação dessa nova tecnologia em várias empresas”, afirma Bruno Pessamillio, especialista na área de produção-avícola e ex-Chefe da Gerência do Programa Nacional de Sanidade Avícola, PNSA do MAPA.
Segundo o especialista, nesse contexto, o uso de bacteriófagos pode ser entendido como uma ferramenta de alta tecnologia e de grande potencial para colaborar com a prevenção e controle de doenças de importância para a avicultura, como as salmonelas, diminuindo o uso de antimicrobianos. É fundamental que o setor produtivo avícola possa contar cada vez mais com novas estratégias e formas de controle dessas doenças que causam grandes impactos para os mercados.
“Gostaria de parabenizar a indústria avícola e veterinária pela inclusão desta nova ferramenta, que considero única. É um grande passo na inclusão de novas tecnologias. Recentemente na Europa, foram estabelecidas novas diretrizes para facilitar o registo da terapia com fagos, que é muito difícil. Essas tecnologias têm a vantagem de atuar muito rapidamente e de não produzirem resíduos, ideal para a caixa de ferramentas veterinária.”, afirma Rinse Jan Boersma, veterano em saúde animal com 20 anos de gestão internacional e ex-diretor global de marketing da MSD, Bayer e Elanco.
Para Nicolas Ferreira, Global Sales Diretor da PhageLab, aproveitar o poder dos bacteriófagos apresenta um desafio formidável de dados, já que são os agentes biológicos mais abundantes e diversos da Terra. “Criar um sistema para identificar rapidamente os bacteriófagos adequados para bactérias específicas tornou-se uma prioridade para nós e diante dessa importância estamos muito entusiasmados e empolgados com este novo momento”, finaliza Nicolas.

Empresas Ameaça silenciosa
Como a Doença de Gumboro Afeta a Sanidade, Performance e Rentabilidade das Aves
Altamente contagiosa, a enfermidade viral desafia o sistema imunológico das aves e pode gerar prejuízos expressivos à avicultura industrial

A avicultura industrial brasileira, reconhecida mundialmente por sua eficiência produtiva, enfrenta desafios cada vez mais complexos no manejo sanitário dos plantéis. Entre esses desafios, a Doença de Gumboro, também chamada de Doença Infecciosa da Bursa (DIB) é altamente contagiosa. A enfermidade viral acomete principalmente aves jovens entre 3 e 10 semanas de idade, comprometendo o sistema imunológico e impactando diretamente o desempenho zootécnico das granjas.
A doença é causada por um vírus do gênero Avibirnavirus, notável por sua resistência ambiental — capaz de permanecer ativo por longos períodos mesmo após procedimentos de limpeza e desinfecção. Ao atingir a bolsa de Fabricius, órgão essencial à formação das células de defesa das aves, o vírus provoca imunossupressão severa, tornando os animais mais vulneráveis a outras infecções e interferindo na eficácia de vacinas de rotina.
Além do impacto financeiro direto, os efeitos produtivos da doença são amplos e muitas vezes silenciosos na forma subclínica. Em um cenário de alta densidade de alojamento, o controle da imunossupressão é um fator decisivo para sustentar a competitividade da produção de frangos no país.
“A Doença de Gumboro é uma ameaça muitas vezes silenciosa, mas de alto impacto econômico. Mesmo infecções subclínicas, podem reduzir o ganho de peso, comprometer a conversão alimentar e afetar a qualidade dos ovos. O monitoramento eficaz é o primeiro passo para conter o avanço da enfermidade e proteger o potencial produtivo das granjas”, destaca Eduardo Muniz, Gerente Técnico de Aves da Zoetis Brasil.
Na prática, o produtor pode perceber a presença da doença por sinais clínicos como depressão, diarreia aquosa, desidratação e penas arrepiadas. Contudo, é a observação de indícios produtivos como a queda na taxa de ganho de peso diário ou a redução na qualidade dos ovos que costuma revelar a circulação do vírus em sua forma subclínica. Em lotes de alto desempenho, qualquer variação nesses parâmetros representa perda direta de margem e eficiência.
“Em granjas industriais, onde milhares de aves convivem em densidades elevadas, a probabilidade de disseminação viral é alta. O controle eficaz depende de um conjunto de medidas: vigilância sanitária constante, diagnóstico laboratorial preciso e imunização bem planejada. Mais do que uma rotina de biosseguridade, trata-se de uma estratégia de rentabilidade”, reforça Muniz.
A prevenção da Doença de Gumboro deve ser encarada como um investimento zootécnico estratégico. Além da escolha de vacinas adequadas à realidade imunológica dos lotes, é essencial realizar o acompanhamento técnico dos resultados, observando tanto o desempenho produtivo quanto a resposta imunológica. O uso de vacinas como a Poulvac® Procerta® HVT-IBD vacina de vírus vivo congelado contra as doenças de Marek e Gumboro, torna-se uma ferramenta fundamental dentro de estratégias preventivas consistentes e de longo prazo. A vacinação pode ser feita via subcutânea, ou in ovo em ovos embrionados de galinha saudáveis com 18 a 19 dias de idade.
Para a Zoetis, líder mundial em saúde animal, o enfrentamento da Doença de Gumboro faz parte do ciclo contínuo de cuidado. A empresa reafirma que, em um cenário global cada vez mais desafiador, sanidade é sinônimo de desempenho, e o cuidado com a imunidade é o alicerce da produção avícola moderna.
Empresas
Boehringer Ingelheim anuncia Patricia Aristimunha como nova gerente sênior de marketing de Aves e Suínos
A executiva assume a posição anteriormente ocupada por Filipe Fernando, que ascendeu ao cargo de Head de Grandes Animais da empresa

