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Brasil bate recorde no registro de bioinsumos e defensivos em 2025
Ano soma 699 novos produtos para a agricultura e exportações de sementes alcançam maior receita da série histórica, segundo dados do CropData.

O Brasil registrou, em 2025, um total de 699 novos produtos para uso na agricultura, entre insumos biológicos e defensivos químicos, alcançando o maior número da série histórica. Do total, 139 registros foram de bioinsumos e 560 de defensivos químicos, considerando produtos técnicos e formulados. Os dados são do CropData, plataforma de informações do setor.
Entre os bioinsumos, os agentes microbiológicos concentraram a maior parte dos registros, com 121 produtos, o equivalente a 87% do total. Esses agentes incluem microrganismos como bactérias, fungos e vírus utilizados no controle de pragas e doenças. O aumento está associado à entrada de novas empresas no segmento e à ampliação do uso de produtos biológicos na agricultura.
No caso dos defensivos químicos, foram registrados seis novos produtos técnicos com moléculas inéditas e 22 novos produtos formulados. A maior parte dos registros, cerca de 95%, refere-se a produtos já existentes no mercado, caracterizados como genéricos, com moléculas previamente aprovadas.
No comércio exterior, as exportações brasileiras de sementes mantiveram o ritmo observado nos meses anteriores e somaram US$ 233 milhões entre janeiro e novembro de 2025, o maior valor registrado nos últimos cinco anos. O desempenho indica crescimento da presença brasileira no mercado internacional, especialmente na América do Sul.
As importações de produtos químicos também aumentaram no período. Entre janeiro e novembro de 2025, a receita com importações alcançou US$ 12,9 bilhões, alta de 16% em relação ao mesmo intervalo de 2024. Em volume, o crescimento foi de 24%, passando de 1,3 milhão para 1,62 milhão de toneladas. O levantamento considera tanto defensivos formulados quanto produtos técnicos e matérias-primas utilizados pela indústria nacional na formulação local.

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Custos de produção de suínos e frangos registram alta
Aumento é puxado principalmente por ração e insumos nas granjas do Sul, segundo levantamento da Embrapa Suínos e Aves.

Os custos de produção de suínos e de frangos de corte subiram em novembro, na comparação com outubro, conforme levantamento da Embrapa Suínos e Aves por meio da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS), disponível clicando aqui.
No Paraná, o custo de produção do quilo do frango de corte subiu 1,68% em novembro frente a outubro, passando para R$ 4,63 e com o ICPFrango atingindo 358,40 pontos. Apesar disso, no acumulado de 2025, a variação é negativa, de -3,30%. No comparativo de 12 meses o índice também registra queda: -2,17%. A ração, que representou 62,41% do custo total em outubro, subiu 0,58% no mês. Os custos com aquisição de pintos de 1 dia de vida (19,60% do total), aumentaram 7,66% no período.

Em Santa Catarina, o custo de produção do quilo do suíno vivo foi de R$ 6,42 em novembro, alta de 1,12% em relação ao mês anterior, com o ICPSuíno chegando aos 367,06 pontos. No acumulado de 2025, o índice também registra aumento (3,37%). Em 12 meses, a variação é de 2,92%. A ração, responsável por 71,76% do custo total de produção na modalidade de ciclo completo, subiu 1,74% no mês.
Santa Catarina e Paraná são estados de referência nos cálculos dos Índices de Custo de Produção (ICPs) da CIAS, devido à sua relevância como maiores produtores nacionais de suínos e frangos de corte, respectivamente. A CIAS também disponibiliza estimativas de custos para os estados de GO, MG, MT e RS, fornecendo subsídios importantes para a gestão técnica e econômica dos sistemas produtivos de suínos e aves de corte.
Ferramentas de apoio à gestão:
App Custo Fácil
Aplicativo gratuito da Embrapa que gera relatórios personalizados das granjas e diferencia despesas com mão de obra familiar. Disponível para Android na Play Store.
Planilha de Custos
Ferramenta gratuita para gestão de granjas integradas de suínos e frangos de corte, disponível no site da CIAS.
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Verão mais quente eleva risco sanitário e impõe novos desafios à pecuária brasileira
Altas temperaturas, La Niña e maior variabilidade climática favorecem a proliferação de patógenos e aceleram a adoção de tecnologias de biossegurança para sustentar a competitividade das exportações.

