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Braquiárias consolidam aptidão brasileira para a pecuária

Cultivar lançada pela Embrapa revolucionou a pecuária no Cerrado e segue como referência, ao lado da BRS Piatã, em sistemas de produção animal.

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Foto: DMAguiar

Há 41 anos em solos brasileiros, o capim-marandu ou ‘braquiarão’ é uma cultivar de brachiaria brizantha trazida do Zimbábue, na África tropical, e adaptada aos solos tupiniquins. Um projeto audacioso que começou nos anos 60 e 70 e segue até hoje, representando até 50% das áreas de pastagens cultivadas no Brasil. Sua chegada revolucionou o Cerrado brasileiro e isso mantém seu destaque.

Com amostras distribuídas pelos Estados de São Paulo, Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para experimentos, foi nas Unidades da Embrapa em Campo Grande (MS) e Planaltina (DF), que o pasto foi incluído no processo de avaliação de forrageiras. Vinda da língua tupi-guarani, onde significa novidade, a cultivar Marandu se apresentou resistente à cigarrinha-das-pastagens, bom valor forrageiro, alta produção de massa verde, alta produção de sementes viáveis, e com perspectivas de utilização nas fases de desmama e engorda de bovinos.

Foto: Luiz Pfeifer

“O legado da cultivar marandu é um marco na pecuária brasileira e da abertura do Brasil Central para a atividade. Em áreas de pastejo, bem manejadas, ela ainda está em pé, como nos ensaios da Embrapa Gado de Corte, sustentando os rebanhos experimentais”, afirma a melhorista Cacilda do Valle, pesquisadora aposentada da Empresa. Ela destaca os programas federais, à época, que incentivaram o setor e a entrada da pecuária no Cerrado; e também a comissão de lançamento da cultivar, à época, formada pelos cientistas Saladino Nunes, Araê Boock, Maria Isabel Penteado e Darci Gomes, que lideraram diversos profissionais posicionados pelos centros da estatal, sendo ela, um deles.

Em solos de média a boa fertilidade e em sistemas mais intensivos, o capim-marandu, revela Valle, pode dar ganhos de até 480 quilos/peso vivo/ha/ano, com lotação possível de mais de 2 UA/ha/ano, no período de chuvas. Seja pastejo contínuo, rotacionado ou diferido (feno-em-pé), bovinos, ovinos e caprinos estão aptos para o consumo, assim, “podemos afirmar que é a pastagem mais plantada nas regiões tropicais do mundo e que bem formada e manejo é uma cultivar perene”, pontua Valle.

Outra braquiária

O capim-marandu tem seu lugar no panteão da agricultura nacional e também na história da Embrapa Gado de Corte, que completa 50 anos esta semana. Décadas depois, 2006, outra cultivar se destacou no mercado, a BRS Piatã. Também brachiaria brizantha, Piatã significa fortaleza e isso por suas características de robustez e produtividade. Em comparação com a Marandu, é uma pastagem mais adaptável a solos mal drenados e produz maior acúmulo de folhas.

Com forte expansão nos últimos anos, o capim-piatã foi o primeiro a ter um projeto de transferência de tecnologia e comunicação dedicado a sua difusão, o qual impulsionou a procura pelo material, iniciativa liderada pelo pesquisador Alexandre Agiova (in memorian) e considerada um divisor de águas na validação de cultivares. Essa alternativa para a diversificação foi selecionada após 16 anos de avaliações pela Embrapa e parceiros, em diversas regiões do País.

A partir do advento dos sistemas integrados de produção, a BRS Piatã mostrou-se uma opção. Os estudos comprovam benefícios relacionados à dessecação e crescimento mais lento em relação aos capins xaraés e marandu. Em consorciação com estilosantes, milho e sorgo, sua arquitetura e manejo são pontos positivos.

Essa primeira cultivar forrageira protegida da Embrapa, é a segunda da Unidade de Campo Grande no ranking de impactos de soluções tecnológicas em produção animal, de acordo com o Balanço Social da Empresa, ano-base 2024. Seu retorno social aos cofres públicos é estimado em R$8,62 reais e econômico, na casa de 1,5 bilhão de reais, sendo adotado em 8,2 milhões de hectares. Tais estimativas confirmam essa forrageira na realidade dos bovinocultores brasileiros de corte e leite.

Fonte: Assessoria Embrapa Gado de Corte

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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