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Brasil estreita cada vez mais relações comerciais com países árabes
O bloco é uma organização multilateral de 22 países independentes que adotam o árabe como idioma oficial.

Entre os principais destinos dos produtos brasileiros e um dos mais importantes fornecedores de fertilizantes e combustíveis minerais do Brasil, as vendas externas para a Liga Árabe movimentaram no último ano US$ 17,74 bilhões, um crescimento de 22,94% quando comparadas com 2021, enquanto as importações cresceram 53%, fechando o último ano em US$ 15,03 bilhões.
O bloco é uma organização multilateral de 22 países independentes que adotam o árabe como idioma oficial. Juntos, o grupo gera um PIB de US$ 2,78 trilhões. Com uma extensão territorial de 11,27 milhões de quilômetros quadrados, a população destas nações é estimada em 444 milhões de habitantes. Os países-membros que congregam o bloco são divididos em regiões: África árabe, Levante e Golfo arábico.

Analista de Relações Internacionais da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Elaine Prates – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural
De acordo com o Banco Mundial, os países da Argélia, Egito e Marrocos estão em uma das regiões mais desenvolvidas da África e possuem uma das maiores economias do bloco. Eles integram o bloco da África árabe com Iraque, Jordânia, Líbia, Mauritânia, Somália, Sudão e Tunísia. Enquanto que o grupo do Golfo arábico é composto por Arábia Saudita, Catar, Iêmen, Bahrein, Kuwait, Omã e Emirados Árabes Unidos. Com exceção do Iêmen, os demais países formam o bloco econômico do Conselho de Cooperação do Golfo, e detêm um importante hub para o comércio exterior mundial, com zonas francas e plataformas para a reexportação, projetos governamentais e privados para diversificar as economias e ampliar a infraestrutura. E ainda Iraque, Palestina, Jordânia, Síria (suspensa) e Líbano integram o grupo Levante, que oferece importantes oportunidades para o fornecimento de produtos locais conhecidos mundialmente, como os cosméticos, azeitonas e especiarias.
Entre os principais produtos exportados pelo Brasil para esses países estão carne de frango, milho, carne bovina, soja, minério de ferro e açúcar. Os principais compradores do Brasil são os Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Egito, Argélia e Bahrein, que juntos representam 63% das vendas externas para o bloco. Completam o ranking Marrocos, Omã, Iraque, Catar e Jordânia. “Os produtos do agronegócio correspondem a 71% de tudo que é exportado para a Liga Árabe, sendo apenas 3,5% de alimentos industrializados”, menciona a analista de Relações Internacionais da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Elaine Prates.
Por sua vez, o bloco é atualmente o principal fornecedor de fertilizantes ao Brasil (17%), de óleo bruto de petróleo (25%) e de óleo refinado de petróleo (25%), ficando atrás apenas das importações dos Estados Unidos. “Combustíveis e fertilizantes representam quase 90% do total importado pelo Brasil dos árabes”, afirma Elaine.
Segundo o Banco Central do Brasil e o FDI Markets, foram movimentados entre o Brasil e os países Arábia Saudita, Bahrein, Egito, Emirados Árabes Unidos, Líbano e Argélia, entre 2004 e 2020, cerca de US$ 14 bilhões.
Somados, os países árabes são o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. “O mercado tem um potencial muito grande para expansão de negócios”, frisa Elaine.
Potencial dos países árabes
A profissional listou ainda alguns motivos do porque os países árabes são importantes parceiros comerciais para o Brasil, entre eles destaca que o bloco possui mais de 60% das reservas mundiais de petróleo, detendo 28% da produção global do óleo, 27% da exportação mundial e 67% da exportação árabe total. Além disso, é um grande hub logístico e portuário, com importantes zonas francas, complexos turísticos e hoteleiros, cidades inteligentes com tecnologias de ponta como big data e impressão 3D, cuidado com o meio ambiente através do uso de energias renováveis e edificações verdes. E ainda o Egito possui acordo de livre comércio com os países do Mercosul.
Em números
Líder mundial há mais de uma década no fornecimento de carne de frango halal, o Brasil exportou em 2022 um total de 1,983 milhão de toneladas para este mercado, volume 3,6%% maior que em 2021, com 1,915 milhão de toneladas. Em receita, os números são ainda mais expressivos, com US$ 3,869 bilhões, resultado 29,1% em relação ao saldo do ano anterior, com US$ 2,997 bilhões.
Entre os principais destinos da região, os Emirados Árabes Unidos são os maiores importadores, com 444,9 mil toneladas importadas em 2022, número 14,2% superior ao registrado em 2021, com 389,5 mil toneladas.
No total de 2022 (incluindo produtos halal e não-halal), o Brasil exportou 4,8 milhões de toneladas, gerando receitas de US$ 9,7 bilhões para o país.
Segurança alimentar árabe
De acordo com Elaine, os países árabes não possuem autossuficiência para produção de alimentos, cerca de 70% dos alimentos consumidos pelos árabes são importados. “Para o Brasil, os árabes são o segundo principal destino das exportações do setor agro e o maior fornecedor mundial de proteína halal”, ressalta.
Tendências
Entre as tendenciais listadas pela profissional para o Brasil estão o potencial de investir em países e em projetos externos, que visem a sustentabilidade e a produção de alimentos, desenvolvimento de startups, economia digital e avanço da transformação digital (B2B e B2C), intensificação da execução dos planos de diversificação econômica para diminuir a dependência no petróleo, retomada do setor de turismo e investimentos em energias renováveis.
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Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango
Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock
Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.
O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

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Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.
Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.
O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.
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União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil
Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

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Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias
Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
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Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global
Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.
A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.
No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.
Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).
Indústria e produção de ovos
O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.
A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”
Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.
A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.
Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.
Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.




