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Boletim da Secretaria da Agricultura detalha impacto do El Niño na produção paranaense
O maior prejuízo coube aos triticultores do Estado que estavam colhendo a safra 2022/23. Em outras culturas de inverno, especialmente a cevada, também houve redução. Documento também analisa a produção de uvas e perus no Paraná.

O impacto dos eventos climáticos relacionados ao El Niño é um dos assuntos do Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 24 a 30 de novembro. O documento é preparado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, e também fala da produção de uva, cotação do bovino de corte, custo de produção do frango e exportações de carne de peru.
A estimativa dos técnicos do Deral é que as perdas financeiras na agricultura provocadas pelas chuvas torrenciais, temperaturas altas e fortes ventos chegam a um valor preliminar de R$ 2,5 bilhões. O montante se deve à perda estimada de 1,5 milhão de toneladas em relação às projeções iniciais. Os prejuízos maiores foram observados nas regiões Sul e Sudoeste, embora todas tenham sido atingidas. “Lamentavelmente é um quadro delicado. É um El Niño muito forte. Não esperávamos essa magnitude”, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
O maior prejuízo coube aos triticultores do Estado que estavam colhendo a safra 2022/23. A produção recuou praticamente 980 mil toneladas em relação ao potencial. Com as doenças no período anterior às chuvas e, posteriormente, em razão dessas, a produção caiu para 3,6 milhões de toneladas. A qualidade também decaiu, gerando ao menos 420 mil toneladas de trigo que serão destinadas a ração. Considerando os fatores quantidade e qualidade, as perdas dessa cultura se aproximam de R$ 1 bilhão.
Em outras culturas de inverno, especialmente a cevada, também houve redução. Nessa, os prejuízos podem somar R$ 200 milhões.
Na safra 2023/24, as maiores perdas monetárias foram observadas entre os produtores de fumo do Estado, com prejuízo projetado em quase R$ 560 milhões, perdendo 31 mil toneladas do produto. As folhas retiradas até o momento saíram de plantas de porte pequeno.
Outras culturas da safra de verão que estão em término de plantio já registraram prejuízo estimado em R$ 750 milhões. Mas como a safra ainda está no início, os valores são preliminares. Em algumas regiões, especialmente o Sul e o Oeste, a baixa luminosidade é o principal fator de preocupação, pois pode implicar no rendimento da lavoura. Além disso, a erosão é um fator agravante.
Além desses prejuízos, produtores precisaram replantar algumas áreas, o que encareceu ainda mais o trato, visto que nessas culturas mais de um terço dos custos estão relacionados às sementes e à adubação de base. O arroz irrigado, que tem o Noroeste como terra mais adequada no Estado, teve áreas alagadas por mais de um dia com estimativa de perda de 36,6 mil toneladas.
Das principais culturas paranaenses, o milho de segunda safra foi colhido em período anterior às chuvas fortes e acabou favorecido pelas temperaturas mais altas, levando a uma produção recorde de 14 milhões de toneladas.
O El Niño é um evento climático resultante do aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico. Na região Sul do País, a tendência é a intensificação de chuvas, superiores às médias históricas. Ele ocorre a cada cinco ou sete anos e sua duração é de aproximadamente um ano e meio. Entre 2018 e 2019 também havia sido registrado o fenômeno, mas com intensidade menos forte e as perdas daquele período foram consequência da estiagem.

