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Brasil lidera fornecimento de alimentos a islâmicos, mas ainda falta avançar no valor agregado

Avanço do Brasil nos mercados islâmicos passa por ampliar a disponibilidade de alimentos industrializados certificados sob padronização islâmica (halal) e de o empresariado compreender as necessidades do consumidor muçulmano.

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Presidente Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Osmar Chohfi: "Há que se diversificar a pauta de exportações" - Foto: Guilherme Marciano/ANBA

O Brasil já é o líder mundial no fornecimento de alimentos e bebidas para os 57 países da Organização para Cooperação Islâmica (OCI), segundo dados apresentados hoje (23) pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB).

De acordo com a entidade, em 2022, as exportações desses gêneros para o bloco totalizaram US$ 23,41 bilhões, desempenho que colocou o Brasil à frente de concorrentes especializados como Estados Unidos, Indonésia, Turquia, Austrália e China, e ainda representou avanço de 41% sobre as vendas efetivadas no ano anterior.

Na avaliação da instituição, embora o resultado seja expressivo, a pauta de exportações para o mundo islâmico ainda é limitada a alimentos básicos, principalmente carnes, açúcar, grãos e cereais. A Câmara Árabe também diz que as vendas brasileiras representam apenas 10% de tudo o que a OCI compra de fornecedores estrangeiros, havendo, portanto, espaço para o país crescer, sobretudo nas categorias de valor agregado.

“Há que se diversificar a pauta de exportações, incluindo produtos de valor agregado, fortalecer as ações de promoção do produto brasileiro com ainda mais intensidade do que temos feito, tornar o Brasil para o consumidor muçulmano sinônimo de respeito as suas tradições e ampliar a disponibilidade de produtos industrializados com certificação halal [de produção conforme às tradições do islã] não só no segmento de alimentos”, resumiu Osmar Chohfi, presidente da entidade, na abertura do Global Halal Brazil Business Forum.

Para o ex-diplomata, o avanço do Brasil nos mercados islâmicos passa por ampliar a disponibilidade de alimentos industrializados certificados sob padronização islâmica (halal) e de o empresariado compreender as necessidades do consumidor muçulmano. Em sua fala, ele citou a jornada de especialização do setor de proteínas, que iniciou vendas para países islâmicos em 1977 e hoje faz do Brasil o maior exportador do mundo de carne de frango e bovina de padronização islâmica (halal), enviando a esses mercados cerca de 30% do total das exportações.

Na visão de Chohfi, o Brasil tem condições estruturais para ampliar sua inserção no mundo muçulmano para além das carnes e dos produtos básicos. Ele citou o fato de o país ter uma indústria alimentícia competitiva, produtos já inseridos em mercados de consumo islâmicos com reputação de qualidade e de fornecimento confiável e uma marca positiva junto ao consumidor muçulmano em função da postura diplomática brasileira, centrada no “diálogo” e na “não beligerância”.

Chohfi fez menção, inclusive, à recente atuação do Brasil na presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas em favor das vítimas do atual conflito no Oriente Médio. “Não poderia deixar de mencionar o grande pesar pelos trágicos acontecimentos e todas as suas vítimas, o desejo de que prevaleçam as normas do direito humanitário, a proteção das populações civis e o anseio para que se alcance um dia a paz e a segurança.”

O ex-diplomata também destacou que o Brasil possui iniciativas de fomento de exportações halal estruturadas, entre elas o Halal do Brasil, da Câmara Árabe e da agência Apex Brasil, de promoção de exportações, lançado em 2022. Para ele, o projeto enfrenta dois gargalos relevantes ao avanço do Brasil no mundo islâmico, que é o reforço nas ações de promoção no exterior e o estímulo à empresas para a aquisição da primeira certificação halal.

No primeiro fronte, o Chohfi disse que, nos últimos doze meses, o projeto já levou empresas a feiras na Arábia Saudita, Emirados Árabes, Malásia e Alemanha. No fronte da certificação, sensibilizou mais de 300 empresas para as oportunidades em mercados islâmicos, algumas das quais já iniciaram o processo de certificação halal, para homologar produtos como oriundos de métodos conformes às tradições islâmicas.

“É indispensável que o empresariado brasileiro considere oportunidades de negócios em países muçulmanos quando formatarem seus planos de internacionalização”, apelou à audiência composta por representantes de empresas brasileiras e compradores muçulmanos convidados para rodadas de negócios.

“A Câmara Árabe também tem meios de auxiliá-los na construção de planos de negócios sólidos e detalhados para diferentes países muçulmanos, considerando demandas reais desses mercados e as aptidões de suas organizações. Nossas portas estão abertas a todas as empresas que desejam se internacionalizar”, finalizou.

O Global Halal é patrocinado por BRF, Marfrig, Minerva Foods, Laila Travel, Turkish Airlines e Embratur, tem parceria da Apex Brasil, Câmara Islâmica de Comércio, Indústria e Agricultura, União das Câmaras Árabes e Liga Árabe, e apoio da Halal Academy.

