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Boi supera R$230/arroba no Brasil e deve seguir em patamar recorde até o fim do ano

Comportamento do consumo interno, ainda afetado pela pandemia do novo coronavírus, é o único fator que pode limitar o avanço da arroba no próximo bimestre

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Arquivo/OP Rural

A arroba do boi gordo superou a marca de R$ 230 na última semana, mesmo patamar alcançado em novembro de 2019, quando ávidas compras da China levaram a uma disparada nas exportações de carne e resultaram em valores históricos para o produto nacional.

Com uma redução na oferta de gado devido ao ciclo pecuário, queda na produção, firme demanda externa e câmbio favorável a exportações, a tendência é que as cotações do animal sigam em nível recorde, exigindo maior desembolso dos frigoríficos, conforme analistas.

O comportamento do consumo interno, ainda afetado pela pandemia do novo coronavírus, é o único fator que pode limitar o avanço da arroba no próximo bimestre. E, mesmo nesta hipótese, novembro e dezembro prometem recuperação com a tradicional demanda para festas somando-se à conjuntura altista.

O Indicador do Boi Gordo Cepea/B3 fechou em R$ 234,25 por arroba na quinta-feira (27), avanço de 2,61% na variação mensal e 49,3% ante igual período do ano passado. Na sexta-feira (28), a cotação bruta calculada pela Scot Consultoria indica arroba a R$ 232 à vista na referência de São Paulo, para o mercado físico. Descontados os impostos, o valor a prazo bateu R$ 230,50 por arroba. Bovinos jovens (até 30 meses), cuja carne é apta para embarque à China, contam com um incremento de R$ 3 por arroba para machos, mostram dados da consultoria.

O diretor da Scot, Alcides Torres, disse que no começo do ano, em função das incertezas relativas à pandemia, o pecuarista atrasou a tomada de decisão sobre enviar ou não o gado para confinamento. “Isso acabou atrasando a entrega dos animais confinados que estariam disponíveis para venda agora e essa falta de gado (pronto para abate) contribuiu pra a atual restrição de oferta de boiadas, e os frigoríficos estão tendo que pagar mais”, explicou. “Agora, por falta de boiadas, o preço veio em uma toada que nos aproxima do valor de pico da entressafra”, acrescentou.

Ele ainda disse que o pico da cotação bruta do boi gordo chegou a R$ 250 por arroba no fim do ano passado, “e podemos ver de novo até preços maiores que esse”, com a alta condicionada ao comportamento do mercado interno. “Não podemos mandar toda a carne para exportação”, comentou.

Abates vs exportação

Torres pontuou que a oferta de gado deve continuar comedida até o fim do ano, e este processo ainda pode se estender por 2021, devido ao ciclo pecuário. A estratégia de retenção de fêmeas, para elevar a produção de bezerros, tem contribuído para baixar o nível de abates do país.

Levantamento da consultoria Agrifatto mostra que 17,02 milhões de cabeças foram abatidas no Brasil entre janeiro e julho, queda de 9,5% ante o mesmo intervalo de 2019. Para 2020, a projeção indica recuo de 8% nos abates, para 36,77 milhões. A produção de carne bovina, por sua vez, caiu 7,8% até julho para 4,32 milhões de toneladas. Em contrapartida, as exportações subiram 10,3% no período para 1,16 milhão de toneladas.

Somente no primeiro semestre, as importações chinesas de carne bovina do Brasil saltaram 148%, para 365.126 toneladas, e com isso o país asiático se tornou destino de 57% da proteína comercializada pelos brasileiros no período, conforme levantamento da associação do setor Abrafrigo.

O aumento no número de plantas habilitadas para exportar para a China, aprovado no segundo semestre de 2019, foi fundamental para estes resultados. “Cerca de 75% dos frigoríficos brasileiros têm acesso a algum tipo de mercado externo. Então, apesar do mercado interno estar relativamente ruim, por conta da pandemia, eles conseguiram compensar (financeiramente) com negócios feitos a câmbio alto”, disse a diretora executiva da Agrifatto, Lygia Pimentel.

Neste contexto, vale destacar que os três maiores frigoríficos do país —JBS, Marfrig Global Foods e Minerva Foods— registraram lucros significativos nos balanços do segundo trimestre, na esteira de fatores como câmbio e demanda externa. Desta forma, considerando que a indústria também está capitalizada, “tem espaço para a arroba continuar subindo sim”, estimou a diretora da Agrifatto.

Cenário interno

A grande dúvida para os próximos meses está no comportamento da demanda no mercado interno, disse o consultor em Gerenciamento de Risco especializado em Boi Gordo da StoneX, Caio Toledo. “Se a demanda vier abaixo da expectativa ou permanecer estável nos próximos dois meses… os preços da arroba podem arrefecer, com recuperação prevista para novembro e dezembro”, afirmou.

