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Brasil busca ampliar lista de produtos com sobretaxa nos EUA

País aposta em articulação diplomática, crédito à indústria e agenda estratégica para consolidar presença no mercado americano.

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Os impactos do tarifaço, as negociações do Brasil com o governo dos EUA e as medidas para ampliar o acesso dos produtos brasileiros àquele mercado foram temas da participação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, na abertura da 3ª edição do Encontro Empresarial Brasil–EUA, nesta terça-feira (25).

Alckmin participou remotamente do encontro, que é promovido pela Amcham Brasil em São Paulo. “É diálogo e negociação. O próximo passo é excluir mais produtos e reduzir alíquotas. Vamos acelerar o processo”, afirmou Alckmin.

Nos últimos meses, os Estados Unidos eliminaram tarifas de 238 produtos, incluindo frutas, sucos, cafés e carnes, reduzindo para 22% a fatia das exportações brasileiras ainda sujeitas ao tarifaço, percentual que já foi de 36%. Outros 27% estão na Seção 232, alinhados à tributação global, e 51% entram no país com tarifa zero ou 10%.

Ao comentar as medidas adotadas pelo governo brasileiro, Alckmin destacou o Plano Brasil Soberano, com apoio para empresas impactadas e outras medidas, e ações do governo em áreas que podem ajudar nas negociações para retirada de todos os produtos das tarifas adicionais. “O Brasil não ficou parado diante do tarifaço. Colocamos em campo um plano robusto para proteger as empresas afetadas, com R$ 40 bilhões em crédito, juros menores e garantias ampliadas. Nosso objetivo é assegurar fôlego para quem perdeu mercado e manter a indústria brasileira competitiva”, destacou.

Ele reforçou também a importância das ações de médio e longo prazos, voltadas à inserção do Brasil em setores de alto valor agregado e tecnologias emergentes. “Estamos preparando o Brasil para a nova economia. Avançamos em temas estratégicos como data centers, inteligência artificial, energia renovável e minerais críticos. O programa Redata já está no Congresso e vai atrair investimentos de alto valor agregado para o país”, garantiu.

Diálogo e articulação

A secretária de Comércio Exterior (Secex) do MDIC, Tatiana Prazeres, participou do painel Diálogo com o Governo Brasileiro, realizado logo após a fala do presidente da República em exercício.

Ao lado do embaixador Fernando Pimentel, em um painel moderado pelo CEO da Amcham Brasil, Abrão Neto, a secretária Tatiana destacou que os resultados recentes refletem avanços importantes na relação bilateral e reforçam o papel central do diálogo e da articulação entre governo e setor privado. “Os avanços recentes mostram que o diálogo funciona. Vimos progressos concretos e é fundamental manter essa coordenação entre governo e setor privado para seguirmos ampliando o acesso do Brasil ao mercado americano. A relação Brasil–Estados Unidos é estratégica e exige dedicação permanente, e os resultados reforçam que estamos no caminho certo”, avaliou Tatiana Prazeres.

Ao longo do diálogo, houve debate com as autoridades presentes sobre elementos relevantes para a estratégia negociadora brasileira, reforçando o papel do setor empresarial na consolidação de posições conjuntas e no fortalecimento da agenda econômica entre Brasil e Estados Unidos.

Abrão Neto, por sua vez, falou sobre a o papel do setor empresarial na consolidação de posições conjuntas e no fortalecimento da agenda econômica entre Brasil e Estados Unidos. “Este encontro reafirma algo que está na essência da Amcham: o compromisso de aproximar as duas maiores economias das Américas. A relação bilateral é indispensável, não apenas pela história que representa, mas pelo futuro que oferece aos nossos países”, disse.

Fonte: Assessoria MDIC

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Nova cédula de crédito deve mudar rotina financeira da agricultura familiar

CPR-SIM terá emissão física ou digital, menos burocracia e reconhecimento automático por instituições financeiras.

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A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (26), o relatório do deputado Rodrigo da Zaeli (PL-MT), integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), ao Projeto de Lei 2913/2025. De autoria do deputado Nelson Barbudo (PL-MT), a proposta cria a Cédula de Produto Rural Simplificada (CPR-SIM), instrumento destinado exclusivamente a agricultores familiares, para facilitar o acesso ao crédito rural e reduzir custos burocráticos.

O texto aprovado estabelece que a CPR-SIM poderá ser emitida em meio físico ou digital, com procedimentos simplificados de registro, e será isenta de custas e taxas cartoriais. A medida busca democratizar o uso da Cédula de Produto Rural, já amplamente adotada no setor agropecuário, para pequenos produtores que, atualmente, enfrentam maiores barreiras de acesso ao financiamento.

O projeto também determina que instituições financeiras e agentes de fomento reconheçam a CPR-SIM como título hábil à concessão de crédito rural, ampliando a capacidade de investimento e planejamento da agricultura familiar. Caberá ao Poder Executivo regulamentar os procedimentos operacionais em até 120 dias após a eventual sanção da lei, promovendo sua integração ao Sistema de Registro de Ativos Financeiros e a plataformas digitais públicas de apoio ao produtor rural.

