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Brasil alcança novo patamar sanitário e fortalece presença no comércio agropecuário global
Reconhecimento internacional como país livre de febre aftosa sem vacinação reforça a credibilidade do sistema sanitário e impulsiona a competitividade do agronegócio brasileiro.

O Brasil alcançou, em 2025, um marco histórico na pecuária ao receber da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) o certificado que reconhece o país como livre de febre aftosa sem vacinação. O reconhecimento é resultado de mais de seis décadas de trabalho contínuo e coordenado pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (SDA/Mapa) e coloca o país em um novo patamar de excelência sanitária, ampliando o acesso da produção brasileira a mercados internacionais mais exigentes.
“Esse avanço fortalece a credibilidade do sistema sanitário brasileiro, amplia oportunidades comerciais e gera ganhos diretos de competitividade para o setor produtivo”, destacou o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart.
Além do status sanitário histórico, a atuação da SDA se destacou em outras frentes estratégicas. O Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em São Paulo (LFDA/SP) foi credenciado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) como Centro de Referência para Influenza Aviária e Doença de Newcastle, ampliando o papel do Brasil na vigilância e no enfrentamento de enfermidades de impacto global.
A Secretaria também teve participação relevante durante a COP 30, realizada em novembro, em Belém (PA), ao coordenar painéis na Blue Zone e na AgriZone e intensificar a fiscalização agropecuária em aeroportos, embarcações e áreas de carga, com a inspeção de 100% dos voos internacionais.
No comércio exterior, a SDA atuou na habilitação de novos estabelecimentos para exportação à União Europeia e viabilizou a exportação da primeira carga de limão-taiti brasileiro ao bloco com certificação eletrônica de conformidade emitida pela Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Sanidade animal e vegetal
A SDA coordenou, entre maio e julho, ações técnicas e de fiscalização diante de casos de adoecimento e morte de equinos nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Alagoas, associados ao consumo de rações produzidas pela empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda. As medidas envolveram o apoio técnico de quatro unidades do LFDA, fiscalizações em fabricantes, distribuidores e locais de alojamento de animais, além de coletas e análises laboratoriais de rações e matérias-primas. Também houve cooperação científica com universidades para a realização de necropsias, análises dos casos e entrevistas com profissionais do setor.
Na sanidade aviária, após a confirmação do primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em granja comercial no Brasil, em maio, a SDA coordenou as ações de enfrentamento, com a adoção imediata de medidas como desinfecção das instalações, rastreamento e destruição preventiva de produtos expostos ao risco, controle rigoroso do trânsito de animais e produtos e comunicação transparente à sociedade e aos parceiros comerciais.
Após o encerramento do vazio sanitário, o Mapa notificou oficialmente a OMSA sobre o fim do foco, restabelecendo o reconhecimento internacional da condição sanitária do país. A atuação articulada entre a Secretaria e o órgão estadual de defesa agropecuária garantiu a contenção da ocorrência e a recuperação do status de país livre da doença em apenas um mês.
“Conseguimos, com êxito, controlar em tempo recorde o foco no Rio Grande do Sul, em articulação com o órgão estadual de saúde animal, garantindo a contenção e a recuperação do status do país livre da doença. Em apenas um mês após o foco, no comércio internacional, alcançamos um volume recorde de abertura de mercados”, evidenciou o secretário Goulart.
Na área vegetal, foi reforçado o controle da mosca-da-carambola com a publicação da Portaria Mapa nº 776/25, que atualizou os procedimentos de vigilância, contenção e erradicação da praga quarentenária presente nos estados do Amapá, Roraima e Pará.
A SDA também coordenou ações de emergência fitossanitária para conter a vassoura-de-bruxa da mandioca. Após a detecção oficial da praga no Amapá, a emergência foi estendida preventivamente ao Pará, onde, em maio, foi confirmado o primeiro foco na Terra Indígena do Parque do Tumucumaque, em Almeirim. O monitoramento e as ações educativas foram intensificados em parceria com a Agência de Defesa Agropecuária do estado do Pará.
Em relação à monilíase do cacaueiro, a emergência fitossanitária foi prorrogada por mais um ano, diante da necessidade de manter a vigilância reforçada e proteger as regiões produtoras, assegurando a continuidade das medidas preventivas e a estabilidade fitossanitária da cadeia produtiva do cacau.
Fiscalização e apreensões

