Notícias 15º SBSS
Boas práticas de manejo de leitões melhoram o desempenho das granjas
Médicas-veterinárias Djane Dallanora e Fernanda Laskoski abordaram hiperprolificidade, desmame e manejo do leitão na fase da creche.

O manejo dos leitões até o desmame é uma etapa essencial para alcançar uma matriz saudável e produtiva. Os desafios nessa fase foram pauta das palestras das médicas veterinárias Djane Dallanora e Fernanda Laskoski nesta quarta-feira (9), durante o 15º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), no formato presencial e virtual, com transmissão a partir do Centro de Eventos, em Chapecó.

Djane Dallanora tratou sobre os desafios da hiperprolificidade
Djane tratou sobre a hiperprolificidade, que é a capacidade das matrizes modernas de produzir um grande número de leitões, e as dificuldades enfrentadas pelas maternidades para desmamar tantos leitões. “A nossa maior dificuldade é a produção de leite das matrizes. Nós temos uma quantidade muito grande de leitões nascidos que precisam ser amamentados, então precisamos encontrar o manejo ideal para essa fêmea moderna, para ela dar conta de atender a leitegada.” Junto disso, vem o desafio de adaptação das equipes das granjas, que passam a trabalhar com um volume de 20% a 30% maior de leitões, no mesmo cenário de instalações.
Conforme a médica veterinária, há pontos de ação que podem ser executados dentro das granjas, que estão relacionados principalmente à condição corporal e à alimentação dessas porcas na lactação para que elas consigam produzir leite. “É preciso preparar toda essa estrutura materna e dar condições de saúde e nutrição para que essas fêmeas estejam prontas para amamentar uma matriz com 20 leitões. Temos que nos questionar sobre a eficácia das estratégias e ferramentas que estamos usando, pois nos deparamos com uma variabilidade muito grande no campo de linhagem genética, de modelo de comedouro, de modelo de instalação, se é climatizada ou não, então o que dá certo num lugar não pode ser levado no mesmo formato para outro. Temos que olhar para dentro do nosso sistema e entender o que dá certo na nossa granja.”
Outro ponto importante é o cuidado com as fêmeas jovens, garantindo que elas tenham peso e alimentação adequados para estarem preparadas para a primeira lactação. A sanidade dos leitões também deve receber atenção, para que eles não tenham diarreia, que é uma das principais questões sanitárias nesta fase. “Devemos conhecer nosso sistema de produção, avaliar a quantidade e qualidade do colostro produzido, estimular adequadamente o aparelho mamário das fêmeas jovens, fazer o uso racional das mães de leite, reduzir a quantidade de leitões fora das especificidades, observar as causas de refugagem e que levam os leitões a terem baixo desenvolvimento, o impacto de tudo isso na sanidade, e lembrar que a saúde no pós desmame está vinculada completamente à qualidade sanitária e de desempenho dos leitões na fase de maternidade”, finalizou.
Oportunidade e manejo

Médica veterinária Fernanda Laskoski
A médica-veterinária Fernanda Laskoski destacou que há muitas oportunidades de práticas de manejo para o período pós-desmame, que podem auxiliar na adaptação e incentivo do consumo para favorecer o desenvolvimento do leitão. Ela apresentou pesquisas que testaram estratégias simples, mas de significativo impacto, a exemplo do uso dos tapetes de alimentação, a importância de ofertar espaço maior de comedouro por leitão, o enriquecimento ambiental, garantir um grau de uniformidade de animais na baia e o estímulo ao consumo de água nas primeiras 24 horas pós-desmame. “São estratégias que ajudam a melhorar o desempenho de leitões e a reduzir a mortalidade e as perdas de peso neste período.”
Uma ambiência adequada, atenta para a qualidade do ar nas instalações, é outro fator extremamente relevante para a creche. “Levantamento observou que animais submetidos a um ambiente considerado limpo, com limpeza diária e controle da ventilação do ar, apresentaram melhor resposta imune, além de maior consumo de ração e mais ganho de peso diário.”
Para concluir, Fernanda salientou que é essencial buscar oportunidades dentro da realidade de cada granja e trazer constantemente melhorias com foco no bem-estar dos leitões. “Toda e qualquer estratégia que possa aprimorar a ambiência, a nutrição e sanidade dos animais pode ser considerada uma oportunidade. É de extrema importância executar ações básicas de manejo, que apesar de conhecidas, às vezes são pouco praticadas. Ainda, ter um olhar mais atento para a fase pós-desmame e observar com mais cuidado os animais são ferramentas interessantes para auxiliar o desenvolvimento do leitão na fase da creche.”
Sobre o SBSA
O 15º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura é promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) e segue até quinta-feira (10), no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC), no formato híbrido. Simultaneamente ocorrem a 14ª Brasil Sul Pig Fair e a Granja do Futuro, presencialmente. Durante o SBSS, 16 palestras contribuirão para atualizar os profissionais que atuam na cadeia suinícola. A programação é organizada em seis painéis que abordam o uso prudente de antimicrobianos e bem-estar animal; nutrição; pessoas; reprodução e manejo de leitões; mercado e governança social e ambiental; sanidade e biosseguridade.
Apoio
O 15º SBSS tem apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de SC (CRMV/SC), da Embrapa Suínos e Aves e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc).