Fonte: Assessoria CCAB

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Mercado da soja inicia novembro com preços instáveis e influência do cenário internacional

Oscilações refletem exportações brasileiras em alta, avanço do plantio e incertezas sobre o acordo China–EUA, aponta análise da Epagri/Cepa.

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Foto: Daiane Mendonça

O mercado da soja entrou novembro sob influência de uma combinação de fatores internos e externos que têm gerado oscilações nos preços e incertezas quanto ao comportamento da demanda global. Em Santa Catarina, conforme o Boletim Agropecuário elaborado pela Epagri/Cepa, a média mensal paga ao produtor em outubro registrou leve recuo de 0,6%, fechando o mês em R$ 124,19 a saca.

Já no início de novembro, até o dia 10, há indicação de recuperação: a média estadual subiu para R$ 125,62/sc, movimento influenciado principalmente pelo comportamento das exportações brasileiras e pelas notícias vindas do mercado internacional.

Foto: Claudio Neves

A elevação dos embarques do Brasil em outubro, 6,7 milhões de toneladas, com volume acumulado superior a 100 milhões de toneladas em 2025, ajudou a firmar as cotações internas. Ao mesmo tempo, o anúncio da retomada das importações de soja dos Estados Unidos pela China e os avanços no acordo comercial entre os dois países impulsionaram os contratos futuros em Chicago (CBOT), com reflexos imediatos nos preços no Brasil.

A análise é do engenheiro-agrônomo Haroldo Tavares Elias, da Epagri/Cepa, que classifica o momento como de viés misto, com o mercado reagindo de forma alternada a notícias de estímulo e pressão.

Fatores que influenciam mercado 
Segundo o boletim, fatores de baixa predominam no curto prazo, puxados principalmente pela lentidão nas negociações internas no Brasil, pelo avanço do plantio da nova safra e pela sinalização do acordo China–EUA. Esse movimento pressiona o mercado brasileiro, ao mesmo tempo que fortalece o mercado americano e sustenta as cotações em Chicago.

1. Mercado internacional
Dados de USDA, CBOT, Esalq-Cepea, Investing.com e Bloomberg, compilados pela Epagri/Cepa, apontam:

Foto: Claudio Neves

Fatores de alta:

  • Importações recordes da China em outubro, 9,48 milhões de toneladas, majoritariamente provenientes da América Latina;
  • Recuperação da CBOT por quatro semanas consecutivas.

Fatores de baixa:

  • Falta de confirmação pela China da compra de 12 milhões de toneladas dos EUA;
  • Retomada das importações chinesas de soja americana, reduzindo o espaço para o produto brasileiro;
  • Negociações internas mais lentas no Brasil, o ritmo mais baixo em quatro anos;
  • Correção técnica de estocásticos e realização de lucros após sequência de altas em Chicago.

2. Oferta e mercado interno

Fatores de alta:

  • Exportações brasileiras mantêm ritmo forte;
  • Estruturação da presença chinesa no Brasil, com ampliação de operações, incluindo um novo escritório no Mato Grosso.

Fatores de baixa:

  • Pressão sobre os preços internos, com queda de 1,4% em outubro.

3. Safra e clima
Fatores de baixa:

  • Plantio avançado, com 47% da safra já implantada, reforçando a expectativa de safra recorde entre 177 e 180 milhões de toneladas no

    Foto: Claudio Neves

    ciclo 2025/26;

  • Produtores nos EUA voltaram a vender após as recentes altas, aumentando a oferta global no curto prazo.

Acordo China-EUA 
Embora o mercado tenha reagido às declarações do governo dos Estados Unidos sobre um novo acordo com a China envolvendo a compra de soja, não houve confirmação por parte dos chineses até 12 de novembro, ressalta a Epagri/Cepa. Caso confirmado, o pacto poderia redirecionar parte da demanda da China para a soja americana, reduzindo o volume destinado ao Brasil.

Contudo, a proximidade da entrada da nova safra brasileira — combinada com o calendário já avançado para novembro, torna improvável a formalização do acordo ainda este ano. Por isso, a tendência, segundo a análise, é que a China siga priorizando a soja brasileira nas próximas semanas.

Fonte: O Presente Rural
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Santa Catarina mantém 93% das lavouras de milho em boa condição no início da safra

Epagri/Cepa registra avanço consistente do plantio, com alertas para falhas de germinação e manejo fitossanitário.

