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Boi se aproxima de R$300/arroba e aperta margem da carne para mercado brasileiro

Movimento é impulsionado pela oferta reduzida de animais e pela demanda por novos lotes para abate

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Arquivo/OP Rural

O preço da arroba do boi gordo tem renovado recordes com frequência no Brasil, aproximando-se da marca de 300 reais e apertando as margens de frigoríficos que negociam carne no mercado interno, ainda que a firme demanda na exportação mantenha os negócios rentáveis para quem vende no exterior, apontaram especialistas do setor.

O indicador do boi gordo Cepea/B3 atingiu na quarta-feira o recorde real de 292 reais por arroba (deflacionado pelo IGP-DI de outubro), apurando alta de cerca de 5% apenas nos primeiros dias do mês de novembro e de mais de 40% no acumulado de 2020.

O movimento é impulsionado pela oferta reduzida de animais e pela demanda por novos lotes para abate, especialmente para exportação de carne, que tem sido ajudada por um dólar forte que torna os negócios de commodities do Brasil ainda mais vantajosos.

A situação, em ano em que a soja, milho, arroz e outros produtos agrícolas também tiveram máximas no Brasil, pressionando a inflação, de certa forma frustra expectativas anteriores do governo brasileiro. Após a arroba bovina romper pela primeira vez 200 reais em novembro do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro havia dito que a escalada era passageira.

O Brasil exportou 1,4 milhão de toneladas de carne bovina in natura entre janeiro e outubro, alta de quase 12% na comparação com igual período do ano passado, com a China abocanhando quase a metade do total, segundo dados do governo.

“As vendas externas de carne seguem registrando bom desempenho, devido, principalmente, aos envios à China. De janeiro a outubro deste ano, o país asiático foi destino de 685,36 mil toneladas de carne bovina… correspondendo por 41,6% de todo o volume exportado pelo Brasil”, destacou nesta quinta-feira análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da USP.

O aumento nas exportações reflete uma alta no faturamento com os embarques. Segundo a consultoria Athenagro, a receita em dólares avançou 15,8% na comparação anual até outubro –mas convertido em reais, esse valor apura salto de 52,5% no período, marcado por firme desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar.

Esse comportamento é justamente o que permitiu que os preços da arroba disparassem no país, de acordo com o sócio-diretor da Athenagro, Maurício Palma Nogueira, que participou de seminário promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) nesta quinta-feira.

“Claro que é oferta e demanda, mas para chegar nos níveis em que nós chegamos, é o frigorífico exportador tendo condição e interesse em pagar mais pela arroba do boi, porque ele quer exportar de qualquer forma”, afirmou Nogueira durante o evento.

Dados compilados pela consultoria mostram que o preço médio da tonelada de carne bovina exportada passou de cerca de 16 mil reais em 2019 para 21.234 reais neste ano, alavancado pelo efeito cambial.

Nogueira projeta que o Brasil –já há alguns anos o maior exportador de carne bovina do mundo– atingirá em 2020 um volume embarcado equivalente ao dobro do segundo maior exportador, a Austrália, e superior à soma do segundo e terceiro colocados do ranking (Austrália e Estados Unidos).

Margem interna aperta

O cenário de preços altos, consequentemente, faz com que as margens do mercado interno fiquem cada vez mais apertadas.

O indicador de margem da Athenagro, que compara a soma do faturamento dos frigoríficos com cortes, sebo e ossos ao preço do boi, está nas mínimas da série histórica iniciada em 2007, assim como os “markups” (sobrepreços) praticados no varejo em relação ao preço pago à indústria.

“Este é o pior momento em termos de precificação para o mercado interno que os frigoríficos já viveram… Os frigoríficos não estão ganhando dinheiro no mercado interno”, disse Nogueira, que vê uma situação “extremamente apertada” para as companhias.

Para a pecuária de corte, porém, 2020 foi um ano de “tempestade perfeita para jogar os preços para cima”, e o panorama favorável deve seguir em 2021.

A Athenagro vê um aumento de 14,4% nos preços da pecuária no ano que vem, com o Brasil permanecendo como o principal “player” do mercado de carne bovina.

“O cenário para a carne bovina é fantástico, é fenomenal”, concluiu Nogueira.

Fonte: Reuters

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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