No fim do ano, seja pelos pagamentos do décimo terceiro ou pelo processo de melhora da economia, Toledo disse que tudo leva a crer que haverá reação na demanda doméstica, somada com a questão da oferta baixa de carne e com as exportações pujantes. “Uma coisa que vamos monitorar é o auxílio emergencial e os impactos econômicos caso ele deixe de existir”, completou.

Fonte: Reuters

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Mobilização do setor rural retira de pauta PL que aumentaria custos extrajudiciais no Paraná

Pressão do Sistema Faep, sindicatos e produtores garante suspensão do projeto que poderia elevar em até 532% taxas essenciais para atividades rurais e impactar o preço dos alimentos no estado.

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Foto: Shutterstock

O Projeto de Lei (PL) 1016/2025, referente ao aumento dos valores de referência aos atos extrajudiciais no Paraná, foi retirado da pauta de votação da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A ação é resultado da mobilização do Sistema Faep, com apoio dos sindicatos e produtores rurais, que também envolveu o G7 (grupo que reúne sete entidades representativas do setor produtivo paranaense), os deputados estaduais e o governo estadual. O projeto de lei havia sido protocolado na Alep pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR).

Caso o PL 1016/2025 fosse aprovado, o impacto financeiro seria significativo na agropecuária estadual. Isso porque os produtores rurais teriam que pagar, por exemplo, até 532% a mais para averbação sem valor econômico, 351% para emissão de certidões e 82% para pedidos de escrituras com valor acima de R$ 750 mil. Com o aumento dos custos dentro da porteira, o valor dos alimentos para a sociedade paranaense sofreria reajuste.

“A retirada de tramitação do projeto é uma vitória do setor rural e também da sociedade paranaense, já que teria impacto para todos os cidadãos. O momento em que vivemos, principalmente no meio rural, é delicado, com altos custos de produção, margens apertadas e problemas extras, como as intempéries climáticas. Essa vitória é coletiva, resultado da mobilização de diversos elos da cadeia produtiva rural”, destaca o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette. “O Sistema Faep, nossos sindicatos e produtores rurais agradecem a sensibilidade dos deputados estaduais, principalmente do presidente da Alep, Alexandre Curi, e do governador, Carlos Massa Ratinho Junior”, complementa.

A retirada do PL da pauta da Alep evita que os produtores rurais tenham que pagar a mais em operações de registro, averbação, retificação de área, georreferenciamento, regularização ambiental e ratificação de área em faixa de fronteira. Esses documentos são necessários para o financiamento, regularização fundiária, crédito rural, registro de propriedades, regularização ambiental e, até mesmo, a obtenção de financiamentos bancários.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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Centro de Excelência em Fertilizantes lidera debate sobre inovação na AgriZone

Painel do Mapa apresenta novo modelo de governança para desenvolver fertilizantes eficientes e tecnologias adaptadas aos biomas brasileiros, fortalecendo a segurança alimentar e a sustentabilidade.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) promoveu, na quinta-feira (20), o painel “O Centro de Excelência em Fertilizantes e Nutrição de Plantas e a Nova Governança para Inovação Aberta no Agro”, na AgriZone, para debater como o CEFENP promoverá a ponte para a inovação em fertilizantes adaptados às condições tropicais. O Centro será formado por uma rede de hubs em nove estados do Brasil, com cinco países parceiros. Open labs e plantas-piloto transformarão ativos de P&D em produtos e tecnologias em fertilizantes eficientes, da bancada ao campo, sob a orientação da ciência, das políticas públicas e da sustentabilidade.

Na ocasião, representantes do Centro de Excelência em Fertilizantes e Nutrição de Plantas (CEFENP) apresentaram os modelos de governança, financiamento de projetos e estímulo ao mercado, que permitem inovação em fertilizantes eficientes, otimizando ativos públicos e acelerando demonstrações de campo com foco em adaptação climática e inclusão produtiva. Eles também destacaram como as diretrizes do CEFENP se alinham às do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF).

Foto: Mapa

O assessor especial da Secretaria-Executiva, José Carlos Polidoro, explicou que o centro de excelência em fertilizantes e nutrição de plantas consiste na criação de uma instituição público-privada representada por organismos nacionais e internacionais, setor privado e governos federal e estaduais, para promover inovação e negócios voltados ao desenvolvimento de tecnologias de ponta para a produção de fertilizantes no país e garantir a segurança alimentar. “Nós agora temos uma iniciativa de Estado, cujo desafio até 2050 é resolver essas questões. Temos prioridades muito claras para transformar o Brasil em um grande produtor de fertilizantes”, ressaltou Polidoro.

O diretor-executivo do Sindicato Nacional das Indústrias Produtoras de Matéria-Prima de Fertilizantes destacou que o Brasil tem condições de desenvolver tecnologias para a produção de fertilizantes apropriadas para cada bioma brasileiro. “O Brasil tem centros de pesquisa e desenvolvimento, tem pesquisadores, tem uma agricultura pujante, tem uma indústria que investe no país. Então, entendemos que o Brasil tem total condição de cumprir os objetivos do Plano Nacional de Fertilizantes e reduzir nossa dependência”, afirmou.