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Foto: Shutterstock

O avanço do plantio do milho em Santa Catarina, que já alcança 92% da área prevista para a safra de verão 2025/2026, confirma um início de ciclo predominantemente positivo no estado, mas acompanhado de sinais de alerta pontuais. Segundo o Boletim Agropecuário da Epagri/Cepa, 93% das lavouras são classificadas como boas, um indicador robusto para o período, porém a evolução do desenvolvimento apresenta nuances importantes entre as microrregiões produtoras.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

De maneira geral, o estabelecimento das plantas ocorreu dentro do esperado, com solo apresentando boa umidade e clima favorável nas principais áreas de produção. Ainda assim, a distribuição das chuvas definiu comportamentos distintos entre as regiões, influenciando estandes, sanidade e andamento dos tratos culturais.

No Alto Vale do Itajaí, onde 90% das lavouras estão em boas condições, o desenvolvimento vegetativo é satisfatório, com umidade adequada e apenas focos pontuais de percevejos e cigarrinha. Situação semelhante aparece em Campos de Lages, Planalto Norte e Concórdia, todas com 100% das lavouras avaliadas como boas, apresentando germinação regular, plantas sadias e baixa pressão de pragas. Em Concórdia, inclusive, as primeiras áreas já entraram em floração.

Outras regiões apresentam ritmos distintos. Em Joaçaba, por exemplo, parte das áreas atrasou o plantio devido ao excesso de chuva, e os técnicos registraram ocorrências de percevejo, lagarta e tripes. Já no Litoral Norte, apesar de 100% de condição boa, o excesso de precipitação provocou falhas de germinação, especialmente em lavouras entre os estádios V3 e V8.

No Oeste, regiões importantes para o milho catarinense também mostram realidades variadas. Chapecó/Xanxerê registra 90% das

Foto: Gessí Ceccon

lavouras em boas condições, com plantas em V6 e crescimento favorecido por radiação solar. Em São Miguel do Oeste, o plantio já está finalizado, com início de floração e controle de cigarrinha e ervas daninhas em andamento; 94% das lavouras são classificadas como boas.

O extremo Sul do estado, por sua vez, vem sendo impactado por chuvas intensas. Ainda que 98% das áreas apresentem condição boa, os agrônomos alertam para os efeitos acumulados da umidade elevada nas fases seguintes do desenvolvimento. Em Curitibanos, a semana chuvosa também impôs ajustes no cronograma de tratos culturais, embora as lavouras sejam avaliadas como boas a ótimas.

No cenário estadual, a cigarrinha-do-milho continua sob vigilância, embora com baixa incidência até o momento. A manutenção de condições de sanidade dependerá do monitoramento contínuo e da disciplina no manejo fitossanitário, especialmente em áreas com histórico de enfezamento e maior pressão de insetos.

A Epagri/Cepa reforça que, apesar dos pontos de atenção, o potencial produtivo da safra é positivo. Os próximos dias, marcados pelo comportamento das chuvas e pela manutenção de temperaturas adequadas, serão decisivos para consolidar esse cenário. Se as condições atuais persistirem, Santa Catarina tende a iniciar a colheita com nível elevado de desempenho agronômico e produtivo.

Fonte: O Presente Rural
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Custos de produção recuam no frango e avançam no suíno em outubro

Levantamento da Embrapa mostra alta no custo do suíno vivo em Santa Catarina e queda no frango de corte no Paraná, com impacto direto da variação da ração.

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Foto: Shutterstock

Os custos de produção de suínos e de frangos de corte tiveram comportamentos diferentes em outubro conforme levantamento da Embrapa Suínos e Aves por meio da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS).

Em Santa Catarina, o custo de produção do quilo do suíno vivo foi de R$ 6,35 em outubro, alta de 1,09% em relação ao mês anterior, com o ICPSuíno chegando aos 363,01 pontos. No acumulado de 2025, o índice também registra aumento (2,23%).

Em 12 meses, a variação é de 2,03%. A ração, responsável por 70,72% do custo total de produção na modalidade de ciclo completo, subiu 1,28% no mês.

No Paraná, o custo de produção do quilo do frango de corte baixou 1,71% em outubro frente a setembro, passando para R$ 4,55 e com o ICPFrango atingindo 352,48 pontos.

No acumulado de 2025, a variação é negativa, de -4,90%. No comparativo de 12 meses o índice também registra queda: -2,74%. A ração, que representou 63,10% do custo total em outubro, baixou 3,01% no mês.

Santa Catarina e Paraná são estados de referência nos cálculos dos Índices de Custo de Produção (ICPs) da CIAS, devido à sua relevância como maiores produtores nacionais de suínos e frangos de corte, respectivamente.

A CIAS também disponibiliza estimativas de custos para os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, fornecendo subsídios importantes para a gestão técnica e econômica dos sistemas produtivos de suínos e aves de corte.

App Custo Fácil

Aplicativo gratuito da Embrapa que gera relatórios personalizados das granjas e diferencia despesas com mão de obra familiar. Disponível para Android na Play Store.

Planilha de Custos

Ferramenta gratuita para gestão de granjas integradas de suínos e frangos de corte, disponível no site da CIAS

Fonte: Assessoria Embrapa Suínos e Aves
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