Notícias Negociações bilaterais
Brasil e Argentina discutem colaboração em fertilizantes e nutrição de plantas
Dois grandes produtores agrícolas mundiais, o Brasil e a Argentina importam mais do que 70% dos adubos que usam.
A delegação do Ministério da Agricultura e Pecuária está em missão na Argentina para tratar de oportunidades de colaboração bilateral para a produção de adubos e fertilizantes, insumos primordiais no desenvolvimento do setor agrícola.
O secretário executivo adjunto do Mapa, Cleber Soares, esteve reunido, recentemente, com o secretário da Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina, Juan Jose Bahillo, quando foram discutidas ações e trocas de informações e, em especial, sobre os planos nacionais de fertilizantes de cada país vizinho.
“Estamos aqui para apresentar e identificar pontos convergentes para relação bilateral de futuro comércio de fertilizantes e oportunidades em bioinsumos. Precisamos conhecer melhor as potencialidades da Argentina na produção de fertilizantes nitrogenados a partir de gás natural e na produção de potássio – elementos essenciais para os cultivos brasileiros. Por outro lado, é importante para o Brasil abrir mercado para bioinsumos, tanto biofertilizantes como biodefensivos, segmento que somos líderes no mundo”, considera Cleber Soares.
“Estive reunido com o secretário Cleber Soares e a equipe técnica para tratar da situação regional em matéria de fertilizantes. Ambos os países compreendem a importância e a vitalidade de um _input_ estratégico para o setor agrícola na região e no mundo. Por isso, estamos empenhados em construir em conjunto programas e projetos para o bom uso e aproveitamento dos mesmos”, ressalta Bahillo.
“A produção de gás natural de Vaca Muerta e as reservas de potássio em Rio Colorado-Mendoza, geram oportunidades muito relevantes nesse segmento”, complementa o secretário de Agricultura argentino.
Dois grandes produtores agrícolas mundiais, o Brasil e a Argentina importam mais do que 70% dos adubos que usam.
A missão brasileira é composta, além do secretário executivo adjunto, que chefia a delegação, do assessor José Carlos Polidoro; a adida agrícola em Buenos Aires, Andrea Parrilla; o conselheiro da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), Leonardo Valverde Corrêa da Costa; o primeiro e segundo secretários do setor Econômico da Embaixada do Brasil em Buenos Aires, Paulo Gustavo Barbosa Martins e Igor Goulart Teixeira.
Participou ainda das reuniões o representante do IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura) no Brasil, Gabriel Delgado.
Da parte argentina, esteve presente, além do secretário de Agricultura, o responsável pelas Relações Internacionais da Secretaria de Agricultura, Ariel Martínez; o diretor nacional de Agricultura, Agustín Pérez Andrich; e o chefe de Gabinete, Juan Manuel Fernández Arocena.
A comitiva brasileira reuniu ainda com a diretoria do INTA (Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária), na sede daquela instituição, onde discutiram temas para parcerias em fertilizantes, nutrição de plantas e bioinsumos. Por parte do INTA, as discussões foram lideradas por seu presidente Mariano Garmendia e pela vice-presidente Nacira Belén Muño.
Está programada para esta segunda-feira (11) a participação dos representantes brasileiros na XIV Argentina Oil & Gas Expo, em Buenos Aires. No dia 12 (terça-feira) se juntarão à comitiva do Ministério de Minas e Energias do Brasil, chefiada pelo secretário de Mineração, Vitor Saback, para uma visita à mina e às instalações de exploração de potássio, no Rio Colorado, localizadas em Mendoza. Na ocasião, haverá assinatura de contrato de venda da empresa PRC S.A.. A empresa, da qual um dos sócios é brasileiro, é destinada à exploração de potássio, em Malargue.
Notícias
Altas no preço do boi seguem firmes, com escalas ainda menores que em outubro
Frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.
O movimento de alta nos preços da pecuária segue intenso. Segundo pesquisadores do Cepea, semana após semana, frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.
No final da cadeia produtiva, o consumidor também se mostra resiliente diante dos valores da carne nos maiores patamares dos últimos 3,5 anos.
No mesmo sentido, a demanda de importadores mundo afora tem se mantido firme.
Pesquisadores do Cepea observam ainda que as escalas de abate dos principais estados produtores, em novembro, estão ainda menores que em outubro.
No mercado financeiro (B3), também cresceu forte a liquidez dos contratos de boi para liquidação neste ano, pelo Indicador do boi elaborado pelo Cepea, o CEPEA/B3.
