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Brasil e mundo traçam caminhos para acelerar mercado de biogás
Painel do do 7º Fórum Sul Brasileiro Biogás e Biometano sobre agenda global apresentou experiências internacionais e ressaltou a importância de adaptar modelos ao contexto brasileiro.

“Agenda global de Biogás” foi um dos temas abordados na última quarta-feira (09), segundo dia do 7º Fórum Sul Brasileiro Biogás e Biometano, realizado em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. A moderação do encontro foi de Aline Scarpetta, do Centro Internacional de Energias Renováveis – CIBiogás, e contou com a participação de Flavio Ascenco da World Biogas Association (WBA) como painelista. Para debater o tema, foram convidados Bruno Neves, da Unido; Rogério Meneghetti, da Itaipu Binacional, e Gustavo Ramos, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
“O biogás é um energético versátil, conectado com as demandas regionais e, com isso, os arranjos se diferem a partir das características de cada país. Por isso este painel é tão importante, para entendermos as diferenças internacionais e como podemos aproveitar as inspirações para acelerar os negócios no Brasil”, disse a mediadora.
A implementação do programa Making Biogas Happen foi amplamente apresentada por Flavio Ascenco, que trouxe inspirações de outros países quando o assunto é crescimento sustentável dentro da cadeia do biogás e biometano. O projeto Making Biogas Happen é capitaneado pela WBA, fundado em 2016 por associações do Reino Unido, Estados Unidos e Itália, com 20 outras empresas fundadoras. O programa está na fase 2 de implementação, tendo a primeira fase se encerrado em fevereiro deste ano. “Ao começarmos a fase 2, estamos focados em um processo intenso de divulgação. Neste fórum, tivemos um momento rico onde pudemos apresentar o programa em um workshop, entre outras oportunidades”, contou.
O mercado do biogás na Europa e seu crescimento exponencial esteve entre os exemplos internacionais apresentados por Ascenco. O biometano está em crescimento franco no continente europeu devido às metas de geração para 2030 e aos incentivos públicos, com a Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Dinamarca entre os principais produtores. “O Reino Unido só tem 753 plantas, mas foram o maior catalisador de transição energética. Cada uma destas plantas tem capacidade de exportar biometano 20 vezes mais do que acontecia há 10 anos”, exemplifica.
A situação na Índia e no México também foi pontuada na apresentação: a Índia é um grande consumidor de gás natural e com potencial de 62 milhões de toneladas de biometano, mas com apenas 5% do potencial aproveitado. Já o México assumiu o compromisso de reduzir 35% as emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030, justamente pelo potencial mexicano para a produção do biogás, especialmente em zonas urbanas e áreas com intensa atividade agropecuária. “O México tem metas ambiciosas, de construir 2,5 milhões de metros cúbicos anuais de biometano, até amparada na Lei dos Combustíveis, que vem como um suporte financeiro. Estes países querem descarbonizar e fazer a indústria andar para frente”, explica.
No Brasil, múltiplas fontes de substrato, políticas governamentais para estimular o mercado de biocombustíveis, desenvolvimento de economia circular sustentável e iniciativas de descarbonização são pontos motivadores para a indústria do biogás. “A fase 2 do programa Making Biogas Happen está acontecendo no Brasil e na Índia, que entendemos como mercados prósperos e parceiros. Há um caminho a seguir e o programa está conversando com estes governos para que as indústrias e os próprios países possam se desenvolver de forma rápida e eficiente”, detalha.
Especialista em Gestão de Projetos na Unido, Bruno Neves destacou a função social que este tipo de tecnologia traz. “O desenvolvimento desta tecnologia precisa atender a demandas crescentes de inclusão social, justiça e dignidade para diversos serviços. Um exemplo claro é que no continente africano, estimamos que cerca de 250 milhões de quilos de lixo são produzidos sem destinação adequada, e mais de 600 milhões de pessoas não têm acesso a energia elétrica. No Brasil, 50% das pessoas não têm acesso a saneamento. Por isso, falamos que é uma tecnologia territorial que funciona para cumprir sua função social se ela for enxergada no conceito de economia circular”, definiu Neves.
Representando a Itaipu Binacional, o Superintendente de Energias Renováveis Rogério Meneghetti elogiou as iniciativas brasileiras quando o assunto é biogás. “Ano passado, a Itaipu conseguiu trazer para a nossa planta uma das reuniões do G20, que teve uma série de discussões sobre o papel do biogás e biometano brasileiro. Foi incrível ver os chefes de estado conhecendo nossa planta e vendo, de perto, como estamos muito mais avançados do que eles imaginavam”, disse. Meneghetti também lembrou sobre a importância de copiar e adaptar as iniciativas globais, não apenas reproduzindo as ações, mas adaptando os modelos de negócio, tecnologia e incentivos públicos para acelerar os processos brasileiros.
Participante de todas as edições do Fórum Sul Brasileiro Biogás e Biometano, Gustavo Ramos representou o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). “Ver a experiência dos outros países é muito importante para conseguirmos acelerar todas as ações e iniciativas tanto em âmbito governamental quanto no setor privado. O desenvolvimento do mercado de biogás vem sendo muito puxado para uma demanda de tratamento de resíduos, mas é importante lembrar que essa demanda surgiu justamente para termos o aproveitamento energético dos resíduos”, completou.
O 7º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano teve como instituições realizadoras a Universidade de Caxias do Sul (UCS), de Caxias do Sul (RS), a Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia (SC), e o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), de Foz do Iguaçu (PR). A organização é da Sociedade Brasileira dos Especialistas em Resíduos das Produções Agropecuária e Agroindústria (SBERA).

