Bovinos / Grãos / Máquinas
Brasil deve ter a maior agricultura mundial em duas décadas
País assume o protagonismo entre os principais produtores mundiais de alimentos, se mostrando capaz não apenas de apoiar a segurança alimentar e energética, mas também se posicionando como um exemplo de economia sustentável ao marcar seu DNA verde na nova estrutura global.

Dificuldades logísticas, desarranjos nas cadeias de suprimentos e aumentos expressivos nos preços de produtos ocasionados pela pandemia da Covid-19 e intensificados pelo conflito no Leste europeu provocaram graves consequências aos mercados globais, pressionando a inflação, criando crises econômicas e suscitando quadros de insegurança alimentar e energética. Instabilidade essa que tem dificultado a tomada de decisões de governos ao redor do mundo com interesses convergentes.
Diante deste panorama, o 21º Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado em agosto pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em parceria com a bolsa de valores B3, na cidade de São Paulo, SP, reuniu três lideranças nacionais para trazer uma visão global do tema Geopolítica, Segurança Alimentar e Interesses.

Três lideranças nacionais trouxeram uma visão global do tema Geopolítica, Segurança Alimentar e Interesses ao 21º Congresso Brasileiro do Agronegócio – Fotos: Gerardo Lazzari
Começaram a asfaltar a estrada para que o agronegócio avance em velocidade com bases bem sedimentas o embaixador Alexandre Parola, representante permanente do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio (OMC); Gedeão Pereira, vice-presidente de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); e Jacyr Costa, presidente do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
De acordo com o último relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o comércio das principais commodities agrícolas de produtos processados deverá crescer em linha com a produção na próxima década. No entanto, espera-se que a América Latina, Caribe, Europa e Ásia Central exportem uma parcela crescente de sua produção doméstica, enquanto a África subsariana deverá importar um volume maior para o seu consumo total. “Essa crescente interdependência entre parceiros comerciais ressalta a importância crítica de um sistema de comércio multilateral, transparente e baseado em regras”, declarou o presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, que foi o moderador do painel.
De acordo com Parola, em termos de geopolítica o equilíbrio internacional se dá atualmente por uma linha tênue entre competição e cooperação, balanceada pela hegemonia e por condições de regras entre os 164 países membros da OMC. “A diplomacia defende interesses criados a partir de realidades e o Brasil está comprometido com novas formas de negociação, especialmente no ramo agrícola, que estão cada vez mais ágeis”, acentua Parola.

Embaixador Alexandre Parola, representante permanente do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio (OMC): “Nos últimos 25 anos nos tornamos o maior exportador líquido de alimentos do mundo”
Avanços da MC12
Conforme o embaixador, a 12ª Conferência Ministerial da OMC (MC12), promovida em junho, na cidade sueca de Genebra, em meio à crise institucional que coloca em xeque a capacidade da organização em responder às demandas de gestão do comércio global, apresentou resultados significativos e positivos nas temáticas de subsídios à pesca, comércio eletrônico, agricultura e segurança alimentar, comércio e saúde, além de avançar nas negociações para uma reforma institucional, em uma clara demonstração dos países em negociar e alcançar medidas em nível multilateral, reafirmando a importância da OMC e sua sobrevivência, fato esse bastante contestado nos últimos anos. “Para o Brasil interessa muito um conjunto amplo de regras, por isso apoiamos a reforma da OMC, bem como também discutimos a volta de mecanismos para reabilitação de solução de controvérsias”, frisou Parola.
No entanto, o embaixador aponta que um dos principais entraves da OMC está relacionado ao consenso das negociações, tendo os 164 países membros poder de veto, o que dificulta resultados positivos e com real avanço prático. “Lançamos o conceito de multilaterais inflexíveis e esse será o nosso desafio nos próximos meses. É preciso entender que a diplomacia não cria interesses, ela defende interesses, os quais são criados pela realidade. Então, é preciso que a realidade esteja muito próxima de nós”, menciona Parola.
Brasil assume protagonismo na produção de alimentos
Em meio as incertezas quanto ao futuro, o Brasil assume o protagonismo entre os principais produtores mundiais de alimentos, se mostrando capaz não apenas de apoiar a segurança alimentar e energética, mas também se posicionando como um exemplo de economia sustentável ao marcar seu DNA verde na nova estrutura global.

