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Boletim Agropecuário de abril traz recuperação na produção de milho e incremento nas exportações catarinenses

Em maio o IBGE divulgará os primeiros resultados da Pesquisa Trimestral do Leite, com a quantidade de leite cru adquirida pelas indústrias inspecionadas do Brasil.

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Foto: Divulgação/Epagri

A safra 2022/23 de milho em Santa Catarina deve ser satisfatória, após dois anos de frustração. A soja mantém a expectativa de ótima colheita no Estado e os produtores catarinenses de trigo estão estimulados para o próximo ciclo agrícola. A produção catarinense de banana se recuperou, retomando patamares de 2019, enquanto os preços seguem em elevação. Exportações em alta no arroz, frangos e suínos.

Confira estas e outras análises no Boletim Agropecuário de abril, documento mensal em que os técnicos da Epagri/Cepa apresentam uma análise econômica da agropecuária catarinense.

Milho

Após dois anos de frustração, em função da estiagem, a safra catarinense de milho 2022/23 pode ser considerada satisfatória, com perdas localizadas nas áreas adjacentes ao Rio Uruguai no extremo Oeste. Já foram colhidos 76% do total cultivado, com estimativa de produção de 2,69 milhões de toneladas.

Os preços estão nos menores valores desde outubro de 2020, com recuo de 5,7% entre fevereiro e março e de 18,1% entre março de 2022 e deste ano.

Soja

Os números estão apontando para uma ótima safra de soja no Estado, possivelmente a maior da série histórica levantada pela Epagri/Cepa, com estimativa de colheita de 2,74 milhões de toneladas na primeira safra 2022/23.

O avanço da colheita da safra recorde no país empurra os preços para baixo. Em março, o preço médio pago ao produtor chegou a R$157,52 a saca, menor valor em mais de dois anos. Entre fevereiro e março a retração foi de 7,93% e entre março de 2022 e o mesmo mês deste ano chegou a 21,8%.

Bovinos

Os preços do boi gordo em Santa Catarina mantiveram-se estáveis nas duas primeiras semanas de abril em relação ao mês anterior, registrando-se apenas leve variação de -0,05%. Com a retomada das exportações de carne bovina para a China, a expectativa é de que nas próximas semanas sejam novamente observadas variações positivas nos preços do boi gordo. Na comparação entre o valor de abril e o do mesmo mês de 2022 observou-se queda de 9,2% no preço médio estadual.

De acordo com dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), sistematizados pela Epagri/Cepa e divulgados no Observatório Agro Catarinense, no primeiro trimestre deste ano foram produzidos em Santa Catarina e destinados ao abate cerca de 146 mil bovinos, queda de 3,8% em relação à produção do mesmo período de 2022.

Frangos

Santa Catarina alcançou os melhores resultados das exportações de frangos desde maio de 2019, tanto em valor quanto em quantidade. Em março o Estado exportou 104,7 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada), alta de 32% em relação às exportações do mês anterior e de 17,8% na comparação com as de março de 2022. As receitas foram de US$219,5 milhões, aumento de 28,1% em relação às do mês anterior e de 27,3% na comparação com as de março de 2022.

No 1º trimestre, Santa Catarina exportou um total de 279,3 mil toneladas, com receitas de US$602,2 milhões, altas de 13,1% em quantidade e de 27,6% em valor na comparação com as do mesmo período do ano passado. O estado foi responsável por 23,8% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango nos três primeiros meses do ano.

De acordo com dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), sistematizados pela Epagri/Cepa e divulgados no Observatório Agro Catarinense, no primeiro trimestre deste ano foram produzidos no Estado e destinados ao abate 212,8 milhões de frangos, queda de 0,3% em relação ao mesmo período de 2022.

Suínos

Santa Catarina exportou 57,5 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos) em março, alta de 34,8% em relação às exportações do mês anterior e de 10,9% na comparação com as de março de 2022. As receitas foram de US$137,0 milhões, crescimento de 33,8% em relação às do mês anterior e de 25,2% na comparação com as de março de 2022.

Durante o 1º trimestre, o estado exportou 150,2 mil toneladas de carne suína, com receitas de US$ 362,7 milhões, altas de 11,2% e 25,3%, respectivamente, em relação às do mesmo período de 2022. Santa Catarina respondeu por 56,6% das receitas e por 55,5% do volume de carne suína exportada pelo Brasil este ano. Os cinco principais destinos das exportações catarinenses foram responsáveis por 82,7% das receitas dos três primeiros meses do ano, com destaque para a China e Hong Kong, que responderam por 51,8% dos embarques do período.

De acordo com dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), sistematizados pela Epagri/Cepa e divulgados no Observatório Agro Catarinense, no primeiro trimestre deste ano foram produzidos em Santa Catarina e destinados ao abate 4,40 milhões de suínos, alta de 4,2% em relação ao mesmo período de 2022. Dos animais produzidos no período, 91,7% foram abatidos em Santa Catarina, sendo o restante destinado a frigoríficos localizados em outros estados.

Trigo

Os produtores de trigo de Santa Catarina se mostram motivados com os bons resultados alcançados na safra 2022/23, concluída em janeiro. Neste cenário, a Epagri/Cepa espera um incremento na área plantada no estado para a safra 2023/24, expectativa reforçada pelo crescimento de 10% ao ano na produção, registrado nos últimos 10 anos.