A próxima temporada de verão deve repetir e possivelmente ampliar o padrão de calor extremo registrado no último ano no Brasil. As temperaturas ficaram acima da média em grande parte do território nacional em 2024, e a previsão para a próxima estação indica novos episódios de calor intenso, formação de La Niña e maior variabilidade climática. Esses fatores favorecem a proliferação de vírus, bactérias e vetores de doenças que impactam diretamente a criação animal.
Esse cenário representa um desafio crítico para o agronegócio brasileiro, especialmente quando o país depende de sua competitividade sanitária para sustentar as exportações agropecuárias, que já alcançaram US$ 155 bilhões até novembro de 2025, segundo balanço da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Foto: Divulgação/Fazenda Figueira
A combinação de estresse térmico nos animais, aumento da carga microbiana em ambientes de produção e o maior risco de contaminação durante transporte e manejo exige uma transição rápida para modelos mais robustos, preventivos e tecnológicos de controle sanitário. “Eventos climáticos extremos favorecem o avanço de patógenos. As altas temperaturas aceleram a multiplicação microbiana e pressionam todo o sistema produtivo”, afirma o engenheiro elétrico Vinicius Dias, acrescentando: “Depender apenas de higienização manual já não basta. A tecnologia se tornou prioridade para garantir padronização, rastreabilidade e resposta ágil a ameaças sanitárias.”
As soluções automatizadas de biossegurança já permitem monitorar criticamente etapas como limpeza de veículos, desinfecção de equipamentos, circulação de pessoas, controle de temperatura e fluxo de animais. Cada procedimento passa a gerar dados auditáveis, que facilitam a comprovação de conformidade para parceiros internacionais, especialmente diante das exigências de mercados como União Europeia, China e Oriente Médio. “O Brasil só manterá sua posição no comércio global se conseguir comprovar, com dados, que adota práticas preventivas e consistentes. O controle sanitário deixou de ser um custo operacional e se tornou uma garantia de continuidade do negócio. Com verões mais quentes e instabilidade climática crescente, a prevenção precisa ser contínua, integrada e cada vez mais tecnológica”, destaca Dias.
A combinação entre aquecimento global, eventos climáticos mais frequentes e pressão por padrões sanitários mais rígidos coloca a proteção sanitária no centro da estratégia de sustentabilidade, produtividade e competitividade do setor. Para a pecuária brasileira, além de enfrentar o verão, o desafio está em estruturar sistemas resilientes que garantam segurança ao longo de todo o ano.
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Produtores rurais ganham prazo maior para comprovar regularidade ambiental no crédito
Conselho Monetário Nacional alterou a data de vigência da regra que exige verificação de supressão de vegetação nativa em imóveis com mais de quatro módulos fiscais, passando de janeiro para abril de 2026.

Os produtores rurais com imóveis com área superior a quatro módulos fiscais ganharam mais tempo para se adequar a regra ambiental no crédito rural. O Conselho Monetário Nacional (CMN) alterou as normas que trata dos impedimentos sociais, ambientais e climáticos. A partir de 01º de abril de 2026, as instituições financeiras passam a verificar se houve supressão de vegetação nativa após 31 de julho de 2019 no imóvel rural antes de autorizar o crédito rural. Anteriormente, a medida começaria a valer no dia 02 de janeiro do próximo ano. O prazo para propriedade com até quatro módulos fiscais segue 04 de janeiro de 2027.
Confira a resolução da CMN no final do texto
A prorrogação de prazo teve atuação direta do Sistema Faep, que levou as inconsistências conceituais e legais em relação à legislação ambiental em vigor ao CMN e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). “O Sistema Faep não questiona a pertinência de verificar supressão de vegetação nativa, o que já é vedado pelo Código Florestal e, portanto, prática ilegal. O nosso questionamento está relacionado ao sistema utilizado para este fim, o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite [Prodes], que não analisa a legalidade da supressão e possui baixa precisão dos limites dos polígonos indicados como tendo vegetação degradada”, destaca o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette.
Diante da situação, nas últimas semanas, o Sistema Faep encaminhou ofício aos três órgãos que compõem o CMN. O Banco Central respondeu que encaminharia a solicitação à Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda (SPE/MF). No dia 26 de novembro, Meneguette esteve reunido com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em Brasília, em reunião articulada pelo deputado federal Sérgio Souza, para debater o tema.
O Sistema Faep também acionou o Mapa, no dia 4 de dezembro, para apresentar a argumentação técnica junto à Secretaria de Política Econômica, do Ministério da Fazenda. Além disso, técnicos do Sistema Faep realizaram reuniões com a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e a Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) para debater o critério de análise de supressão também pelas seguradoras.
Ineficiência do Prodes
A ineficiência do Prodes combinada com o despreparo das instituições financeiras para analisar está gerando interpretações equivocadas antes mesmo da norma entrar em vigor. Isso porque o Prodes aponta como supressão de vegetação nativa a remoção de pomares ou qualquer outra espécie exótica perene plantada, além de pequenas alterações no porte ou padrão das áreas de vegetação nativa. “O Sistema Faep defende que somente o Cadastro Ambiental Rural [CAR] analisado é o documento mandatório para atestar a regularidade ambiental do estabelecimento rural. O Código Florestal é claro ao indicar que qualquer descumprimento da legislação ambiental, verificado pelo órgão ambiental, incluindo supressão de vegetação, colocará o CAR na situação pendente ou cancelado, justificando a negativa do crédito”, explica Meneguette.
Apesar da prorrogação do prazo, o Sistema Faep segue debatendo a eficiência do Prodes. Isso poque o sistema não analisa a legalidade da supressão. A entidade paranaense acredita que a norma negligencia o fato de que cabe ao órgão ambiental a análise, e não à instituição financeira. “O nosso produtor rural corre o risco de não ter assegurado o direito de demonstrar sua conformidade, de acessar o crédito rural e de não ter sua operação de crédito desclassificada de forma arbitrária”, aponta o presidente interino do Sistema Faep.