Ao longo de 2025, foram realizadas diversas apreensões cautelares com o objetivo de assegurar a qualidade de produtos vegetais que apresentavam indícios de adulteração, substituição de ingredientes ou outras irregularidades identificadas durante inspeções e análises laboratoriais. Entre os itens apreendidos estão mais de 661 mil litros de água de coco; 438 mil quilos de polpa de fruta; 370 mil litros de suco ou sumo; 215 mil litros de vinho; e 68 mil quilos de café em grão cru.
No combate a ilícitos agropecuários em regiões de fronteira, o Programa Vigifronteiras reforçou as ações de fiscalização, com a realização de 43 operações em 2025, sendo 13 de inteligência e 30 de coerção. As iniciativas intensificaram o controle de riscos, a prevenção da entrada de pragas e doenças e o enfrentamento ao comércio irregular.
A Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) realizou mais de 45 mil fiscalizações ao longo do ano, sendo mais de 70% concentradas em aeroportos. Como resultado, mais de 196 toneladas de produtos de origem vegetal, animal e insumos agropecuários foram interceptadas.
Atuação Internacional
O Novo Processo de Importação, voltado à integração e à modernização dos controles agropecuários no comércio exterior, começou a ser implementado em 2025. A Portaria Mapa nº 835/2025 estabeleceu as regras para o tratamento administrativo no Portal Único de Comércio Exterior, alinhando os procedimentos às diretrizes nacionais de facilitação do comércio.
No âmbito da certificação sanitária, foram atualizados 12 Certificados Sanitários Internacionais (CSIs) em razão das adequações aos regulamentos da União Europeia; outros 11 após o reconhecimento do Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação; e quatro em decorrência de ajustes relacionados à ocorrência de influenza aviária e doença de Newcastle.
O Brasil também retomou o sistema de pre-listing para exportação de carnes de aves e ovos à União Europeia, permitindo que as habilitações sanitárias sejam conduzidas diretamente pelo Serviço Oficial brasileiro. A medida reduz a necessidade de auditorias presenciais por parte das autoridades europeias e amplia a previsibilidade do processo de habilitação para os estabelecimentos exportadores.
Em agosto, a SDA recebeu a primeira Declaração Única de Importação (Duimp) de um produto agropecuário no Porto do Rio de Janeiro. O novo documento eletrônico reúne, em um único processo digital, todas as informações necessárias para a importação, representando mais um avanço na modernização e na eficiência dos procedimentos de comércio exterior.
SDA Digital
Em 2025, a Secretaria de Defesa Agropecuária lançou um novo sistema eletrônico de cadastro e registro de estabelecimentos de produtos de origem animal, com o objetivo de modernizar os procedimentos de concessão do Serviço de Inspeção Federal (SIF). Os resultados iniciais indicam avanços significativos: a plataforma, simples, intuitiva e integrada a bases governamentais, conferiu maior agilidade ao processamento das solicitações e reduziu o tempo de análise técnica.
“Avançamos muito na digitalização da prestação do serviço público da Secretaria de Defesa Agropecuária, com a digitalização dos certificados sanitários nacional, certificação eletrônica, trazendo mais eficiência para o setor produtivo”, ressaltou Carlos Goulart.
Consim e Sisbi-POA
A 3ª edição do Projeto ConSIM consolidou a integração de 33 consórcios públicos de municípios ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA). A iniciativa envolveu 593 municípios de 12 estados e elevou para mais de 1,1 mil o total de cidades participantes do sistema.
O desempenho histórico foi impulsionado pela plataforma digital e-SISBI 2.0, lançada em setembro, que automatizou processos e acelerou homologações. Atualmente, o Sisbi-POA abrange 24 estados e o Distrito Federal, sendo 74 consórcios públicos e 60 municípios integrados individualmente, totalizando 1.425 cidades.
Entre 2023 e 2025, o número de municípios integrados cresceu 343,5%, passando de 331 para 1.157. O avanço fortaleceu os Serviços de Inspeção Municipal (SIM), ampliou a formalização de agroindústrias familiares e facilitou o acesso a novos mercados.
Para fortalecer ainda mais o sistema, a SDA e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) firmaram um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) voltado à ampliação do Sisbi-POA e da certificação do Selo Arte. A parceria prevê a qualificação de agroindústrias de pequeno porte, o estímulo à formalização e a ampliação do acesso a mercados interestaduais.
No âmbito dessa cooperação, foi criado o Projeto SimplesAsSIM, que apoia municípios e consórcios na implantação e no fortalecimento dos Serviços de Inspeção Municipal, promovendo a regularização de agroindústrias, a melhoria das práticas produtivas e a ampliação da oferta de produtos artesanais e de origem animal com segurança e qualidade.

