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Brasil e Argentina no caminho da integração produtiva criarão a Rota do Milho

Objetivo foi apresentar informações relacionadas à complementariedade produtiva entre os dois países

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Arquivo/OP Rural

Autoridades, lideranças empresariais, investidores, cooperativistas, pesquisadores, representantes do governo da Argentina e Governança do agronegócio catarinense, envolvendo atores das principais cadeias produtivas, participaram nessa semana da Jornada Caminhos para a Integração Produtiva, em Chapecó, SC. Em pauta, a viabilização da Rota do Milho. 

Com a intenção de discutir formas de integração entre o Brasil e a Argentina, em especial entre o Estado de Santa Catarina e a Província de Misiones, o evento foi promovido pela Secretaria de Agroindústria do Ministério de Produção e Trabalho da Presidência da República Argentina, com apoio logístico do município de Chapecó e apoio operacional do Sebrae/SC.

O objetivo foi apresentar informações relacionadas à complementariedade produtiva entre os dois países e conhecer a política argentina em questões sanitárias, regime de propriedade intelectual, propriedade de imóveis, regime legal para exportação de grãos e direitos de exportação, dentre outros aspectos. A programação incluiu explanações de técnicos, autoridades argentinas e apresentação de organizações cooperativistas da região da Província de Misiones (Argentina) e de Santa Catarina, além de atendimento individualizado pelos responsáveis.

O ministro da Agricultura de Misiones, José Luiz Garay, realçou que neste caso particular o tema pontual está relacionado com produção de milho e a possibilidade de abastecer todo esse grande polo produtivo para elaboração de proteína animal em Santa Catarina e também a possibilidade de integração da produção florestal da Província de Misiones com produtos semi-terminados com o polo moveleiro que existe nesta região e a possibilidade de prover essa matéria-prima. “Os resultados da integração sempre são bons em todos os processos. De fato, por mais que tenhamos vindo como servidores para colocar em prática o marco institucional que já existe entre os habitantes de um lado e outro sem necessidade de intervenção da Província e dos servidores, acredito que estamos tendo um início muito bom”.

Garay observou, ainda, que é uma ação muito positiva. “Podemos afirmar que está envolvida não somente a Província de Misiones, mas também a Argentina como um todo. Os resultados poderão ser muito positivos para ambas as partes e acredito que com união será possível potencializar o desenvolvimento sustentável de nossas nações para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos”.

O presidente do Bloco Regional de Intendentes, Prefeitos, Alcaides e Empresários do Mercosul (BRIPAEM), prefeito de Chapecó Luciano Buligon, enfatizou a importância do evento para fortalecer o desenvolvimento dos dois países. “A reunião é inédita. O que nos alegra muito é que estamos conversando sobre políticas de desenvolvimento local que interessam aos três Estados do Sul, mas também à Província de Misiones, na vizinha Argentina. Precisamos criar o hábito de desenvolvimento local e para isso o corredor do milho seria a primeira iniciativa de muitas outras que irão se consolidar. Estamos juntando os interesses do setor privado e público para o desenvolvimento social e comercial”, frisou.

O gerente regional oeste do Sebrae/SC, Enio Albérto Parmeggiani, destacou que a jornada teve como referência a clareza de que existem grandes oportunidades de integração e complementariedade entre estes dois territórios. “Ficou evidente a consolidação das informações técnicas que foram trazidas. Isso é necessário, convergente e é uma grande oportunidade de desenvolvimento não só aos produtores rurais vinculados às cooperativas, mas também para elevar o grau de competitividade de nossos territórios. Fica claro que essa construção sai de patamares sólidos para que tenhamos condições de competir”.

O gerente regional extremo oeste do Sebrae/SC, Udo Trennepohl, complementou que há anos entidades e lideranças regionais procuram, por meio de eventos como os que aconteceram nessa semana, aproximar as relações comerciais, econômicas e sociais entre os Países, as Províncias e os Estados. Muito já foi conquistado e muitos desafios foram superados, porém sabemos que os entraves burocráticos só serão vencidos por meio do fortalecimento de iniciativas como essas, que visam promover a integração e o crescimento”.

O presidente do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar da República Argentina (SENASA), Ricardo Negri, falou sobre as oportunidades e desafios para trabalhar em conjunto, abordando aspectos como a cooperação tecnológica, sanitária e comercial. “A integração sanitária não está somente no protocolo para o caso do milho que já existe porque a Argentina já exporta o grão ao Brasil. A rastreabilidade de todo o sistema será essencial no futuro, o que implica que tenhamos o mesmo registro de agroquímicos, os mesmos produtos aprovados dos dois lados e que a genética que se usa seja adequada. A união local pode ocorrer informalmente e, de fato já existe, mas para pensar isso de forma sustentável é preciso que seja de maneira conjunta”.

Segundo ele, as perspectivas de sinergia entre Brasil e Argentina são impressionantes. “Creio que a cadeia do milho será a primeira porque é mais fácil, mas toda a integração de proteína animal é fantástica. Não há outra região no mundo que tenha essa quantidade de água doce, nem agricultores que comportem a mesma cultura. O grande desafio, tanto para o Brasil quanto para nós, é que a burocracia não derrube os sonhos”.

