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Blend aditivo para melhoria na qualidade de colostro e desempenho em fêmeas suínas

Estudo avalia efeito de ácidos orgânicos, óleos essenciais e polifenóis em fêmeas no pré e pós-parto.

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Fotos: Shutterstock

Artigo escrito por Leonardo Rafael da Silva, Mestre em Zootecnia Gerente Técnico de Suínos – BR – Oligo Basics; Leandro Nagae Kuritza, Dr. em Medicina Veterinária Pesquisa e Desenvolvimento – Oligo Basic

A saúde intestinal dos suínos é crucial para o desempenho produtivo, crescimento, imunidade e bem-estar, além de influenciar diretamente o retorno financeiros da atividade. Desde o nascimento, fatores como a dinâmica do parto e a qualidade do colostro são determinantes para o desenvolvimento dos animais, que enfrentarão diversos desafios ao longo da vida. Para melhorar o desempenho e a sobrevivência dos leitões, estratégias nutricionais como o uso de fibras, aminoácidos funcionais, prebióticos, probióticos, óleos essenciais e ácidos orgânicos, com destaque para o ácido butírico, têm sido cada vez mais adotadas.

Os glicerídeos de butirato (em especial as tributirinas), butiratos revestidos em matriz de gordura e/ ou somente os sais de butiratos, têm ganhado interesse significativo no complexo suinícola como fontes exógenas de ácidos butíricos, de acordo com estudo de 2025. Esses compostos possuem propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e antiapoptóticas, melhorando a saúde intestinal e o desempenho de leilões.

O objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade do colostro e o desempenho zootécnico de reprodutoras suínas suplementadas com um blend aditivo contendo ácidos orgânicos (tributirina, monobutirina e mololaurina), óleos essenciais (óleo de orégano e canela) e polifenóis na dose de 500 gramas/ ton. de ração nas dietas de pré-lactação (35 dias antes do parto) e lactação (24 dias pós-parto).

Material e metódos

A avaliação foi conduzida em uma cooperativa de suínos situada no estado de Santa Catarina (SC) durante os meses de Novembro e Dezembro de 2024. Para o presente experimento, foram utilizadas 253 matrizes suínas, do 1º ao 9º parto, de linhagem genética comercial, divididas em dois tratamentos, sendo o tratamento controle, sem adição de aditivos (T1) e o tratamento teste, recebendo 0,5kg/ton. do blend de aditivos (T2).

Dos 75 aos 110 dias de gestação, as fêmeas permaneceram em gaiolas de gestação individualizadas, com livre acesso a água de bebida e fornecimento de dieta pré-lactação duas vezes ao dia. Aos 111 dias, as matrizes foram encaminhadas para salas de maternidade, compostas por celas individuais, com livre acesso a água de bebida e fornecimento de dieta lactação duas vezes ao dia até o parto. O programa nutricional, bem como as curvas de alimentação utilizadas foram estipuladas conforme as recomendações técnicas da genética e do nutricionista responsável pelo plantel da cooperativa.

No início do experimento (75 dias após a cobertura), todas as fêmeas foram submetidas a análise de escore de condição corporal, para classificação das fêmeas em magras, escore ideal, e gordas.

Logo após o parto, foram coletadas amostra de colostro das fêmeas e submetidas a análise em refratômetro de grau brix, seguindo metodologia descrita pela Embrapa (primeiro teto toráxico – brix 1 e último teto inguinal – brix 2). Posteriormente realizou-se um estudo de correlação entre o grau brix e o tipo de escore corporal das fêmeas.

Em seguida, foram realizadas avaliações da leitegada, observando-se número de leitões nascidos totais, número de leitões nascidos vivos, percentual de natimortos, percentual de mumificados.