Foto: Gilson Abreu/AEN
Na safra 2015/2016 houve condição similar à deste ano e a agricultura também foi afetada. Naquele período as perdas de produção ficaram em 2,8 milhões de toneladas.
Uva
O Paraná figura no sexto lugar na produção de uvas do Brasil (3,6%), e o município de Marialva, no Norte do Estado, polo produtor da baga, é o 14º no rankeamento da produção nacional (0,8%). No Estado, contabilizou-se uma área próxima a 3,5 mil hectares e colheita de 52,1 mil toneladas de uvas, em 2022. Entre 2013 e o ano passado, influenciado pelo reposicionamento da viticultura de mesa no País, ocorreu uma redução de 28,4% da área e 34,1% nos volumes colhidos no Estado.
Bovino de corte
A cotação da arroba bovina registrou aumento nos últimos dias, passando de R$ 232,35 no encerramento da última sexta-feira para R$ 244,70 no momento da redação deste boletim. As principais razões para essa variação continuam sendo o aquecimento temporário da economia devido ao período de fim de ano e o crescimento na demanda decorrente das festas e confraternizações, características típicas do período que antecede o Natal.
Frango
Segundo a Embrapa Suínos e Aves (CNPSA), o custo de produção do frango vivo, no Paraná, produzido em aviário tipo climatizado em pressão positiva, atingiu, em outubro de 2023, o valor de R$ 4,27/kg, representando um aumento de 1,18% (+R$ 0,05/kg) em relação ao mês anterior (R$ 4,22/kg) e uma redução de 22,22% em comparação com outubro

Foto: Ari Dias/AEN
de 2022, cujo valor foi de R$ 5,49/kg.
No acumulado do ano, o Índice de Custo de Produção de Frango (ICPFrango) apresentou uma queda de -23,95%. Nos últimos 12 meses, a variação foi de -22,29%. Em 2021, houve um aumento acumulado de +19,79%, enquanto em 2022 foi de 5,28%
Peru
Segundo o Agrostat Brasil/MAPA, nos dez meses de 2023, a exportação nacional de carne de peru atingiu 58.457 toneladas, resultando num ingresso de divisas da ordem de US$ 172,237 milhões. Assim, registra-se uma alta de 20,3% (volume) e 10,7% (receita cambial) sobre igual período do ano anterior. No acumulado de janeiro a outubro de 2023, os principais estados produtores e exportadores foram: Rio Grande do Sul (US$ 77,186 milhões e 22.790 toneladas), Santa Catarina (US$ 58,264 milhões e 21.848 toneladas) e Paraná (US$ 36,708 milhões e 13.799 toneladas).

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Dilvo Grolli recebe Menção Honrosa da ABCA por sua contribuição à agronomia brasileira
Reconhecimento destaca seu papel no avanço científico, na inovação cooperativista e na consolidação do Show Rural como vitrine tecnológica do agro.

A Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA) prestou, dias atrás, homenagem especial ao presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Ele recebeu o título de Menção Honrosa pela relevante contribuição ao fortalecimento da Engenharia Agronômica no Paraná e no Brasil. O reconhecimento é concedido a personalidades que, além de estimular avanços científicos e tecnológicos no agro, destacam-se como empreendedores que impulsionam o crescimento de suas regiões e do País.

Fotos: Divulgação/Coopavel
Dilvo Grolli tem trajetória reconhecida no cooperativismo paranaense e nacional. Sua visão de futuro e capacidade de liderança contribuíram para transformar a Coopavel em uma das cooperativas mais respeitadas do País, referência em gestão, inovação e apoio ao produtor rural. Ele também é um dos idealizadores do Show Rural Coopavel, criado ao lado do agrônomo Rogério Rizzardi, evento que se tornou um dos maiores centros difusores de tecnologia agrícola do mundo e que impacta diretamente a evolução do agronegócio paranaense e de estados vizinhos.
Exemplo
O presidente da ABCA, professor-doutor Evaldo Vilela, destacou a grandeza dessa contribuição ao afirmar que Dilvo Grolli é um exemplo de liderança que transforma. “Sua dedicação ao cooperativismo, ao conhecimento agronômico e à inovação, traduzida na criação do Show Rural, tem impacto direto no desenvolvimento sustentável do agro brasileiro”.
Ao agradecer a honraria, Dilvo ressaltou o papel indispensável da Engenharia Agronômica para o Brasil. “A agronomia é uma das bases que sustentam o agronegócio moderno. Sem esse conhecimento técnico e científico, o campo não teria alcançado o nível de produtividade e competitividade que hoje coloca o Brasil entre os maiores produtores de alimentos do mundo”, afirmou. Também destacou a importância dos agrônomos ao sucesso das cooperativas: “Profissionais da agronomia têm participação decisiva no crescimento de instituições como a Coopavel, que chega aos seus 55 anos dedicada ao desenvolvimento da agropecuária brasileira”.
A solenidade também enalteceu outros líderes locais, entre eles o empresário Assis Gurgacz, igualmente homenageado por sua atuação e pelo apoio contínuo ao desenvolvimento do setor produtivo, e a agronomia por meio da FAG. O professor Evaldo destacou que figuras como Dilvo Grolli e Assis Gurgacz ajudam a consolidar um ambiente favorável à inovação, à sustentabilidade e ao aprimoramento técnico da agropecuária brasileira, bem como da agronomia.
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Copacol reconhece desempenho dos produtores no Experts do Agro
Com participação de 120 produtores, evento premiou melhores resultados regionais e apresentou o próximo desafio: alcançar 500 sacas por alqueire somando soja e milho.