O vice-presidente regional Oeste da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), Waldemar Schmitz, avaliou o evento como uma excelente oportunidade econômico/social para os dois Países. “Do lado do Brasil, falta milho para abastecimento de nossas agroindústrias e, pela proximidade, poderíamos baratear esse insumo, tornando nossas agroindústrias mais competitivas. Do lado argentino, uma região com terras boas e férteis, atualmente mal trabalhadas, quase que improdutivas e muito próximo a nós, onde buscam alternativas para seu desenvolvimento, pretendendo copiar nosso sistema de cooperação e integração”.

No entanto, segundo Schmitz, para os brasileiros investirem no país vizinho, como foi o desejo deles nas apresentações durante o evento, existem vários desafios. Além de resolver todos os problemas de infraestrutura, rodovias, pontes e portuário, é necessário adaptar as questões legais, de parcerias, tais como alienações de terras, condições, comodatos, tributações e demais exigências, adaptando-se às políticas e legislações argentinas. “Sabemos da importância para ambos os lados, mas no nosso entender é essencial facilitar e adaptar mecanismos de desburocratização de vários entraves hoje existentes. Com uma boa dose de bom senso de ambos os governos isso poderá e deverá acontecer, pois notamos nas autoridades um grande interesse para selar essa fantástica parceria comercial. Aproveitamos para felicitar ao Sebrae, coordenador e promotor do evento pela sua importância”.

O presidente do Fórum de Competitividade para o Desenvolvimento do Oeste, Vincenzo Francesco Mastrogiacomo, realçou que o dia foi muito produtivo e que é fundamental fortalecer essa interação. “Temos que dar um próximo passo. Nós, da região Oeste, estamos sempre interligados com Misiones, mas as dificuldades existem e precisamos começar a fazer o movimento para que outras autoridades entendam o que queremos.  Necessitamos traduzir nossa conversa em ação. É fundamental estabelecer metas para que possamos dar continuidade a esse trabalho e para isso teremos que ser proativos. Nós, do Fórum estamos juntos com as empresas, entidades e cooperativas para que possamos dar sequência ao próximo passo”.

Cooperativismo em destaque  

Após apresentar o panorama do cooperativismo catarinense que contabiliza 51 cooperativas agropecuárias e um total de 263 cooperativas de todos os ramos, o superintendente da Ocesc, Neivo Luiz Panho, enalteceu a importância de discutir medidas para fortalecer a integração entre os dois países. “Quando se fala de um país para outro, dá para perceber que Brasil e Argentina estão interessados em fazer negócios em várias atividades e o evento propiciou os primeiros contatos, discutir entraves e as soluções. Temos observado que Santa Catarina tem uma deficiência ‘positiva’ na oferta de milho para sustentar as cadeias de aves, suínos e leite. Precisamos buscar alternativas para manter esse sistema de produção que está desenvolvido há mais de 50 anos. As ofertas que tínhamos até um tempo atrás foram escasseando e, cada vez mais, as indústrias precisam buscar o insumo em locais distantes. A logística encarece reduzindo sua competitividade que vai impactar no produtor. Temos que manter a condição de ter o produtor competitivo produzindo na região e essa integração será importante para que isso aconteça”.

O presidente da OCESC, Luiz Vicente Suzin, expôs que é fundamental para o Oeste, onde se necessita de vários produtos, o mais essencial o milho, no qual a Argentina é uma grande produtora. “Essa jornada é muito importante porque sabemos que o país vizinho tem áreas muito favoráveis para o plantio que não estão sendo exploradas. O encontro é o início de uma grande oportunidade que pode surgir entre os dois países. Nós necessitamos de milho e eles precisam vender e precisam de apoio para explorar algumas áreas que não estão sendo usadas e nós podemos fazer esse intercâmbio entre as cooperativas da Argentina e as do Oeste catarinense”.

O evento também contou com explanação do gerente de suprimentos da Aurora Alimentos Marcos Luiz Cortina que apresentou a estrutura e o histórico da Coopercentral que comemora 50 anos em 2019. A Aurora Alimentos é formada por 11 cooperativas filiadas, mais de 65 mil famílias cooperadas, mais de 10 mil empregados das cooperativas filiadas e mais de 28 mil empregados diretos da Aurora Alimentos. Em 2018 o faturamento do Sistema Aurora foi de R$ 20,8 bilhões e o faturamento somente da Aurora Alimentos foi de R$ 9,1 bilhões. Segundo Cortina, a Aurora Alimentos tem capacidade de abate de 18 mil suínos/dia, um milhão de aves/dia e um processamento de 1,5 milhão de litros de leite/dia, mantendo 42 estabelecimentos: oito unidades industriais de suínos, sete unidades industriais de aves, seis fábricas de ração, 13 unidades de ativos biológicos (incluindo granjas, incubatórios e unidade de disseminação de gens), oito unidades de vendas e a sede central (matriz).

A jornada

A Jornada Caminhos para a Integração Produtiva foi organizada pela Secretaria de Agroindústria do Ministério de Produção e Trabalho da República Argentina com apoio do Bripaem. Também se engajaram o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias de SC (Fecoagro) Cláudio Post, o presidente do Sindicato da Indústria Madeireira e Moveleira do Vale do Uruguai (Simovale), Ilseo Rafaeli, participantes do Núcleo de Fronteira de Santa Catarina, parlamentares e lideranças de alto nível dos Governos de Santa Catarina e de Província de Misiones.

Além de autoridades e agentes econômicos que atuaram na implementação de formas de aproximação entre o Estado de Santa Catarina e a região da Argentina, também estiveram presentes os representantes dos Departamentos de Itapúa e Alto Paraná, do Paraguai, com os quais já existem vários protocolos de cooperação assinados.

Fonte: Assessoria

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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