Vice-presidente de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Gedeão Pereira: “Se o Brasil não continuar abrindo mercados lá fora os produtores rurais brasileiros vão morrer soterrados em baixo de montanhas de grãos e de carnes”
Na opinião de Pereira, a preocupação do agro com a demanda por produtos em nível internacional está atrelada à sustentabilidade. “Nos últimos 25 anos nos tornamos o maior exportador líquido de alimentos do mundo e, dentro das questões ambientais, há uma preocupação grande com as imposições vindas da Europa, porque há uma demanda global crescente por alimentos e precisamos seguir abrindo mercados no exterior com um olhar cuidadoso para o meio ambiente. Claro que o Brasil é também uma potência ambiental, embora ainda não nos paguem nada por isso, porque o que vendemos são produtos agrícolas, mas é evidente que temos que tomar cuidados ambientais. Somos a primeira agricultura tropical desenvolvida do mundo, essa é a realidade, porque a agricultura sempre foi do clima temperado. Com muito trabalho, aplicação de tecnologias, vasta extensão de solo fértil para produção de grãos, energia solar, água e com uma Embrapa produzindo tecnologia associada à tecnificação do agricultor brasileiro conseguiu-se construir toda essa grandiosidade que hoje é a nossa agricultura”, exaltou Pereira.
CNA reforça seu compromisso
Para reforçar seu compromisso com o agronegócio nacional, a CNA criou dois grandes programas: o Agro.BR, desenvolvido em parceria com a Apex-Brasil, com a missão de ampliar a pauta exportadora brasileira, levando os negócios dos produtores rurais para novos clientes em grandes feiras internacionais; e o AgroBrazil, que convida diplomatas de países importadores a conhecerem in loco a agropecuária brasileira. “Com o nosso programa Agro.BR auxiliamos pequenos e médios produtores a posicionarem sua marca no mercado externo, porque hoje o que nós temos lá fora são commodities, não marcas brasileiras, e para fomentar esses negócios instalamos três escritórios, um em Dubai, um em Singapura e outro em Xangai”, evidencia Pereira.
O vice-presidente de Relações Internacionais da CNA salienta que a preocupação das autoridades brasileiras está centrada nas imposições que a Europa faz para abertura de novos mercados, coibindo o Brasil perante os grandes agentes comerciais globais. “Se o Brasil não continuar abrindo mercados lá fora os produtores rurais brasileiros vão morrer soterrados em baixo de montanhas de grãos e de carnes”, mencionou.
Demanda crescente por alimentos
Pereira também chama atenção para o crescimento exponencial do continente asiático, com países crescendo, em média, entre 5 a 7% ao ano, e a China com crescimento médio de 6 a 7%, o que tem exigido uma demanda cada vez maior por alimentos, colocando o Brasil entre as potências mundiais para suprir a alimentação desse vertiginoso aumento populacional. “A China coloca uma Argentina por ano na sociedade de consumo e não é de bebês, são de estômagos adultos”, pontua.

Presidente do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Jacyr Costa: “O agro vai crescer e não pode depender de poucos países para este crescimento”
O vice-presidente de Relações Internacionais da CNA enfatiza que mais do que preservar é preciso mostrar que o Brasil produz com sustentabilidade, uma vez que quanto mais competitiva é a agricultura nacional, maior é a atenção do mercado global. “A agricultura brasileira arrasa quarteirões nos mercados em que entra, porque mostramos a qualidade da nossa produção e o compromisso que temos em preservar o meio ambiente, o que nos torna cada vez mais competitivos. O Brasil é hoje uma potência mundial agrícola e daqui a uma ou duas décadas seremos a maior agricultura do mundo”, vislumbra Pereira, ampliando: “O crescimento da agricultura brasileira vai impor aos próximos governos investimentos pesados em logística, uma das grandes deficiências do Brasil que o avanço do agro esbarra”.
Segurança alimentar
Por sua vez, o presidente do Cosag citou o fomento ao comércio como peça importante dentro da segurança alimentar e reforçou a integração da produção agropecuária com a indústria para vencer barreiras e firmar a posição do Brasil no cenário global. “A fome aumentou no mundo e para garantir a segurança alimentar é preciso mais comércio, o que não significa apenas exportar, mas saber importar, ou seja, facilitar acordos comerciais e inserir o país neste cenário com fomento da produção regional”, enfatizou Costa.
Ele cita o Plano Nacional de Fertilizantes como estímulo a uma indústria local mais competitiva. “Estamos em um momento de transformação da utilização de fertilizantes fósseis para renováveis. O agro vai crescer e não pode depender de poucos países para este crescimento”, concluiu Costa.
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Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos
Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.
A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).
Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.
Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA
Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.
Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.
Exportação via estabelecimentos com inspeção federal
Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.
A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.
Avanço regulatório
Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.
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Aliança Láctea debate crise do leite e traça estratégias para fortalecer o setor no Sul e Sudeste
Encontro em Florianópolis reuniu lideranças de vários estados para discutir competitividade, exportações, antidumping e ações conjuntas para reverter a crise da cadeia produtiva.