Em março, o preço médio mensal pago ao produtor de trigo recuou 1,42%, fechando em R$84,53 a saca de 60 kg. Na comparação anual, em termos nominais, os preços recebidos neste mês estão 13,47% abaixo dos registrados no mesmo mês de 2022.

Banana

A banana catarinense está com preços e oferta em alta. Nos primeiros três meses do ano, o valor negociado da banana de Santa Catarina nas centrais de abastecimento nacionais foi de R$41,2 milhões, aumento de 50% em relação ao mesmo período do ano anterior. O volume foi de 16,7 mil toneladas, o que representa 10% do total comercializado. O crescimento é reflexo da elevação da demanda.

A oferta de banana catarinense está acima de 5 mil toneladas por mês, voltando aos patamares de 2019. No final de fevereiro, fortes ventos e chuvas atingiram os municípios de Luiz Alves, Massaranduba e São João do Itaperiú, danificando bananais na região. No entanto, o aumento da produção ao longo de março manteve a oferta da fruta no mercado.

Arroz

O aumento das exportações e a expectativa de problemas na safra gaúcha elevaram o preço do arroz. De janeiro a março, as exportações somaram US$8,06 milhões, aproximadamente o dobro do total exportado em todo o ano de 2022. O principal destino foi a Venezuela. Com a queda do dólar observada nos últimos dias, é possível que o grão brasileiro perca competitividade e, com isso, haja redução no ritmo de embarque.

Até o momento, 90,5% da área semeada no Estado foi colhida, no Litoral Norte está praticamente finalizada. A estimativa inicial da Epagri/Cepa aponta para uma produção de 1.235.230 toneladas na safra 2022/23, pequena queda de -1,34% em relação à safra passada, quando a produtividade esteve acima da média.

Feijão

Até o final do mês de março, 93% das áreas plantadas com feijão primeira safra em Santa Catarina haviam sido colhidas. Esta safra foi marcada por atraso nos plantios, em função de condições climáticas adversas, o que resultou num encurtamento da janela de plantio. Em virtude disso, muitos produtores reduziram suas áreas. Outros substituíram o feijão por outra cultura de verão.

Com relação ao feijão segunda safra, aproximadamente 67% da área plantada no Estado se encontra em fase de floração, com 98% das lavouras em boas condições e apenas 2% ruins.

Em março, a saca do feijão-carioca estava 10,86% acima do que foi pago no mesmo mês do ano passado, em termos nominais. Para o feijão-preto, a redução anual foi de 13,38%.

Alho

A safra catarinense de alho está em processo de comercialização, porém lenta e com preços abaixo do custo de produção, em geral. Situação semelhante está ocorrendo em outros países, entre eles Espanha, China e Itália.

Em março foram importadas 12,07 mil toneladas de alho, redução de 7,79% na quantidade em relação a fevereiro. Na comparação entres os primeiros trimestres de 2022 e 2023, há um aumento de 4,02% na quantidade importada. Os principais fornecedores da hortaliça ao Brasil foram Argentina (88,62% do total) e China (1,19%).

Cebola

Santa Catarina já comercializou mais de 85% da sua produção de cebola. Com o final da colheita, a Epagri/Cepa consolidou os números da safra 2022/23, fechando numa safra de 551.225 toneladas, o que mantém o Estado como o maior produtor nacional da hortaliça.

No primeiro trimestre de 2023, a importação foi de 17.007 mil toneladas, volume 48,57% menor que no mesmo período do ano passado.
Em março os cebolicultores catarinenses receberam entre R$1,80/kg e R$2,00/kg, na praça de Rio do Sul, o que indica cotações em baixa.

Leite

Em maio o IBGE divulgará os primeiros resultados da Pesquisa Trimestral do Leite, com a quantidade de leite cru adquirida pelas indústrias inspecionadas do Brasil. O cenário mais provável é de uma quantidade superior à do mesmo período do ano passado, comprometido por adversidades climáticas e questões de rentabilidade.

No primeiro trimestre de 2023, as importações brasileiras de lácteos atingiram 65,6 milhões de quilos, 174% a mais que no primeiro trimestre de 2022 (23,9 milhões de quilos). Convertidas em equivalentes litros de leite, as importações atingiram 506,3 milhões de litros, o que representa um aumento de 204% em relação aos 166,8 milhões de litro importados no primeiro trimestre de 2022. A manutenção de preços internos de lácteos mais elevados do que os preços de importação provenientes da Argentina e do Uruguai, combinada com as recentes valorizações do real frente ao dólar, tende a manter as importações em patamares relativamente elevados nos próximos meses.

O mercado de lácteos deu sinais de recuperação entre a segunda quinzena de março e os primeiros dias de abril, o que se refletiu nos preços aos produtores. Pelos dados parciais dos levantamentos da Epagri/Cepa, o preço médio de abril aos produtores catarinenses pode ficar em R$2,72 o litro, seis centavos acima do preço médio de março, de R$2,66 o litro.

Fonte: Assessoria Epagri/Cepa

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Fotos: Shutterstock

Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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