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Brasil amplia mercados do agro com novas aberturas nos Emirados Árabes Unidos, Gana e Peru
Concluídas negociações sanitárias e fitossanitárias autorizam a exportação de embriões bovinos, bovinos vivos, sêmen e sementes de sorgo, elevando para 511 o número de mercados abertos desde 2023.

O governo brasileiro concluiu negociações sanitárias e fitossanitárias com os Emirados Árabes Unidos, Gana e Peru, que permitirão ao Brasil exportar diversos produtos do agronegócio àqueles países.
Nos Emirados Árabes Unidos, as autoridades sanitárias aprovaram a exportação de embriões bovinos. A decisão reflete o reconhecimento internacional à qualidade genética do rebanho nacional. Entre janeiro e novembro de 2025, os Emirados Árabes Unidos importaram mais de US$ 2,3 bilhões em produtos agropecuários brasileiros.

Foto: Divulgação
Em Gana, as autoridades aprovaram a exportação brasileira de bovinos vivos e sêmen bovino. A abertura fortalece a posição do Brasil como fornecedor de material genético de alto valor agregado, o que contribuirá para o aumento da produtividade do rebanho no país importador e para novas oportunidades de negócio para o setor brasileiro em termos de consultoria e assistência técnica. Com população estimada em 34 milhões de habitantes e demanda crescente por alimentos, Gana importou mais de US$ 315 milhões em produtos agropecuários brasileiros entre janeiro e novembro de 2025.

Fotos: IDR-PARANÁ
No Peru, as autoridades aprovaram a exportação de sementes de sorgo. As sementes brasileiras são reconhecidas internacionalmente por sua qualidade genética, alta taxa de germinação e sanidade, resultado de investimentos contínuos em pesquisa e inovação. Esses atributos contribuem para aumentar a produtividade e a segurança alimentar em países parceiros. Entre janeiro e novembro de 2025, o Brasil exportou mais de US$ 675 milhões em produtos agropecuários para o Peru.
Com estes anúncios, o agronegócio brasileiro alcança 511 aberturas de mercado desde o início de 2023.
Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

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Por que exportar em 2025 ficou mais arriscado e não é por causa do preço
Tarifaços, rotas redesenhadas e exigências regulatórias transformam documentação e tradução técnica em fator decisivo para acessar mercados globais.

Em um ano marcado por choques tarifários, reconfiguração de fluxos comerciais e recordes históricos na corrente de comércio, o comércio exterior brasileiro atravessa 2025 sob elevada tensão operacional. Embora os números agregados indiquem desempenho robusto, o ambiente para quem exporta se tornou mais complexo, volátil e seletivo, exigindo das empresas um nível de preparação documental sem precedentes.
Dados oficiais mostram que, até outubro de 2025, o Brasil alcançou US$ 289,7 bilhões em exportações e US$ 237,3 bilhões em importações, resultando em um superávit de US$ 52,3 bilhões e uma corrente de comércio recorde de US$ 527,1 bilhões.

Gabriel Del Bello, especialista em Interpretação e Tradução de Idiomas: “Em um ano em que o mercado global se desconfigurou, não basta competir em preço ou escala. Quem não tiver papelada afiada corre o risco de ficar fora”
O avanço, no entanto, esconde assimetrias relevantes entre setores e mercados. Parte significativa dos exportadores brasileiros sentiu diretamente os efeitos do tarifaço, imposto pelos Estados Unidos, com sobretaxas que reduziram competitividade e provocaram retração em segmentos específicos.
Diante da perda de espaço em mercados tradicionais e da instabilidade cambial, empresas passaram a acelerar a abertura de novos destinos, redesenhar rotas logísticas e negociar com múltiplas jurisdições ao mesmo tempo. Esse movimento ampliou de forma significativa a complexidade regulatória e documental das operações, transformando a gestão de papéis em um dos principais gargalos do comércio exterior em 2025.
O que antes era tratado como etapa burocrática passou a ser elemento central da estratégia de exportação. Com fluxos globais mais fragmentados e fiscalização internacional mais rigorosa, exigências como comprovação de origem, rastreabilidade e conformidade técnica ganharam peso decisivo na liberação de cargas.
A tradução técnica e juramentada, especialmente de laudos, fichas de segurança (SDS), certificados de análise, contratos e rotulagens, tornou-se um ponto sensível, capaz de definir se uma mercadoria embarca ou permanece retida no porto. “Em um ano em que o mercado global se desconfigurou, não basta competir em preço ou escala. Quem não tiver papelada afiada corre o risco de ficar fora”, afirma Gabriel Del Bello, especialista em Interpretação e Tradução de Idiomas.
Segundo ele, erros aparentemente pequenos como uma tradução imprecisa, um certificado fora do padrão exigido pelo país de destino ou uma inconsistência entre documentos são suficientes para provocar atrasos, multas ou até a rejeição de cargas inteiras.

