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Brangus é adaptado à maioria dos biomas brasileiros

Há lugares em que ocorrem as quatro estações do ano no mesmo dia e a raça Brangus tem sido o denominador comum em todos eles

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Foto: Divulgação

Dados da Associação Brasileira de Brangus (ABB), dos últimos cinco anos, apontam que a média anual de registros genealógicos do taurino saltou de 11 mil para mais de 15 mil, cerca de 29%, estando presente em quase todos os estados brasileiros.

As vendas de sêmen também evoluíram 700% em dez anos. Crescimento este que, segundo a entidade, é uma resposta à adaptabilidade da raça somada à capacidade em fazer chegar às gôndolas uma carne de melhor qualidade por meio do cruzamento industrial.

“Nosso país sofre influência de mais de 40 microclimas diferentes, há lugares em que ocorrem as quatro estações do ano no mesmo dia e a raça Brangus tem sido o denominador comum em todos eles”, observa o Ladislau Lancsarics, presidente da ABB.

Segundo ele, mesmo perante à tamanha amplitude térmica, criadores experimentam resultados acima da média nos diferentes biomas brasileiros. Talvez o mais desafiador para um taurino, como é o caso do Brangus, seja o bioma amazônico.

Pela proximidade com a linha do Equador, chuva, alta umidade e calor extremo fazem parte do cotidiano dos animais, exigindo atenção especial ao manejo parasitário. Mesmo nestas condições, ele ajuda fazendas a lucrar até 20% mais na produção de carne.

Em Paragominas, no Pará, na Fazenda Mutirão, de 32 mil ha, entranhada na Amazônia Legal, Carlos Eduardo Ribeiro do Vale conduz um plantel de 300 animais da raça, há mais de seis anos.

Lá, são seis meses de chuva, com índices pluviométricos médios na ordem de 2.800 mm, e outros seis meses de seca, condições essas incapazes de vencer a adaptabilidade do Brangus na região.

“Por ser uma raça taurina, a adaptabilidade do Brangus é realmente incrível. É um pouco mais susceptível ao carrapato, mas nada que não seja corrigido com um bom protocolo sanitário”, relata o criador. O retorno da heterose compensa o investimento.

“Tem gente aqui que produz carne Brangus para restaurantes e boutiques especializadas em carnes nobres, conseguindo alto valor agregado”, informa. Tudo isso em uma região onde 80% da propriedade são áreas destinadas à reserva legal.

No Pantanal, os desafios são outros. Pela altitude próxima a zero, grande parte das planícies alaga no período chuvoso, além de outras restrições à pecuária extensiva, como temperatura elevada, acima dos 40º C em grandes áreas com a predominância de pasto nativo, pobre em nutrientes.

De acordo com o consultor técnico Francisco Borges, um dos poucos profissionais que atendem a criadores de Brangus naquele bioma, essas limitações não impedem a expansão no território.

“Por aqui, é comum usar tourinho de cruzamento para aumentar a oferta de carne de qualidade e bezerros mais precoces. Outra vantagem da raça é que gera animais pequenos ao nascimento e de rápido crescimento”, explica. Francisco trabalha com Brangus há 20 anos.

Os números devem crescer no Pantanal à medida em que os pecuaristas conhecem os ganhos de heterose e de adaptabilidade oferecida pelo animal. Entre as principais características, Francisco destaca pigmentação, cascos, pele e mucosa mais escuras.

“Os touros trabalham em seis estações de monta ou até mais. São bem adaptados, desde a cria, especialmente tratando-se de aparelho locomotor e saúde dos cascos”, assinala Francisco.

Docilidade, padronização, fertilidade e encurtamento do ciclo produtivo em, no mínimo seis meses, complementam o pacote de benefícios nas diferentes situações de manejo.

Do Pantanal ao Sudeste, o diretor da ABB, José Luiz Niemeyer dos Santos, colhe ótimos resultados com a raça em São Paulo. Nelorista consagrado na venda de reprodutores, ele começou a selecionar touros Brangus em 2005.

