Suínos
Boas práticas de vacinação: tudo começa com temperatura adequada de armazenamento
Programas vacinais são um dos principais responsáveis pela eficiência e sustentabilidade da produção animal nos dias de hoje. Desta forma, se faz imprescindível que a educação de produtores seja disseminada para que a eficácia das vacinas não seja desperdiçada no ponto final e mais importante da cadeia.

Apesar de não ser um conceito novo, a sustentabilidade é um assunto cada vez mais em pauta na produção animal. O impacto ambiental da produção de suínos, por exemplo, é diretamente ligado à eficiência de produção. Neste cenário, avanços em áreas como o melhoramento genético, eficiência alimentar e avanços na saúde do rebanho contribuem para uma maior eficiência da cadeia.
Com relação aos avanços na sanidade dos planteis, recentes estratégias visando a redução de antibióticos na produção animal implicam em um aumento no uso de vacinas para que o impacto econômico de doenças seja evitado. Programas vacinais apresentam grande custo-benefício ao prevenir surtos e disseminação de doenças imunopreviníveis. No entanto, para que máximos resultados sejam obtidos através da aplicação de vacinas as doses devem ser manuseadas com cuidado desde o recebimento até o armazenamento e uso em granjas. Neste contexto, o entendimento da importância de vacinas e adequada educação de produtores em relação ao uso e o manuseio das mesmas é de extrema importância.
A terminologia boas práticas de vacinação determina os procedimentos desde o recebimento das vacinas à campo até a aplicação das mesmas nos animais em questão. Compreendendo, desta forma, o armazenamento, preparação para a administração, equipamento para a administração, entre outros. Entre os principais equipamentos a serem checados estão a conservadora de vacinas (tipo, idade, segurança da fonte de energia), organização, variação de temperatura, etc. Seguido de um adequado plano vacinal e preparação antes da aplicação. Durante a aplicação, diversos fatores devem ser levados em conta, como o tipo de agulha (comprimento e diâmetro), local exato da aplicação e conservação de frascos abertos que não foram completamente utilizados.
Condições ideais de armazenamento
A Organização Mundial da Saúde recomenda que todas as vacinas sejam armazenadas em temperaturas entre +2°C e +8°C em todos os segmentos da cadeia de frio, incluindo, portanto, câmaras de conservação nas granjas. Temperaturas superiores a +8°C e inferiores a +2°C são extremamente prejudiciais à eficácia das vacinas.
Para que a o intervalo de temperatura seja respeitado é imprescindível que o equipamento de conservação se encontre em boas condições. Desta forma, é importante que se evite equipamentos antigos visto que os mesmos tendem a apresentar maior instabilidade e possíveis desvios de temperatura, além de não garantirem adequada homogeneidade. Pelos mesmos motivos, refrigeradores domésticos e refrigeradores com compartimentos de congelamento devem ser evitados.
Para que o produtor assegure que as temperaturas estejam dentro do intervalo ideal é necessário que um termômetro de máxima e mínima seja posicionado do centro do equipamento. Ainda, vacinas dever ser dispostas na conservadora de forma organizada e espaçada, sempre evitando o armazenamento de frascos na porta das mesmas.
Além da escolha do aparelho em si, é necessário também que a localização do aparelho na granja seja pensada. Seguindo a mesma lógica de conservadores de sêmen, por exemplo, é necessário que se evite lugares suscetíveis a temperaturas extremas, incidência solar, presença de amônia, humidade e poeira. Ainda, é necessário que se considere opções de backup de energia, para que quedas de luz não afetem o estoque vacinal da granja.
Armazenamento na prática
Em estudo realizado o nível de conhecimento de produtores rurais em relação aos principais pontos referentes às boas práticas de vacinação foi acessado na Holanda a Bélgica. O mesmo estudo ainda envolveu uma avaliação das conservadoras de vacina presentes em granjas de suínos.
Neste estudo cerca de 50 produtores foram entrevistados e dentre as informações mais importantes obtidas em relação à conservação de vacinas foi a que apenas 80% dos entrevistados acertaram a pergunta na qual o intervalo ideal de temperatura da conservadora foi questionado. Além disso, 22% dos entrevistados não sabiam que o congelamento de doses tem impacto na eficiência vacinal subsequente.
Exemplo de perguntas realizadas e o percentual de respostas de acordo com as opções. (Opção correta grifada).

Variações
Com relação à análise das conservadoras presentes em granjas, temperaturas acima do aceitável ocorreram com maior frequência durante o período de verão. No verão, 52% dos refrigeradores excederam os 8°C, enquanto em outras estações esse percentual variou entre 19% (inverno e primavera) e 24% (outono). Variações de temperatura abaixo do recomendado foram menos recorrentes, no entanto fica claro a limitação de equipamentos encontrados na rotina à campo.
Conclusão
Programas vacinais são um dos principais responsáveis pela eficiência e sustentabilidade da produção animal nos dias de hoje. Desta forma, se faz imprescindível que a educação de produtores seja disseminada para que a eficácia das vacinas não seja desperdiçada no ponto final e mais importante da cadeia. Como demonstrado no estudo, ainda temos espaço para melhorias em relação à conscientização sobre das boas práticas e armazenamento de vacinas a campo.
As referências bibliográficas estão com a autora. Contato via Topigs Norsvin.
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Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.



