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Brasil é cinco vezes menos eficiente por condenações de carcaças

Especialista em processos de qualidade, Eder Barbon, explica que condenações deixam país menos competitivo que concorrentes internacionais

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As condenações de carcaças em frigoríficos ainda é um grande problema para o mercado avícola brasileiro. Seja por hematomas, contusões ou fraturas, contaminações, o problema gera grandes perdas para a indústria. Tomar os devidos cuidados no manejo, apanha, transporte, sensibilização e corte é fundamental para diminuir estes números. O especialista em processos de qualidade da Cobb-Vantress, Eder Barbon, falou sobre as “Condenações em frigoríficos e condenações de campo que implicam no rendimento” durante o Encontro Técnico Avícola, que aconteceu em Maringá, PR, em junho.

O especialista explica que a parte da carcaça que está sendo condenada tem ficado em até 20% do frango, ou seja, em uma carcaça de três quilos, o montante não aproveitado é de 600 gramas. “Isso é muito carne, e esse percentual vem aumentando significativamente”, diz. Ele explica que se comparar o Brasil com outros países da América Latina, Estados Unidos e Europa, o país é cinco vezes menos eficiente neste quesito que os concorrentes. “O Brasil é competitivo em produção, tecnologia, temos soja e milho, uma produtividade sensacional, a nossa conversão alimentar é uma das melhores do mundo. Porém, quando falamos em condenações e perdas, estamos falando que somos cinco vezes menos eficientes. Isso é um número significativo para nós”, afirma. Ele informa que o número de condenas no Brasil chega a 1,5%, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Nos outros países, esta porcentagem é de somente 0,3%.

Ele exemplifica: em uma planta que abate um milhão de frangos por semana, esta condena de 1,5% significa uma perda de aproximadamente US$ 182 mil no Brasil, enquanto que na América Latina e Estados Unidos esta perda é de US$ 36 mil. “Por ano, estamos falando em US$ 2 milhões que perdemos no Brasil por condenações em uma empresa desse porte”, sustenta.

As perdas em valores citadas pelo profissional são por conta da lucratividade que o Brasil perde se comparado a outros países. “Estamos falando que no Brasil temos um percentual, um dado do Ministério, de 1,5%, ou seja, dos 21 milhões de frangos que abatemos diariamente, 1,5% é jogado fora, condenado”, afirma. Isso acontece, de acordo com ele, porque o Brasil é o único país que faz a limpeza da carcaça com uma faca. “Na verdade, nossa limpeza é feita com uma faca e nos outros países se faz com um chuveiro ou lavando a carcaça. Por isso a classificação é diferente”, conta.

O profissional ainda informa que desde 2014, quando os Estados Unidos começaram com o antibiótico free, as condenas naquele país se mantiveram bem abaixo do que se observa no Brasil.

Quais as origens das condenas?

Barbon informa que um ponto importante, que para a planta é fundamental, é a uniformidade dos lotes. “Quando mais desuniforme o produtor mandar o frango para as plantas, pior vai ser o aproveitamento, em todos os setores, desde a pendura, atordoamento, escaldagem e depenagem”, conta. Ele explica que é mais difícil regular um equipamento para frangos com diferentes tamanhos. “Você não consegue, porque, na verdade, quando o frango chega na depenadeira, está apertado para depenar o frango pequeno e então faz o que com o grande? Arrebenta principalmente a asa”, diz.

A uniformidade, que é uma responsabilidade do campo, é fundamental. “Falamos em uniformidade acima de 75%, que é considerado um número mágico, porque baixou desse percentual já condena. O percentual de perda ou lesão tende a aumentar na planta se diferente desse número”, comenta.

Já o problema que causa as maiores condenações na planta é, principalmente, o tipo de equipamento e as pessoas. “Com as pessoas é preciso fazer treinamentos, e nos equipamentos ter a correta regulagem”, informa. As contaminações são outro problema que podem causar condenações, e elas podem vir de diversas origens, tanto do campo quanto da planta. “Temos que ter uma carcaça sem contaminação, se não, jogamos fora 20% do peso da ave”, menciona o especialista.

Contusões e fraturas

Barbon explica que as contusões acontecem principalmente na apanha. “A apanha tem melhorado bastante no Brasil. A América Latina tem bastante dificuldade nesse quesito, mas nós já nos conscientizamos quanto ao tipo de apanha que deve ser feito, e talvez, 99% das empresas hoje faz a apanha pelo dorso, em que o percentual de lesão é menor”, conta.