A missão essencial do CEFENP é demonstrar que a cooperação interinstitucional e o uso compartilhado de ativos de P&D são mecanismos eficientes para reduzir custos, democratizar o acesso à inovação e consolidar a soberania tecnológica nacional.

A iniciativa busca instituir um novo paradigma de governança para o agronegócio brasileiro: um modelo capaz de escalar fertilizantes inteligentes, bioinsumos e práticas regenerativas, garantindo segurança alimentar, descarbonização da produção e resiliência climática.

Fonte: Assessoria Mapa
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Fim das tarifas extras dos EUA sobre produtos agrícolas brasileiros reforça relação bilateral

Ministro Carlos Fávaro destaca que a retirada das sobretaxas garante competitividade ao agronegócio brasileiro e marca a retomada do diálogo técnico entre Brasil e Estados Unidos.

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Foto: Allan Santos/PR

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou, nesta quinta-feira (20), que a retirada das tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos sobre produtos agrícolas brasileiros, como carne bovina, café e frutas, representa um avanço significativo na relação bilateral. Para o ministro, o anúncio feito pelo governo norte-americano confirma que o diálogo técnico e institucional retomou seu curso natural.

Segundo Fávaro, a medida é uma notícia tranquilizadora tanto para o agronegócio brasileiro quanto para os mercados internacionais. Ele destacou que a decisão demonstra maturidade nas tratativas e reduz tensões criadas nos últimos meses. “Como diz o presidente Lula, não tem assunto proibido. Tudo é possível no diálogo de alto nível”, afirmou. “A relação Brasil–EUA não podia ficar em fofocas e intrigas. A partir do momento em que os dois líderes dialogaram, as coisas vieram para a normalidade”, pontuou o ministro.

Com o fim da sobretaxa, produtos brasileiros voltam a acessar o mercado norte-americano em condições mais competitivas, reforçando o papel do país como um dos principais fornecedores globais de alimentos.

Fávaro reiterou que o momento marca a superação de ruídos e a consolidação de uma postura técnica entre os dois países. “Quem ganha com isso são os brasileiros, são os norte-americanos, a América e a relação comercial mundial”. “O diálogo continua. Ainda há muito a negociar, mas, para a agropecuária brasileira, esta decisão foi excelente”, finalizou o ministro Carlos Fávaro.

Produtos brasileiros beneficiados com o fim do tarifaço:

1. Carnes bovinas – o anexo traz todas as categorias de carne bovina — fresca, refrigerada ou congelada — incluindo:

  • Carcaças e meias-carcaças
  • Cortes com osso
  • Cortes sem osso
  • Cortes de “high-quality beef”
  • Miúdos bovinos
  • Carne salgada, curada, seca ou defumada

2. Frutas e vegetais – grande lista, incluindo:

  • Tomate (por sazonalidade)
  • Coco (fresco, desidratado, carne, água de coco)
  • Lima Tahiti / Lima da Pérsia
  • Abacate
  • Manga
  • Goiaba
  • Mangostim
  • Abacaxi (fresco e processado)
  • Papaya (mamão)
  • Diversas raízes tropicais: mandioca

3. Café e derivados

  • Café verde
  • Café torrado
  • Café descafeinado
  • Cascas e películas de café (“husks and skins”)
  • Substitutos contendo café

4. Chá, mate e especiarias – inclui diversas categorias de:

  • Chá verde
  • Chá preto
  • Erva-mate
  • Pimentas (piper, capsicum, paprika, pimenta-jamaica)
  • Noz-moscada
  • Cravo
  • Canela
  • Cardamomo
  • Açafrão
  • Gengibre
  • Cúrcuma
  • Misturas de especiarias

5. Castanhas e sementes

  • Castanha-do-pará
  • Castanha de caju
  • Macadâmia
  • Nozes pignolia e outras
  • Sementes diversas (coentro, cominho, anis, funcho etc.)

6. Sucos de frutas e derivados

  • Suco de Laranja (várias classificações)
  • Suco de limão / lima
  • Suco de abacaxi
  • Água de coco
  • Açaí (polpas e preparados)

7. Produtos de cacau

  • Amêndoas de cacau
  • Pasta de cacau
  • Manteiga de cacau
  • Pó de cacau

8. Produtos processados

  • Polpas de frutas (manga, banana, papaya etc.)
  • Geleias
  • Pastas e purês
  • Palmito
  • Tapioca, féculas e amidos
  • Produtos preservados em açúcar ou vinagre

9. Fertilizantes (importante para o Brasil como exportador/importador)

  • Ureia
  • Sulfato de amônio
  • Nitrato de amônio
  • Misturas NPK
  • Fosfatos (MAP/DAP)
  • Cloreto de potássio (KCl)

Fonte: Assessoria Mapa
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