A Boehringer Ingelheim, multinacional farmacêutica referência na produção de medicamentos para humanos e animais, anuncia a chegada de Patricia Aristimunha como nova gerente sênior de marketing da unidade de negócios de Aves e Suínos, assumindo o cargo anteriormente ocupado por Filipe Fernando, novo diretor de Grandes Animais da companhia.
A gerente é graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria, onde também concluiu o mestrado. Além disso, possui doutorado em Zootecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e um MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). No âmbito profissional, Patricia conta com mais de 18 anos de experiência em empresas nas áreas de saúde, produção e nutrição animal, com forte atuação em marketing estratégico.
“Estou muito contente e animada em iniciar esse novo capítulo profissional em uma empresa líder e referência global na área da saúde, como a Boehringer Ingelheim. Com minha sólida experiência técnica e prática no segmento de avicultura e suinocultura, estou ansiosa para colaborar com a equipe e contribuir ativamente para os resultados e inovações da empresa”, afirma Patricia Aristimunha.
A chegada da executiva, que ingressou no cargo na primeira semana de novembro, reforça o compromisso da Boehringer Ingelheim em fortalecer sua liderança e inovação no mercado de saúde animal, especialmente nos setores de aves e suínos. Com sua vasta experiência no segmento, a empresa espera que Patrícia impulsione ainda mais as estratégias de marketing da companhia, contribuindo significativamente para o sucesso contínuo de seus clientes e parceiros no agronegócio.
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Ventilação eficiente é chave na preparação do agro para a chegada do calor
Manutenção preventiva dos motores ajuda a reduzir perdas e preservar o bem-estar animal

Com a chegada da primavera e a aproximação do verão, as altas temperaturas passam a impactar diretamente a produção animal no Brasil. O calor excessivo é um dos principais fatores de estresse térmico, comprometendo o desempenho dos animais, reduzindo a produtividade e elevando riscos sanitários e econômicos para os produtores.
Segundo Drauzio Menezes, diretor da Hercules Energia em Movimento, a manutenção preventiva dos motores é fundamental nesse período. “A confiabilidade dos motores determina o bom funcionamento dos sistemas de ventilação, que são essenciais para manter as granjas em condições adequadas”, afirma.
Manutenção e ventilação: aliados da produtividade
A ventilação é um dos recursos mais eficazes para preservar o bem-estar dos animais durante os meses mais quentes. Para que os equipamentos cumpram sua função com eficiência, é essencial que os motores estejam revisados e em pleno funcionamento. Entre as ações mais importantes estão a manutenção dos motores, isolamento térmico das estruturas, controle da umidade e fornecimento constante de água fresca, além de ajustes na densidade de lotação em períodos de calor extremo. “Esses sistemas precisam operar com segurança e sem falhas para garantir conforto térmico, reduzir o estresse dos animais e evitar perdas na produção”, reforça Menezes.
Segundo ele, a Hercules Energia em Movimento oferece soluções adequadas para esse tipo de demanda, com motores monofásicos, trifásicos e customizados, todos com alta eficiência energética, conformidade com as normas NEMA e IEC, e aprovação do Inmetro. Os equipamentos são projetados para atender ambientes de produção animal, que exigem desempenho constante mesmo em condições severas.
Alta nas temperaturas exige preparação antecipada
De acordo com previsões do INMET e da Climatempo, a primavera e o verão de 2025/2026 devem registrar temperaturas acima da média histórica em várias regiões do país, com destaque para o Centro-Oeste, Sudeste e partes do Sul. A previsão também aponta para chuvas mal distribuídas e períodos prolongados de tempo seco, elevando o risco de ondas de calor e agravando os desafios para a criação de aves.
Esse cenário reforça a necessidade de antecipar cuidados com a climatização das áreas de produção animal. “Ambientes bem ventilados ajudam a mitigar os efeitos do calor excessivo, preservando o desempenho zootécnico das aves e garantindo a continuidade da produção com segurança”, conclui Menezes.