O profissional comenta que é fácil ver quando uma contusão foi feita na apanha, transporte ou alguma outra fase antes de chagar na planta industrial. “Quando vemos uma asa com lesão hemorrágica esverdeada entendemos que isso veio do carregamento ou do campo. Isso porque acima de sete horas temos o escurecimento do hematoma. Dessa forma fica fácil identificar o que é do campo e o que é da planta”, expõe.

Já na planta, Barbon explica que o que pode causar lesão é, principalmente, o cortador de pescoço. “A pessoa pode acabar cortando parte da asa, atingir uma veia ou artéria. E estas asas cortadas vão para o lixo. A porcentagem de asa que perdemos hoje é impressionante, é muito grande”, diz. De acordo com ele, o Brasil é um grande exportador de asas, especialmente para a China, mas perde parte desse mercado, que acaba indo para a graxaria.

Apanha e transporte

O especialista alerta que é preciso fazer o monitoramento das equipes de apanha também. “Se não monitorarmos, não conseguimos identificar se existe algum problema”, comenta. Ele reitera ainda a importância de sempre a apanha ser feita pelo dorso do animal, evitando assim qualquer possível lesão.

O transporte das aves é outro ponto que merece bastante atenção das equipes de trabalho. O especialista diz que é importante se atentar ao número de aves por gaiola, isso porque ainda é comum ver animais com as asas sendo pressionadas, gaiolas arrebentadas ou de qualidade ruim. Estes quesitos são importantes também para evitar mortalidade no transporte, explica. “Eu tenho visto de 0,05 a 0,5% a mortalidade de transporte. Isso é muita ave. Uma planta que abate 300 mil frangos por dia, se colocarmos essa porcentagem de perda no transporte, é um volume grande de dinheiro perdido”, afirma.

Outro ponto destacado por Barbon é sobre molhar as aves na saída da granja. “Quando está muito calor, é preciso muita água, porque se jogar pouca água vai acontecer o efeito contrário e as aves vão morrer por sufocamento”, diz. Ele comenta que algumas empresas têm adaptado os arcos de desinfecção para molhar bastante as aves na saída, o que tem funcionado muito bem.

Nesta fase tão importante, outros pontos são também imprescindíveis para que os animais cheguem nas melhores condições até a planta frigorífica. Entre as citadas pelo especialista estão a conservação das gaiolas e o treinamento dos motoristas dos caminhões. “Tem que fazer esse treinamento, porque eles precisam estar cientes da importância de tudo isso, porque o DIF e a Europa nos cobram o bem-estar animal e temos que passar essa situação para o pessoal”, conta.

A área de espera é outro importante momento e que precisa de atenção, afirma. “Nossa recomendação é que tenha duas filas de ventilador, que é essencial que não exista um ponto cego sem ventilação, porque o frango precisa disso, já que a capacidade respiratória dele está cada vez mais difícil”, diz.

Quanto a isso, algo que funciona muito bem, de acordo com Barbon, é um aspersor na parte superior. “É melhor que dos lados, porque precisamos refrigerar o ambiente, não o frango. Assim, o aspersor em cima do galpão serve para melhorar a condição do ambiente do galpão, melhorando o resultado”, afirma.

Insensibilização

Existem, basicamente, dois métodos de insensibilização utilizados: a gás, utilizado na Europa, e a metodologia elétrica, utilizado pelo Brasil e Estados Unidos. Para o especialista, a sensibilização a gás é mais tranquila, sendo que a porcentagem de lesão neste tipo de atordoamento é muito menor que o elétrico.

Barbon explica que muitas lesões vêm justamente da insensibilização. “Lesões em asas é comum, principalmente se trabalharmos com uma voltagem alta dentro da cuba”, diz. Ele explica que a voltagem que a Europa preconiza é muito alta. “Os Estados Unidos trabalham com 28 volts, já nós com 120 volts. Isso é muito por ave”, afirma. Ele explica que as lesões feitas por conta da insensibilização são características. “O tempo de permanência na cuba deve ser menos de 10 segundos, porque se as condições não forem boas vai acontecer até 20% de lesão”, explica.

Outro ponto destacado por Barbon é que algumas empresas têm aumentado a temperatura para escaldagem dos animais. “Isso é perigoso, porque se a temperatura passar de 56 ° Celsius começa a ter problemas que vão custar mais dinheiro para planta, principalmente de absorção de água no peito. Nesta condição o peito queima e perde até 2% de absorção e você nem vê, sem contar que derrete a gordura corporal”, informa. A recomendação do profissional, e que, segundo ele, funciona bem, é ter dois ou três tanques de escalda, sendo o primeiro com uma água mais contaminada, o segundo e terceiro com água mais limpa. “Funciona bem e você consegue ter um rendimento muito melhor do frango, principalmente do peito”, diz.