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Fundesa-RS terá novas taxas e base ampliada para modernizar sanidade animal
Assembleia Legislativa aprova reajuste e inclusão de novos contribuintes, garantindo recursos para indenizações, fiscalização e modernização do setor de proteína animal no Rio Grande do Sul.

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou, na última sessão do ano, o Projeto de Lei nº 515/2025, que reajusta os valores das contribuições ao Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa-RS) e amplia a base de arrecadação. A medida, proposta pelo Poder Executivo, altera a Lei nº 8.109/85, que regulamenta a Taxa de Serviços Diversos, e entra em vigor a partir de 2026.
O deputado Elton Weber destacou que o Fundesa tem garantido investimentos que acompanham a transformação do setor e a necessidade de controle sanitário. “O Fundesa proporcionou que a defesa sanitária animal tivesse sempre recursos à altura das demandas do setor”, afirmou.

Para o deputado Zé Nunes, presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia, a aprovação do projeto fortalece o fundo para atender às necessidades do setor de proteína animal. O projeto foi aprovado por unanimidade.
Segundo Rogério Kerber, presidente do Fundesa-RS, a atualização das contribuições permite ampliar o escopo de atuação do fundo. “Quando foi criado, o Fundesa tinha o objetivo primário de indenizar produtores que tivessem animais abatidos por determinação do Serviço Oficial. Com o tempo, passou a fornecer equipamentos, treinamentos e suporte em casos de enfermidades, como a Influenza Aviária registrada este ano”, explicou.
Kerber também ressaltou avanços estruturais promovidos pelo fundo, como a informatização de todas as Inspetorias de Defesa Agropecuária, o desenvolvimento da Plataforma de Defesa Sanitária Animal do RS em convênio com a Universidade Federal de Santa Maria e a parceria com a Universidade da Carolina do Norte, que permitiu criar sistemas inteligentes de fiscalização da movimentação de animais.
Novas taxas e ampliação da arrecadação
Entre as principais mudanças está a inclusão de produtores de bovinos e bubalinos na declaração anual de rebanho, além de produtores ou empresas de bovinos, bubalinos, suínos ou ovinos com saída definitiva do Estado, como exportações de gado vivo. “Pelo sistema anterior, animais abatidos em outros estados não contribuíam com o fundo, embora gerassem pressão sanitária no sistema”, afirma Fernando Groff, chefe da Divisão de Saúde Animal da Seapi.
O reajuste e a inclusão da nova taxa resultaram de articulação com entidades representativas das cadeias produtivas, como Farsul, Fetag, Asgav, Sipargs, Sindilat, Sips, Acsurs, Febrac, FecoAgro e Sicadergs, que reforçaram o pleito junto ao governo e aos parlamentares.
A aprovação do projeto garante recursos para indenizações de produtores afetados por doenças de notificação obrigatória, reforça a defesa sanitária e moderniza o setor produtivo, consolidando o Fundesa-RS como ferramenta estratégica para a pecuária gaúcha.
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Brasil terá primeiro banco de antígenos e vacinas contra febre aftosa
Iniciativa inédita fortalece a defesa sanitária, garante resposta rápida a eventuais surtos e consolida o status de país livre da doença sem vacinação.

A criação de um banco nacional de antígenos e vacinas contra a febre aftosa marca uma nova etapa da política sanitária brasileira e reforça a blindagem do país diante de riscos que podem comprometer a pecuária e as exportações. Em um momento em que o Brasil alcançou o status de livre da doença sem vacinação e ampliou sua presença nos principais mercados globais de proteína animal, a capacidade de resposta rápida a eventuais surtos passa a ser decisiva para preservar a credibilidade sanitária construída ao longo de décadas.
Nesse contexto, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, assinou nesta quinta-feira (18), em Brasília, contrato com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) para a implantação do primeiro banco brasileiro de antígenos e vacinas contra a febre aftosa. A iniciativa cria um estoque estratégico de insumos que permitirá a formulação imediata de vacinas em caso de surtos localizados, reduzindo riscos sanitários, econômicos e comerciais.