Os resultados obtidos foram tabulados em planilha de Excel e, inicialmente submetidos a uma análise descritiva geral. Em seguida, os dados foram separados em grupo controle e grupo tratado para realização de análises de correlação entre os dados de escore de condição corporal, ordem de parto, desempenho reprodutivo e grau brix. Após as análises individualizadas, os dados, divididos por tratamentos, foram submetidos a teste de normalidade (Shapiro-wilk) e posteriormente análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey, sendo consideradas diferentes quando p<0,05.
Resultado e discussão

Durante a análise visual das fêmeas, observou-se que 70% das fêmeas apresentaram escore corporal tido como ideal, seguido de 20% tidas como gordas e 10% tidas como magras (Figura 01).

Figura 01 – Classificação do escore corporal das fêmeas.

Com relação ao colostro, observou-se que fêmeas classificadas como gordas, apresentam significativamente (p<0,05) maior grau brix, quando comparadas as fêmeas com escore ideal ou magra (Figura 02).

Figura 02 – Correlação escore corporal e grau brix

Ainda em relação as análises de colostro e a ordem de parto (Figura 03), observou-se que leitoas apresentam maior (p<0,05) grau brix, sofrendo uma redução desta variável no 2º parto e restabelecendo-se no 3º parto. Do 3º ao 6º parto, observou-se uma redução gradativa no grau brix, seguida de uma repentina melhora do 7º ao 9º parto. Esta melhora repentina na variável grau brix pode ser explicada em virtude do processo de seleção e descarte ocorrido após o 6º parto das fêmeas tidas como improdutivas, ficando no plantel somente as fêmeas classificadas como “supermães” (maior produtividade, melhor escore corporal e aparelho mamário, por exemplo).

Figura 03 – Correlação entre ordem de parto e grau brix

Com relação aos parâmetros reprodutivos e a ordem de parto, observa-se que, fêmeas de 6º e 7º parto apresentam pior (p<0,05) número de leitões nascidos vivos e maior número de leitões mortos ao nascimento (Figura 04). Essa correlação, quando associada ao entendimento da correlação da ordem de parto e grau brix, demonstram claramente que o processo de seleção e descarte de fêmeas no plantel reprodutivo deve ocorrer entre o 6º e 7º parto.

Figura 04 – Desempenho zootécnico em função da ordem de parto.

Resultados dos tratamentos

Quando comparado o efeito dos tratamentos (Figura 05), observou-se que a utilização de blend aditivo melhora significativamente (p<0,05) o grau brix (5% melhoria) do colostro. Resultados similares foram encontrados por pesquisadores em 2023, que observaram aumento nos níveis de imunoglobulinas no colostro de fêmeas recebendo tributirina na dieta. Também pode-se observar aumento no número de leitões nascidos vivos (+ 0,7 leitões) e redução do número de leitões mortos ao nascimento (- 0,3 leitões) (p<0,05), semelhante aos resultados obtidos por Coelho et al. (2025). No entanto, não observaram diferença significativas para esse parâmetro. Essas diferenças podem estar ligadas ao tamanho da leitegada, uma vez que no trabalho de 2023 a média de leitões foi de 10,2 para o grupo controle e 11,67 para o tratado. Embora não tenha sido avaliado no presente experimento, tanto em 2023 quanto em 2025 os estudiosos observaram redução no tempo de parto. Essa redução pode estar diretamente relacionada ao maior número de leitões nascidos vivos.

Figura 05 – Qualidade de colostro e desempenho reprodutivo sem e com a adição de blend de aditivos.

Conclusão

O presente estudo permitiu compreender como o escore corporal e a ordem de parto podem interferir de forma positiva ou negativa nos parâmetros zootécnicos e de qualidade de colostro. Uma vez compreendido os fatores citados acima, a suplementação de blend aditivo em dietas de pré-lactação e lactação se demonstram eficazes para melhoria da produtividade.

As referências bibliográficas estão com os autores. Contato: .kuritza@oligobasics.com.br; l.silva@oligobasics.com.br.
O acesso à edição digital do jornal Suínos é gratuita. Para ler a versão completa online, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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