Notícias
Com clima imprevisível, safra 2025/26 testa preparo técnico e capacidade de reação do produtor
Oscilações entre El Niño e La Niña e custos voláteis tornam a correta seleção de fertilizantes, defensivos e bioinsumos determinante para a produtividade.

A safra 2025/26 já avança em ritmo acelerado pelo Brasil, e as primeiras decisões deste ciclo já estão sendo tomadas em meio a um ambiente marcado por incertezas climáticas, custos sensíveis e exigência crescente por insumos de maior eficiência agronômica.
Após duas temporadas consecutivas de forte instabilidade, a 25/26 se inicia com um padrão climático que exige atenção redobrada. A distribuição irregular das chuvas, as oscilações de temperatura e a alternância entre El Niño e La Niña ampliam a importância de manejar o arranque das culturas com precisão. Esses fatores tornam ainda mais valioso o uso de insumos eficientes e tecnologias que ajudam a garantir vigor inicial, uniformidade e estabilidade ao longo do ciclo.

Foto: Freepik
A esse contexto climático se soma uma conjuntura econômica que reforça o protagonismo das decisões técnicas. A volatilidade internacional, as variações cambiais e os custos mais sensíveis colocam a escolha de fertilizantes, defensivos e bioinsumos no centro da estratégia do produtor. Cada decisão tomada agora influencia diretamente a construção de produtividade, o aproveitamento dos nutrientes e a saúde do solo, especialmente em um ciclo que tende a premiar quem atua com precisão e inteligência agronômica.
O agronegócio brasileiro deve encerrar 2025 com produção superior a 353 milhões de toneladas de grãos, mas a consolidação desse volume depende de eficiência dentro da porteira. Em um ambiente de margens mais estreitas e alta dependência da regularidade climática, a assertividade nas escolhas de insumos se torna determinante para o desempenho das lavouras.
Para o doutor em Agronomia, Douglas Vaz-Tostes, a força da safra está diretamente ligada à qualidade dos insumos utilizados. “A escolha correta dos insumos, principalmente dos fertilizantes, define a eficiência de todo o sistema produtivo. Quando o produtor investe em nutrientes adequados, na dose certa e no momento certo, ele reduz perdas, aumenta a rentabilidade e protege o potencial produtivo da cultura. Em um cenário de clima instável, acertar nessas decisões deixa de ser recomendação e passa a ser condição básica para o sucesso da safra”, salienta.
Nesse contexto, a fertilidade assume papel central. A qualidade da adubação no sulco, a seleção criteriosa das fontes e o uso de tecnologias que aumentam a disponibilidade e a eficiência dos nutrientes são fatores que moldam diretamente o desempenho ao longo do ciclo. A volatilidade dos preços globais de ureia, MAP e KCl reforça a importância de estratégias inteligentes, que incluem fertilizantes de maior eficiência, tecnologias de liberação controlada e combinações capazes de ampliar absorção e aproveitamento.
Outro protagonista da safra 2025/2026 é o avanço dos bioinsumos, que crescem mais de 20% ao ano e consolidam-se como ferramentas indispensáveis na estratégia moderna. Inoculantes, promotores de crescimento e soluções de proteção biológica se tornam essenciais para maximizar vigor inicial, aprofundar raízes e aumentar a resiliência frente ao estresse hídrico e à pressão de patógenos, pontos críticos em ciclos marcados por irregularidade climática.
O ambiente de mercado também exige atenção. A volatilidade internacional impacta diretamente soja e milho, demandando estratégias comerciais mais estruturadas, como hedge, contratos antecipados e organização logística desde a armazenagem até o transporte. Regiões com gargalos estruturais precisarão ajustar operações para evitar perdas e atrasos.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
Apesar dos desafios, a safra 2025/26 apresenta oportunidades consistentes. A evolução das tecnologias de monitoramento, sensoriamento remoto, agricultura de precisão e ferramentas digitais permite decisões mais ágeis, precisas e rentáveis. A integração entre informação, tecnologia e insumos de alta performance potencializa a produtividade, reduz custos e fortalece a sustentabilidade do sistema de produção. “A agricultura nacional já provou que cresce mesmo em cenários adversos. Na safra 2025/26, o protagonismo do produtor dependerá da soma entre conhecimento técnico, escolhas estratégicas e eficiência no manejo. Quem age com precisão não apenas fortalece a safra atual, mas amplia seu potencial futuro em um setor que continua sendo o motor econômico do país”, evidenciou o especialista.
Notícias Antimicrobianos na agropecuária
Comissão de Agricultura aprova texto que suspende decreto do Pronara
Proposta cita conceitos vagos, falta de critérios técnicos e interferência indevida em políticas agrícolas e incentivos econômicos.