A dedicação, o conhecimento e a capacidade de inovação dos cooperados foram reconhecidos pela Copacol na cerimônia de premiação do Projeto Experts do Agro. O evento reuniu em Cafelândia agricultores, familiares, técnicos e parceiros que, ao longo nos últimos dois anos, trabalharam com foco em eficiência, sustentabilidade e melhores resultados no campo.
Divido em três regiões (Baixa, Alta e Sudoeste) o Experts do Agro teve a participação de 120 cooperados e cooperadas, que participaram de encontros e treinamentos intensos, com análises de estudos exclusivos do Centro de Pesquisa Agrícola (CPA). O conhecimento obtido por cada um dos agricultores foi aplicado em áreas de cultivo e os melhores resultados tiveram o reconhecimento da Cooperativa.

Fotos: Divulgação/Copacol
Foram premiados os três melhores de cada região. Cada um foi presenteado com uma viagem à Foz do Iguaçu, com hospedagem em resort e direito à um acompanhante. Na região baixa, regional de Nova Aurora, os premiados foram: com 4.304,5 pontos, Sidney Polato de Goioerê André Gustavo, com 4.343,15 pontos e com 4.388,5 pontos Simone Chaves Oenning, de Nova Aurora, que se destacou com o maior resultado da região, com produtividade de 208 sacas por alqueire.
Na região alta, regional de Cafelândia, os vencedores foram: com 4.177,8 pontos, Elton José Müller, de Bom Princípio, Toledo Elci Dalgalo, de Cafelândia, com 4.208,5 pontos e com 4.260 pontos, também de Cafelândia, Marcio Rogério Scartezini, que se destacou com produtividade de 221,6 sacas por alqueire.
Já no Sudoeste, os destaques foram os produtores: com 4.205,4 pontos, Willian Rafael Dallabrida, de Flor da Serra Ricardo Galon, de Salto do Lontra, com 4.630 pontos e com 4.724 pontos, Douglas dos Santos Cavalheiro, de Pérola do Oeste, que colheu 241,9 sacas por alqueire.
Proporcionar ao produtor tecnologia e conhecimento técnico para garantir uma safra com maior produtividade e rentabilidade foi a proposta do Projeto Experts do Agro. No decorrer dos anos, vários desafios foram lançados aos cooperados e superados pelos participantes: Projeto 160, Produtividade com Qualidade Soja + Milho 440 e Excelência 460.
A partir de 2026, os cooperados serão desafiados a participar do Projeto Safra 500: total de sacas de milho soja por alqueire. “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo. Agora, temos pela frente um novo desafio, que também será alcançado com o desenvolvimento de estudos que auxiliam os produtores”, afirma o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol.
Destaque

Diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol: “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo”
Com a maior produtividade entre todos os participantes do Projeto Experts do Agro, Douglas Cavalheiro aplicou na propriedade todo o conhecimento obtido nos treinamentos. O resultado superou as expectativas do cooperado do Sudoeste paranaense, onde a Copacol está expandindo a atuação nos últimos anos.
“A Copacol tem feito a diferença em nossas vidas. No Sudoeste não tínhamos oportunidades de nos capacitar, de buscar crescimento. Com a chegada da Cooperativa, estamos evoluindo a cada ano em produtividade, em conhecimento técnico e inovação, e por meio do CPA temos à disposição o que há de mais avançado para produzir. Estou feliz não só pelo prêmio, mas pela presença da Cooperativa em nossa região”, comemora o campeão de produtividade.
Atrações
Além da premiação dos cooperados, o encerramento do Experts do Agro contou um panorama amplo do mercado atual de grãos, com Ismael Menezes, especialista em economia e mercado agrícola, com mais de 20 anos de experiência no setor do agro. Duante a cerimônia, o gerente técnico, João Maurício Roy, e o supervisor do CPA, Vanei Tonini, apresentaram um resumo da safra, o desempenho elevado da Cooperativa na comparação com as demais áreas agrícolas e os avanços alcançados pelos participantes do Experts do Agro ao longo dos últimos dois anos.
“Conseguimos traduzir os resultados de pesquisas do CPA em informações que chegam lá no campo. Foram dois anos de troca de experiências com êxito. Encerramos em grande estilo reconhecendo os produtores que mais se destacaram nos manejos e na aplicação das tecnologias. Com produtividade 30% maior que a média geral da Cooperativa, finalizamos com sucesso o Experts do Agro”, exalta João.
Critérios de avaliação
Além da boa produtividade no Experts do Agro, os produtores premiados se destacaram também na boa condução dos manejos, como: Incremento de produtividade em relação à média da unidade em sacas por alqueire qualidade estrutural do solo cobertura do solo com consórcio milho + braquiária, cobertura pré-trigo cobertura após o milho segunda safra manejo de buva e participação nos encontros dos Experts do Agro.
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Nova edição de Nutrição & Saúde Animal destaca avanços que moldam o futuro das proteínas animais
Conteúdos exclusivos abordam soluções nutricionais que ampliam índices produtivos e fortalecem a sanidade de aves, suínos, peixes e ruminantes.

A nova edição do Jornal Nutrição e Saúde Animal, produzida por O Presente Rural, já está disponível na versão digital e reúne uma ampla cobertura técnica sobre os principais desafios e avanços da produção animal no Brasil. A publicação traz análises, pesquisas, tendências e orientações práticas voltadas aos setores de aves, suínos, peixes e ruminantes.
Entre os destaques, o jornal aborda a importância da gestão de micotoxinas na nutrição animal, tema discutido no contexto da melhoria da eficiência dos rebanhos . A edição também traz conteúdos sobre o uso de enzimas e leveduras e o papel dessas tecnologias na otimização de dietas e no desempenho zootécnico .
Outro ponto central são os avanços na qualificação de técnicos e multiplicadores, essenciais para promover o bem-estar animal e disseminar práticas modernas dentro das granjas . O jornal destaca ainda o impacto estratégico dos aminoácidos na nutrição, além de trazer uma análise sobre conversão alimentar, tema fundamental para a competitividade da agroindústria .
Os leitores encontram também reportagens sobre o uso de pré-bióticos, ferramentas de prevenção contra Salmonella, estudos sobre distúrbios de termorregulação em sistemas produtivos e avaliações sobre os efeitos da crescente pressão regulatória e tributária sobre o setor de proteína animal .
A edição traz ainda artigos sobre manejo, probióticos, qualidade de ovos, doenças respiratórias em animais de produção e desafios sanitários relacionados a patógenos avícolas, temas abordados por especialistas e instituições de referência no país .
Com linguagem acessível e foco técnico, o jornal reforça seu papel como fonte de atualização para produtores, gestores, consultores, médicos-veterinários e demais profissionais da cadeia produtiva.
A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.