Notícias Livre de imprevistos
Empresas agrícolas apostam em tecnologia para aumentar produtividade e segurança
O uso de câmeras de segurança inteligentes, permitem uma resposta proativa, enviando alertas automáticos e reduzindo significativamente o tempo entre a detecção de um incidente e a ação preventiva.

Nos últimos anos, o setor agrícola brasileiro tem investido cada vez mais em diferentes tecnologias. O objetivo é ampliar a forma de monitorar as plantações em tempo real, para saber exatamente sobre o período ideal para plantio, irrigação e colheita, sendo instrumentos que funcionam como importantes aliados para o trabalho na agricultura.
Da mesma forma, os investimentos em tecnologia também se fazem necessários nas propriedades visando a segurança destes espaços, com o objetivo de garantir que o patrimônio esteja livre de imprevistos.
Pensando nisso, apresentamos este artigo para você, que possui empresas agrícolas, ou propriedades, e ainda está em dúvida sobre quais os tipos de tecnologia poderá investir para aumentar a sua produtividade e segurança.
Melhorando o desempenho das plantações
Existem diversas tecnologias voltadas exclusivamente para fornecer melhorias para as propriedades rurais, com o desenvolvimento de máquinas e equipamentos que se tornaram aliados para o desenvolvimento agrário.
Um dos exemplos a serem destacados é voltado à agricultura de precisão. Através de dados de GPS, imagens de satélite e sensores, é possível avaliar a qualidade do solo e das diferentes culturas existentes na fazenda. O objetivo é garantir a aplicação adequada de sementes, fertilizantes, defensivos e outros insumos, de modo a garantir a eficiência da produção.
Atualmente, a conectividade nas propriedades já é uma realidade. E a internet das coisas (IoT) se torna uma importante aliada. Através da instalação de sensores no solo, em plantas e máquinas, é possível coletar dados em tempo real sobre a temperatura, umidade, níveis de nutrientes e condições climáticas. Isso permite um manejo eficiente para a irrigação da região, além de detectar determinados problemas precocemente.
Da mesma forma, tecnologias como inteligência artificial e big data se somam juntos às melhorias para o setor agrícola, através do uso de algoritmos de IA para analisar grandes volumes de dados sobre o andamento das culturas plantadas, fazendo com que os produtores tenham real noção de lidar com o seu plantio de acordo com a demanda exigida.
E isso também soma-se a equipamentos modernos e automatizados, como os tratores e colheitadeiras autônomos, que fazem o trabalho no campo por 24 horas por dia, garantindo a redução de custos operacionais. Outro exemplo pode ser visto com os drones, que através de câmeras e sensores, fazem o monitoramento aéreo das lavouras, para localizar áreas que necessitam de maior cuidado.
Segurança como aliada ao setor
Atualmente, se tornou cada vez mais necessário que as empresas agrícolas também invistam em segurança, para proteger sua plantação, maquinário, e até mesmo as pessoas que estão trabalhando nas propriedades. Pensando nisso, também há tecnologias que contribuem com a segurança no setor.
Um dos exemplos está justamente no sistema de reconhecimento de placas de veículos. que ajuda a identificar todos os veículos que estiverem dentro das instalações das propriedades. Além disso, estes dispositivos são essenciais para fiscalizar e monitorar atividades suspeitas nos locais fechados, com o objetivo de oferecer resposta imediata em caso de possíveis ameaças.
Outro recurso que vem ganhando espaço é o uso de câmeras de segurança inteligentes, capazes de detectar comportamentos anormais, movimentos fora do padrão ou a presença de pessoas em áreas restritas. Essas câmeras permitem uma resposta proativa, enviando alertas automáticos e reduzindo significativamente o tempo entre a detecção de um incidente e a ação preventiva.
Há também o caso dos softwares de gestão agrícola, que se tornam aliados para a avaliação de riscos dentro da área de cultivo, tornando o ambiente mais seguro para os trabalhadores, de modo a garantir a execução dos serviços de acordo com as normas regulatórias.
A rastreabilidade também entra no processo, com o uso de ferramentas como o blockchain, responsáveis pelo rastreio da origem e do percurso dos produtos agrícolas. O objetivo é aumentar a transparência de toda a cadeia de suprimentos até o consumidor final, gerando segurança alimentar.
Conclusão
Investir em tecnologias para o setor agrícola é uma necessidade de grande importância, principalmente para a melhora da produtividade e segurança das operações. Isso traz credibilidade às propriedades que estão mais atentas às necessidades do mercado, com a realização dos trabalhos de forma eficaz.
Portanto, é fundamental que os proprietários de áreas agrícolas estejam cada vez mais atentos às necessidades de mercado, de forma a ampliar a sua gama de clientes, e a crescer suas vendas.
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Estreia de filme sobre Aury Bodanese será transmitida pelo O Presente Rural
Longa-metragem “Antes do Nascer do Sol” terá lançamento nacional ao vivo nesta terça (18), a partir das 19h. A obra reconstrói a trajetória e o legado de Aury Luiz Bodanese, uma das figuras mais emblemáticas do cooperativismo agro brasileiro e referência no desenvolvimento do agronegócio catarinense.