Deputado Nelson Barbudo: “Este projeto se alinha aos princípios constitucionais da função social da terra, da valorização do trabalho rural e do desenvolvimento econômico sustentável, conectando o pequeno produtor aos avanços do agro brasileiro como um todo.” – Foto: Divulgação/FPA

Segundo o relator, a simplificação do instrumento tem potencial para fortalecer pequenos produtores, melhorar a organização da produção e contribuir para a redução das desigualdades no campo. “A instituição da CPR-SIM democratiza o acesso dos produtores familiares a essa forma de crédito com segurança jurídica. Além disso, a isenção de taxas e a simplificação do processo de emissão e registro contribuem para a eficiência na emissão do crédito, com instrumentos modernos, digitais e de baixo custo”, afirmou Rodrigo da Zaeli.

Já o deputado Nelson Barbudo ressalta que, com a criação da CPR-SIM, pretende-se democratizar o crédito, oferecendo maior acessibilidade e segurança jurídica aos agricultores familiares. “Este projeto se alinha aos princípios constitucionais da função social da terra, da valorização do trabalho rural e do desenvolvimento econômico sustentável, conectando o pequeno produtor aos avanços do agro brasileiro como um todo.”

A proposta segue agora para análise nas Comissões de Finanças e Tributação (CFT) e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

Fonte: Assessoria FPA
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Novo pacote muda regras do seguro rural e promete mais previsibilidade ao produtor

Proposta atualiza coberturas, evita cortes na subvenção e reforça o fundo de catástrofe, ampliando a segurança para quem depende do seguro para enfrentar eventos climáticos.

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A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (26), o substitutivo do senador Jayme Campos (União-MT) ao PL 2.951/2024, de autoria da senadora Tereza Cristina (PP-MS), que atualiza o marco legal do seguro rural, fortalece a governança do setor e autoriza a União a aportar até R$ 4 bilhões no fundo de cobertura suplementar de riscos climáticos.

Vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) na Casa, a autora do projeto, senadora Tereza Cristina, afirmou que a proposta “moderniza a política de seguro rural e prepara o país para enfrentar eventos climáticos cada vez mais severos”. Para ela, o novo marco “dá previsibilidade ao produtor, protege a renda e fortalece a segurança alimentar”.

A CCJ aprovou também as Emendas nº 1 e nº 2, ambas acolhidas pelo relator. A Emenda nº 1, do senador Izalci Lucas (PL-DF), esclarece a isenção tributária prevista no Decreto-Lei 73/1966. Segundo Jayme Campos, o ajuste era indispensável. “A isenção passa a ser interpretada de forma clara: ela abrange todos os tributos federais incidentes sobre o seguro rural. Isso traz estabilidade e segurança jurídica para o setor”, disse.

A Emenda nº 2, do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), impede o contingenciamento dos recursos destinados à subvenção ao prêmio do seguro rural. “A subvenção não pode ficar à mercê de cortes orçamentários. O produtor precisa de estabilidade para planejar sua safra”, afirmou Jayme.

O substitutivo redefiniu ainda o termo “seguro agrícola” como “seguro rural”, conceito mais amplo que engloba agricultura, pecuária, aquicultura, pesca e atividades florestais. “O agro evoluiu, e o seguro precisa acompanhar essa evolução. Estamos atualizando a lei para refletir o Brasil real”, disse o relator.

As regras para indenização também foram modernizadas, com prazos obrigatórios, lista objetiva de documentos e comunicação prévia para vistorias. “O produtor deve saber quando e como será indenizado. Previsibilidade é essencial para dar confiança ao mercado”, completou Campos.

O texto também consolida o seguro rural como instrumento estratégico do crédito rural, permitindo taxas de juros diferenciadas, prazos maiores e prioridade em renegociar para quem contrata seguro. Jayme Campos destacou que “não podemos continuar recorrendo a renegociações anuais que custam caro ao Tesouro. O seguro rural é a solução estrutural para dar estabilidade ao campo”.

Fundo de catástrofe

Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil

Entre outros pontos, a modernização da Lei Complementar 137/2010 reforça o fundo de catástrofe, permitindo que a União integralize cotas com recursos orçamentários, títulos públicos, imóveis e outros ativos. O aporte poderá chegar a R$ 4 bilhões. “Esse fundo é fundamental para dar solidez ao sistema e para que o seguro rural alcance escala nacional”, afirmou o relator. Também foram reforçados os mecanismos de governança, com nova instituição administradora, conselho diretor ampliado e participação de seguradoras, resseguradoras e cooperativas.

“Este é um seguro rural moderno, responsável e alinhado ao futuro da agricultura brasileira. Protege o produtor, preserva recursos públicos e fortalece a segurança alimentar do país”, concluiu Jayme Campos.