A dependeira, de acordo com o especialista, também pode causar prejuízos, principalmente quebrando as patas das aves. “A porcentagem de quebra chega a ser de 90%. A depenadeira também aumenta as condenações na planta”, enumera.

Mais informações você encontra na edição de Aves de setembro/outubro de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura Em Porto Alegre

Asgav promove evento sobre prevenção de incêndios nas indústrias

Encontro contou com especialistas do Corpo de Bombeiros.

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Presidente Executivo da O.A.RS, José Eduardo dos Santos - Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Na última terça-feira (19), a Asgav realizou um importante evento via web, onde participaram integrantes das indústrias de aves e suínos de diversos estados do Brasil, com mais de 150 participantes inscritos.

O evento abordou o tema “Prevenção de Incêndios: Regras e Práticas de Prevenção na Indústria” e contou com uma palestra especial do Tenente Coronel Éderson Fioravante Lunardi do Corpo de Bombeiros e Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul.

A inciativa da Asgav também contou com apoio da ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal, propiciando a participação de indústrias e cooperativas de aves e suínos de diversos estados do Brasil.

“Nos últimos anos, temos registrado diversos incêndios em indústrias do setor e buscar informações atualizadas com especialistas, discutir leis e procedimentos e a troca de informações entre diversas indústrias do setor também é uma forma de intensificar a prevenção”, comentou José Eduardo dos Santos – Presidente Executivo da O.A.RS (Asgav/Sipargs).

Na apresentação do representante do corpo e bombeiros foram abordados alguns registros de incêndios em outros países e no Brasil, as causas, falhas e fatores que propiciaram os sinistros.

As regras e leis dos programas de prevenção contra incêndios também foram amplamente abordadas e dialogadas com os participantes.

Segundo o representante da Asgav, o tema também será objeto de encontros presenciais e troca de informações entre estados, principalmente na área de Segurança e Saúde do Trabalho, contado com a participação dos especialistas do corpo de bombeiros.

Fonte: Assessoria Asgav e Sipargs
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Avicultura

Conbrasfran 2024 começa nesta segunda-feira (25), com governador em exercício do Rio Grande do Sul Gabriel Souza e outras autoridades

Na palestra de abertura, Souza vai discutir os desafios deste ano, medidas de enfrentamento e a superação.

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Governador em exercício do Estado do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza - Fotos: Divulgação/Asgav

A cidade de Gramado, na serra gaúcha, vai sediar a Conbrasfran 2024, a Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango, evento promovido pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav). O encontro, que acontece a partir de segunda-feira, dia 25, vai reunir líderes políticos, empresariais e investidores de destaque de todo o país para debater oportunidades e desafios da cadeia produtiva e suas perspectivas para 2025 e além.

A Asgav propõe que durante três dias Gramado seja a sede da avicultura brasileira, afirma o presidente Executivo da Asgav e organizador do evento, José Eduardo dos Santos. “Porque todas as atenções estarão voltadas para a Conbrasfran 2024, evento de expressão que vai acontecer no Hotel Master. Lá vamos reunir empresas do setor, agroindústrias, órgãos oficiais e líderes de diversos segmentos da cadeia produtiva”, disse Santos.

Entre os nomes confirmados, estão o governador em exercício do Estado do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, que vai abrir a programação, a partir das 18h30, com um debate sobre os desafios enfrentados pelo estado neste ano e a superação durante a palestra O desafio que a natureza nos trouxe: Como estamos superando, como evoluímos e os caminhos para o fortalecimento. Após a palestra de abertura, haverá um coquetel de boas-vindas aos participantes.

A programação da Conbrasfran segue nos dias 26 e 27 com programações técnicas no período da manhã, tratando temas como a reforma tributária e seus impactos na avicultura, estratégias para uma produção mais sustentável, nutrição e saúde animal, os desafios de logística e seus impactos na atividade e estratégias comerciais para a carne de frango, entre outros temas. No período da tarde, debates conjunturais tomarão conta da programação com análises exclusivas e discussões sobre o ambiente de negócios no Brasil e no exterior.

Outras informações sobre a Conbrasfran 2024 podem ser encontradas no site do evento, acesse clicando aqui.

Fonte: Assessoria Asgav
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Avicultura

Relatório traz avanços e retrocessos de empresas latino-americanas sobre políticas de galinhas livres de gaiolas

Iniciativa da ONG Mercy For Animals, a 4ª edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais identifica compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes companhias, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de aves na cadeia de ovos.