O filme “Antes do Nascer do Sol”, que narra a trajetória de Aury Luiz Bodanese, uma das figuras mais emblemáticas do cooperativismo agro brasileiro, estreia oficialmente nesta terça-feira (18), às 19 horas. A transmissão ao vivo está programada para começar às 18h57 e você pode conferir no canal de YouTube de O Presente Rural.
Mais de 20 plataformas de comunicação, distribuídas em quatro estados, vão acompanhar o evento simultaneamente, ampliando o alcance da produção cultural. O lançamento marca um dos maiores movimentos de difusão audiovisual já realizados por um grupo regional de mídia no Sul do país.
Criado por Osnei de Lima e Julmir Cecon, o longa-metragem reconstrói a vida, a obra e o impacto de Bodanese no desenvolvimento do agronegócio catarinense e nacional. O roteiro destaca a atuação dele na consolidação do modelo cooperativista na região Oeste, reconhecido por transformar pequenas propriedades e fortalecer cadeias produtivas como leite, suínos e aves.
A direção de marketing do projeto é assinada por Fernanda Moreira, do Grupo Condá, responsável por coordenar a estratégia que conectou veículos de comunicação e plataformas digitais para o lançamento simultâneo.
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Relação de troca melhora e abre espaço para antecipação de compras de fertilizantes, aponta Itaú BBA
Após a forte volatilidade causada pelo conflito entre Israel e Irã, que pressionou especialmente as cotações da ureia, os preços globais recuaram parcialmente. No Brasil, todos os principais fertilizantes caíram em relação às máximas de julho, tanto em dólar quanto em reais.

A relação de troca entre fertilizantes e os principais produtos agrícolas brasileiros apresentou melhora contínua nos últimos três meses e voltou a níveis próximos da média histórica para nitrogenados e potássicos. A avaliação é da Consultoria Agro do Itaú BBA, no relatório divulgado nesta terça-feira (18), referente novembro de 2025, que aponta um cenário mais favorável para produtores planejarem a safrinha de 2026 e até iniciarem compras para a safra de verão de 2027.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
Segundo os analistas, após a forte volatilidade causada pelo conflito entre Israel e Irã, que pressionou especialmente as cotações da ureia, os preços globais recuaram parcialmente. No Brasil, todos os principais fertilizantes caíram em relação às máximas de julho, tanto em dólar quanto em reais. O MAP atingiu a mínima do ano, e a ureia voltou a patamares semelhantes aos de 2024
Fosfatados ainda pesam
Com a queda das cotações, a relação de troca melhorou para a maior parte das culturas, refletindo um equilíbrio maior entre custo dos insumos e preços agrícolas. Ainda assim, os fertilizantes fosfatados continuam acima da média histórica, mantendo pressão sobre operações que dependem de maiores doses de MAP e similares.
A única exceção é o café: com as cotações do grão em forte alta ao longo de 2025, o setor registra as melhores relações de troca já

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
observadas no histórico da consultoria, o que torna a compra de fertilizantes particularmente atrativa para os cafeicultores
Fontes mais baratas e diluídas
O relatório destaca um movimento estruturante no mercado brasileiro: o avanço do uso de fertilizantes com menor concentração do macronutriente, mas preço mais competitivo por ponto percentual de N ou P₂O₅.
Nos nitrogenados, o sulfato de amônio (SAM) passou a oferecer melhor custo por unidade de nitrogênio do que a ureia, atraindo demanda adicional. Entre os fosfatados, o supersimples (SSP) ganhou espaço pela menor cotação nominal, seguido do supertriplo (TSP), que também avança em relação ao tradicional MAP
O efeito já aparece nas importações: entre janeiro e outubro de 2025, pela primeira vez o Brasil importou mais SAM que ureia, e mais SSP do que MAP, um marco inédito nas duas cadeias

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
Oportunidades para safrinha de 2026
Com as relações de troca mais favoráveis e preços recuados, o Itaú BBA avalia que há espaço para acelerar as compras da safrinha de inverno de 2026, que estão atrasadas. Os analistas também citam a possibilidade de produtores iniciarem, desde já, a montagem do pacote tecnológico para a safra 2027, aproveitando o momento de maior previsibilidade de custos
Câmbio segue como ponto de atenção
Apesar da queda nas cotações internacionais de ureia, MAP e KCl, o relatório lembra que a taxa de câmbio continua sendo um fator determinante na formação de preços internos. Movimentos do dólar frente ao real podem neutralizar parte da competitividade obtida pela retração externa dos fertilizantes, especialmente em um momento marcado por instabilidades macroeconômicas globais