Os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor foram destaques na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB), realizada na terça-feira (18), na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis. O evento, realizado de forma híbrida, reuniu lideranças das federações de agricultura, representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, bem como de governos estaduais e entidades dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo, para discutir temas estratégicos para o futuro da cadeia produtiva do leite.
A abertura do evento reforçou a importância da atuação conjunta para a construção de políticas públicas que assegurem competitividade, sustentabilidade e crescimento para o segmento. Durante sua explanação, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo, expressou a satisfação em sediar o encontro e expôs a preocupação com essa grave crise que afeta diretamente a economia rural e a sobrevivência de mais de milhares de famílias produtoras.

Registro das lideranças que participaram da reunião de forma presencial – Foto: Enzo Santiago
O dirigente lembrou da audiência pública, recém-realizada pela Alesc, para discutir a atual situação da cadeia produtiva. “A Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado estadual Altair Silva, promoveu essa audiência pública que oportunizou discussões relevantes sobre o tema. Representamos a Federação da Agricultura do nosso estado e, para nossa surpresa, a mobilização foi tão significativa que contou com mais de 700 pessoas. O evento resultou na criação de uma comissão que trabalhará estrategicamente junto ao governo federal e ao governo catarinense nas sugestões indicadas”.
Pedrozo também ressaltou que em janeiro deste ano levou à CNA, a preocupação com a queda constante no preço pago aos produtores. “A CNA imediatamente solicitou a aplicação de um antidumping provisório, pedindo a verificação dos preços do leite em pó importado da Argentina e do Uruguai”, afirmou.
As atividades seguiram com explanação do presidente da ALSB, Rodrigo Ramos Rizzo, que destacou a importância estratégica da reunião e mediou os debates. Entre os destaques da programação esteve a apresentação do Modelo de Negócios para exportação de lácteos, que focou nas oportunidades para ampliar a presença brasileira no mercado internacional e tornar a cadeia mais competitiva. A explanação foi conduzida pelo consultor Airton Spies e o objetivo é entregar a proposta ao CODESUL e ao BRDE.
“O documento foi elaborado pelo Grupo de Trabalho da Aliança está finalizado. Agora, estamos formatando para entregar de uma maneira formal ao CODESUL no mês de dezembro, com as adequações que cada uma das entidades julgar necessário”, afirmou Rodrigo Rizzo.
Outro item da pauta foi a apresentação do “Termo de Prorrogação” da ALSB, conduzida por Orlando Pessuti, representando o CODESUL. A Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, representada por José Carlos de Faria Cardoso Junior, ampliou o diálogo da ALSB com outros Estados interessados em participar e fortalecer a Aliança Láctea Sul Brasileira.
Também ganhou ênfase a apresentação do presidente da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Caio Viana, e sua equipe que relataram o case sobre o status sanitário do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) da cooperativa. O encontro abordou, ainda, a definição da direção da ALSB para o período 2026–2027, que ficará sob responsabilidade da Faep, e abriu espaço para contribuições gerais dos participantes, que ampliaram o diálogo para fortalecer a cadeia produtiva.
Encontro produtivo para o futuro do setor
Rodrigo Rizzo fez uma avaliação positiva da reunião, destacando que foi produtiva ao trazer diversos itens de pauta que refletem o cenário atual do setor. Segundo ele, um dos temas de impacto foi a questão da brucelose e da tuberculose, apontada como uma melhoria ainda necessária para aprimorar todo o processo e fortalecer o acesso ao mercado internacional.
Na visão de Rizzo, a união das entidades tem sido fundamental, especialmente para enfrentar a ação antidumping movida pela CNA, relacionada ao leite em pó importado, principalmente do Uruguai e da Argentina, que tem prejudicado o setor. “Esse produto tem entrado no país e afetado tanto as indústrias, que perdem competitividade, quanto os produtores, que enfrentam a queda nos preços”, destacou.