Com a aprovação na CCJ, o PL 2.951/2024 segue agora para votação em turno suplementar na Casa.

Fonte: Assessoria FPA
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Produção de carnes deve bater novos recordes em 2026

Produção brasileira de proteínas deve alcançar marcas históricas no próximo ano, com alta oferta interna e exportações firmes, segundo projeções atualizadas da Conab.

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A produção de carne de frango em 2026 pode chegar a cerca de 15,86 milhões de toneladas. Se confirmado, o volume representa um novo recorde na série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), superando a estimativa de produção deste ano, que é de 15,5 milhões de toneladas. O bom resultado da avicultura de corte, junto com a suinocultura, influencia positivamente a produção de carnes no país. Devem ser produzidas no país 32,6 milhões de toneladas de carnes, quando somadas as três principais proteínas mais consumidas pelos brasileiros (aves, suína e bovina). O volume previsto para o próximo ano representa uma ligeira alta de 0,4% em relação à quantidade prevista para este ano, de 32,48 milhões de toneladas, e também se configura como um novo recorde. É o que revela o quadro de suprimento do produto atualizado nesta quarta-feira (26) pela estatal.

Foto: Divulgação/Freepik

Neste ano, o bom resultado da produção de carne de frango permite um aumento na disponibilidade interna do produto no mercado doméstico, mesmo com o ligeiro aumento nas exportações, estimadas em 5,2 milhões de toneladas, frente ao volume embarcado em 2024 de 5,15 milhões de toneladas. Vale lembrar que as vendas ao mercado internacional foram afetadas pelo registro de um caso de Influenza Aviária em maio, no Rio Grande do Sul. Ainda assim, os embarques seguiram aquecidos, com outros mercados absorvendo parte significativa da produção, amenizando o impacto nas exportações. Neste mês, a China, o maior importador de carne de frango, declarou a retomada das compras do produto brasileiro.

Para 2026, a expectativa é de continuidade da trajetória positiva das exportações, com o volume total embarcado estimado em 5,25 milhões de toneladas. Mais uma vez, o aumento nas vendas internacionais não deve impactar o mercado doméstico, já que a disponibilidade interna também deve crescer no próximo ano em 3,1%, saindo de 10,3 milhões de toneladas em 2025 para 10,62 milhões de toneladas em 2026, possibilitando que a disponibilidade per capita seja estimada em 51,3 quilos por habitante, garantindo o abastecimento.

Panorama semelhante é esperado para a carne suína. Em 2025, a produção deve chegar a 5,63 milhões de toneladas. As exportações seguem crescendo, mesmo com a desaceleração da demanda chinesa em razão da recuperação do seu plantel após ser afetada pela Peste Suína Africana (PSA), e devem atingir 1,48 milhão de toneladas até o final deste ano. Ainda assim, a disponibilidade interna deve sair de 4 milhões de toneladas em 2024 para 4,16 milhões de toneladas em 2025.

Esse cenário positivo tende a se repetir no próximo ano. Em 2026, a Conab espera uma alta na produção de 4,5% em comparação com este ano, podendo chegar a 5,88 milhões de toneladas. Esse aumento no volume produzido possibilita uma nova elevação nos embarques, projetados em 1,6 milhão de toneladas, sem afetar o abastecimento interno, uma vez que é previsto um incremento na disponibilidade interna no próximo ano na ordem de 3,2%, estimada em cerca de 4,3 milhões de toneladas.

No caso da carne bovina, em 2025 a produção é estimada em 11,38 milhões de toneladas, volume levemente superior ao obtido em 2024. As exportações seguem aquecidas e a expectativa é que até o final de 2025 sejam embarcadas 4,21 milhões de toneladas, o maior volume já registrado. O bom ritmo das exportações acontece mesmo com as tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos ao produto brasileiro, retiradas em meados de novembro deste ano, e é estimulado pela demanda chinesa, que absorveu 53,7% das exportações brasileiras.

Já em 2026, deverá ser marcada a reversão do ciclo pecuário, o que reflete em uma menor produção de carnes, estimada em 10,89 milhões de toneladas, diante de uma maior retenção de fêmeas. A demanda internacional pelo produto brasileiro deve seguir aquecida e o volume exportado tende a se manter próximo da estabilidade, em torno de 4,25 milhões de toneladas. Por sua vez, há expectativa de redução na quantidade do produto disponível no mercado interno, estimada em 6,67 milhões de toneladas.

Produção de ovos

Foto: Freepik

Já com relação ao quadro de suprimento de ovos, a estimativa da Conab é de um novo recorde na produção em 2026, estimada em 50,3 bilhões de unidades, uma alta de 2,6% em relação à projeção do volume produzido em 2025, de 49 bilhões de unidades. Esse resultado mantém o movimento de alta na disponibilidade do produto no mercado interno.

Clique aqui e acesse o quadro de suprimento de carnes e ovos atualizados.

Fonte: Assessoria Conab
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