O criador ficou vislumbrado com a rusticidade de matrizes em terras consideradas inférteis numa propriedade arrendada no estado do Mato Grosso. As levou para Guararapes (SP), onde a propriedade é rodeada pela Mata Atlântica.

Decidiu submetê-las aos mesmos rigores aplicados nos 55 anos de melhoramento genético com a raça Nelore, principalmente em relação à rusticidade necessária para produzir a pasto. Isso ainda dentro dos mais elevados padrões de conservação ambiental.

“Preservamos a mata nativa e plantamos mais de 400 mil árvores entre 2004 e 2012”, destaca Niemeyer, ressaltando que, como nos touros brancos, os pretos com defeitos de aprumo, umbigo e pelagem são descartados, para responder às exigências dos grandes centros de produção de carne bovina”, conta Niemeyer.

Já na savana brasileira, a qual o leitor conhece como cerrado, que se estende pelo Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste do País, os reprodutores em regime de braquiarão necessitam de aprumos fortes e adaptação a temperaturas extremas.

Da mesma forma ocorre nos Pampas, a diferença está na ampla alternância térmica, que pode cair de 42º C no verão para as temperaturas negativas características do clima subtropical frio no inverno.

Com muita ou pouca chuva, é uma das pouquíssimas raças taurinas com boa resistência ao carrapato, cuja infestação chega a níveis alarmantes no Rio Grande do Sul, onde se enfrenta problemas com a eficácia dos antiparisitários.

A baixa oferta de forrageira nas pastagens nativas de inverno também se torna outro fator limitante à produtividade, e ainda assim o Brangus se supera.

Associada à sua qualidade de carne, precocidade de abate e qualidade de carcaça superior ao dos zebuínos puros, esse é um dos motivos pelos quais os touros Brangus ganham mercado nacionalmente. Os resultados têm sido promissores de Norte a Sul do País.

“Da cruza com o zebu nascem fêmeas adaptadas, de pelagem curta, férteis, precoces e de boa habilidade materna. Já os machos dão rendimento extra de carcaça e são abatidos mais cedo”, diz o consultor técnico Gerson Lima, que atende criadores há 28 anos.

Esses são caminhos que levam o Brangus também a ser a terceira raça no tricross (cruzamento triplo), pois vem sendo a primeira opção para cobrir as fêmeas meio-sangue Angus. No Brasil elas somam 3 milhões de cabeças.

A maior padronização e porcentagem de sangue Angus, com menor sacrifício da adaptabilidade, garantem a bonificação máxima para o pecuarista que comercializa gado para os programas de qualidade de carne nos frigoríficos.

“Sem dúvida, o Brangus é uma ferramenta grandiosa para obtenção de resultados na pecuária moderna”, finaliza Lima.

Fonte: Assessoria

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Valor bruto da produção agropecuária ultrapassa R$ 1,14 trilhão em março

Soja, milho, cana-de-açúcar, café e a laranja foram responsáveis por 52% do valor total. E na pecuária, bovinos, aves e suínos representaram 25%.

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O Valor Bruto da Produção (VBP) em março deste ano foi de R$1,147 trilhão. As lavouras participaram com R$ 775,8 bilhões (67,6%) e a pecuária R$ 371,4 bilhões (32,4%). Nos últimos cinco anos o VBP cresceu 12,5%, influenciado por aumento de 36,7% da cana-de-açúcar, 55,6% do cacau, 21% do arroz e, 50% da mandioca.

Em março, a soja, o milho, a cana-de-açúcar, o café e a laranja foram responsáveis por 52% do valor total. E na pecuária, bovinos, aves e suínos representaram 25%.

No comparativo do mesmo período do ano anterior, o resultado apresenta redução de 1,4%. As lavouras sofreram diminuição no VBP de 4,4% no mês, influenciada por clima desfavorável e queda de preços, principalmente soja e milho. Já a pecuária apresentou aumento de 5,5%, favorecido pelo crescimento na suinocultura (65,4%) e avicultura (9,2%).

