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Boas práticas agropecuárias são instrumentos de minimização de riscos na agricultura

A adoção de práticas conservacionistas e sustentáveis, como plantio direto na palha, rotação de culturas, aumento de matéria orgânica no solo, uso de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) entre outras ajudam a mitigar riscos de perdas causadas por adversidades climáticas, como secas prolongadas ou chuvas em excesso.

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Foto: Graziella Galinari

Diferentes ferramentas e tecnologias podem ser usadas em conjunto na gestão de riscos climáticos na agricultura. O uso de boas práticas agropecuárias e de técnicas sustentáveis é uma dessas alternativas e passará a ser cada vez mais valorizada. Esse foi um dos temas apresentados durante a 8ª Reunião da Rede Zarc Embrapa, realizada nesta semana na Embrapa em Brasília (DF).

A adoção de práticas conservacionistas e sustentáveis, como plantio direto na palha, rotação de culturas, aumento de matéria orgânica no solo, uso de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) entre outras ajudam a mitigar riscos de perdas causadas por adversidades climáticas, como secas prolongadas ou chuvas em excesso.

Com esse menor risco, em um futuro breve, produtores que utilizam essas práticas deverão contar com maior subvenção no seguro agrícola e obter taxas de juros mais baixas.

Uma das iniciativas neste sentido é o Zoneamento Agrícola de Risco Climático Níveis de Manejo, que irá considerar as técnicas de manejo adotadas pelo produtor na definição dos riscos. Outra inciativa vem sendo adotada pelo Ministério da Fazenda, por meio da taxonomia sustentável, que visa definir e padronizar indicadores de sustentabilidade das propriedades rurais.

“A ideia é reduzir juros para atividades sustentáveis e beneficiar quem adota essas práticas”, explica Gilson Bittencourt, Subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais, do Ministério da Fazenda.

De acordo com Bittencourt, este é um trabalho árduo, pois envolve a definição de parâmetros e um modelo de certificação para atestar que as práticas estão realmente sendo feitas de maneira sustentável.

Zarc
Dentre os instrumentos de gestão de riscos, o Zarc foi apontado como um grande trunfo do setor agropecuário brasileiro e que tem despertado interesse de outros países. Utilizado para o Proagro, Programa de Seguro Rural (PSR) e também pelas seguradoras que atuam fora do PSR, este instrumento tem sido importante balizador para mitigar riscos.

A Rede Zarc de pesquisa da Embrapa vem trabalhando constantemente em melhorias da ferramenta. Uma que já foi implantada nos últimos anos é o uso de três faixas de risco e que a partir de julho do 2024 passará a ser usada como referência na cobertura do seguro. Contratos com 20% de risco terão cobertura de 100%, com 30% a cobertura será de 50% e com 40% de risco a cobertura cai para 50%.

As melhorias no Zarc fazem parte do Plano Nacional de Gestão de Risco Agropecuário, desenvolvido pela Secretaria de Política Agrícola no Ministério da Agricultura e Pecuária. De acordo com Jônatas Pulquerio, diretor de Gestão de Risco Agropecuário do Mapa, o Plano tem como pilares a modernização do seguro rural, informalização e fiscalização, pesquisa e desenvolvimento e sustentabilidade e inovação.

Seguro rural
O cenário do seguro rural no Brasil nos últimos quatro anos foi apresentado durante a reunião por Daniel Nascimento, da Federação Nacional das Seguradoras. Ele mostrou que após atingir um pico de 16 milhões de hectares segurados no país em 2020, o número caiu para 11 milhões de hectares em 2023. Ao mesmo tempo o percentual de sinistralidade aumentou no período, ficando com a média de 100% em todo o país.

Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul concentram 56,7% dos prêmios do país nos últimos quatro anos, 69,5% dos sinistros e uma taxa de sinistralidade de 111,1%.

Diante do cenário, Nascimento apresentou desafios e dificuldades do setor como a massificação do risco, os cortes e contingenciamento no PSR, a disponibilidade do recurso do PSR, fomento à participação dos estados no programa de subvenção ao prêmio, constituição de banco de dados unificado, criação de fundo catástrofe, entre outros.

Guilherme Rios, assessor técnico da Confederação Nacional de Agricultura destacou que apenas 11% da área agrícola do país é segurada, enquanto nos Estados Unidos esse número chega a 90%. De acordo com ele, para que esse número cresça é preciso que o seguro agrícola seja visto como uma política de Estado no Brasil e não como política de governos.

Ele destacou que neste ano, pela primeira vez, as ferramentas de gestão de risco apareceram como a principal demanda feita pelos produtores por meio de reuniões regionais realizadas junto às federações.

As principais demandas do setor, segundo Guilherme Rios, foram criação de um fundo para catástrofe aliando atores públicos e privados, suplementação do PSR, transferência de recursos da subvenção ao seguro rural para operações oficiais de crédito e melhoria da oferta e estruturas do seguro rural em todo o Brasil.

Reunião
De acordo com o pesquisador Aryeverton de Oliveira, da Embrapa, que moderou a programação da tarde desta terça-feira na reunião da Rede Zarc Embrapa, a participação de diferentes atores do Banco Central, Ministérios da Agricultura e da Fazenda, representantes de seguradoras e do setor produtivo neste primeiro dia do encontro propicia a interação com todos os setores envolvidos como também a prospecção de demandas que podem ser trabalhadas pela equipe.

Ele cita como exemplo o início das conversas sobre os níveis de risco há dez anos, no primeiro encontro da rede. Hoje a melhoria foi implementada e gera benefícios para os agricultores brasileiros.

Fonte: Assessoria Embrapa Agricultura Digital

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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