O projeto que susta os efeitos do Decreto nº 12.538/2025, que instituiu o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), foi aprovado nesta quarta-feira (26) na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, sob relatoria do deputado Pezenti (MDB-SC), coordenador da Comissão de Meio Ambiente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O parlamentar argumenta que o Executivo extrapolou seu poder regulamentar ao criar uma política pública nacional sem autorização legislativa específica, envolvendo temas como política agrícola, incentivos econômicos e governança administrativa.

Deputado Pezenti: “O decreto introduz conceitos vagos e ideologicamente marcados, destituídos de base técnico-científica, em afronta ao princípio da segurança jurídica”
“O decreto introduz conceitos vagos e ideologicamente marcados, destituídos de base técnico-científica, em afronta ao princípio da segurança jurídica. Suas disposições interferem diretamente na política agrícola e na ordem econômica, ao impactar custos de produção, incentivos fiscais e instrumentos de crédito rural — temas que exigem disciplina legal”, explicou Pezenti.
De acordo com o autor do PDL 443/2025, deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), coordenador da Comissão de Seguro Rural da FPA, o decreto propõe uma estrutura de governança que carece de critérios técnicos para sua implementação, e muitas das ações sugeridas sobrepõem-se a programas já consolidados, como o PARA (Anvisa) e o SINITOX (Fiocruz), criando riscos de duplicidade, aumento de burocracia e uso ineficiente de recursos.

Deputado Rodolfo Nogueira: “Este é um projeto importante para a segurança alimentar e para as garantias do produtor rural”
“Este é um projeto importante para a segurança alimentar e para as garantias do produtor rural. Lembrando que os defensivos agrícolas são insumos essenciais para a proteção das lavouras, e isso traz a garantia do alimento na mesa do povo brasileiro”, finalizou Nogueira.
A proposta segue agora para análise das comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).
Notícias
Parque do Show Rural vira megacanteiro de obras para reforçar estrutura da edição 2026
Melhorias incluem 45 mil m² a mais de estacionamento, novas lanchonetes, pavimentação e estrutura ampliada para expositores.

O presidente da Coopavel e vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic) para Assuntos do Agronegócio, Dilvo Grolli, apresentou nesta quarta-feira (26) um panorama das obras em andamento e dos preparativos para a 38ª edição do Show Rural. Um dos maiores eventos técnicos do agronegócio mundial, o Show Rural será realizado de 09 a 13 de fevereiro de 2026. A tradicional missa de abertura está marcada para 11 horas de 08 de fevereiro, na área que abriga o parque desde 1989. “O parque parece um grande canteiro de obras. Inúmeras melhorias estão em curso para oferecer uma experiência única aos visitantes que estarão em Cascavel em busca de novidades para as atividades rurais”, afirmou, destacando o apoio histórico da Acic ao evento.

Presidente da Coopavel e vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic) para Assuntos do Agronegócio, Dilvo Grolli: “. Inúmeras melhorias estão em curso para oferecer uma experiência única aos visitantes que estarão em Cascavel em busca de novidades para as atividades rurais” – Fotos: Divulgação/Coopavel
Entre as intervenções estruturais citadas pelo presidente da Coopavel estão a ampliação do prédio da administração, a expansão do hub Espaço Impulso e a ampliação do galpão dedicado ao pequeno produtor. As iniciativas são desenvolvidas em parceria com o Itaipu Parquetec e a Itaipu Binacional.
Uma das principais frentes é a ampliação do estacionamento, que ganhará 45 mil metros quadrados adicionais. Com isso, a capacidade passará de 17 mil para 22 mil veículos e de 400 para mais de 700 ônibus por dia. Uma nova passarela, instalada no interior do antigo estacionamento, fará a ligação direta com o acesso principal do parque.
As obras de mobilidade também incluem a pavimentação asfáltica de mais de 2,5 quilômetros de vias, todas com cinco metros de largura, e a cobertura de 11 quilômetros de ruas, garantindo mais conforto ao público esperado para visitar os 600 expositores já confirmados.
O pacote de melhorias contempla ainda duas novas lanchonetes, novas linhas de buffet no restaurante e a reforma completa dos 28 conjuntos de banheiros. Uma nova área será aberta para expansão de estandes, acomodando expositores que buscam espaços mais amplos.
Grolli reforçou o caráter regional e a representatividade do evento. “O Show Rural é um evento de Cascavel e do Oeste do Paraná, que leva para o mundo o melhor do que somos e do que é o agronegócio brasileiro”, destacou.
A edição de 2026 terá como tema “A força que vem de dentro”. Tanto o acesso ao parque quanto o estacionamento seguirão gratuitos, como tradição do evento.