Foto: Claudio Neves
Além disso, o aumento no número de mercados atendidos elevou o volume de dossiês técnicos e contratos simultâneos, exigindo sistemas de versionamento, histórico de revisões e controle rigoroso de prazos. Em um ambiente em que tarifas e regras mudam rapidamente, o tempo para corrigir falhas diminuiu, ampliando o risco operacional. “Este ano deixou claro que a diferença entre embarcar ou ver um contêiner parado muitas vezes não está no preço, mas na documentação correta”, resume Del Bello.
Para 2026, a avaliação é de que a pressão por conformidade tende a aumentar. Importadores, autoridades sanitárias e aduaneiras devem manter ou ampliar o rigor na análise documental, especialmente em um contexto de disputas comerciais e maior preocupação com segurança, sustentabilidade e rastreabilidade.
Diante desse cenário, Del Bello recomenda que os exportadores entrem no próximo ano com planejamento prévio, mapeamento detalhado das exigências de cada mercado e processos estruturados de compliance regulatório. “Quem chegar a 2026 com checklist pronto, documentos alinhados e tradução técnica adequada terá vantagem competitiva e maior segurança para operar globalmente, mesmo em um ambiente instável”, aponta.
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Municípios paulistas são premiados no Ranking do Município Agro
Programa da Secretaria de Agricultura de São Paulo reconhece boas práticas no agro e distribui R$ 6 milhões entre 125 cidades.
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Como certificações garantem segurança na indústria de alimentos
Normas internacionais para lubrificantes industriais previnem contaminações e viabilizam exportações no setor alimentício.

De acordo com pesquisa da Statista Market Insights, o mercado alimentar mundial deve alcançar uma receita estimada de aproximadamente US$ 9,45 trilhões em 2025. As projeções do levantamento indicam crescimento constante até 2030, com uma taxa média anual composta (CAGR) em torno de 6,3%, que reflete a continuidade da evolução do setor em escala global.
A produção de alimentos segue padrões rigorosos. Cada etapa, da recepção da matéria-prima ao produto embalado, passa por controles que visam garantir segurança. No meio desse processo, um elemento menos evidente, mas presente em quase todas as máquinas, carrega um risco: o lubrificante industrial. Óleos e graxas mantêm equipamentos em operação. Em ambientes onde se processa comida, o contato mínimo desses produtos químicos com o alimento é uma possibilidade real.
Esse contato potencial cria um problema. Lubrificantes comuns, formulados para indústrias metalúrgicas ou automotivas, não são adequados para esse ambiente. Eles podem conter substâncias que as agências de saúde proíbem na cadeia alimentar. A utilização de um produto sem o selo correto coloca a operação em uma situação frágil. Uma contaminação, mesmo que pequena, pode levar ao recolhimento de lotes, a penalidades da ANP (Agência Nacional do Petróleo) e a um dano severo à confiança na marca. A busca por redução de custos pode levar algumas fábricas a negligenciar essa especificação, uma decisão que coloca a segurança do consumidor em segundo plano.
A solução técnica para esse dilema está nos lubrificantes de grau alimentício. Eles possuem certificações internacionais que funcionam como selos de garantia. A norma ISO 21469 atesta que o produto foi fabricado sob condições sanitárias controladas. O registro NSF H1 autoriza seu uso em locais onde pode existir contato incidental com a comida. Outras certificações, como HALAL e KOSHER, atendem a requisitos religiosos e culturais, um passo necessário para empresas que exportam.

Luiz Maldonado, que atua em empresa do segmento: “É o custo para gerenciar um risco. O valor pago a mais é uma proteção contra um evento que pode parar a produção e manchar o nome da empresa por anos”
Distribuidores especializados conectam as indústrias alimentícias a esses produtos. O preço de um lubrificante certificado é mais alto que o de um produto convencional. Contudo, essa diferença financeira deve ser analisada sob outra perspectiva. “É o custo para gerenciar um risco. O valor pago a mais é uma proteção contra um evento que pode parar a produção e manchar o nome da empresa por anos”, reflete Luiz Maldonado, que atua em empresa do segmento.
De acordo com Maldonado, a exigência por transparência na cadeia produtiva de alimentos continua aumentando. “O consumidor final quer conhecer a origem e os processos. No setor de alimentação, a garantia de que todos os componentes, até os menos visíveis, são seguros, fortalece a credibilidade da marca. A seleção do lubrificante adequado se torna, assim, uma decisão que envolve a área de qualidade e a diretoria, e não apenas o setor de manutenção”, pontua.