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Foto: Freepik

O bem-estar de galinhas poedeiras é gravemente comprometido pelo confinamento em gaiolas. Geralmente criadas em espaços minúsculos, entre 430 e 450 cm², essas aves são privadas de comportamentos naturais essenciais, como construir ninhos, procurar alimento e tomar banhos de areia, o que resulta em um intenso sofrimento.

Fotos: Divulgação/MFA

Estudos, como o Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA) da ONG internacional Mercy For Animals (MFA), comprovam que esse tipo de confinamento provoca dores físicas e psicológicas às galinhas, causando problemas de saúde como distúrbios metabólicos, ósseos e articulares, e o enfraquecimento do sistema imunológico das aves, entre outros problemas.

Para a MFA, a adoção de sistemas de produção sem gaiolas, além de promover o bem-estar animal, contribui para a segurança alimentar, reduzindo os riscos de contaminação e a propagação de doenças, principalmente em regiões como a América Latina, o que inclui o Brasil.

Focada nesse processo, a Mercy For Animals acaba de lançar a quarta edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA 2024), um instrumento essencial para analisar e avaliar o progresso das empresas latino-americanas em relação ao comprometimento com políticas de bem-estar animal em suas cadeias produtivas.

O relatório considera o compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes empresas, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de fornecimento de ovos.

Destaques

A pesquisa se concentrou na análise de relatórios públicos de companhias de diversos setores com operações em territórios latino-americanos, da indústria alimentícia e varejo aos serviços de alimentação e hospitalidade. Elas foram selecionadas conforme o tamanho e influência em suas respectivas regiões de atuação, bem como a capacidade de se adaptarem à crescente demanda dos consumidores por práticas mais sustentáveis, que reduzam o sofrimento animal em grande escala.

O MICA 2024 aponta que as empresas Barilla, BRF, Costco e JBS, com atuação no Brasil, se mantiveram na dianteira por reportarem, publicamente, o alcance de uma cadeia de fornecimento latino-americana 100% livre de gaiolas. Outras – como Accor, Arcos Dourados e GPA – registraram um progresso moderado (36% a 65% dos ovos em suas operações vêm de aves não confinadas) ou algum progresso, a exemplo da Kraft-Heinz, Sodexo e Unilever, em que 11% a 35% dos ovos provêm de aves livres.

De acordo com a MFA, apesar de assumirem um compromisso público, algumas empresas não relataram, oficialmente, nenhum progresso – como a Best Western e BFFC. Entre as empresas que ainda não assumiram um compromisso público estão a Assaí e a Latam Airlines.

“As empresas que ocupam os primeiros lugares do ranking demonstram um forte compromisso e um progresso significativo na eliminação do confinamento em gaiolas. À medida que as regulamentações se tornam mais rigorosas, essas empresas estarão mais bem preparadas para cumprir as leis e evitar penalidades”, analisa Vanessa Garbini, vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da Mercy For Animals.

Por outro lado, continua a executiva, “as empresas que não demonstraram compromisso com o bem-estar animal e não assumiram um posicionamento público sobre a eliminação dos sistemas de gaiolas, colocam em risco sua reputação e enfraquecem a confiança dos consumidores”.

“É fundamental que essas empresas compreendam a urgência de aderir ao movimento global sem gaiolas para reduzir o sofrimento animal”, alerta Vanessa Garbini.

Metodologia

A metodologia do MICA inclui o contato proativo com as empresas para oferecer apoio e transparência no processo de avaliação, a partir de uma análise baseada em informações públicas disponíveis, incluindo relatórios anuais e de sustentabilidade.

Os critérios de avaliação foram ajustados à medida que o mundo se aproxima do prazo de “2025 sem gaiolas”, estabelecido por muitas empresas na América Latina e em todo o planeta. “A transição para sistemas livres de gaiolas não é apenas uma questão ética, mas um movimento estratégico para os negócios. Com a crescente preocupação com o bem-estar animal, empresas que adotam práticas sem gaiolas ganham vantagem competitiva e a confiança do consumidor. A América Latina tem a oportunidade de liderar essa transformação e construir um futuro mais justo e sustentável”, avalia Vanessa Garbini.

Para conferir o relatório completo do MICA, acesse aqui.

Para saber mais sobre a importância de promover a eliminação dos sistemas de gaiolas, assista ao vídeo no Instagram, que detalha como funciona essa prática.

Assine também a petição e ajude a acabar com as gaiolas, clicando aqui.

Fonte: Assessoria MFA
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