Segundo a Secretaria de Política Agrícola do Mapa, a atividade da agricultura e pecuária, apesar da queda no VBP em março, vem mostrando resiliência conseguindo desempenho relevante mesmo nestes momentos de crise climática e de rebaixamentos preços dos grãos, mantendo, pelo 5º ano seguido, valor acima de um trilhão de reais.

O arroz aumentou 21,8%, o feijão 18,2% e o café 17%, por conta da alta nos preços no mercado externo para o arroz e café e, redução na estimativa de produção do feijão, na segunda safra. No caso das lavouras, a cultura que teve maior redução no VBP foi a soja, com 19,8%, seguida pelo milho com 10,8%.

O Valor Bruto da Produção calcula o volume financeiro apropriado pela agricultura e pecuária brasileira, baseado na variação dos preços e da quantidade estimada de produção.

>> VBP Brasil

O que é o VBP?

O VBP mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária no decorrer do ano, correspondente ao faturamento dentro do estabelecimento. É calculado com base na produção agrícola e pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país dos 26 maiores produtos agropecuários nacionais.

O valor real da produção é obtido, descontada da inflação, pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A periodicidade é mensal com atualização e divulgação até o dia 15 de cada mês.

Fonte: Assessoria Mapa
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Colunistas Editorial

Semeando a discórdia e a desordem

Neste momento crucial, conclamamos as autoridades competentes a agirem com firmeza e determinação para garantir o cumprimento da lei e a preservação da ordem pública.

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Nos últimos dias, o Brasil testemunhou uma série de invasões de terras promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), uma prática que merece uma condenação veemente e inegociável. O país, reconhecido mundialmente como uma potência agrícola, tem sua reputação manchada por ações que atentam contra a segurança jurídica e a ordem pública.

O agronegócio brasileiro é um pilar essencial da economia, sustentado por milhões de produtores de diferentes escalas, desde pequenos agricultores até grandes empreendimentos, que dedicam suas vidas ao trabalho árduo no campo. São esses homens e mulheres que, ao longo de gerações, alimentam não só a população brasileira, mas também contribuem significativamente para a segurança alimentar global, fornecendo produtos de qualidade e competitivos nos mercados internacionais.

Entretanto, ações como as invasões promovidas pelo MST representam uma ameaça direta a esse setor vital da economia. Apesar de reconhecermos a importância da reforma agrária e a necessidade de garantir o acesso à terra para os brasileiros, é inaceitável que tais questões sejam abordadas por meio de invasões ilegais e truculentas.

É fundamental ressaltar que o MST não representa os verdadeiros agricultores do Brasil. Ao contrário, é composto por indivíduos que muitas vezes são utilizados como massa de manobra por interesses políticos que visam apenas semear a discórdia e a desordem. Esses atos de violência e desrespeito à propriedade privada só servem para atrasar o progresso e dificultar o desenvolvimento do nosso país.

Neste momento crucial, conclamamos as autoridades competentes a agirem com firmeza e determinação para garantir o cumprimento da lei e a preservação da ordem pública. É hora de reafirmarmos nosso compromisso com a legalidade, a justiça e o progresso do Brasil.

Fonte: Por Giuliano De Luca, jornalista e editor-chefe do Jornal O Presente Rural
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Como o Programa Nacional de Pastagens Degradadas atuará para a conservação do solo

Data criada pelo governo federal em 1989 objetiva trazer a importância do manejo correto do solo.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Há 35 anos o Governo Federal instituía o dia 15 de abril como Dia Nacional de Conservação do Solo por meio da Lei nº 7.876/1989. Este recurso natural é a base para a agricultura sustentável e competitiva, pois é responsável por fornecer os nutrientes, a água e atividade biológica benéfica para a saúde do solo nas lavouras e áreas preservadas no Brasil. Sendo um recurso natural não renovável é de grande importância práticas que conservem e que restaurem solos degradados.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) trabalha para o estímulo de práticas sustentáveis de manejo e de conservação dos solos. Uma dessas ações é o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestas Sustentáveis (PNCPD) que foi lançado em dezembro de 2023 por meio do Decreto nº 11.815.