O acordo prevê a constituição inicial de um banco com 10 milhões de doses de antígenos de dois sorotipos do vírus historicamente mais recorrentes no país. Com vigência de dez anos, o contrato também assegura o fornecimento imediato de até 10 milhões de doses de vacina ao Ministério da Agricultura, caso seja necessária uma resposta emergencial. A estrutura atende a uma das exigências da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) para a manutenção do status sanitário brasileiro.
Para viabilizar a operação, o Tecpar firmou, em março de 2025, um acordo de cooperação tecnológica com a Biogénesis Bagó, responsável pela transferência e internalização da tecnologia. A empresa atuará como braço tecnológico do instituto paranaense na produção das vacinas, além do controle de qualidade e do armazenamento dos antígenos.
Segundo o ministro Carlos Fávaro, o banco representa um avanço estratégico para o país. “Trata-se de mais um passo histórico no fortalecimento da pecuária brasileira e do nosso sistema sanitário. O Brasil se tornou uma referência para o mundo, e manter mercados exige sanidade e garantia de produtos seguros”, afirmou.
A iniciativa ganha ainda mais relevância em um cenário de expansão da produção nacional. O Brasil assumiu recentemente a liderança mundial na produção de carne bovina, com 12,35 milhões de toneladas, superando os Estados Unidos. Para o country manager da Biogénesis Bagó, Marcelo Bulman, o banco de antígenos traz maior previsibilidade ao setor. “As principais potências produtoras de carne bovina do mundo mantêm seus bancos de antígenos sob nossa responsabilidade. Contribuir para a segurança do status sanitário do rebanho brasileiro é motivo de orgulho e de grande responsabilidade”, destacou.
Com a criação do banco, o Brasil fortalece sua capacidade de resposta a emergências sanitárias, reduz a vulnerabilidade a embargos e envia um sinal claro aos parceiros comerciais de que a defesa sanitária permanece no centro da estratégia de competitividade do agronegócio nacional.
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Capal realiza Expoleite 2026 em julho
Em sua 52ª edição, feira promove o encontro de produtores rurais de diferentes segmentos nos dias 02 a 04 de julho, em Arapoti (PR).

A 52ª edição da Expoleite, promovida pela Capal Cooperativa Agroindustrial, está marcada para os dias 02 a 04 de julho, em Arapoti (PR). Considerada uma das feiras mais importantes do calendário agropecuário, a Expoleite visa mostrar as principais tendências do campo, promover o aprimoramento através de palestras e rodadas técnicas e evidenciar a robustez e a qualidade genética do gado criado nos Campos Gerais do Paraná, uma das maiores regiões produtoras de leite do país.
Em 2025 a Expoleite teve público recorde, chegando próximo a 30 mil visitantes, um crescimento de 45% se comparado à edição anterior. O evento contou com uma programação diversificada, que abordou pecuária leiteira, produção de suínos, cafeicultura e mercado agrícola, além de atrações para toda família, com eventos musicais e gastronômicos.
Quase 200 animais desfilaram na pista de julgamento, que integra o Circuito Nacional da Raça Holandesa. Cerca de 120 empresas expositoras estiveram presentes na feira, entre nutrição animal, soluções agrícolas, especialistas em veterinária e maquinários.
“Nos últimos anos observamos a necessidade de ampliar as áreas de abrangência da feira devido aos resultados positivos alcançados no campo pelos nossos cooperados. Inicialmente o principal foco era a exposição do gado holandês da região, que é referência nacional em qualidade, e gradualmente a Expoleite foi incorporando outras áreas de atuação da cooperativa. Atualmente, a feira explora também uma variedade de mercados e culturas, incluindo cereais, forrageiras, café e pecuária de corte, entre outras atividades rurais”, explica Adilson Roberto Fuga, presidente-executivo da Capal.
A expectativa para a edição de 2026 é de que o evento continue a fortalecer o setor e impulsionar a capacitação e o desenvolvimento do agronegócio. Como nos anos anteriores, a feira será realizada no Parque de Exposições Capal, em Arapoti. Mais novidades sobre a 52ª edição da Expoleite, como programação, serão anunciadas em breve.