Reunião discutiu os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor – Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação
O presidente da Aliança Láctea frisou, ainda, que é importante seguir atento ao monitoramento que que vem sendo realizado em relação à ação antidumping movido pela CNA. “Também discutimos sobre as exportações e competitividade. Somos competitivos em praticamente todos os aspectos. Temos alta qualidade e excelência na produção do nosso leite. O único ponto que ainda precisamos melhorar é o preço. O Brasil ainda não é competitivo nesse quesito. Isso depende de tempo e de um trabalho interno que precisa ser realizado.”, ressaltou.
O presidente Pedrozo também avaliou positivamente o encontro. Em sua mensagem final, reforçou o papel da Aliança Láctea Sul-Brasileira como um fórum essencial para a articulação institucional, debate técnico e construção de estratégias conjuntas capazes de contribuir para a superação da crise enfrentada pelo setor e para impulsionar o desenvolvimento da cadeia láctea. “Agradeço a participação de todos e espero que esse encontro represente mais um passo para a busca por soluções que fortaleçam o setor, promovendo o crescimento não apenas nos Estados envolvidos, mas em todo o Brasil. “
Representação
Também participaram e contribuíram com suas que contribuíram com análises e encaminhamentos essenciais para o fortalecimento da cadeia láctea, as seguintes autoridades e representantes de entidades: o presidente do Sindileite/SC e Conseleite/SC, Selvino Giesel; o secretário adjunto da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Admir Edi Dalla Cort; o assessor técnico da CNA, Guilherme Dias; o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi; o presidente do Sindileite/PR, Elias José Zydek; o presidente do Sindilat/RS, Guilherme Portela; o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni; representantes da Farsul e da Faep; o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Marcio Fernando Nunes; o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Elias Verruck; o presidente do SILEMS, Abraão Giuseppe Beluzi; representantes da secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, da Secretaria de Articulação Nacional, representantes do Sindilat, do Sebrae/RS; Conseleite/RS; do Codesul/PR, da Epagri, da Cidasc; entre outros.
Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária no Pampa
Produtores da Campanha conhecem tecnologias para bovinos e gestão do clima
Tarde de Campo em Hulha Negra apresentou ferramentas de rastreabilidade, controle de pragas, nutrição animal e agrometeorologia aplicada ao campo.

Produtores da região da Campanha gaúcha tiveram a oportunidade de conhecer, na terça-feira (18), tecnologias aplicadas à pecuária de corte durante a Tarde de Campo organizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA). O evento ocorreu no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Sistemas Integrados e Meteorologia Aplicada (Cesimet).
O foco da atividade foram pesquisas e ferramentas práticas para manejo de bovinos, nutrição, controle de carrapatos, identificação biométrica e agrometeorologia, voltadas especialmente para produtores da região.
Segundo Gabriel Fiori, médico-veterinário do Cesimet e coordenador do evento, o objetivo é integrar pesquisa aplicada e necessidade do produtor. “Estamos apresentando uma seleção de experimentos e resultados-chave desenvolvidos pela Secretaria, após um longo período de interrupção desse tipo de atividade. Este momento simboliza a revitalização do Centro. As tecnologias e ferramentas demonstradas são direcionadas especialmente aos produtores da Campanha”, afirmou.

Fiori reforçou o papel estratégico do Cesimet para a região. “A força da pesquisa aplicada e da inovação está no coração do Pampa. Mais do que um centro de pesquisa, somos um espaço que integra produtores e poder público. Não é apenas um evento técnico, mas um ambiente de troca e construção de conhecimento conectado às tendências atuais”, completou.
Márcio Amaral, diretor-geral da Seapi, destacou a importância de conciliar produtividade e sustentabilidade. “O desafio é trabalhar em uma atividade que precisa aumentar a produtividade sem descuidar da questão ambiental. A pecuária está retomando força na região, e integrar lavoura e pecuária é o caminho ideal”, disse.
Agrometeorologia e planejamento do produtor
Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), apresentou dados em tempo real de 102 estações meteorológicas no Estado. O sistema permite ao produtor acessar informações sobre irrigação, umidade do solo e temperatura, tanto pelo site quanto pelo aplicativo gratuito. “Hoje contamos com previsão do tempo e dados agroclimáticos integrados. O produtor gaúcho tem, na tela do celular, informações essenciais para planejar suas atividades”, explicou Varone.
Geovanna Klassen Gielow, estudante de Agronomia da Urcamp, avaliou o aprendizado. “A palestra sobre clima agrometeorológico foi essencial para ver na prática a aplicação do que aprendemos na sala de aula”, comentou.
Rastreabilidade e sanidade animal
O controle de carrapatos foi apresentado pelo pesquisador José Reck Junior, do IPVDF/Seapi. O Rio Grande do Sul mantém testes gratuitos há 40 anos para avaliar a eficácia de carrapaticidas, um diferencial do Estado. “As condições climáticas da região favorecem a proliferação do carrapato durante grande parte do ano, e a resistência aos produtos usados no campo é um desafio constante”, disse.
A identificação biométrica de bovinos foi demonstrada pelo CEO da QR Cattle, Flávio Mallmann. A tecnologia permite rastrear cada animal, registrar sua localização georreferenciada e o tempo de permanência em cada propriedade. “Quando o animal se desloca, o sistema registra automaticamente essa mudança. A plataforma deve estar disponível ao público a partir de janeiro de 2026”, afirmou.
Além disso, o evento abordou nutrição e reprodução de bovinos, reforçando a integração entre pesquisa aplicada e necessidade produtiva da região.