O programa tem por objetivo promover e coordenar políticas públicas destinadas à conversão de pastagens degradadas em sistemas sustentáveis, visando fomentar boas práticas agropecuárias que levem à captura de carbono. A pretensão do governo é a recuperação e conversão de até 40 milhões de hectares de pastagens em dez anos.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destaca que o solo é fator fundamental para o plantio. “O solo é o bem mais preciso que o produtor tem e por isso deve cuidar dele com bastante atenção”, evidencia.

Fávaro afirma que o programa além de ser uma prática sustentável, prevê a adoção de medidas que contribuam com a segurança alimentar e climática do planeta. “O programa de conversão de pastagens degradadas reflete em investimentos na agricultura brasileira e na diminuição da emissão de gás carbônico (CO2). Vamos mostrar para o mundo que é possível produzir e preservar”, completa ministro.

O fator que mais caracteriza uma área degradada é a cobertura vegetal e a condição física, química e biológica do solo. Dessa forma, PCNCPD recuperará os solos degradados pelo uso inadequado por décadas, para que se torne fértil e ativo biologicamente. Recuperando o solo, o produtor poderá usar suas terras de forma mais competitiva e sustentável.

Quando há transformação de uma área ocupada por pastagem em alto grau de degradação para uma lavoura ou floresta de forma sustentável, ocorre um efeito colateral importante sobre a conservação de solo e da água: uma redução drástica da erosão do solo.

O Brasil perde, por ano, somente por erosão hídrica cerca de 2,5 bilhões de dólares nas áreas agrícolas do país, sobretudo em áreas ocupadas com pastagens degradadas. Esse valor pode ser muito maior, se não tiver a conversão das áreas ocupadas com pastagens degradadas em sistemas agropecuários e florestais sustentáveis.

O coordenador-geral do Comitê Interministerial que cuidará do programa e assessor especial do ministro, Carlos Augustin, afirmou que o objetivo é a produção com certificação, rastreabilidade e sustentabilidade. “O mundo quer alimentos saudáveis, alimentos que sejam produzidos com baixo carbono, com o uso de bioinsumos, enfim, uma série de quesitos de sustentabilidade e o Brasil pode oferecer isso”, ressalta.

O programa poderá ainda causar um impacto na conservação de solos e água que só a introdução do plantio direto nas últimas cinco décadas tem semelhança, e, por isso, vários órgãos públicos, empresários, produtores estão participando deste processo.

Para o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa, o programa de pastagens do Mapa pode demonstrar a outros países múltiplos caminhos para alcançar a sustentabilidade da agricultura, para, no fim, levar segurança alimentar aos países.

“A sinergia entre governo e setor produtivo será fundamental para alcançar esses objetivos, mantendo o Brasil como um fornecedor vital de alimentos para o mundo e um exemplo de desenvolvimento sustentável na agricultura”, destaca o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

No Mapa, a Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI) trabalha para fomentar e promover tecnologia com sistemas sustentáveis de produção, incluindo a conservação do solo.

As tecnologias voltadas para conservação de solo têm a característica de promover práticas sustentáveis de manejo da terra, visando a preservação da fertilidade do solo, a prevenção da erosão e a proteção do meio ambiente.

De acordo com a secretaria da SDI, Renata Miranda, ao instituir o PNCPD, o governo demonstra uma visão proativa em direção a práticas que não apenas aumentam a produtividade, mas também preservam os recursos naturais e mitigam os impactos ambientais. “O programa contribui para a redução da pressão sobre os ecossistemas naturais e para a adaptação e mitigação dos efeitos negativos das mudanças do clima”, diz.

Dentro do Plano de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (ABC+), que consiste em políticas públicas para fomentar uma agropecuária mais sustentável e para o enfretamento à mudança do clima, as tecnologias para a conservação do solo estão presentes em quase todos os sistemas produtivos sustentáveis como os sistemas de plantio direto; de produção integrada; uso de bioinsumos; sistemas irrigados; entre outros.

Fonte: Assessoria Mapa
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