Notícias
Competitividade da carne frango em relação à carne suína alcança o maior nível desde novembro de 2020
Frango inteiro é negociado, em média, 6,68 Reais/kg mais barato que a carcaça especial suína, sendo que esta diferença está 14,4% acima da de outubro.
Levantamentos do Cepea mostram que a competividade da carne de frango frente à suína está no maior patamar dos últimos quatro anos – desde novembro de 2020.
Na parcial de novembro (até o dia 19), o frango inteiro é negociado, em média, 6,68 Reais/kg mais barato que a carcaça especial suína, sendo que esta diferença está 14,4% acima da de outubro.
Pesquisadores do Cepea explicam que isso acontece pelo fato das valorizações da proteína suína estarem mais intensas que as da de frango.
O mesmo cenário é observado frente à carne bovina, cujos preços também vêm subindo com mais força que os da proteína avícola ao longo de novembro.
Notícias
JBS e Nigéria assinam acordo para investir em segurança alimentar e desenvolver cadeias produtivas sustentáveis
Plano de investimento de US$ 2,5 bi em 5 anos inclui a construção de 6 fábricas e a colaboração com o Governo da Nigéria no fomento da produção local.
A JBS, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, assinou na última quinta-feira (21) um memorando de entendimentos com o Governo da Nigéria com a intenção de investir no desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis para a produção de alimentos no país africano.
Maior economia da África e país mais populoso do continente, a Nigéria tem também uma das taxas de crescimento populacional mais altas do mundo: segundo projeções das Nações Unidas, a população nigeriana alcançará 400 milhões até 2050 — o país tem hoje mais de 250 milhões de habitantes. O PIB nigeriano, hoje em US$ 363,82 bilhões, poderá mais que dobrar até 2050, chegando a US$ 1 trilhão. Ao mesmo tempo, o país enfrenta uma das maiores taxas de insegurança alimentar do mundo, com 24,8 milhões de pessoas passando fome (WFP). Na África Subsaariana, 76% da população em extrema pobreza vive da agricultura (WB).
“Nosso objetivo é estabelecer uma parceria sólida e apoiar a Nigéria no enfrentamento da insegurança alimentar. A experiência nas regiões em que operamos ao redor do mundo mostra que o desenvolvimento de uma cadeia sustentável de produção de alimentos gera um ciclo virtuoso de progresso socioeconômico para a população, em especial nas camadas vulneráveis”, afirmou o CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni.
Pelo memorando, a JBS irá desenvolver um plano de investimento de cinco anos, que abrangerá estudos de viabilidade, projetos preliminares das instalações, estimativas orçamentárias e um plano de ação para desenvolvimento da cadeia de suprimentos. O Governo da Nigéria, por sua vez, assegurará as condições econômicas, sanitárias e regulatórias necessárias para a viabilização e sucesso do projeto. O documento prevê a construção de 6 fábricas — 3 de aves, 2 de bovinos e uma de suínos — com investimento de US$ 2,5 bilhões.
A produção de proteína no país responde por 10% do PIB, e fornece 40% da demanda doméstica. A ampliação da produção local tem o potencial de não apenas melhorar a segurança alimentar, mas reduzir significativamente as importações, gerando empregos locais e apoiando milhões de pequenos produtores.
O plano de investimento da JBS na Nigéria incluirá um amplo trabalho de desenvolvimento das cadeias produtivas locais, com apoio aos pequenos produtores e a estímulo de práticas agrícolas sustentáveis, a exemplo de como a Companhia já atua com seus milhares de parceiros em outras regiões do mundo. Um exemplo é o programa como Escritórios Verdes, que dá assistência técnica gratuita para produtores rurais brasileiros aumentarem a eficiência de sua produção, atendendo aos mais rigorosos critérios socioambientais.
Conforme diagnóstico realizado pela Força Tarefa de Sistemas Alimentares do B20, o braço empresarial do G20, durante a presidência do Brasil, estimular o aumento da produtividade através da adoção de tecnologias inovadoras no campo e da assistência técnica aos produtores, especialmente para os pequenos agricultores, é essencial para garantir o aumento da produção agrícola, preservando os recursos naturais e promovendo ao acesso das populações mais vulneráveis a alimentos de qualidade. Essa foi uma das recomendações da força-tarefa, posteriormente adotada pela declaração final dos líderes do G20.
“Nosso objetivo é colaborar com o Governo da Nigéria no sentido de apoiar a implementação do Plano Nacional de Segurança Alimentar, compartilhando nossa expertise no desenvolvimento de uma cadeia agroindustrial sustentável e as melhores práticas com o objetivo de aumentar a eficiência, a produtividade e a capacidade produtiva do país”, concluiu Tomazoni.